O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?

terça-feira, abril 30, 2013

Querido e amado marido #4

Volta depressa.
Os putos aquecem-me os pés mas não é a mesma coisa.

Afinal há uma coisa

Parece que Alexandre Soares  dos Santos e sus muchachos, vão novamente soltar os Croods que há em nós.
Em nós salvo seja, quero ver se nem passo na rua do Pingo Doce. Antes comer frango uma semana inteira.

Nada de entusiasmos com o conteúdo das linhas que se seguem

Há dias em que não se passa nada nada, uma pessoa quer vir picar o ponto, ver se ajuda a entreter as pessoas, e não há um acontecimento, um único, que deite um bocadinho de sumo, que depois era só juntar àgua e fazer um post.
 A menos que escreva sobre o tempo, sobre as sabrinas que trago nos pés ou sobre o que quero de presente para o dia da mãe. No caso das sabrinas até acompanhava com uma foto dos pés, que nunca é a mais...Mas é que hoje estou de uma maneira que nem chata me apetece ser.
Pode ser que o dia ainda me brinde com uma gracinha qualquer. Mas a seguir como está, não me parece.
Morno, está tudo morno.

segunda-feira, abril 29, 2013

Dia 2

Até foi fácil.
Corri até às nove para garantir que migalha mais velha não teria de ir acompanhada da justificação na caderneta, a seguir deixei o resto das migalhas no infantário. Ah...Não sei quem inventou os infantários, as amas, as baby-sitters, as avós disponíveis e todos os sítios onde se podem deixar filhos por largas horas, mas para mim, já ganhou.
Depois tive um dia morno de trabalho. Passei o dia a tentar tirar coelhos da cartola para ter com que me entreter. Trabalho estranho, tanto me ocupa muito mais do que devia, como tenho que estar a inventar para não mumificar sentada à secretária. Precisava de chefe com chicote, isto de ter que ser eu a dar-me coisas para fazer é coisa para me desgraçar a carreira.
Por fim, jantámos em casa da avó, o que tornou o meu início de noite em algo aceitável.
Os ultimos 20 minutos foram para banhá-los e deitá-los.
Não sei se há outra hora melhor do dia.

A história da vergonha alheia

Não sou dada à coisa da vergonha alheia. Excepto se for alguém próximo a dar barraca da grande, mas assim sendo não me parece que seja assim tão alheia.
Portanto não sinto tal coisa a ver o Big Brother VIP, até porque aquilo é tudo gente maior (o vacinada tenho dúvidas), e não vou queimar um ATP de energia a envergonhar-me por causa de quem não tem um pingo, mas uma coisa é certa...Eu nem sou mulher para me melindrar com os machistas, até contam aquelas anedotas de aumentar o espaço da cozinha e eu até me rio, porque não me revejo em nada disso...Mas tenho para mim que o  mundo seria um sítio melhor sem o Zezé Camarinha.

Querido e amado marido #3

Partiste há pouco mais de 24 horas e já estou com aquela coisa de quando morre alguém.
De repente pareces-me a melhor pessoa do mundo e não consigo viver sem ti. Poderia acrescentar aquela pérola que se diz "foi por ser tão bom que Deus o levou para junto dele", mas caramba, é melhor não exagerar, afinal é só uma semana e só foste à pesca.
Senti particularmente a tua falta em dois momentos: quando foi preciso enfiar galheta ao pequeno almoço para que já sabes quem se despachasse e quando um paizinho qualquer lá do infantário vem nas minhas costas e me faz umas festas no pescoço, a pensar que eu era sabe Deus quem. Vá lá, não optou pela clássica palmadinha no rabo.
Cuidado não te piques nos anzóis. És menino para não ter a vacina do Tétano em dia e já está mais que visto que não tenho jeito para viuva.
Até mai logo.

domingo, abril 28, 2013

E sobre o sarau

Não desiludiu. Aconteceu exactamente tudo como tinha imaginado, como acontece em todos os saraus, como já acontecia quando eu era ginasta há mais de vinte anos.
Primeiro os mais pequenos (piquenos para quem preferir). Dão uns saltos e enrolam-se sobre o próprio corpo, numa coisa a que podemos chamar com um bocado de boa vontade, cambalhotas.
Num sistema de som de qualidade duvidosa, ouve-se algo que parece o Batatoon ou o Avô Cantigas.
Há sempre uma criatura minúscula nestas classes, que tem dois anos(ou quatro mas no percentil cinco), e que faz as delícias dos espectadores, que se esquecem de olhar para todos os outros, que são aliás os únicos que percebem porque foram largados na arena, para gaudio do público parental.
Migalha do meio, com os seus quatro anos generosos, faz parte destes piquenos, também ela num percentil que tem os seus encantos para quem assiste. Olha ali aquela tão redondinha, que fofinha (juro que estou a tratar).
A mana migalha mais velha, que foi trocada na maternidade e na verdade é filha de uma acrobata do circo, lá fez a sua parte, sempre certinha e perfeitinha e penteadinha como ela mesma.
O problema é que tudo isto aconteceu nos primeiros dez minutos e a cena ainda durou hora e meia.
Valeu-me ir olhando para o público. Fiquei sem perceber o que passa pela cabeça de algumas avós, que contagiadas pelo ambiente desportivo em redor, arrastam os ténis de fim de semana dando passinhos de corrida pelas bancadas, ora para tirar um foto ao neto, ora para sair da frente, julgando-se leves e airosas. Fiquei também sem perceber porque é que as madrastas que ainda não pariram filhos próprios, precisam de ser sempre tão exageradas na atenção que dão aos filhos dos namorados. Toda a gente sabe que os homens se agarram pelo estômago, e não pela quantidade de mimos histéricos com que lhes brindam os rebentos. Aplaudem com um tal entusiasmo, que dada a fraca qualidade do desempenho das crianças, só pode ser uma grande fita. Nem as mães.
No final, trouxe duas migalhas de cabelo lambido por mor da quantidade de gel, mas orgulhosas e felizes.  E isso é tudo o que me interessa.



Problemazinhos do quotidiano #2

Isto do blogue está a começar a perturbar a rotina doméstica. É que parecendo que não, sempre perco por aqui algum tempo.
Bem sei que os sobredotados super imaginativos que por aí andam, que escrevem um post engraçadissímo com a mão direita, enquanto limpam o rabo com a mãe esquerda, jamais entenderão como é que alguém perde tempo a escrever tanta trivialidade. Mas a verdade é que perco. E isto está a começar a interferir com as tarefas mais básicas, mas ainda assim necessárias.
Domingo à noite toda a gente sabe que é a hora de dobrar meias. Depois de passar toda a semana a dizer à empregada, deixe estar que eu depois faço isso a ver televisão, eis que chegamos à noite de domingo e arriscamos só ter meias de riscas para calçar na segunda-feira (escusam de fazer essa cara, toda a gente tem um ou outro par de meias que nem sabe bem como apareceu na gaveta).
E é assim, cada um com os seus problemas, o meu hoje é este. Tenho uma molhada de meias azuis e pretas para separar e dobrar, que é o acompanhamento perfeito para ver o BB VIP,  e ainda assim prefiro vir para aqui entediar-vos a todos.
Que vale é que sois poucos.

Ao léu

Uma gaja tem a mania que veste o 36 e a ganga da Zara é uma merda. E por causa destas duas coisas  acabo de oferecer uma nádega inteira a todas as vistas que passavam, e que não eram assim tão poucas, à porta do pavilhão onde foi o sarau.
Ainda tenho para mim que foi verdadeira visão do inferno, toda a celulite acumulada no Inverno oferecida assim sem pudor e sem encomenda.

Estou aqui que nem posso

Não acedito que disse à migalha "levas uma que bates no tecto".
E não acredito que o escrevi.

Isto promete

 Às nove já proferi frases como arranco-te uma orelha e levas uma que bates no tecto.

Dia 1

E começou. De uma forma muito pouco light. Às oito da manhã lá vai Dito-Cujo, carregado de sacos e canas e carretos.
Às mesmas oito da manhã, migalhas saltam da cama.
Hoje é dia de ensaios de manhã e sarau à tarde. Basicamente é dia de correr para trás e para a frente, com migalha pequenino a reboque. De levar, vestir, pentear, ir buscar, dar almoço, depois levar novamente e vestir, já com os fatos, fazer um penteado, que invariavelmente envolve totós ( saudades do ballet e da rede e do gel), e sentar-me na bancada, a gramar com duas horas de putos aos saltos para usufruir de três minutos de cambalhotas das migalhas. Ai...

sábado, abril 27, 2013

E estou aqui a pensar...

Que não sei o que é pior, se a condescendência, se a arrogância, se a caridade...zinha.

