O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?

quarta-feira, julho 31, 2013

Sobre aquilo da Comporta

O Portugal dos pobrezinhos que andam há anos a brincar aos ricos, indigna-se agora com os ricos que brincam aos pobrezinhos.

terça-feira, julho 30, 2013

Sabem o que não é bonito?

Não sei se também têm aquela espécie de nostalgia da vossa infância, que vos leva a procurar mostrar aos vossos filhos, os locais que a determinada altura vos fizeram felizes, nem que fosse por um dia.
Na impossibilidade de as levar a comer farturas à Feira Popular, hoje resolvi levar Migalhas à piscina da Praia das Maçãs.
Poderia escrever sobre os Dejá Vú se os tivesse tido, mas não tive. A verdade, é que mal me lembro do sítio, e de repente, quase que tenho a sensação que talvez tenha sonhado com dias divertidos na piscina da Praia das Maçãs, que na realidade nunca aconteceram.
Correu tudo muito bem, mostrem mais que 50cm de altura de água às Migalhas e elas têm o melhor dia da vida delas, independentemente do local.
Já eu, que tive a sofrida missão de permanecer acordada e atenta durante a meia dúzia de horas que por lá andámos, perco-me mais com outro tipo de mergulhos. Digamos que mergulho na má língua, mas como não havia outro adulto por perto para o partilhar, tornou-se um exercício mental solitário mas que aqui e agora posso finalmente debitar.
Pessoas da piscina da Praia das Maçãs...Meninos de tanga, não é bonito, meninos de calções de licra, também não é bonito. Sabem o que é que também não é bonito? Meninas de boné de pala da Kitty ou da Bela Adormecida. Meninas com 10 anos só com a parte de baixo do biquini. Aliás, eu sei que elas gostam, mas meninas pequenas de biquini...Também não é bonito.
E sabem outra coisa, pessoas da piscina da Praia das Maçãs? Mulheres obesas com tatuagens ao fundo das costas...Não é bonito. Barrigas gordas com piercings no umbigo...Também não é bonito. Eu diria mesmo que tatuagens e piercings, não são bonitas, especialmente se estão de fato de banho.
E por fim, jovens da piscina da Praia das Maçãs, adolescentes que tentam impressionar outros adolescentes. A saltarem das pranchas dessa maneira, com os pés por cima da cabeça, ainda acabam numa cadeira de rodas, o que pode ser muito impressionante, especialmente se derivado de estupidez.
E deixem-me que vos diga, acho que já o disse algures, mas hoje reitero: quase ninguém tem bom aspecto de fato de banho e melenas encharcadas.

segunda-feira, julho 29, 2013

Fazes-me feliz

Não sei bem quando começou, acho que era Setembro, ainda estava calor, mas as férias já tinham ficado lá para trás. Nem sei bem como foi, era um dia como os outros, no sítio de todos os dias com as pessoas de sempre. Mas de repente, ou hoje quando olho para trás parece-me que foi de repente, no meio daquilo que era o costume, apareceste tu.
Lembro-me dos teus olhos dourados, do teu riso fácil, do cabelo aloirado, do ar confiante mas ao mesmo tempo tímido. Lembro-me de falares às minhas pessoas de todos os dias, e de confusa, não saber de onde apareceras ou como nunca tinha dado por ti.
Sei que depois desse dia foi uma sucessão de dias em que estavas presente, e as minhas pessoas afinal eram as nossas pessoas, e sei que a coisa das borboletas na barriga, e do frio na espinha, não eram dos livros e passaram a fazer parte da minha vida.
Depois houve um dia, não sei qual, em que percebi que era uma questão de tempo e paciência, iria chegar o momento, em que as minhas borboletas iam finalmente dançar com as tuas, e foi a dançar que soube que tinhas que ser meu porque eu já era irremediavelmente tua.
E esse momento chegou, e depois muitos mais momentos, altos e baixos, às vezes a nadarmos para fora de pé, às vezes a precisarmos de salva vidas, mas sempre lado a lado.
Depois aconteceu o inevitável, e o inevitável era dizermos que queríamos ficar juntos para sempre, e como queríamos que todos soubessem disso, fizemos promessas na igreja, e bebemos uns copos e dançámos com os amigos e com a família, numa festa.
Há exactamente sete anos, por volta desta hora, fumava nervosa um cigarro com a minha Amiga de Sempre no papel de madrinha, à espera do carro que me levaria à igreja, onde se tudo corresse como eu sempre sonhara, estarias à minha espera.
E estavas.
Obrigada por tudo e tudo e tudo.
Fazes-me feliz.

Tomem lá um prato cheio daquela coisa que se serve fria

Enquanto laurearam todo o santo fim de semana, eu trabalhei.
Então, e hoje que vocês trabalham?

domingo, julho 28, 2013

Eis o que penso sobre os jantares de antigos alunos de Liceus

Quem é que na sua rotina normal, na sua vidinha do dia a dia, com a família e os amigos, se lembra de organizar um jantar com pessoas que não vê há mais de 20 anos?
Quem?
Exacto. Ninguém.
Uma coisa são os amigos de há vinte anos que ficaram, e com os quais não se perdeu o contacto.
Dou ainda a abébia às turmas que organizaram jantares todos os anos nos últimos vinte anos.
Agora, assim sem mais nem menos, alguém desatar a organizar o Jantar dos Antigos Alunos do Liceu Nacional de Évora, Velha Guarda do Liceu Nacional da Covilhã, para mim quer dizer uma de três coisas:
 1. Que essa pessoa está acabadinha de se separar e quer ver como é que evoluiram as mamas da Carla Sofia com quem curtiu no 10º ano, depois de ver no Facebook que também se separou, e que postou umas fotos de biquini numas férias na República Dominicana e até não estava nada mal.
 2. Que a vida social dela não existe desde que saiu do liceu, e ao chegar perto dos quarenta tem esperanças de ainda ser reconhecido como o gajo popular que metia mais cestos no campo de basquetebol e só usava calças El Charro, Mustang e ténis Redley, e namorava com a Patrícia da turma de desporto, boa como o milho, naquele ano em que andava a fazer matemática de 12º.
3. As duas opções anteriores.
Que me desculpem os impulsionadores desses reencontros (falhei o último há 3 anos porque o Migalha Pequeno era recém-nascido), se isto não corresponde à verdade.
Talvez haja um dia em que acordam felizes ao lado da vossa/o  mulher/marido, depois de um animado jantar com amigos comuns que durou até às tantas, se levantam para ir dar a corrida matinal, fazem um like ao maluco do emprego que postou uma foto a fazer kitesurf no fim de semana, levam os miúdos à creche, e de repente, assim vindo do nada,  vão no carro e pensam: "eia, que isto era mesmo giro era organizar um jantar para ver aqueles macacos do 12º ano, o Cajó, e o Pi, e aquele outro muita fixe que namorava com a Cristina do 11ºC, como é que o gajo se chamava...O Licas, acho que era isso...Não 'pera, essa era o da Ana Filipa. O Fanan! Bolas, o gajo era de mijar a rir, mas andava metido na merda. Será que ainda é vivo? O Fanan..."
Agora expliquem-me, que tipo de pessoa quer rever outras pessoas que nem sabe se estão vivas, hã?
Pensem nisso.

sexta-feira, julho 26, 2013

Querida avó

Todo o dia pensei que hoje deveria ter muita coisa para te dizer.
Mas não sei porquê, mesmo com tudo o que li sobre os avós, não senti o coração a querer pular-me para a boca.
Depois lembrei-me que no nosso tempo não havia disto, todos os dias eram os teus dias, e os nossos dias contigo, não havia presentes, nem telefonemas para dizer feliz dia, porque feliz era o tempo que passávamos juntos.
Afinal, hoje é um dia igual aos outros.

