A situação política do país preocupa-me.
Não mais que a conta, não tanto como a virose de Migalha Bebé que me confinou todo o fim de semana às paredes de casa, não tanto como os crepes com Nutella que Migalha do Meio comeu ontem à noite. Mas o suficiente para de vez em quando pensar que os franceses qualquer dia fartam-se disto e vão investir na China e na Índia, e se há coisa que não me dava jeito nenhum era ser devolvida ao mercado de trabalho.
Depois ponho-me a pensar que escolher entre os lideres partidários que temos neste momento é muito semelhante a estarmos à beira de um precipício com uma pistola apontada e termos que escolher entre saltar ou levar um tiro nos cornos.
E penso ainda o pouco de que serve a liberdade de votar, quando o meu voto vale o mesmo que o do pai que no estacionamento respondia ao filho pequeno que se queixava de frio, "tens frio masé no cú", ou o da senhora de unhas pretas que comprava camisolas de poliéster na loja do Chinês. O meu voto vale o mesmo que o da avó de Dito-Cujo, que se refere a Álvaro Cunhal como uma pessoa muito inteligente, "que pena ter-lhe dado para aquilo" ou da minha própria avó que votava em quem os filhos lhe mandavam. O meu voto vale o mesmo que o da Cátia e da Fanny da Casa dos Segredos, que o da minha amiga S. que nem sabe que o Ministro das Finanças já não é o Gaspar, vale o mesmo que o daquela senhora histérica que tem o blog anti-touradas mais incoerente de sempre.
E quando realmente paro para pensar nisto tudo, pergunto-me se vale a pena, e se quem ficou a banhos nas últimas legislativas não foi realmente muito mais inteligente, que por exemplo, eu.
Se o melhor não é aceitar que este país não tem salvação possível, e se tiver não é nacional de certeza, Santos da casa nunca fizeram milagres, e a Nossa Senhora de Fátima há que tempos que não dá um arzinho da sua graça. Quer dizer, a última vez que deu, os cientistas vieram logo com a devida explicação, o Milagre do Sol durou menos que os cristais de gelo que lhe deram origem, mas quem pensam que são essas pessoas da ciência para abalar desta maneira a fé do povo numa altura em que só a fé nos pode salvar?
"estarmos à beira de um precipício com uma pistola apontada e termos que escolher entre saltar ou levar um tiro nos cornos." deve ser o post mais lucido que li nos ultimos tempos..
ResponderEliminare sim, pensar que muitas das pessoas que votam deviam era ficar quietinhas, ou entao ficavamos nos quietinhos e deixavamos este país de vez entregue aos bichos... não esta facil não.
Talvez sejamos ingovernáveis!
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