Sobre o ego

O ego quando não é na dose certa é uma coisa tramada.
Pessoas com o ego miudinho, são maçadoras e deprimentes, mas pessoas com o ego aumentado, são insuportáveis.
As pessoas com o ego aumentado só conseguem ver um lado, acham-se visionárias e superiores, criticam os outros com uma facilidade assustadora. Quando alguém as critica é inveja, e nunca, mas nunca, conseguem reconhecer os defeitos que têm, mesmo que não sejam muito importantes. Aliás, os seus defeitos são quase sempre qualidades, num género de inversão de valores que só elas conseguem fazer.
Acham que o que dizem é sempre muito mais interessante do que o que é dito pelo resto do mundo. E o resto do mundo são essas pessoas pequeninas e desinteressantes que existem apenas para constituir o publico que as admira.
As pessoas com o ego aumentado são tão cegas que nem percebem que muitas vezes o que leva o resto do mundo até elas não é admiração, é apenas condescendência, nalguns casos mais graves, curiosidade.
Não suportam o sucesso dos outros, necessitam sempre de o menosprezar e atribuir a razões nunca admissíveis como válidas.
São pouco imaginativas, mas fazem óptimas cópias, muitas vezes até melhoradas. Têm essa habilidade de colher um pouco de cada coisa que vêem e pretender que criaram uma coisa nova, com a solidez toda coladinha com cuspo.
Nunca são sinceras. São verdadeiras malabaristas na arte de manipular a opinião dos outros, e quem não se render será sempre pouco inteligente.
Adoram parecer que têm um crivo apertado e exigente no que toca a pessoas, mas a verdade é que são de malha larga.
Para mim, que tenho toda a psicologia da minha vida reduzida a uma disciplina lá pelo 10º ano, a necessidade que estas pessoas têm de se julgar superiores, vem directamente de um subconsciente que lhes diz: já que não te aturas a ti própria, vai convencer o mundo.
O pior que se pode dar a estas pessoas é espaço, porque nunca ficam contentes e acabam sempre a transbordar balofamente para o dos outros.
São verdadeiros casos perdidos. Nem todas as palavras de bom senso do mundo as salvam, cegas consigo próprias.
Às vezes a vida faz isso.
Mas quase sempre é tarde demais.

Diálogos de um jantar a dois

Eu para Dito-Cujo:
- Quando é que migalha mais velha vai ter telemóvel?
- Sei lá! Quando virmos que é preciso.
- Eu disse-lhe que era quando fizesse dez anos. Também disse que quando tivessem dez anos podiam furar as orelhas.
- Estás a  arranjar aí um monte de problemas para quando tiverem dez anos. Porque não fazes como eu? Digo sempre que é quando tiverem a idade da prima. Como a prima também está sempre a crescer...
Ena pá.  Dito-Cujo é esperto...

E para começar em grande...

Fim de semana começou com jantarinho romântico, na ainda mais romântica (e fria e húmida) Sintra.
Um restaurante pequeno e acolhedor, com uma comidinha a condizer. E um vinho a aconchegar.
É ritual. Uma vez por mês, mais coisa menos coisa, deixamos migalhada com avós e tios e lá vamos nós. Saborear uma refeição em toalhas sem o jogo do galo escrevinhado, sem um copo de Coca-Cola entornado, e sem ter que passar metade do tempo com migalhas na casa de banho.
Até porque Dito-Cujo vai amanhã para a semana de férias " family free", e eu vou ficar sete dias inteirinhos ( sete!) com as migalhas, e portanto era o mínimo que eu merecia, esta noite de carrega baterias e... Isso também.
Bom fim de semana.

sexta-feira, abril 26, 2013

Aviso - não é um post bem disposto

O meu primeiro contacto com a morte foi durante a escola primária. Num espaço de pouco mais de uma semana, dois meninos da escola morreram atropelados. A escola ficava mesmo ao lado da igreja, e as professoras resolveram levar todos os meninos a ver o corpo de um deles na capela mortuária. Não sei se tinha sete ou oito anos, mas lembro-me perfeitamente da fila indiana de crianças para entrar na morgue e passar junto ao caixão.
Não sei porque fizeram aquilo. Acho que se fosse hoje, havia processos disciplinares e protestos de pais e professores suspensos. Mas há trinta anos ninguém questionava o que os professores faziam. Pelo menos ninguém questionava a minha professora.
Lembro-me de ficar com o cheiro das flores e das velas entranhado nas narinas e de durante muitos anos, não o suportar. Qualquer cheiro a cravos me agoniava.
Quando tinha nove ou dez anos,  passava parte das férias com a minha bisavó no Alentejo,e  ir ao cemitério fazia parte da rotina. O meu bisavô falecera pouco tempo antes, e a cada dois dias lá ía a minha avó, lavar  a campa, por flores na jarra, choramingar. Nunca me fizeram impressão os cemitérios, nunca tive medo, nem arrepios na espinha. Lembro-me de olhar para as pedras com as datas de nascimento e da morte, e fazer as contas. Xi, coitada, esta morreu tão nova, olha aquele, tinha quase cem anos. Havia apenas duas zonas que me faziam mais impressão. As que tinham campas a falar da homenagem da Junta de Freguesia, que significava que ninguém lhes tinha feito um funeral, e a zona das crianças, aquelas campas pequeninas, a ensinar-me desde cedo que não há idade.
Hoje fui ao cemitério. Desde que a minha avó morreu, que vou regularmente ao cemitério. Pode ser estúpido, é estúpido concerteza, ela estará em todos os lados menos ali. Mas sentar-me na campa, mudar a água à sua jarra, colocar-lhe flores frescas enquanto vou conversando com ela, faz-me sentir algum conforto, faz-me sentir outra vez perto dela.
A minha forma de olhar à volta mantém-se. Continuo a fazer contas à idade com que as pessoas morreram.
A minha avó está rodeada de pessoas muito novas. Logo atrás, mesmo coladinha, está um menino, que morreu antes de fazer dez anos. Ao lado, uma rapariga que morreu pouco mais velha que eu, e do outro lado, um rapaz que não tinha trinta anos.
O cemitério é o único sítio onde sinto que posso chorar a morte da minha avó sem que ninguém pense que já estou a exagerar. Afinal tinha oitenta anos, afinal estava a sofrer, afinal foi o melhor. Afinal já sabemos que todos temos de morrer.
Chorar pessoas que morrem velhas é difícil. Aparentemente o facto de, de alguma forma, já estarmos a contar com isso, deveria ser meio caminho andado para superarmos e não nos prendermos.
No cemitério há sempre muitas pessoas a chorar, portanto sinto-me à vontade para me sentar ali, na campa da minha avó, e chorar, chorar, chorar. Ninguém olha, cada um tem a sua dor.
Gosto de imaginar que a minha avó do outro lado tem super poderes.  Por isso peço-lhe que olhe por nós, peço-lhe protecção, às vezes um sinal de que está bem. Falo-lhe das migalhas, das coisas que me preocupam, digo-lhe que gosto dela e que espero que esteja em paz. Mesmo que eu não a deixe em paz.
Não sei durante quanto tempo o vou fazer, estas visitas, sempre sozinha e quase clandestinas.  Mas por enquanto preciso de o fazer.
E pronto. Deve ser desta que a minha meia dúzia de visitantes e os meus três seguidores desaparecem.





Tenho uma filha que já sabe ler!

Hoje tive um final de tarde diferente.
Migalha mais velha, professora e respectiva migalhada, organizaram uma sessão de leitura para comemorar o fim da aprendizagem do abecedário.
A sessão de leitura decorreu, com pompa e circunstância, numa livraria perto da escola.
Todos os meninos leram. Bom, mais ou menos. Diga-se em abono da verdade, que alguns treinaram tanto que levavam a parte deles decorada, (minha espertinha incluída), e portanto disseram tudo de rajada, como se tivessem aprendido a ler antes de terem nascido. Outros balbuciaram, mas mesmo aos sopetões lá leram a parte que lhes estava reservada.
No fim, momento solene de entrega dos diplomas "Eu já sei ler".
Migalha orgulhosa, mãe babada.
Ó pá...Tenho uma filha que já sabe ler.
Meus Deus, como é que isto me foi acontecer, tenho uma filha que já sabe ler!
TENHO UMA FILHA QUE JÁ SABE LER!

quinta-feira, abril 25, 2013

Eles e eu

Eles:                                                                                      

1. Mãaaaae, não consigo tirar isto sozinha
2. Mãaaaae, bati com a cabeça na mesa
3. Mãaaaae, quero água
4. Mãaaaae, já acabei
5. Mãaaaae, não quero mais
6. Mãaaaae, onde é que 'tás?
7. Mãaaaae, ajudas-me?
8. Mãaaaae, posso brincar um bocadinho?
9. Mãaaaae, quero água
10. Mãaaaae, posso comer a fruta no teu quarto (wtf?)
11. Mãaaaae, o pai deu-me uma palmada
12. Mãaaaae, pões-me a televisão?
13. Mãaaaae, quero banana
14. Mãaaaae, só quero um kiwi
15. Mãaaaae, quero água...
16. Mãaaaae, bati com o queixo na cadeira
17. Mãaaaae, a migalha-do-meio está só a chatear
18. Mãaaaae, tira o bebé daqui
19. Mãaaaae, limpas-me o rabo?
20. Mãaaaae, onde é que 'tá o meu pijama?
21. Mãaaaae, a migalha-mais-velha bateu-me
22. Mãaaaae, eu é que disse que era primeiro
23. Mãaaaae, vens cá dar um beijinho?
24. Mãaaaae, sonhos cor de rosa e azuis
25. Mãaaaae, adoro-te
26. Mãaaaae, quero água...

Eu:

1. Vai pedir ao teu pai
2.Pronto, já passou
3.Vai beber à casa de banho
4. Leva o prato para a cozinha
5. Come e cala-te
6. Aqui
7. Vai pedir ao teu pai
8. Vai mas é lavar os dentes
9. Vai beber à casa de banho
10. WTF??
11. O que é que fizeste?
12. Vai pedir ao teu pai
13. Não há bananas
14. Duas metades são um kiwi
15. Vai beber à casa de banho
16. Pronto, já passou
17.  Filha, deixa a tua irmã
18. Filho, deixa a tua irmã
19. Limpa,  que já tens quase cinco anos
20. Tu é que sabes onde é que o despiste
21. O que é que lhe fizeste?
22. Mas ele ainda é bebé
23. Beijos e abraços vários
24. Para ti também
25. Eu também te adoro, mas agora deixem-se de conversas e durmam
26. A próxima que eu ouvir leva uma palmada!