Gosto mesmo da época de ferias na empresa

Uma pessoa manda gente enfezada, amarela e cabisbaixa para ferias e as ferias devolvem pessoas roliças, douradas e alegres.
Abençoadas ferias!

Culpo o Governo, quem mais?

O despertador não toca. Acordo com uma hora de atraso.
Foda-se (antes dizia merda mas percebi que as pessoas chiques dizem foda-se).
Tenho que lavar o cabelo.
Quando é que vou ter tempo e dinheiro para não lavar o cabelo em casa?
Tiro o camião que tenho em cima, mais o mundo dos ombros, levanto-me e  vou para o duche.
Uma passagem de champo, depois outra, amaciadores e óleos, na guerra aos estragos do secador.
Depois o secador, a escova a deslizar, uma, duas, trinta vezes. Primeiro de um lado, depois do outro.
Invejo o cabelo seco da minha mãe, que aguenta toda a semana com uma ida ao cabeleireiro.
Invejo a minha sogra, que há muito que aboliu as escovas redondas e o secador da casa de banho e vai ao cabeleireiro três vezes por semana.
Olho-me ao espelho, alivio os músculos dos braços.
Faço umas contas de cabeça e concluo que só terei dinheiro para lavar a cabeça fora de casa dia sim dia não, quando Migalhas terminarem faculdade. Nessa altura terei mais de sessenta anos.
Restam-me portanto mais de vinte anos, a lavar a cabeça três vezes por semana em casa...
20x52x3 dá a módica quantia de 3120 vezes. Para as vezes em que fazemos desporto e vamos à praia, posso juntar mais umas cinquenta por ano, o que dá umas 4120 vezes até ter dinheiro para pagar a alguém para o fazer por mim.
Foda-se. Não sei se os músculos dos braço direito aguentam.
Maria Luís, a minha mãe com a minha idade tinha casa na praia e lavava a cabeça fora de casa, estás a ouvir?
Vê lá isso.



quinta-feira, julho 25, 2013

A pergunta do dia

Viste o acidente dos comboios em Espanha?

Noite em branco (não confundir com noite branca)

Se dormi uma hora durante a noite foi muito.
Pensamentos estúpidos invadiram-me a mente, Migalhas invadiram-me a cama.
Agora só preciso de descobrir a dose certa de cafeína que me mantém acordada sem colapsar.
E talvez um Ben-u-ron 1000 para a dor de cabeça.
Se não for pedir demais, três horas de almoço para ir a casa passar pelas brasas.
O dia ainda agora começou e estou pronta para dormir uma noite inteirinha.

quarta-feira, julho 24, 2013

Hum...De certeza que é preciso isso tudo?

Chegam com um ar sério, são simpáticos e cordiais, mas pouco afáveis.
Trazem portáteis, papeladas, montam o estaminé.
Começam a mexer nas nossas coisas, têm passwords que são verdadeiras chaves mestra, cruzam dados, analisam o nosso trabalho.
De quando em quando param-se um bocado, observam melhor, reflectem.
Depois continuam.
Às vezes não continuam, fazem um ar ainda mais grave, não disfarçam um brilhozinho de felicidade nos olhos.
É então que dizem, que temos um problema, que há um erro.
Um erro? Ná, ná...Não foi erro, mas sim uma necessidade imperativa de contornar um procedimento.
Fazem um ar compreensivo, parece que perceberam que naquela situação, não havia como cumprir os procedimentos e protocolos que jurámos com sangue fazer prevalecer.
Respiramos aliviadas. Ufa! Ainda bem que compreenderam.
E eis que, numa inversão de papeis quase perversa, começamos a ter assim umas ideias de que talvez não sejam assim tãaaaao rigorosos.
Uns dias depois, chega o relatório.
Está lá tudo.
Traidores!
Assim são as auditorias.
Assim foi o meu dia de hoje, assim serão os próximos dois.

Porque nunca serei uma diva blogosferica

Uso os mesmos cremes há mais de dez anos, estamos bem obrigada, não estou a pensar mudar.
Fiz uma única dieta, sem livros, sem consultas, sem receitas milagrosas, e resultou. Não experimentei diferentes comprimidos, diferentes nutricionistas, a minha perda de peso deu um único post, assunto arrumado.
Não corro desde o dia do funeral da minha avó, faz um ano para o inicio de Agosto. A Color Run não conta, então se parámos para beber cerveja...
Nunca organizei eventos, nem festas, nunca angariei dadores de medula, eu que tenho uma medula que nem para dar serve. Quero fazer voluntariado, mas Dito-Cujo acha que não posso negar mais tempo à familia, ora sem os rendimentos complementares de diva blogosferica, sei que não posso negar tempo ao trabalho, o que me torna numa blogger não solidaria.
Não tenho uma fabrica de sonhos, nem uma bolsa de emprego, nem um consultório sentimental, aqui é tudo tão simples como desinteressante, porque sou só eu e os meus.
Tenho  três filhos lindos,  mesmo a Migalha com excesso de peso é loira de bochechas rosadas. Linda. Os armários estão cheios de roupa, com os fotografos certos haviam de chamar muita gente, seguidores e visitantes, comentários, que pena não as querer mostrar...
Gosto de sushi, muito, mas prefiro um foie gras com geleia de moscatel ou doce de morangos e champanhe, prefiro um bife alto do lombo em sangue, um peito de pato com cebola caramelizada, ou a barriga de um Robalo grande escalado na brasa.
Não sou jornalista, não trabalho em publicidade ou marketing, não encho o Instagram de fotos tiradas com a Reflex, o blog não tem página no Facebook.
Ainda bem que há quem seja diva, sou leitora assídua de algumas, nem todas pelos melhores motivos (sim Palmier, é contigo, que me obrigas a percorrer a blogosfera em busca do que te inspira), mas algumas porque gosto mesmo do que escrevem e do que fazem, mesmo que seja o efeito bola de neve que alimenta o blog que alimenta o resto que alimenta o blog.
Vou dormir. Isto é muita letra, e vendo bem as coisas, sou de Ciências.






terça-feira, julho 23, 2013

Parece que o que interessa já não é se é saudável

E perfeitinho.
É como é que se vai chamar.
Quem diria que o nome do futuro Rei de Inglaterra era um assunto tão caro para os portugueses?

segunda-feira, julho 22, 2013

Obrigada blogosfera, por tornares os meus dias mais animados!

Quando no sábado de manhã percebi que Migalha Bebé estava com febre, ao mesmo tempo que via a tarde na piscina e o domingo na praia a irem por água abaixo, pensava, pelo menos tenho isto dos blogs para me entreter.
Mas digo-vos, nem eu esperava tanto.
Pela minha parte agradeço, mas a sério, não era preciso, para quê incomodarem-se desta maneira só para me animarem...
Bem, bem, fiquei um bocadinho aborrecida por não ter percebido que as almofadas estavam na moda, talvez porque já tenho suficientes coisas com dedadas de chocolate, que me desculpe a Sexinho de quem sou admiradora, e que me desculpe a outra moça de quem não tinha ouvido falar, mas almofadas cá por casa só mesmo para deitar a cabeça à noite. Entre blogs e páginas do facebook, consegui preencher uma boa parte do meu entediante fim de semana com este tema.
Depois fiquei contente da vida, porque o nome do meu blog é tão estúpido, que jamais alguém poderá dizer que é decalcado de outro blog, e o meu blog tão bloguinho que dificilmente me acusarão de procurar a fama e a publicidade e essas coisas que parecem tão perniciosas por aqui.
Obrigada a todas, por tornarem o meu fim de semana mais animado.
Agora 'bora lá fazer as pazes, que isto a mim anima-me mas a vós é bem capaz de causar uma rugazita ou um pico de tensão arterial.

Diz que a Kate entrou em trabalho de parto

Eu digo que já sei qual o assunto que vai invadir a blogosfera nas próximas 24 horas.
Deixem um bocadinho para mim, tá?

domingo, julho 21, 2013

Salvação Nacional ou salve-se quem puder

A situação política do país preocupa-me.
Não mais que a conta, não tanto como a virose de Migalha Bebé que me confinou todo o fim de semana às paredes de casa, não tanto como os crepes com Nutella que Migalha do Meio comeu ontem à noite. Mas o suficiente para de vez em quando pensar que os franceses qualquer dia fartam-se disto e vão investir na China e na Índia, e se há coisa que não me dava jeito nenhum era ser devolvida ao mercado de trabalho.
Depois ponho-me a pensar que escolher entre os lideres partidários que temos neste momento é muito semelhante a estarmos à beira de um precipício com uma pistola apontada e termos que escolher entre saltar ou levar um tiro nos cornos.
E penso ainda o pouco de que serve a liberdade de votar, quando o meu voto vale o mesmo que o do pai que no estacionamento respondia ao filho pequeno que se queixava de frio, "tens frio masé no cú", ou o da senhora de unhas pretas que comprava camisolas de poliéster na loja do Chinês. O meu voto vale o mesmo que o da avó de Dito-Cujo, que se refere a Álvaro Cunhal como uma pessoa muito inteligente, "que pena ter-lhe dado para aquilo" ou da minha própria avó que votava em quem os filhos lhe mandavam. O meu voto vale o mesmo que o da Cátia e da Fanny da Casa dos Segredos, que o da minha amiga S. que nem sabe que o Ministro das Finanças já não é o Gaspar, vale o mesmo que o daquela senhora histérica que tem o blog anti-touradas mais incoerente de sempre.
E quando realmente paro para pensar nisto tudo, pergunto-me se vale a pena, e se quem ficou a banhos nas últimas legislativas não foi realmente muito mais inteligente, que por exemplo, eu.
Se o melhor não é aceitar que este país não tem salvação possível, e se tiver não é nacional de certeza, Santos da casa nunca fizeram milagres, e a Nossa Senhora de Fátima há que tempos que não dá um arzinho da sua graça. Quer dizer, a última vez que deu, os cientistas vieram logo com a devida explicação, o Milagre do Sol durou menos que os cristais de gelo que lhe deram origem, mas quem pensam que são essas pessoas da ciência para abalar desta maneira a fé do povo numa altura em que só a fé nos pode salvar?






sábado, julho 20, 2013

A culpa é sempre dos pais?

Estava a ler num outro blog um post sobre os resultados dos exames nacionais, e depois a resma de comentários, e a culpa dos pais, e a exemplaridade,  e o meu pensamento resvalou para o que se passou ainda ontem com Migalha do Meio.
Parece que do alto seus cinco anos, resolveu dizer à empregada da avó que vigiava toda a migalhada a chafurdar numa piscina ainda mal cheia, para lhe levar a toalha. Como viu o seu pedido recusado, resolveu puxar dos galões que não tem, "tens que levar porque és minha empregada e tens que fazer o que eu mando".
Quando cheguei, já tios e avós tinham feito o seu papel, mas ainda assim achei que merecia uma conversa em particular. Se tivesse visto e ouvido, provavelmente também teria um castigo.
Como é que de repente o meu pingo de mel, a miúda que tenho como mesmo boazinha, se torna, ainda que por dez segundos, numa arrogante mal educada? Onde, mas onde senhores, é que ela aprendeu a tratar desta forma uma pessoa crescida?
Se alguém fora da família ouvisse esta conversa, iria de certeza tirar as suas conclusões sobre o exemplo e sobre a educação que lhe damos, sobre que tipo de pais somos, para concluir de certeza que somos do tipo horroroso e burgesso do género que maltrata os outros a cada curva.
E não somos.


sexta-feira, julho 19, 2013

De mulher a lontra, do nascer ao por do sol

Sinto-me como uma cobra que acabou de engolir uma vaca, e depois fica ali entorpecida à espera que a digestão se faça.
Ou então um daqueles bovídeos, que engole tudo muito rapidamente e depois fica a ruminar, deglutindo uma e outra vez.
Hoje comecei o dia a comer um bolo, porque há montes de tempo que não comia um doce, passei pelo gelado da tarde, já com uma considerável dose de culpa, e acabei a jantar uma pizza gigante inteirinha, boa mas boa, mas que não obedece ao critério da não ingestão de hidratos de carbono depois das cinco da tarde.
Olho para mim, e só consigo vislumbrar um bucho inchado, e alimentar a certeza que engordei uns dois quilos em doze horas.
Agora com vossa licença, tenho de ir, estou a fazer um esforço significativamente intenso para conseguir respirar com comida na traqueia.
E vou buscar uma água das pedras. E provavelmente explicar a Migalhas o que é a eructação.
Quando me conseguir mexer, vou penitenciar-me pelo enfardanço vergonhoso do dia de hoje e torcer para ser acometida de um ataque de fastio que dure pelo menos sete dias.

quinta-feira, julho 18, 2013

quarta-feira, julho 17, 2013

Como se não tivesse já coisas suficientes para me desgastar...