Mãe carneirinho

Confesso que temia sê-lo. Mas mantinha a esperança de não ser uma mãe carneirinho, igual ao resto do rebanho. Mantinha a esperança de, à minha maneira, ser um pouco diferente do resto das mães que pululam por esse mundo, um bocado mais fora da caixa, ainda que desconfiasse que em alguns casos o que digo nem sequer está entre o que uma mãe decente deve dizer, e portanto até desconfiava que era diferente, mas para pior. Tipo a ovelha tresmalhada.
Mas hoje vi um livro que me mostra que sou uma mãe carneirinho, igualzinha às outras, não só as nacionais com as além fronteiras. A escritora é espanhola, e escreveu um livro sobre as coisas que as nossas mães diziam e que aparentemente jurámos que não iríamos repetir aos nossos filhos. Não me lembro de pensar isso, mas há aqui coisas que pensei que eram assim uma coisa mais da minha família, mais exclusivas.
A sério, todas as mães dizem aos filhos "achas que sou dona de um banco?".
Não estou a pensar passar da capa, mas se alguém for mesmo diferente e se quiser juntar ao rebanho, está aqui.


Angola não é nossa

Há um facto comum a todos os meus amigos e conhecidos que se fizeram à vida e emigraram para Angola, com expectativas imperiais.
Ao Domingo invadem o Facebook de fotos na praia.
Suponho que os outros seis dias sejam para trabalhar em modo o-ultimo-a-rir-é-o-que-ri-melhor.

quarta-feira, abril 24, 2013

"I never make the same mistake twice

There are plenty ou new ones available"
Quando tinha aí uns dezassete anos, o namorado de então, deu-me um objecto que não faço ideia como se chama, daquelas coisas que se colocam em cima da secretária a informar qualquer coisa sobre nós.
Eu, em vez de ganhar um "diploma da melhor namorada" ou coisa que valha, ganhei esta frase, tão ilustrativa da minha maneira de ser.
Quem lê à primeira vista, pensa que sou pessoa para ter uma lista de disparates infindável.
Mas eu, como conservo algum amor próprio e algum optimismo, gosto de acreditar que o que ele queria dizer é que sou pessoa que aprende com os erros.
Pelo sim pelo não, recuperei a relíquia de uma gaveta de casa dos meus pais, e estou a pensar seriamente levá-la para por em cima da secretária lá no emprego.
Só para não dizerem que não avisei.

BB VIP

50% dos concorrentes estão bem enquadrados no ambiente.

Subo para a balança

Nua em pelo (todo o grama conta):
- Boa! Hoje posso comer um bolo!
Dito-Cujo espreita.
- 58? Boa. Não pesavas 60?
- Ná. 59. Às vezes chego aos 58 e depois posso comer um bolo e assim umas coisas. Vou tirar uma foto à balança.
Saio lançada no alcance do telemóvel, já imaginando a foto com os 58kg postada aqui para a eternidade. Volto e Dito-Cujo está de rabo para o ar a endireitar a balança que "não estava estável".
Subo para a balança, faço pontaria com a câmara do telefone.
- Olha, afinal já te está a dar 59. A balança estava mal.
Dito-Cujo, a desmanchar prazeres desde 1997.
Merda.

Ainda antes de abrir os olhos

Filha do meio pergunta:
- Qual é que foi a avó que morreu?
- A avó B.
- Ah, pois. Morreu porque estava doente, não foi?
- Sim...
- E como é que ela foi para o Céu?
- Não faço ideia
- Achas que foram os médicos que foram levá-la lá ou o Jesus e o Anjo da Guarda vieram buscar?
- (Glup) acho que é a segunda.

terça-feira, abril 23, 2013

Dito-Cujo mandou esta foto por mail

Será que me quer dizer que sou uma gaja avariada da mioleira?
É porque tenho a certeza que jamais admitiria que os homens são estúpidos...se não fosse para me dizer que estou toda queimadinha da cabeça.
Hum...talvez vá gritar de forma um bocado menos histérica nos próximos dias e dizer menos vezes que estou cansada e que vou dar o bafo e não sei quê.
É, parece-me melhor.




Xana Toc Toc, volta, estais perdoada!

Quem anda por aqui pelos blogues, sabe do que vou falar.
Há algum tempo, pouco, talvez um mês, a SMS do Cocó na Fralda apresentou um novo projecto que tem e que se chama "Cocó Fabrica Sonhos". Mais um projecto maravilhoso, que tem como único objectivo fazer alguém feliz, nem que seja um bocadinho. Não conheço a SMS, mas tiro-lhe o chapéu. Quer dizer, não lhe tiro só o chapéu, tiro os sapatos e as calças e a camisa até ficar só de cuecas, porque acho absolutamente fantástica a forma como utiliza a popularidade do seu blogue e da sua escrita, para ajudar os outros, para mobilizar aqueles que também querem ajudar e às vezes nem sabem como. Porque deve ser uma pessoa do caraças e há poucas pessoas assim.
Mas voltando ao que interessa. No post inicial, a SMS dizia para lhe pedirem tudo, menos para realizar sonhos de crianças que envolvessem a Xana Toc Toc, porque teria andado atrás dela para que um menino doente a conhecesse e não teria havido ponta de disponibilidade.
Como quem não se sente não é filho de boa gente, informei migalhas que a Xana era persona non grata nesta casa, e que quando começasse a cantar no canal Panda podiam desligar a televisão ou mudar para o Disney, e escusavam de pedir para comprar CDs, ou para ir a concertos. Lá lhes expliquei a razão e aquilo tornou-se uma espécie de missão. Até o migalha pequenino avisava se a Xana Toc Toc estivesse no écran e ainda ninguém lhe tivesse tirado o pio.
Mas a coisa não estava a ser fácil. Até que migalha mais velha apareceu em casa com um problema GIGANTE. Para ela, claro. A música do sarau de ginástica era da Xana Toc Toc! E agora? Como podia ela dar cambalhotas ao som de uma senhora que se recusou a ir conhecer um menino doente?
Felizmente a coisa compôs-se. Aparentemente foi tudo um enorme mal entendido que a SMS se apressou a esclarecer, muito provavelmente nem tinha sido a própria da Xana a recusar as visitas.
Entretanto já pudemos ver a Xana com a tal criança que entretanto foi conhecer e pudemos vê-la esta semana a apoiar o evento "Todos por Um".
E pronto, apressei-me a explicar cá em casa que afinal a Xana é a maior, pode cantar as vezes que lhe apetecer por dia, e migalha crescida pode respirar de alívio e bambolear-se num pavilhão cheio de gente ao som das músicas dela.
Tudo está bem quando acaba bem.

Sei que ninguém perguntou

Mas a foto do header é a praia de S.Julião, na Primavera de 2011.
Ainda o meu migalha pequeno se transportava de ovinho e eu pesava quase oitenta quilos.
Jasus. O tempo passa.

Há lá coisa melhor que a Primavera?

 Adoro o azul do céu de Lisboa nos dias de sol, as árvores que começam a estar em flor, os morangos que invadem as bancas das frutarias.
Adoro sentir o fresco da manhã e o sol a aquecer ao longo do dia, os dias que já não acabam às seis da tarde, as janelas que se abrem diariamente para deixar entrar o ar.
Adoro não precisar de roupões ou mantas, tal como adoro que não esteja demasiado calor.
Adoro não ter a cozinha invadida por estendais de roupa pingona.
Adoro não ter que enfiar migalhas no cinema, nem nos centros comerciais, não fingir que ir ao supermecado é programa.
Adoro passear na rua, nos parques, fazer caminhadas, brincar na areia da praia, sem hora para começar, sem hora para acabar.
Adoro a alegria que acompanha os dias de sol, a luz que invade o meu gabinete e o reflexo que faz no computador.
Adoro começar a sonhar com o Verão e com as férias.
Adoro as montras das lojas, laranjas e rosas e turquesas, amarelos e verdes, sapatos e malas de todas as cores, chapéus de palha  e sacos de praia.
Adoro os armários que respiram sem roupas de lã, sem casacos pesados.
Adoro as bochechas rosadas das migalhas depois de terem corrido ao sol.
Adoro as migalhas sem pingo no nariz.
Eh pá...Adoro a Primavera.




Incompatibilidades

A minha mala já parecia o arquivo morto da contabilidade lá da empresa. Agora a darem-me facturas em todo o lado já nem tenho palavras para descrever...
Gaspar, vê lá isso, pá.

Pessoas que começam a andar de sandálias em Abril

Marquem por favor a pedicure.
Há pouca coisa pior, que deixar andar ao léu uns pés que viveram 6 meses enfiados numas botas, sem tirar as calosidades dos calcanhares e dar um jeito às unhacas.
Agradecida.

segunda-feira, abril 22, 2013

Segredos clubísticos

Dito-Cujo é do Sporting.
Não é só um bocadinho do Sporting, nem assim-assim do Sporting, é MESMO do Sporting, com cartão de sócio e lugar no estádio, e cachecóis e camisolas e sofrimento q.b.
Eu sou do Benfica. Não sou sócia, não tenho lugar, não vou ao estádio. Já fui. Mas quando o marido é de outro clube, há logo todo um prazer de adepta praticante que nos é retirado. Vou à bola com quem? Sozinha? Vou beber uma "mines" com os benfiquistas lá do trabalho? Não me parece.
Desde cedo que migalhas vão sendo instruídas para serem do Sporting. Eu, as avós (ambas benfiquistas), as professoras da escola, tudo proibido por Dito-Cujo de incitar à preferência benfiquista.
Quando passamos na 2ª circular no Campo Grande são palmas e vivas dentro do carro, quando passamos em Benfica ouvem-se palavras como "cocó" e "vomitado" e "lixo".
Sempre deixei que se fizesse a campanha pelo clube de Alvalade. O argumento de Dito-Cujo era válido. Se fossem do Sporting iriam à bola com ele mal crescessem mais um bocado, se fossem do Benfica, toda a experiência do estádio lhes estava negada à partida.
E ele até tem conseguido. Com a migalha mais velha, com o migalha pequeno.
O problema está na migalhinha do meio, que sabe-se lá porquê, parece manifestar uma clara preferência pelo clube da mãe. O que para ela é um problema. Sente que se quer agradar verdadeiramente ao pai tem que gritar pelo Sporting, e disfarçar,  tentando evitar que o pai perceba que a sua verdadeira escolha situa-se ali para os lados da Luz. E acreditem, ela sofre verdadeiramente com isso.
Claro que lhes tento dizer aos três que isso não interessa nada, e que o futebol é só um jogo, e que não é importante, mas com Dito-Cujo a fingir que chora e a dizer que não a leva à bola, a coisa torna-se mais difícil de gerir.
E então há sempre muitos segredos. Segredinhos entre mim e ela. Segredinhos que ela pensa serem só nossos.
Claro que a irmã já topou o teor dos segredos e já foi armada em queixinhas dizer ao pai que ela é do Benfica (a minha inquisidora mor).
Mas não há nada a fazer. A minha migalhinha quer ser do Benfica. E acho que até fica aliviada quando acha que o pai sabe e já não vai ter que continuar a carregar este fardo horrível que a obriga a gritar "viva" quando passa ao lado estádio de Alvalade.
Coitada, como eu a compreendo. Bater palminhas ao Sporting é o mesmo que levar dois murros no estomâgo seguido de um pontapé nos testículos que não tenho. Doi comó caraças.
E viva o Benfica.