Ontem percebi que sair de casa sem maquilhagem, está neste momento no mesmo nível que sair de casa com o cabelo oleoso, com uma nódoa gigante na frente da camisa, ou com um bocado de couve entalado nos dentes da frente.
E hoje olhei-me ao espelho.
Eu já tinha dado por uns cinco cabelos brancos que nasceram desenvergonhados aqui mesmo na parte da frente. Mas hoje olhei com atenção. Vi os braços que apesar de magros estão flácidos. Vi as pequenas rugas fininhas que se formam nos olhos quando rio. Vi os derrames nas pernas.As manchas que não são sardas.
E percebi que quando dizem que pareço uma miúda só podem estar a gozar comigo, ou a dizer-me de forma gentil que devia usar roupa mais adequada à minha idade. Percebi quão rídicula devo ter parecido a fazer pinos e rodas com Migalhas na praia. Que quando bebo demais não tenho a mesma piada que tinha quando andava na faculdade.
Hoje, aos dezassete dias do sétimo mês do ano da graça de dois mil e treze, temo informar-vos que perdi algo que é absolutamente irrecuperável, nem com cirugias, nem com cremes, nem com os melhores PTs do mundo, nem com quilos de anti-oxidantes, com crioterapias, rejuvenescimentos diversos.
Hoje percebi que perdi algo que nenhum laboratório do mundo consegue produzir e médico nenhum consegue imitar, o que dá brilho aos olhos, luminosidade à pele, firmeza ao corpo, aquilo que nos faz irradiar qualquer coisa que vai além da beleza.
 Hoje comecei a fazer contas, e percebi que sou mais velha do que era a mãe do meu primeiro namorado quando a conheci.
Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida.
Hoje constatei, que a frescura dos vinte já lá vai.
Perdi o viço.

terça-feira, julho 16, 2013

Idade do armário

E nisto chegamos a casa e temos uma pré-adolescente lavada em lágrimas.
Nisto o nosso coração quase que pára, os olhos procuram a fonte da desgraça que se deve ter abatido sobre a casa na nossa ausência.Todas as outras Migalhas brincam felizes sentadas pelo chão.
Perguntamos o que aconteceu. A medo.
E é quando sobrinha, entre soluços de choro inconsolável, nos diz que perdeu o telemóvel.
Ahhhhh! Isso. Mas isso não é importante. Deve estar para aí. Há coisas piores. Muito piores.
A tia não percebe, para mim não! É um BlackBerry e comprei com o meu dinheiro.
Ãh-ãh. Com o dinheiro do teu ordenado.
Lembrem-me de comprar um armário bem grande para enfiar as minhas Migalhas quando a adolescência começar a dar um ar da sua graça.
Ou desgraça.

Sabemos que nada será como antigamente

Quando deixamos de sair de casa sem maquilhagem.

segunda-feira, julho 15, 2013

Que bem que se está no campo!

Aqui, nesta vila algures entre o Ribatejo e o Oeste, onde fica a casa da sogra, num SPA (não há legislação que proíba que se chame SPA a todos os locais onde se pintam unhas e arrancam pelos?). Estou a arranjar as unhacas das mãos. Ao meu lado, a D. Coisa com as mãos enfiadas dentro dos catalisadores. À nossa frente, Fulana e Sicrana a trabalharem lado a lado, Sicrana nas minhas mãos, Fulana nas mãos da D. Coisa.
Diz a D. Coisa:
 -Ó Fulana, veja lá o que tenho aí no dedo, que quando carrego dói-me.
-Ah, parece um pico ou qualquer coisa aí espetada D. Coisa.
-Aaah, estive a fazer jardinagem, deve de ser das roseiras.
Diz a Sicrana:
-Vá lá que não é de palmeira, aquilo espeta-se e abre lá dentro. Para tirar é um castigo. Ó Fulana, vai lá buscar a pinça e tira isso à D. Coisa.
-Não, não. Não tenho palmeiras. Tinha era uma romanzeira. Mas vejam lá, minha mãe foi sulfatar a romanzeira e matou-a, e ainda matou a relva toda em volta.
Diz a Sicrana:
-Lembrem-me quando for rica não ter jardim com palmeiras! E comprar logo daquela relva artificial.
Todas ah ah ah ah.
Todas menos eu.
Diz  Fulana:
-O meu pai tem uma romanzeira e sempre diz que essa árvore quer é desprezo...
- Ai é, desprezo? Olha pois, não admira que a minha mãe tenha morto a romanzeira, então se foi sulfatar! Mas estava cheia de piolhos... Agora plantei um chorão.
-Um chorão D. Coisa? Ai filha, isso suja tudo. Quando está um bocado de vento se deixa as janelas abertas, até dentro de casa lhe chora.
Diz a Sicrana:
-Romanzeira? Mas quem planta isso? Ainda se fosse um pessegueiro...Sombra todas dão, e vale mais um pêssego que as romãs. Pereira também é bom, mas são muito piquenas, dão pouca sombra.
E continua:
-Está-me a lembrar no outro dia ali no Lidl! Estava uma senhora, a perguntar ao moço onde estava o expositor das sementes. E ele respondeu que não havia. E ela a dizer que costumava haver, que já tinha visto. E sabem o que ele respondeu? Que sim, que há, mas na altura de semear, ora agora é altura de colher, não é de semear.
Todas ah ah ah ah.
Todas menos eu.
-D. Coisa, isso está metido lá dentro, não consigo tirar isso assim, talvez só cortando um bocadinho.
-Fulana, estás maluca, isso não é coisa para se fazer aqui...Vê com a pinça.
-Não dá filha, está todo metido lá dentro. D. Coisa, o melhor é passar ali na farmácia, a ver.
Durante todo o tempo, não tugi nem mugi. Limitei-me a uns sorrisos amarelos. Afinal, de todas as pessoas da conversa, a única com quem me vejo capaz de um entendimento, é a senhora do Lidl que queria semear em Julho.
Digam lá, em quantos SPAs de Lisboa conseguiam uma conversa destas?