Para nos lembrar que a estupidez não tem limites...

Temos o programa de televisão Toddlers&Tiaras.
O que podemos ver enquanto assistimos:

- meninas que parecem bonecas da feira
- meninas que parecem a miss Salvaterra de Magos
- meninas que parecem saídas do Moulin Rouge
- meninas com manicure francesa e quilos de maquilhagem
- meninas com sapatos de saltos altos
- meninas com plumas, purpurinas, cetins, e pedraria variada
- mães obesas que obrigam as filhas a serem o que nunca conseguiram ser
- mães que choram porque as filhas não ganham as coroas e não vão aparecer nas revistas
- mães que gritam histéricas na plateia enquanto vendem as filhas no palco
- pessoas cuja profissão é ser juíz no Toddlers&Tiaras
- pessoas idiotas cuja profissão é dizer que a criança A tem demasiado cabelo, ou que a criança B tem fato de velha

Se quiserem espreitar está aqui, mas se são pessoas que ainda têm alguma réstia de fé na espécie humana, não espreitem. É o fim.



Agora vou vomitar e já volto.

Pára tudo

Desde quando é que o canal 10 é a Sic Mulher?!
Hein?

Problemazinhos do quotidiano

Uma pessoa sabe que tem que almoçar.
Abre o frigorífico. Umas caixas com restos, uma garrafa de coca-cola. Fecha o frigorífico.
Abre os armários. Um monte de coisas-que-não-apetecem e um pacote com um resto de batatas fritas.
De volta ao frigorífico. A boa da garrafa da coca-cola.
De volta ao armário. As boas das batatas fritas. E uma lata de salsichas a chegar-se à frente insinuante.
Novamente a 4ºC. Saco da garrafa de coca-cola e encho um copo.
Vou ao armário. Saco do pacote das batatas. E da lata de salsichas.
Habemus almoço. Daqueles que sabemos que tiram anos de vida só com o cheiro.
Tudo num tabuleiro para a sala.
Hum...será que dá BB Vip no canal 10?
Ligo a televisão.



Ok, acho que acabo de rebentar um tímpano.

A minha outra avó

A minha avó paterna fez ontem 89 anos.
A minha avó T., é assim que se chama,  sempre foi o aposto da minha outra avó, aquela de que vos falei logo ao início neste post,  aquela de quem choro a morte todos os dias e de quem tenho saudades a cada minuto.
Quem conhece a minha avó T., acha que a vida dela deve ter sido horrível, tal é o tamanho da amargura que carrega. É verdade que teve os seus momentos. Nunca conheceu o pai, passou por um divórcio numa altura em que ninguém se divorciava. Mas nunca passou necessidades, não enfrentou mortes prematuras, nem doenças, nunca esteve num hospital mais que o tempo necessário para ir a uma urgência. Teve filhos e netos, e uma vida afectiva tão preenchida quanto ela permitisse.
Nunca permitiu muito. Aquilo é uma questão de feitio. A cara sempre fechada e aborrecida, sempre enfadada com a vida e com o mundo. Cara de "todos lhe devem e ninguém lhe paga" como diz a minha mãe.
Tivemos os nossos momentos. Quando era criança gostava de estar com ela. Dava-me gemadas e fazia-me ovos moles de frade. Sabia dezenas de cantigas de revistas e peças de teatro e filmes antigos, e ainda hoje dou por mim a cantarolar as músicas d' "A aldeia da roupa branca". Fez-me um fato para o Carnaval de lavadeira de Caneças. Tinha um colchão de lã, fofo, fofo, mas não me deixava saltar lá em cima. Tinha quintal e eu podia ficar lá a brincar toda a tarde se quisesse.
Mas à medida que fui crescendo o outro lado foi sendo mais forte. A minha avó T. passava a vida a perguntar o que faziam os pais dos meus amigos para ver se eram pessoas que interessassem. A única criança que passava o Natal com ela sem serem os próprios netos era o meu primo direito e ela não lhe dava um presente. Nunca dizia bem de ninguém. Largava palavras que sabia serem verdadeiras bombas, consciente dos estragos que ia causar. Detesta a minha mãe. Nunca me deu um presente que não fosse dinheiro. Nunca houve uma vez que eu chegasse ao pé dela e que não dissesse que estava gorda, ou magra, ou vestida muito escuro, ou com o cabelo mal penteado, ou com as bainhas mal feitas, ou com a cara demasiado pálida, ou mil e uma coisas que lhe passam pela cabeça e que nunca são cumprimentos ou elogios.
Quando começou a ficar fisicamente mais debilitada, o meu pai resolveu arranjar alguém que lhe desse um bocado de apoio, que tratasse da casa e que sobretudo a ajudasse.
Foram cinco empregadas em seis meses. Nenhuma aguentou aquela forma de estar, sempre desagradável, sempre maçada, desconfiada, a fazer inventarios diários ao frigorífico, não fosse alguém comer um iogurte. Sempre a dizer que a magoavam, quando a ajudavam a levantar, quando lhe esfregavam as costas ou lhe cortavam as unhas dos pés, alheia ao esforço alheio. Ao fim de seis meses estava visto que a solução caseira não era viável, a menos que encontrássemos alguém com ambições a santo para suportar aquelas trombas um dia inteiro.
A minha avó T. vive há anos à espera de morrer. Há muito tempo que não faz uma data de coisas porque "já não vale a pena".
Não vale a pena investir em amizades, não vale a pena reforçar laços com a família, ou sequer criar laços profundos com migalhas, não vale a pena comprar roupa, não vale a pena ir aos aniversários, ou sequer ao casamento do neto. Não vale a pena cuidar do corpo ou da alma, porque é tudo uma questão de tempo para que tudo se acabe.
Mas o tempo não acaba quando queremos, mas quando Deus quer, e há anos que espera o seu momento, e o seu momento ainda não chegou. 
E ontem, quando estávamos no almoço dos seus 89 anos, lá estava ela, a fazer um frete imenso, sem retirar qualquer prazer daquele momento, sem apreciar o esforço do meu pai, sem levantar os olhos do prato, sem conversar, sem dar um sorriso, sem gabar os presentes.
E eu não conseguia parar de pensar, em todas as pessoas que adoram a vida e que morrem novas, em todas as crianças que lutam contra doenças na esperança de ainda terem um futuro, tanta mãe que deixa filhos pequenos orfãos.
E depois tento entender a lógica de tudo isto e não consigo e desisto, porque se penso muito na forma arbitrária como parece que a vida e a morte são geridas, fico com os pirolitos ainda mais baralhados.
É minha avó e gosto dela. Gosto dela porque sei que à maneira dela gosta ou já gostou de nós, pelo menos um bocadinho. 
Gostaria dela se não fosse minha avó?

domingo, abril 21, 2013

Benficaaaaaaaa

Pronto. Era só isto.

Sporty sunday morning

Migalhas quando se dá a mão querem logo o braço até ao cotovelo. Ontem falámos de repetir a caminhada de domingo passado e então hoje, às 08h00, já lá estava uma a abanar-me para me levantar. Ainda consegui adiar a coisa até perto das 09h00, mas pensei na barrigucha da minha querida migalha do meio e lá fomos.
Estava sol maravilhoso, temperatura agradável, e registámos o nosso ar desportivo.
É obvio que depois de mostrar que não tenho uns fantásticos ténis de corrida amarelos, daquelas marcas porreiras que até pagam para nos mexermos, o meu futuro como blogger ficará irremediavelmente comprometido.