Sobre essa coisa a que chamam família

Lembro-me de há uns anos, uma senhora que nos ajudava nas férias, dizer que tínhamos uma bonita "famila". Verdade que a senhora também gostava muito do tapete do "olio" da entrada, e verdade que ensinava a minha sobrinha bebé a bater na cabeça enquanto perguntava "onde tá a tontinha da menina?", portanto não sei se a opinião da D. Deolinda deva ser considerada como credível.
Mas talvez por estar na época do ano em que passo a viver na casa de ferias da sogra (apesar de não estar de ferias), e de ter iniciado essa época que dura quase dois meses este fim de semana, dei por mim a  pensar nesta coisa das "familas".
As dinâmicas familiares estão amplamente estudadas, e há quem ganhe a vida à conta de tão mal que funcionam algumas, por isso, não esperem que acrescente nada ao tema.
Posso apenas falar por mim, e pelas minhas famílias (quem pensa que só tem uma familia, já está a meio caminho para a frustração).
Eu tenho três famílias.
Aquela onde nasci e cresci, aqueles que não escolhemos,  mas com quem partilhamos laços de sangue e relações quase viscerais. Avós, pais, irmãos. Podemos não ter nada a ver uns com os outros (bolas, como é que o meu irmão vota no Bloco de Esquerda?), mas vamo-nos sempre amar. Posso dizer mal deles, estar lixada da vida com as cenas da minha mãe, mas torço o nariz aos outros até se tentam concordar comigo. Estás a dizer mal da minha mãe ou quê?
Depois tenho Dito-Cujo e Migalhas. Maridos e mulheres são as únicas pessoas da nossa familia que escolhemos. Um dia olhamos e pensamos, quero viver com este gajo e quero que seja pai dos meus filhos. Talvez por isso tenha tanta dificuldade em compreender as separações. Foda-se, então não nos conseguimos entender com a única pessoa que escolhemos ser família?
E depois, a terceira e última, a familia de Dito-Cujo, de quem não saí das entranhas e que não escolhi. As famílias que ganhamos no casamento podem ser uma espécie de bónus. Ou de castigo. Como em quase tudo na vida, depende da sorte.
Logo no primeiro dia aqui da temporada, houve uma acesa discussão no final do jantar. A temática era a quantidade de bolachas e chocolates e cereais proibidos que todas as Migalhas (filhos e sobrinhos) comem durante os dias que passam por aqui. Se fossem sete ou oito dias, até fechava os olhos, mas tendo em conta que só retornam a casa em Setembro, temo por ver onde pode ir parar o peso da minha Migalha do Meio.
Cada um disse o que lhe ia na alma, ai mas que os avós não são para educar, ai mas que eles pedem queres que faça o quê, sim, mas só pedem porque sabem que há nos armários, e para que é que compra, e passámos da comida aos banhos que não querem tomar, e gritámos todos muito, e no fim, à minha sogra já verdadeiramente ruborizada e ofendida com uma boa parte do que foi ouvindo de filhos e noras, rematei a dizer para não se amofinar tanto, afinal, somos todos família e as famílias já se sabe, têm estas coisas.

sexta-feira, julho 12, 2013

Sobre aquilo dos blogs chatinhos

Ontem, uns dez minutos antes de ter escrito aquele post, mas uns dez minutos depois de me ter enfrascado com gin (que espécie de mãe mata a sede com gin), descobri que o meu excelso marido, teve um blog.
Não, não foi há 10 anos, foi há uns meses (e eu a pensar que era muito esperta por ter um blog "às escondidas"). Eu, a inteligente, feliz e contente na minha infinita ignorância.
O blog durou umas semanitas, porque segundo ele, não tem "paciência" e as meninas eram muito atrevidas (há mesmo uma beloguiosfera paralela, quem diria).
E eu pergunto-me, como é que um beloguio que dura três semanas e ao todo foi alimentado com uns dez posts, tem tantos seguidores como eu e alguns comentários da malta mais proeminente da sociedade beloguiosférica?
O beloguio de Dito-Cujo não era chatinho, até era giro, mas caramba, como é que foi tudo lá dar em três tempos?
E pronto, se juntar a essa do belóguio do Dito-Cujo, o facto dos blogs que eu acho chatinhos terem montes de malta lá a fazer companhia, senti-me um nadinha frustrada aqui com a coisa.
Vai na volta, depois de matar a sede, afoguei as mágoas, e com muito gin escrevi aquele post, que não tinha como objectivo deixar-vos a pensar sobre quais são os blogs que me entediam, até porque é só a minha opinião, e como dizia a Drª Rute Remédios, as opiniões são como as vaginas, cada um tem a sua e quem quiser dá-la, dá.
Eu quis dá-la.
A opinião, claro!



quinta-feira, julho 11, 2013

Caiu-me a ficha ou something...

Talvez porque estou com o Martin (ver post anterior. não contem com links. mexam-se), estou assim com uma noção diferente da realidade.
Eu diria que estou com uma noção realista da realidade.
E a verdade é que estive a navegar por uns quantos blogs muito chatinhos, e reparei que qualquer um deles, mas mesmo qualquer um, consegue ter um número de seguidores muito superior ao meu, resmas de comentários a cada post de merda. etc, etc, etc.
E isso fez-me pensar, onde se coloca o Pasme-se.
Além do nome evidentemente estúpido, o blog deve estar ao nível do mais "boring" e desengraçado da beloguiosfera, com a agravante que quem o escreve, ou seja, mim moi myself, não tem a mínima noção que aborrece as pessoas e insiste em máça-las.
Desculpem qualquer coisinha.

(Espero que o género Calimero com os copos vos comova. Ao ponto de fazerem like. Ah, pois, aqui não dá para fazer like, isso é lá no outro lado onde não sou a Xaxia e tenho centenas de amigos (cof cof). Pois, pois, então e que tal arranjarem forma de não serem só uma dúzia de pessoa a ligarem ao que digo?Assim só para evitarem que me deprima ao ponto de me meter nos copos a meio da semana e sabendo que no dia seguinte é dia de trabalho e tal...Está nas vossas mãos, ou dedos. Não me tornar alcoólica. Nem deprimida.Quem sabe suícida. Quem quer essa porra de responsabilidade, hein?)


Querido e amado marido#9

Há muito que te devia ter dito isto...Mas não sabia como...Talvez se vires acredites que...
Há outro homem na minha vida e faz-me sentir quase tão bem como tu.
Pronto, já disse.
É o Martin.
Dito-Cujo diz olá ao Martin, Martin diz olá ao Dito-Cujo.
Let´s Mingle.