Em modo vida saudável
Não vamos longe com esses tenes!


sábado, abril 20, 2013

Dito-Cujo- para sossegar leitores inquietos

O amor não se explica. Há quem tente, quem tenha umas teorias, mas a verdade é que ninguém consegue.
Como se poderia explicar que depois de bater as pestanas duas vezes no Dito-Cujo, me sentisse de tal forma aparvalhada que só pensava em como me iria safar de um longo namoro de adolescência, não fosse ele " tirar o cavalinho da chuva" sem eu ter tempo de dizer ai. Foi no segundo ano da faculdade e eu tinha 21 anos.
O Dito-Cujo tem uma maneira de encarar a vida completamente diferente da minha. É optimista, expansivo. Não é medricas, nem depressivo, nem faz de todas as coisas um cavalo de batalha. Esta maneira de ser equilibra e muito a minha. Aliás, esta forma de ser equilibra-me e muito. Nem ele sabe quanto.
É meigo e carinhoso. Não daquelas meiguices dengosas, de quem nos quer engraxar o tempo todo. É uma meiguice tão espontânea que muitas vezes ainda me surpreende.
É boa pessoa, de uma forma genuína. Deve ser dos melhores amigos que alguem pode ter, que alguém pode desejar ter. Por isso ele tem tantos e tão antigos e tão presentes.
Tem um enorme sentido de humor, ele enche uma casa, ele enche uma sala. Onde ele estiver e se estiver bem, não se vê mais ninguem, não se ouve mais ninguem. É simpático. E tem uma facilidade em criar empatia que eu admiro, porque sou e serei sempre a antipática de serviço. Apesar de tudo há ali um toque de insegurança, de vergonha, de timidez que o fazem parecer um menino pequenino em algumas situações.
Tem um enorme sentido de familia, toda a familia. E comigo não poderia ser de outra maneira. A minha familia é como já disse, o meu projecto de vida, o meu casamento o pilar. Não é o pai dos livros, tal como eu não sou a mãe dos livros. Mas as migalhas adoram os mimos do pai, para contrastar com a forma sempre a despachar da mãe. Com Dito-Cujo há sempre tempo para um abraço, para umas festas, para mil beijinhos.
Quando ama, ama com tudo. Não há cá meias medidas. Tem uma forma absolutamente fascinante de me arrebatar, e ao fim de dezasseis anos, dou por mim a viver dias de paixão intensa como se tivessemos começado tudo ontem.
É desafiador e provocador. Adora uma boa troca de argumentos. É assim com os amigos, com o pai, tios, irmão e também tenta ser comigo. Tem prazer na discussão, talvez porque para ele ainda mal começou e já acabou, e somos todos amigos como antes. Claro que aqui com a Xaxia a coisa às vezes demora a compor-se, por mor do rancorzinho de que já falámos.
É leal. E será fiel. E se um dia for infiel o seu sentido de lealdade vai matá-lo.
Tenta corrigir os seus defeitos. Esta é talvez a maior qualidade. Pode estrebuchar quando é confrontado, pode gritar, dizer coisas horríveis, mas se concluir que há razão nas palavras dos outros, ele tenta melhorar. Não é nesse momento, é depois, de forma calma e discreta, quase natural. Em alguns casos com esforço pessoal grande, mas ele tenta corrigir os defeitos, sobretudo se perceber que é um defeito que pode ter consequencias negativas (era um ciumento de primeira e fez um enorme esforço para combater as inseguranças e os medos).
Pode errar, mas sabe o que está certo.
Ama-me. Como sou. Talvez gostasse que eu fosse de outra maneira, mais como ele. Mas sabe que não sou e respeita isso. E perdoa-me. Já me perdoou.
Tem defeitos? Ui, imensos. Faz coisas que me magoam? Ui, tantas.
Mas é feito de uma massa boa, e as suas qualidades são fortes, e posso andar uns dias a buzinar e a queixar-me,  mas sei que morreria sem ele.
O blogue existe para dizer o que me apetece.  Se é para dizer raios e coriscos porque Dito-Cujo não apanhou a roupa do chão da casa de banho, será.
Mas é bom que  fique aqui escrito para a posteridade, que isso até pode parecer o mais importante, mas não é.
O meu Dito-Cujo é o maior, e é bom que as meninas e senhoras deste país tirem os olhinhos de cima dele. Se querem conservar os olhinhos, claro.





Escrava day

E pronto, quem não nasceu dondoca, pode ter um dia ou outro para criar ilusão, mas acaba sempre amarrada ao tronco.
Cá estou eu. A trabalhar. Um sol radioso lá fora e eu...a vê-lo pela janela. Mai logo vejo a lua. Sim, que isto é até à meia-noite.
Ainda por cima logo hoje, que queria muito, muito, ter ido ao evento "Todos por um". De manhã foi completamente impossível, sozinha com as migalhas com aula de música pelo meio (ainda me tentei despachar para ver se ia antes, mas já não deu) e depois...buáááááá bulir.
Bom, já ajudei, mas mesmo assim queria estar presente, fazer número. E já agora falar com alguém cara a cara sobre a minha impossibilidade de ser dadora. Vivo tão bem com os meus glóbulos vermelhos pequeninos e defeituosos, que até me custa a acreditar que só por isso, não possa ser dadora. Uma medulazinha com a qual vivo tão feliz...
Espero que o evento tenha sido um sucesso e que haja dinheirinho para correr atrás de uma cura. Não estive presente fisicamente, mas com o Rodrigo no pensamento a cada minuto. Sorte, toda a sorte do Mundo, é o que lhe desejo.
E agora...fazer mais qualquer coisa ao patrão (bocejo gigante).

Pessoas que adoram quezílias, podem vir!

Bom, parece que isto está com vontade de aquecer outra vez.
Dito-Cujo continua a insistir que da carga cá de casa sobra muito para ele. Que os meus horários comandam tudo, e que anda a "toque de caixa".
Isto vindo de alguém que faz desporto diariamente, que joga à bola uma noite por semana, que não perde um jogo do Sporting em casa. Que ocasionalmente está dias inteiros fora de casa, porque é a churrascada do trabalho, porque vai jogar paintball, porque é a final da taça de Portugal, as eleições do Sporting, vai à pesca, blá blá blá.
Vindo de alguém que ainda hoje se levantou, fez a barba, tomou banho e saiu, enquanto eu já fiz panquecas, sumo de laranja natural, já virei uma máquina de loiça para os armários, e uma de roupa para o estendal, arranjei roupas de migalhas e ainda tenho as quatro camas para fazer.
Ah, e logo a seguir ao almoço vou trabalhar ( sortuda, vais trabalhar enquanto o moiro de trabalho vai ficar pespegado com migalhas  em casa da avó).
Aparentemente, o meu emprego como tem horários lixados que o obrigam a ficar com os filhos, conta como o hobby que não consigo ter. E é se quero.
Bah!

sexta-feira, abril 19, 2013

Sabia que já tinha visto aquilo em qualquer lado!

 A mesma pose. Só que para o outro lado. A mesma sensação de que algo está fora das proporções normais.
A sério, sou só eu?

Este menino

Chama-se Jiroemon Kimura, é japonês e faz hoje 116 anos. Aparentemente é a pessoa mais velha do mundo (nunca se sabe quando não há para aí uma senhora a dizer há 17 ou 18 anos que tem 100).
Eu conheço algumas que andam um ano para a frente, um para trás. Parabéns Jiroemon, conte muitos!





Vodka ou água de coco...

As migalhas adoram esta música, e como quase tudo o que não é suposto, decoraram a letra num instantinho. Claro que a hipótese de andarem por aí a cantar a letra tal como ela é, deixava-me algo desconfortável.
Eu e Dito-Cujo tínhamos preparado plano de contingência para quando viessem perguntar o que queria dizer "tesão" ou quando as ouvíssemos felizes a repetir a palavra:
- O quê filha? Não, é tensão, percebeste mal!
Mas não foi preciso. Elas desde o primeiro dia que dizem que o senhor fica cheio de "razão".
Desta já me livrei.
Não vou discutir a (falta) de qualidade da música, mas lá pelo Brasil, com os pés de molho, até se ouvia.





A Fernanda

Lembro-me de há uns atrás, estar sentada no jardim da casa de amigos, e de connosco estar a mãe de um deles.
É daquelas senhoras que vive agarrada ao nome, ao berço e ao brasão, como se isso por si só a tornasse melhor, ainda que há um monte de gerações que ninguém daquela família faça alguma coisa de que se possam verdadeiramente orgulhar.
Estávamos a folhear uma revista, olha aqui que gira, olha aqui que magra, e aparece a Fernanda Serrano.
Eu, moça incauta dos subúrbios, disse que a achava muito gira e simpática. A senhora disse um sim muito enjoado e acrescentou:
- É bonita, mas é possidónia.
E pronto, esta senhora, gorda e feia como uma ostra, arrumou logo com todas as virtudes da Fernanda, porque não é "de famílias".
Lembrei-me disto a propósito do livro da Fernanda.
É que eu acho a moça mesmo muito bonita, daquelas que fica deslumbrante se for produzida, mas para a capa do livro, escolheram uma foto em que parece que não tem pescoço ou que a cabeça é demasiado grande para o corpo...
Só eu é que reparei?
Vai-se a ver e foi uma senhora daquelas muito feias e muito invejosas que escolheu a foto, toma lá que vais parecer atarracada! Não?
Ora digam lá de vossa justiça.


quinta-feira, abril 18, 2013

Eu queria muito ser dondoca

Mas não consigo.
Por isso, se pensaram que estava  dormir o sono dos justos, desenganem-se.
Cheguei a casa com os sacos de roupa que comprei para as migalhas. E comecei a árdua tarefa de tentar arrumar tudo nos armários. Rapidamente descobri que ia fazer uma salganhada de roupa de verão com polares e vestidos de fazenda.
Olhei pela janela, para as previsões metereológicas dos próximos dez dias, e concluí que há ali coisas que já só vão voltar a ver a luz do dia lá para Novembro. E vá de separar, inverno de verão, o que serve do que não serve.
No final, tinha vários sacos de roupa para dar. Alguma já está com um ar usado, mas há muita que está praticamente nova, e acho que vai fazer outras migalhitas menos afortunadas felizes.Conhecem alguém, meninas com 3 ou 4 anos?
E assim passei a tarde. Estou estoirada, mas já se consegue respirar nos armários do quarto delas. E tirar a roupa que não serve facilita e muito o trabalho de escolher o que vão vestir no dia seguinte.
Agora, que podia finalmente passar pelas brasas,  faltam uns míseros vinte minutos para ter que ir arrebanhar migalhas às escolas e levar à ginástica.  Ó vida.
Enquanto desdobrava, avaliava o tamanho, voltava a dobrar e separava por sacos, ouvi a música que aqui vos deixo umas dez vezes.
Porque sempre que estou dedicada a coisas dos meus filhos, mesmo estas a que não dão pingo de valor, como preparar os armários para receber roupa que lhes comprei com todo o carinho do mundo, a avaliar cuidadosamente se serve, se vão gostar, se vão ficar princesas lindas de morrer, se não vão ter frio, nem calor, só consigo pensar em todo o amor que lhes tenho e que é imenso. Ou como elas dizem, infintos.


Dondoca day

Hoje vai ser assim. Crianças na escola, moizinha às compras no El Corte Inglés, seguido de almoço ensolarado com AS (Amiga de Sempre). À tarde, estou indecisa entre dormir a sesta ou vir para aqui maçar-vos com a minha presença.
Ah... Isto vai ser duro.

quarta-feira, abril 17, 2013

Visitas inesperadas

Durante a querela caseira que tive com Dito-Cujo, as visitas aqui na chafarica triplicaram.
Depois do hastear da bandeira branca, a coisa voltou à normalidade.
Só posso tirar uma de três conclusões:
- A malta vibra com cenas novelísticas
-Dito-Cujo tem piratas informáticos contratados que espreitavam o que escrevia a cada cinco minutos
-Havia uma resma de gajos bons que já perceberam que sou o máximo e que não saiam daqui a ver se declarava o óbito.
Acho que é esta. Mas podem tirar o cavalinho da chuva. I love Dito-Cujo.
Pronto, sequem as lagrimas. O que não falta por aí são mulheres. Não são aqui belas e deslumbrantes como a Xaxia, mas safam-se.


Formação religiosa

Quando tinha 6 ou 7 anos fui para a catequese. Lembro-me que era aos sábados à tarde, com uma catequista de quem não tenho memória, boa ou má.
Ao fim de pouco tempo deixei de ir. A minha mãe conta até hoje uma história de um desaguisado com a catequista, que teria sobrevalorizado um vestido para cima e umas cuecas ao léu, numa das aulas de catequese. Não me lembro.
Tenho para mim que aquilo lixava os fins de semana todos, e que os pais de antigamente não eram como os de agora, escravos da música, da natação, e das festas de anos. Quer dizer, os meus pais não eram de certeza. Anos mais tarde, o meu irmão começou a jogar basquetebol, e havia sempre jogos aos domigos, e lembro-me de ver a minha mãe a bufar, ansiosa por ir apanhar sol ali para os lados da linha, em vez de se enfiar num qualquer pavilhão de um qualquer clube numa qualquer terrinha dos arrebaldes.
Eu e o meu irmão só começámos a colocar verdadeiro empenho em alguma coisa, quando a autonomia já nos permitia participar em tudo sem precisarmos de escolta parental. Foi o que me aconteceu com a ginástica. Os meus pais apareciam para pagar (as cotas, as mensalidades, os equipamentos e as viagens) e assistiam ao sarau de encerramento numa de verificar se o investimento estava a ter retorno, coisa que o meu pai avaliava pela fila em que me encontrava, sendo que as melhores estariam na fila da frente, as mais desajeitadas, lá para trás.  Não levavam nem iam buscar aos treinos, fossem de manhã, à tarde ou à noite, às segundas-feiras ou aos domingos.
Mas voltando à catequese. Fiz o que pude pela minha formação religiosa. Numa casa em que os hábitos religiosos se limitavam a viagens anuais a Fátima, com pais que se intitulavam como católicos não praticantes, não era fácil. Lembro-me de ir à missa com amigas, de estar presente nos momentos importantes do seu percurso, Profissão de Fé, Crisma, mas de estar a falhar o meu próprio percurso.
Cresci e a sentir essa enorme lacuna. É como se me faltasse alguma coisa. Na igreja, quando todos se levantam para comungar e eu tenho que me sentar, sinto-me como se não pertencesse ali.
O nascimento dos meus filhos acentuou esse sentimento. E quando estava a tratar do Baptismo do migalha bebé, falei com o pároco para saber se haveria catequese para adultos que eu pudesse frequentar. Ficou de me ligar, mas passaram dois anos e nada. Provavelmente achou que aquilo era só conversa, uma qualquer espécie de manteiga para agilizar preparação de pais e padrinhos e para disfarçar as parcas habilitações católicas dos pais.
Mas pronto. Já me estive a informar e há um departamento de catequese no Patriarcado de Lisboa. Acho que vou começar por aí. Talvez já o devesse ter feito. Talvez ter ficado em casa à espera que o padre me ligasse não tivesse sido a melhor estratégia.
Tanta intenção. Agora passar à acção.

Devia ser permitido

A todos os trabalhadores, do público ou do privado, ficarem uma manhã em casa por semana.
Tal como existem as dispensas para assistência aos filhos menores de 12 anos, e para ir às reuniões da escola, ou para cuidados médicos próprios, devia existir uma dispensa para que todos pudessemos usufruir da Julia Pinheiro, com o Claudio Ramos e a Ana Marques no Querida Júlia.
A forma, sustentada em trabalho de investigação, num jornalismo de qualidade ímpar, que utilizam para falar da vida dos outros, é absolutamente necessária para a nossa sobrevivência neste nosso Portugal.
Eu hoje tive o privilégio de ver, e garanto-vos que saber o que se passa entre o Miguel Veloso, e o pai Veloso (o Miguel Veloso é filho do Veloso?!?! Ná...Mesmo?), e a noiva, e a ex-namorada, e uns trocos (200.000€), dão-me uma vantagem competitiva perante todos vós que tiveram a infelicidade de não ver.
A SIC passava uma justificação, para entregar no emprego...
Não?
Pronto, deixem lá.

Pessoas das bicicletas

Acho espectacular terem escolhido este meio de transporte. Do ponto de vista ecológico, da economia doméstica de cada um, faz bem à saúde (se fizerem por não ser atropelados) e até melhora o trânsito. Imagina se todas as pessoas desta cidade se transportassem de bicicleta... eu podeira deslocar-me muito mais à vontade no meu automobile.
Mas adiante, pessoas das bicicletas, só vos queria dar um recado: antes de se atirarem para o meio do trânsito nos vossos veículos de duas rodas movidos a tracção animal (o que foi?!), dêem uma vista de olhos ao código da estrada, que isto de andar de bicicleta no meio de Lisboa não é a mesma coisa que as voltinhas que davam no jardim quando tinham sete anos.
Agora vão lá pedalar com juízinho e evitem andar no meio da estrada.
Agradecida.

terça-feira, abril 16, 2013

Internacionalização da Xaxia

Adoro quando vou às estatísticas do Blogger e vejo que há lá entradas de países que não são Portugal.
É que pelo menos essas, tenho a certeza que não sou eu. Iupi!

EntradaVisualizações de páginas
 
Portugal
           579
Estados Unidos
             59
Alemanha
             46
Rússia
             27
Brasil
               3
Indonésia
               1
Turquia
               1


Verdadeiros inúteis

Já há muito tempo que sei que não posso ser dadora de medula óssea.
Um dia, liguei para o Centro de Histocompatibilidade do Sul, para saber o que precisava fazer para me inscrever. Troquei meia dúzia de palavras com a senhora que me atendeu, e soube que a puta da anemia congénita, com a qual vivo sem qualquer problema desde que nasci, e com a qual a minha mãe vive desde que nasceu, e com a qual a minha avó viveu durante 80 anos, e que também calhou na rifa à migalha do meio, impossibilitava a minha intenção de, quiçá, salvar uma pessoa, um dia, em qualquer parte do Mundo.
Hoje resolvi puxar o assunto do Rodrigo com Dito-Cujo.
Ah e tal, e sábado, vai haver um evento, e passávamos lá, podias fazer a análise, aquilo não custa nada.
Primeiro começou a engonhar que tinha medo de fazer a análise e ter alguma coisa. Oi?
Depois, que dizem que custa imenso e não sei quê. Oi?
Se seguida que eu só arranjava coisas para os outros, e porque não ajudava eu...Sim, já ajudei. Ah, mas dinheiro não é tudo. Não. Mas como não posso ser dadora...Oi?
Depois lá me mandou ir ver o que era preciso. Talvez o meu horroroso argumento de podia ser um dos nossos, tenha ajudado. O facto de ser um coração mole também.
Fui logo ver as condições. E não é que quem levou transfusões de sangue após 1980 não pode, e Dito-Cujo levou umas quantas em 1983 na sequência de uma acidente?
Oh pá. Cá em casa estamos de pés e mãos atados.
Merda.

Desculpem, senhores do IPMA

Parece que o problema é mesmo do clima aqui dos gabinetes.
Cada um que chega da rua vem de rosetas encarnadas, fronha luzidia e a bufar com calor.
Pelo menos migalhas não estão a tiritar. Valha-nos isso!

Ipm e quê?

Os senhores da Metereologia deviam ter um pouco mais de respeito pelo povo ignorante nas matérias de previsões metereologicas. Eu vi, com estes dois que a terra há-de comer, temperaturas verdadeiramente quentes para esta semana. Como tal, resolvi aliviar a carga de roupa que transporto no lombo, e fazer o mesmo às migalhas.
E agora estão uns míseros 22 ou 23 graus, eu estou gelada e imagino que avó tenha três cubinhos de gelo para recolher ao fim da tarde.
Devia existir uma espécie de mensagem automática que se recebesse sempre que mudam a previsão em mais do que 2 graus. Ou é suposto espreitarmos a Metereologia 5 vezes ao dia?
E já agora, a quem devo apresentar a conta da farmacia?
Atchim...