Código de Reconhecimento Beto

A praia é talvez o sítio onde é mais fácil confundir as pessoas.
Não seja o fato de banho demasiado, e com os cabelos molhados, qualquer um parece bastante decentezinho. 
Mas há uma espécie de código, que as pessoas bem usam, para que mesmo no meio dos troncos nús, se possam reconhecer facilmente, sem ser preciso falar (porque a falar é oviamente supé  fácil).
Este despretensioso blog, tem neste momento a pretensão, de por a nu, o famoso Código de Reconhecimento Beto.
Ora então, como reconhecer um betinho na praia: oviamente pela t-shirt do Hard Rock Café e o fio de prata com uma cruz ao pescoço. Já uma betinha, reconhece-se pelas vinte pulseiras coloridas, pelos óculos Ray Ban, pelo Swatch XXL e pelo tom castanho alaranjado da pele.
Já noutra faixa etária, como reconhecer um tiozorro na praia: pela t-shirt do Hard Rock Café e o fio de prata com uma cruz ao pescoço (nesta idade pode ser ouro, mas aí podemos estar perante um construtor civil do Laranjeiro, o código não é infalível)
Como reconhecer uma tiazoca na praia: pelas rugas imensas. Quem mandou usar creme de cenoura  em vez de protector solar quando era betinha?

(Eu avisei que estava com a zona do bom senso afectada. Que me perdoem todos os meus amigos betinhos, tios e tias, se por acaso vierem aqui dar, lembrem-se, não sou eu, eu sou uma pessoa ocupada sem tempo para estas brincadeiras de belóguios e internet).

quarta-feira, julho 10, 2013

Queridos leitores, queridos bloggers

Suponho que passem bem sem umas linhas escritas aqui neste fim do mundo, mas sabe-se lá porquê, tenho dificuldade em passar sem vir aqui dizer qualquer coisa. Assim a modos que para mostrar que não faleci desde o post de ontem à noite.
O problema é que há tanto de importante para dizer (o nosso Portugal é uma inspiração), e só me apetece dizer disparates (a blogosfera também é uma inspiração).
Aqui vai.
Queridos companheiros de belóguiosfera, que estão agastados com as pessoas que colocam fotografias dos termómetros dos carros no facebook e nos belóguios, deixem-me dizer, que todos a fazer posts sobre como os outros são chatos, também vos torna assim um bocadinho (inhozinho) chatinhos.
Perdoem-me lá este reparo, mas a minha casa parece um forno a lenha, o ar condicionado dá-me cabo da asma, há pelo menos cinco noites que não sei o que é dormir mais que umas três horas seguidas, os poucos neurónios que tenho estão a entrar em colapso, negam-se a fazer as sinapses como lhes compete, e temo que haja aqui qualquer coisa na área responsável pelo bom senso que esteja a começar a falhar, não podendo por isso vocês levar muito a sério nada do que se diga por aqui nos próximos dias.
Grata pela vossa boa e habitual simpatia e compreensão.




E novidades, não há?

Diz que a Alemanha se antecipou ao Cavaco e deu luz verde ao Governo.
Se duvidas houvesse sobre quem manda aqui.

segunda-feira, julho 08, 2013

Estou desiludida com a Justiça

Hoje estava arrolada como testemunha num processo de regulação de poder paternal. 
Eu nunca tive qualquer contacto com a Justiça, em nenhuma das vertentes. Nunca fui arguida, ré, advogada ou juíza, e até hoje, nem testemunha. Mas como é óbvio, tinha a minha ideia pré-concebida do que é um tribunal, fruto de horas infindas a ver séries como Judging Amy, Boston Legal, ou o telejornal nos tempos em que o processo Casa Pia enchia pelo menos 80% das notícias.
E no meu imaginário alimentado a advogadas loiras e pessoas como o Sá Fernandes, os tribunais eram um sítio assim a atirar para o formal, onde a gravata era absolutamente indispensável nos homens, e as saias travadas e os saltos altos imprescindíveis nas mulheres. Os arguidos pessoas temerosas dos implacáveis juízes. Ainda ontem, escolhi a indumentária que me iria fazer ter o ar sério e credível que na minha pungente imaginação deve ter uma testemunha, ainda que não fosse a testemunha chave de um processo com cobertura televisiva.
Nada, mas nada, me tinha preparado para o que encontrei. Advogados pindéricos de pescoço ao leu, advogadas de sabrinas da Primark e mini saia, calças de ganga, togas amarrotadas, molas no alto da cabeça das mais encaloradas, havaianas, sim, leram bem, há pessoas que vão testemunhar em tribunal calçadas de chinelos de praia.
E portanto, estou desiludida com a Justiça Portuguesa, mas não da forma como o maior parte das pessoas está, não com a morosidade dos processos, nem sequer com as duas horas e meia em que esperei para me dizerem que afinal havia um acordo e que estava dispensada, num Tribunal sem ar condicionado nos corredores.
Estou desiludida porque hoje, numa quente manhã de Julho,  duas horas chegaram para destruir um imaginário que tinha demorado anos e anos a construir.
Não há direito. 

domingo, julho 07, 2013

A minha vida são só dilemas

Ontem estive a braços com uma decisão que ao mais comum dos mortais pareceria canja, mas que a mim me moeu o juízo mais que um par de horas.
Tinha que decidir se fazia a Color Run, lado a lado com Dito-Cujo, se ia à festa prometida pela organização para ainda ficarmos mais felizes, e pacotes de tinta em pó, e música e pulos, e depois jantar calmamente longe daquela confusão; ou se ia ao Sarau de final de ano das minhas Migalhas (marcado depois da nossa inscrição para a corrida).
À partida parece uma decisão fácil. Por exemplo Dito-Cujo disse logo sem qualquer hesitação que não ia ao Sarau, sem tormentos, reflexões, sem pesos na consciência, o que ainda tornou mais difícil a minha escolha.
No fundo tratava-se de escolher entre ser uma mulher porreira, que fica com o seu gajo a divertir-se à grande enquanto os avós fazem o papel deles, ou ser mãe, e ir aplaudir as suas crias que tão orgulhosas actuam para centenas de pessoas.
Tentei chegar ao dois lados. Fui à corrida, mas saí praticamente a meio, agarrei no carro que já tinha sido  estrategicamente deixado muito perto da zona (logo de manhã), e voei, numa figura que nem vos digo (já falei das leggings no outro post), toda coberta de tinta, até ao pavilhão onde entrei esbaforida, mas a tempo de ver as duas Migalhas fazerem o seu esquema.
No fundo estava feliz com a minha decisão, muito mais de acordo com a minha consciência do que a mãe baldas, mas sempre com a sensação que por muito que tente nunca consigo agradar a todos.
No fim da noite, estava exausta.
Xaxia-esposa: 0 pontos
Xaxia-mãe: 10 pontos
Xaxia-Xaxia: ainda existe?

Este post mudou de nome

Migalha Bebé diz uma daquelas gracinhas das crianças pequenas.
Eu digo para Dito-Cujo:
- Ah ah ah, ouviste o menino?!
-Ouvi.
Então, alguma explicação para não estares a rejubilar?

P.S. A direcção do Pasme-se Quem Puder informa que por motivos alheios à sua vontade se viu obrigada a mudar o nome deste post.

O que vos posso dizer sobre a Color Run...

Tenho uma dificuldade inata com todos os acontecimentos em que é obrigatório divertir-me. Quando me prometem os cinco km mais felizes da minha vida, então, temos meio caminho andado para não conseguir sequer colocá-los no top 10 dos km mais felizes da minha vida.
A Color Run é um desses eventos onde vão as pessoas alegres, felizes, bem dispostas, que gostam de rambóia e festas, e saltam e cantam, e riem muito, e acham tudo e tudo e tudo muito divertido, e que mesmo que aquilo se revele um bocado fiasco, mesmo assim continuam a fazer um esforço para se divertirem, porque afinal é para isso que ali estão. 22000 pessoas felizes estavam ali.
Eu sou mais ao contrário. Todas as vezes em que me diverti mais e que ficaram na minha memória, foram situações em que a expectativa era nenhuma.
O que vos posso dizer sobre a Color Run...Que andei com umas leggings semi-transparentes todo o tempo e só o soube quando cheguei ao pé da minha sogra (não falham), que as cores eram só de quando em vez e para ficarmos efectivamente muito coloridos era preciso ficar debaixo de uma nuvem de pó uns bons segundos. Que parámos para beber minis fresquinhas num café a meio do percurso (um dos "membros" da nossa equipa aproveitou para fumar um cigarro). Que ao ser adiada uma hora e meia, calhou praticamente em cima da hora do Sarau de fim da ano da ginástica de Migalhas, razão pela qual decidi sair ao quilómetro quatro deixando Dito-Cujo com o resto da equipa a caminho do cor de rosa choque, não fazendo por isso a mínima ideia se a festa prometida para o final foi alguma coisa realmente feliz.
Que aquilo não era assim tão Color e muito menos Run...
E o que vos posso dizer mais sobre a Color Run?
Acabei de tirar um macaco cor de laranja do nariz.

sexta-feira, julho 05, 2013

Alerta à Direcção Geral de Saúde

Serve o presente para informar a Direcção Geral de Saúde, que amanhã se vai realizar a Color Run em Lisboa.
Ou seja, centenas, ou mesmo milhares de pessoas, vão desrespeitar todas as vossas indicações e fazer ouvidos moucos aos vossos conselhos.
Amanhã às cinco da tarde, debaixo de um sol escaldante, com a radiação UV em valores que nem me atrevo a imaginar, centenas, milhares de pessoas, vão literalmente colocar a sua vida em risco num evento desportivo. Crianças indefesas arrastadas pelos pais, velhos, homens e mulheres sem qualquer tipo de preparação física, pessoas que não correm há quase um ano (cof, cof) a exercitarem-se com temperaturas superiores a 40ºC.
Vão permitir uma coisa destas?
Vá, corram a mandar cancelar esta loucura!
Só vocês me podem salvar.

Onde está a Defesa do Consumidor nestas alturas?

Bem, é só para saber a quem mando a conta das calças de ganga e pólos de manga comprida que comprei para três Migalhas em crescimento (no Inverno já não dá),  para fazer frente ao Verão mais frio dos últimos duzentos anos ou coisa que o valha.
Malta do IPMA, quem se chega à frente para pagar a factura?

quinta-feira, julho 04, 2013

Isto do belóguio é cá um vício!

Imaginem, que consegui ler um livro nas férias.
Inteirinho!
E só o consegui porque na nossa praia deserta não havia rede de telemóveis nem internet, nadinha, e Migalha Bebé dormia umas duas horas de sesta.
Hoje comprei outro livro, qué para não perder o embalo, e aqui estou eu, com a cabeça enfiada nos belóguios, e ele, "O Livro Novo", lá, na mesa de cabeceira.
Alguém leu?
Vale a pena, ou é melhor ficar aqui na paródia da belóguiosfera?


Estratégia para rápida ascensão profissional

Inspirada que estou por toda esta montanha russa de emoções que o Paulo Portas me tem oferecido, estou a pensar usar a mesma estratégia. Estratégia que não duvido um dia será aprendida em bancos de faculdade, como o caminho para o sucesso rápido.
Então o meu plano é chegar amanhã de manhã ao emprego, bater com a porta na cara do director, e vir para casa esperar o telefonema suplicante pela minha volta, acompanhado da oferta do dobro do ordenado, carro da empresa, telemóvel sem limite de chamadas, dispensa para acompanhar Migalhas duas tardes por semana, e um cargo claro.
De preferencia o do próprio.


Adoro a Silly Season pá!

A malta dos blogs grandes e a serio vai de férias, metem um post de três em três dias, ai que a água está fria, ai que as conquilhas estão tão boas, olhó meu biquini e triquini (monoquini ainda não vi, mas já não digo nada),  o pessoal está habituado a ter com que se entreter no emprego, e já se sabe, quem não tem cão caça com gato, e vai na volta óspois, quem ganha com isso é a boa da Xaxia, que a malta sempre acaba por vir ver o que é que se passa aqui, e nunca tive tanta visita na vida!
Imagino em Agosto, jasus, sou capaz de chegar aos quatro dígitos ao dia!

(Sim, sei que não é nada de especial, mas cada um sabe o campenonato em que joga, tá?)

quarta-feira, julho 03, 2013

A minha consistente visão da actual crise política em 5 etapas

1. Começou com a notícia da demissão de Paulo Portas.

Como é que é possível...!! Grande filho da mãe, ingrato, a tirar o rabo de fora, já estás mas é a pensar como te vais safar desta embrulhada em que estamos, não é?!? Pois, pois, garantir um tachinho quando houver eleições, sabes muito! Confessa, isto é uma birrinha, seu menino mimado, duas palmadas era o que a Sodona Helena te devia ter dado...Não há direito, largar o país assim sem mais nem menos. Inconsciente!

2. Depois a notícia do comunicado sobre as razões da demissão

Olha o Passos Coelho, hein? Lobo com pele de cordeiro, está visto! Deve ser um ditadorzeco disfarçado, parece mentira, tomar uma decisão desta importância sem dar cavaco ao outro! Prepotente, é o que é, isto é coisa que se faça, agarrar e decidir tudo sozinho? Cá para mim é de propósito, está cheio de cabelos brancos, deve estar farto desta merda toda, quer ir de férias para a Mantarrota ou para Tavira comer conquilhas, e o Zé Povinho que fique a nadar no lodo! Coitado do Paulo Portas, no lugar dele fazia o mesmo! A Sodona Helena não o educou para ser uma figura decorativa, isso é que era bom, muito já aguentou o homem.

3. Comunicado de Pedro Passos Coelho ao país a anunciar que não se demitia

Ena, este gajo até tem tomates, pá. Aqui está, firme, com as rédeas do país na mão. Podia aproveitar para se ver já livre disto tudo e aguenta-se, e uma pessoa já a pensar mal do senhor, afinal ainda há alguma dignidade no meio disto tudo, a pensar em Portugal, e nos mercados e nos juros da dívida e nessas porras que nos lixam a vida todos os dias. Afinal a Troika não deve estar a achar gracinha nenhuma a esta palhaçada. O Paulo Portas podia ter aguentado mais um bocado, um sacrifíciozinho em nome do bem comum, isto não é só exigir ao povo, caramba.