Sobre o carácter

Na definição de carácter, quando a procuramos num dicionário, encontramos coisas como "qualidade distintiva", "indole", "firmeza" "dignidade".
Eu tenho dificuldade em defini-lo, mas sei quando o vejo em alguém. Também sei quando ele está perfeitamente ausente.
O carácter é para mim a qualidade que faz com que as pessoas façam as coisas certas. Que faz com que se façam as escolhas nobres, ainda que não seja a que apetece, ou a que dá jeito. O carácter não se adquire. Claro que se molda, claro que a força de carácter ou a ausência dela em quem nos educa, é provavelmente o que mais vai condicionar o nosso comportamento. Haverá excepções, como em tudo na vida.
Só não sei se é possível perde-lo. Alguém que sempre pautou as suas decisões da forma moral e eticamente correcta, pode de repente ser corrompida ao ponto de deixar o seu carácter na lama? Acho que não. Provavelmente ainda não tinha sido verdadeiramente posto à prova.
Acredito que toda a gente é alguma vez na vida testada num qualquer acontecimento em que o carácter ou a falta dele vão sobressair.
As pessoas de carácter, como todas as pessoas, cometem erros e injustiças. Mas reconhecem que o fizeram, pedem perdão, tentam emendar a mão.As pessoas de carácter são firmes nos seus valores, mesmo que não sejam os mais populares. E defendem-nos, porque acreditam.
O carácter é a qualidade que permite de forma digna, defender aquilo em que acreditamos, e porque acreditamos que é o correcto.
Uma pessoa de carácter raramente nos surpreende pela negativa. Aquilo que esperamos dela, é muito provavelmente aquilo que tem para nós. E isso é uma coisa que não tem preço.

segunda-feira, abril 15, 2013

Uma migalha com excesso de peso


A minha migalhinha do meio é a miúda mais doce que já conheci. É meiga, carinhosa, dá beijos lambuzados e abraços apertados. Gosta de toda a gente, e um dia acordou com o ar mais feliz que se possa imaginar a dizer que tinha tido um sonho,e que todas as pessoas do Mundo gostavam dela. Gosta das pessoas, gosta dos animais. Tenho a certeza que a matéria de que é feita é do melhor que se pode encontrar, e que será uma daquelas pessoas que tornam o Mundo um sítio muito mais agradável para se viver.
Sempre foi super alegre. Adora cantar, adora dançar. É exuberante. Com ela é sempre tudo muito, não há meio termo. Os abraços dela são os mais apertados, os gritos os mais altos, o riso o mais espontâneo.
Também a sua fome é sempre muita. A migalhinha desde bebé que tem tendência para comer demais. Ainda só bebia leite e lembro-me de lhe fazer a dose recomendada no biberão, e ela bebia tudo e chorava, e lá ia Dito-Cujo fazer só mais 30ml, e depois mais 30ml, até que migalhinha ficava com ar extasiado e com um fio de leite a escorrer pelos canto da boca. Tem crescido assim. Adora comer. Adora doces.
Na primeira consulta de rotina em que a balança deu conta do que se estava a passar - pré-obesa- saí de lá cheia de conselhos e boas intenções. Doces só nas festas, leite magro, sopa sem batata. Reduzir os acompanhamentos.
As regras ditadas por causa do excesso de peso dela, foram transversais aos irmãos. Não há cá uma não come porque engorda enquanto os outros lambem os dedos. A teoria não é que alguém tem excesso de peso, é que faz mal à saúde. Aguentámos algum tempo assim, e na consulta seguinte a pediatra até ficou satisfeita. Ela tinha crescido, mas mantinha o peso. Continuava no limiar da obesidade, mas ainda assim melhor.
Foi sol de pouca dura. Tudo foi sol de pouca dura. As restrições alimentares foram-se desvanecendo, avós e tios começaram a dar chocolates e doces aos irmãos às escondidas, quando ela percebia disfarçavam, e davam-lhe também. Migalha mais velha que é muito magra percebeu que a irmã tinha um problema de peso, e não obstante lições de moral que eu e o pai damos, não perde uma oportunidade.
A minha migalhinha gorditita já faz cinco anos para o mês que vem e sabe o que vê no espelho.
Tenho medo, muito medo do que possa vir a sofrer. Se a irmã que é irmã, adora insinuar que ela é gorda, imagino como será na escola. Agora ainda são pequenos, mas o tempo voa. Começo logo a imaginar esta miúda tão boa e tão pura de sentimentos a descobrir que o aspecto físico para muitos vale muito mais que tudo o resto. Tenho medo que a pressão da imagem a possa levar a um qualquer distúrbio alimentar, ou depressões. Ou que seja só infeliz.
No outro dia resolveu dizer que não gostava do que via no espelho e que era a mais feia cá de casa. Foi como se me tivessem dado um murro no estomâgo. A minha migalha, a minha super-fofinha, a miúda mais querida, com a cara de anjo mais deliciosa deste mundo, está triste com o seu aspecto.
Sou mãe dela e tenho que a ajudar. Talvez esteja na hora de deixar de andar com rodeios e só com a conversa que faz mal à saúde, e deixá-la perceber de uma forma mais clara, que a quantidade de comida e doces que come está directamente relacionada com a barriguinha que ostenta. Eu sei que a melhor forma que tenho de zelar pelo bem estar dela futuro vai provocar-lhe algum desgosto imediato. Sei bem o que é morrer de vontade de comer 200gr de chocolate e ter que trincar uma maçã em vez de. E eu não tenho cinco anos.
A pediatra disse que nesta idade o exercício físico ainda não é determinante. Mas mesmo assim, conto levá-la a fazer aquelas caminhadas de fim de semana com mais frequência. A juntar à ginástica que faz durante a semana.
O mais difícil é convencer os avós que os cinco minutos que lhe dão de prazer com bolachas ou bolos ou chocolates, vão ser muito penosos, e que lhe estão a fazer muito mais mal que bem.
Mas tem que ser. Ontem fui-lhe comprar roupa, porque já começa a ser tarefa inglória encontrar alguma coisa que lhe sirva no armário, e acabei na Zippy a comprar o 9/10. Tento escolher-lhe peças que a favoreçam, tento que se sinta confortável, tento ignorar o que dizem as etiquetas, mas não posso mais ignorar que estou a ser conivente com isto, e que um dia ela não só não me vai agradecer como muito provavelmente me vai culpar.
Pobre migalhinha... tem que começar cedo a lutar contra a balança.


Vantagens das discussões conjugais

Uma discussão séria com vários dias de corte quase completo de qualquer interacção, não tem só desvantagens.
É verdade que se agoniza um bocado, sem saber o que vai na cabeça do outro, e sou capaz de ter chegado a casa um dia e ter ido verificar se não havia cabides vazios do lado de Dito-Cujo, mas há que ver a coisa pelo lado positivo.
Primeiríssima coisa talvez a mais importante: passei os serões a escrever posts de verdadeiro sucesso. Crise conjugal triplicou o número de visitas aqui da chafarica. Já se vê que é muito ao estilo Camões. Os amores difíceis sempre fizeram sucesso.
Num dos dias, fiz tudo o que descrevi em cima, tendo como companheira uma garrafa de vinho. É preciso um bom pretexto para beber a meio da semana.
Durante estes dias, abstive-me de controlar o tamanho dos pelos e sou capaz de ter ido para a cama um dia ou dois sem escovar os dentes.
O nó no estomâgo que sentia em quase permanência, permitiu-me limitar a minha alimentação a doces e pizzas e batatas fritas. Como expliquei neste post.
E por fim, só quando se tem uma discussão com esta intensidade, se pode ter sexo de reconciliação como o que tive.
Ah, pois é. 

Sobre o Rodrigo

Estou cheia de trabalho, apanhei um trânsito descomunal para chegar ao emprego, e estou mesmo atrasada com algo que tem que estar pronto hoje, mas não quis deixar de vir aqui e agora fazer este texto.
Quem tem facebook ou quem lê blogs, ou quem de alguma forma utiliza a net, já esbarrou em algum momento com a história do Rodrigo.
Não vou alongar-me. Já tudo ou quase tudo foi dito. Já vários bloggers escreveram textos que nos fizeram ir às lágrimas, já deixámos desejos de melhoras e tentámos espalhar as nossas boas energias por aí, com comentários sentidos, com partilhas incessantes.
Hoje dei por mim a começar o dia a ler mais um desses textos. E a ir às lágrimas. Não só a pensar se fosse um dos meus filhos, ou se fosse eu aquela mãe que se deve sentir pequena e impotente perante a porra de um Universo tão injusto, mas a pensar no Rodrigo. Que tem a vida pela frente.
E de repente, percebi que o Rodrigo neste momento não precisa de partilhas, nem comentários, nem lágrimas, se estes não forem acrescentando euros à conta da mãe Vanessa. É preciso procurar um tratamento, e para isso é preciso dinheiro.
Já dei a minha parte. Não sou rica. Longe disso. Dei mais do que alguma vez tinha dado para qualquer acção. Provavelmente migalhas vão ter menos umas roupas da colecção nova, iremos almoçar e jantar menos umas vezes fora nos próximos tempos, e ainda não é este mês que vou cortar e pintar o cabelo. Mas tinha que ser.
Ah  e tal, e se depois não usarem o dinheiro, e não houver nada a fazer e não sei quê. Eu espero que haja alguma coisa a fazer. E sobretudo, fiquei mais tranquila comigo e com a minha consciência. E dei ao Rodrigo um pouco mais que lamentos e choraminguices, que isso ele tem de sobra das pessoas que o amam.

A página do Facebook do Rodrigo: Vamos Ajudar o Rodrigo

Os dados para quem quiser e poder ajudar.
Lembrem-se que se há  coisa que o Rodrigo não tem é tempo.