4.Notícia da possível demissão de todos os membros do PP do actual Governo

É bonito, pá. Isto é que é união. Para estarem todos de acordo, o Passos Coelho devia ser mesmo uma grande encomenda. Espera lá, mas assim o Governo vai cair. Bonito serviço, agora é que esta merda vai toda pelo cano abaixo. Ena a Merkel, já se deve estar a passar...Isto vai dar eleições, certinho como eu me chamar Xaxia. E o Paulo Portas até está a sair bem disto, não? Ainda se safa nas eleições, a malta nem pode ver o Passos Coelho, está tudo com umas ganas ao homem... Também diga-se em abono da verdade, se não tivesse escolhido aquela tira linhas das Swaps, nada disto teria acontecido.

5. Ultima Hora: Pedro Passos Coelho e Paulo Portas reúnem-se esta noite para discutir a viabilidade da continuação do Governo de Coligação

Ó pá, quase me comovo! Estes homens são grandes, a engolirem o orgulho e os desentendimentos, ali, sentadinhos à mesa de negociações a tentar salvar o país. Melhor que isso só mesmo o Cavaco Silva obrigar a incluir o Seguro nas negociações, cantando a uma só voz:

We are the world, we are the children
We are the ones who make a brighter day
So lets start giving
There's a choice we're making
We're saving our own lives
Its true we'll make a better day
Just you and me

(Limpo as lágrimas de comoção)

Após a privação, a abundância

Uma semana, uma semaninha num sítio ermo, tendo como expoente máximo de consumismo umas raquetes para Migalhas no Intermarché, foi quanto bastou para ficar com a sensação de que vivi seis meses no Tibete em retiro espiritual e que voltei ao seio da sociedade apenas com a roupinha que tenho no corpo.
Tenho estado ávida de lojas, ávida de compras, e descobri nos últimos três dias que me falta tipo tudo.
Ja fiz investidas em lojas de roupa, de bijutarias, de electrodomésticos, no supermercado então, ui, preciso mesmo de tudo.
Até agora só comprei umas sandalecas.
Ups...Novas? Não, percebeste mal, têm tantos anos que nem te lembras, vira-te e dorme. Ah, sim, eu disse que comprei umas novas, mas foram tão baratas que até acho que a menina da loja se enganou!
Olha, ouviste, parece que o calor está de volta, não é?

terça-feira, julho 02, 2013

E agora Drª Sofia, já é para pensar na terapia da fala?

Deverá ser altura de admitir que o nosso filho mais novo está atrasado na fala, quando na parede onde estão afixados os trabalhos da sala dele, junto a uns desenhos que pretendem representar cada um dos meninos, estão uns pequenos papeis com frases como "gosto de jogar à bola", "tenho o cabelo comprido e gosto de princesas", e o papel que tem o nome do nosso filho, está em branco.


E esta, hein?

Seguro, aguenta os foguetes!

Querido e amado marido, não leias ou vais dizer que é um recado em forma de post

Há um dia em que percebemos que estamos cansadas.
Tão cansadas que as dores no pescoço e nas costas que só desapareceram ao fim de quatro dias de férias, estão novamente instaladas ao fim do primeiro dia de trabalho.
E então há um dia, em que paramos para pensar porque estamos tão cansadas.
Em que nos perguntamos, qual o dia, qual a hora, qual o momento, em que decidimos que seríamos sempre a primeira pessoa a acordar, de segunda a domingo.
Que haveria momentos, em que estaríamos em modo multitarefas, enquanto a outra pessoa crescida cá de casa está no sofá, sendo que o inverso nunca é verdadeiro.
Qual o momento em que decidimos, que quando as mãos e o tempo não chegam para o modo multitarefas, temos que pedir favores.
 E então sabemos que a culpa é nossa. Porque sabemos que houve uma altura em que puxar para nós a maior parte das tarefas era uma forma de mimo, de mostrar ao outro que não nos importávamos que o amor nos saísse do pelo. Em troca recebíamos um agradecimento, beijinhos e abraços, e aquilo valia a pena para vermos o outro feliz no seu descanso. Além disso tínhamos menos uns anos, e menos uns filhos, e uma empregada seis dias por semana.
E então há um dia em que descobrimos, que aquilo que começou como uma forma de mimar o outro, se tornou na nossa incontornável obrigação, sem direito a qualquer agradecimento.
E então pensamos que a vida das mulheres é fodida, sempre foi e continua.
E temos que fazer escolhas igualmente fodidas, ou escolhemos ser a escrava Isaura, ou a chata insuportável que não deixa o homem em paz, não admira que um dia destes ele se ponha a andar para casa da mãe, afinal viveu lá tantos anos e nunca teve que mexer uma palha, agora aturar esta gaja com a mania que manda em tudo, uma desmancha prazeres sempre a lixar a cabeça de um homem.
E sabemos que não queremos ser a chata insuportável e não queremos que ele se ponha a andar para casa da mãe.
 Mas sabemos que também não queremos ser a escrava Isaura, e queremos que alguém se preocupe com as nossas dores no pescoço e nas costas. E nas pernas, e nos braços.
Eu disse que a escolha é fodida.
Agora tenho que ir. Há três crianças a chamar mãe ao mesmo tempo e todas querem coisas diferentes.
E a maquina da roupa terminou e há roupa para estender.
E em calhando as dores no corpo são gripe.
Ou stress pós ferias.

segunda-feira, julho 01, 2013

Eu também sei que o Vítor Gaspar se demitiu

E também fiz um post sobre o assunto.
Sim, é só isto.
Para recolha de opiniões interessantes,  é favor percorrer a blogosfera.
Vão, toca a circular.

Dúvidas que me apoquentam

Preciso de ajuda.
Obviamente pertenço ao grupo de pessoas que nunca sabe com quantos beijinhos deve cumprimentar a pessoa que está à sua frente.
Se ela cumprimentar alguém antes de nós, temos a questão resolvida.
O problema é quando somos só nós e ela.
Começa com o frente a frente. Avança para o sorriso, inclinação ligeira das cabeças para a frente, leve toque de bochechas, um beijinho...E agora, o que fazemos? Voltamos à posição inicial, arriscando deixar o outro de cara pendurada? Ficamos numa posição intermédia a tentar adivinhar se o outro vai avançar novamente ou voltar à posição inicial? Avançamos corajosamente para a segunda beijoca, tentando disfarçar se nos deixarem de cara pendurada?
Alguém que me ajude. Já vivo este tormento desde os tempos da faculdade.