Titular: Cátia Vanessa Zeferino Patusco
NIB: 5200 5201 0010 3209 0016.4
IBAN PT50. 5200 5201 0010 3209 00164
SWIFT CDOTPTP1XXX



domingo, abril 14, 2013

Xaxia apresenta...Joana Vasgonçalves

E então é assim: cá me casa o nome Vasconcelos não foi bem acolhido e migalhas resolveram rebaptizar a artista de Joana Vasgonçalves.
Que seja. Como tinha dito, a tarde foi passada na exposição. Quer dizer, um terço da tarde foi passado na exposição, o resto foi passado em filas às portas do Palácio Nacional da Ajuda. Pensava eu, que com este solinho, ninguém ia querer saber de levar banhos de cultura, preferindo as praias e as esplanadas porque todo o meu povo suspira há meses, mas enganei-me. O meu povo suspira mais pelos sapatos de panelas da Joana Vasgonçalves.
Não quero dizer mal da exposição. Longe de mim, que não percebo pevide de qualquer tipo de arte, vir para aqui criticar o que os outros idolatram, mas para mim toda a exposição é muito fácil de resumir:

1. Faiança do Rafael Bordalho Pinheiro embrulhada em crochet dos Açores. Confesso que acho a ideia obviamente original, o crochet de valor (para quem não conseguiu passar dos abertos e fechados, imaginam), mas era preciso para cima de dez bichos de loiça enrolados no crochet? Quem viu um, viu todos. Se viu o caranguejo, dispensa as lagostas, e as cabeças de cavalos, e de vacas, etc, etc, etc.
2. Ideias super originais que resultam em peças surpreendentes, como os famosos sapatos, o coração vermelho feito de talheres de plástico, o lustre de tampões, e mesmo o helicóptero forradinho a plumas cor de rosa  e cristais Swarosky (se o conseguirmos desligar da imagem da Barbie que surge logo na cabeça)
3. Depois há outras que são só estúpidas. Como um monte de gravatas penduradas a levar com vento, com o pomposo nome de Airflow, ou vários postes metálicos, unidos com tranças de cabelo sintético, que formam uma espécie daquelas baias que se colocam para impedir a passagem (migalhas meteram mãozarras e levaram grito de senhora que guardava o Una Direccion). Depois, parece que a Vasgonçalves tem uma compulsão de "envolver" em crochet tudo o que vê. Ele são pianos, computadores, ou televisões. A peça Euro-Visão, ganhou para mim o prémio de ser a mais estúpida de toda a exposição.
4. E por fim, o Palácio Nacional da Ajuda (já ganhou, já ganhou).



Sim, são brincos daqueles de plástico que se encontram nas lojas do chinês. Foi certamente antes de se ter virado para os cristais Swarosky.


A tal, não vou bater mais no ceguinho.

O lustre de tampões OB (mãe, o que são tampões?)



Há lá coisa que chegue a estes puxadores das portas do Palácio da Ajuda? Fofinhos.



E pronto, quando chega a esta parte é como quando vamos a um bom restaurante,  não estamos cheios, mas não precisamos comer mais.


Manhã quase desportiva.

E tivemos uma ladies morning, boys free. Só eu e migalhas sem cromossoma Y.
Fomos fazer uma caminhada, aqui bem perto de casa. Há sítios espectaculares em Lisboa para podermos queimar umas calorias, onde podemos apanhar um solzinho e um ventinho na cara, abertos 24h por dia eque não custam um chavo.
A mata de Alvalade, que fica a 3 minutos a pé da nossa casa, é um deles.
Tem parque infantil, uma esplanada, e muito caminho para andar, correr, andar de bicicleta. Também tem um circuito daqueles de exercícios, mas está para lá de velho e estragado.  Não há qualquer controlo das entradas, por isso, para os cãezinhos também é óptimo.
Melhor que caminhar no meio das árvores, só mesmo na praia. Mas quem não tem cão, caça com gato, e eu, a morar no meio de Lisboa, caço com gato.
E pronto, ou prontos para quem prefere, aqui fica para terem uma ideia do espaço e do ar atlético de migalhas. Bom, uma das migalhas não tem ar atlético, mas vou empenhar-me a cuidar disso (este assunto dará outro post).



Ah, só para não melindrar ninguém...

Bom dia também para a Alemanha e Estados Unidos, de onde recebo  diariamente umas visitas que me deixam para lá de feliz (isto agora soou tão Pipoca Mais Doce).
Bom dia!

Good mooooooorning, Portugal!

Bom... Estão suspensas as lamechices até nova crise conjugal.
Ontem o dia terminou com maravilhoso sexo de reconciliação.
Já não oiço o sapo a coachar cá dentro. Espero que o cabrão não esteja só a passar pelas brasas.
Esperamos então um Domingo de sol radioso e uma disposição a condizer.
Vamos começar com exercício físico (faço cada promessa às criaturas pequeninas) e teremos uma tarde cultural na exposição da Joana Vasconcelos.
Se é para dizer mal, quero fazê-lo com conhecimento de causa, e não como esse monte de pessoas que nem sabem o caminho para o palácio da Ajuda, mas andam inflamados a criticar a moça e o trabalho da moça.
Bom dia!

sábado, abril 13, 2013

Actividades extra curriculares

A manhã foi passada na escola da migalha mais velha. Numa horta. Biológica. Havia pais de enxada na mão, pais de ancinho na mão. Havia bolos, folhados e sanduíches feitos por primorosas donas de casa. Havia uma mãe de pincel em riste a fazer bonitas letras com os nomes das culturas.
E eu? Eu dei o melhor apoio moral de que há memória.

Infecção ordinária

-Mãe, a minha amiga Joana está com uma infecção ordinária.
-Uma infecção quê?
-Sei lá... Isso que costumas ter.

Sou uma pessoa fraquinha

E pronto, estou quase a desistir. Estou tão farta de estar sem falar com Dito-Cujo, que já estou por tudo.
Só não me jogo despudoradamente nos braços dele porque tenho medo de ser enxotada e ainda ficar mais triste e preocupada do que estou.
Parece que digeri o sapo. Nunca mais vou esquecer o raio do sapo, e de como foi tão difícil de engolir     e digerir, mas o amor que tenho por Dito-Cujo está a começar a falar mais alto.
Depois dou notícias.

D. Sebastião

Tinha imaginado começar um dia com um post a falar do sol, mas está um nevoeiro do caraças.
Assim começa a ser mesmo difícil uma pessoa animar-se.

sexta-feira, abril 12, 2013

Querido e amado marido # 2

Não gosto de estar zangada contigo, mas sabes que sou pessoa que se zanga com facilidade.
Mesmo assim acho que tenho desenvolvido um nível de tolerância bastante bom. Já não me zango com tudo e até deixo escapar bastantes coisas mandando a bola para a frente. Já sei que fazes o mesmo, já sei. Mas para falares de ti, arranjarás um blog teu. Este é para falar de mim.
Bom, mas continuando.
Sei que achas que não, que sou uma chata sem fim, que te buzino aos ouvidos, que grito, que embirro, etc etc, mas acredita, sinto-me a fazer progressos. Nunca irei ser uma pessoa querida e fofinha, irei sempre ser eu. E "eu", se te recordas, nunca fui melhor que isto que sou agora.
Mas, apesar de controlar a língua algumas vezes,  desta vez tinha mesmo que dizer. Desta vez, magoou-me fundo. Desta vez, não consegui olhar para a acção sem tentar adivinhar a intenção. Porque me está a por de parte? Porque me está a esconder coisas? Porque passa a vida aos segredinhos? Porque se irrita ao ponto de me por a andar? Mas...porque é que há um assunto que me está barrado desta maneira? Não confia em mim? Não me considera verdadeiramente família? É confuso, eu sei. Mas é o que sinto.
Se não falasse iria remoer muito mais, iria ficar infinitamente mais triste e mais zangada. Ao falar esperava que se desfizesse um enorme mal-entendido. Não se desfez. A tua reacção foi bem pior do que tinha imaginado.
Aquilo a que tu chamas trombas e birras, é só a maneira que tenho de mostrar que estou mesmo lixada com isto. 
Os dias vão passando, a barreira vai-se adensando, e vai dar um trabalhão mandar abaixo. Quer dizer, se o orgulho ficar de lado é fácil.
Não me apetece dar o primeiro passo. Não porque não me apeteça ficar bem, e sentir um abraço apertado, e dar uma queca de reconciliação monumental, mas porque se eu der o primeiro passo, parece que estou a reconhecer que isto não passa mesmo de uma birra ou amuo sem razão. E para mim não é. Deus sabe o desgaste, a tristeza e a ansiedade de cada dia que passo zangada contigo,e como prefiro mil vezes estar feliz e  passar o dia a trocar mensagens lamechas ou porcas. Seria mais fácil chutar para o ar, e seguir em frente. Mas preciso mesmo de ver que consegues entender o que sinto. Preciso mesmo que uma situação como esta que se criou nunca mais volte a acontecer entre nós.
Eventualmente recados na porta do frigorífico ou na mesa de cabeceira surtiriam um efeito bem melhor na resolução deste nosso problemazito, mas prefiro esperar que adivinhes o que preciso.


Esclarecimento à meia dúzia de leitores aqui da xafarica: tenho 99% de certeza que Dito-Cujo não lê o blog. Só não digo 100% porque o homem vive na internet. Escrever aqui é o equivalente a escrever num diário daqueles com chave e tudo. Este blog permanece no anonimato. Porque só assim consigo abrir o coração. Ah, e dizer merda e foda-se.

E o que faz um marido...

Desavindo com a sua mulher há 5 dias?
Sai de casa a uma sexta depois de jantar e diz até amanhã.
Dito-Cujo é pessoa com habilidade inata.
Só uma pessoa muito habilidosa consegue fazer merda com a mulher, e em vez de se tentar aproximar para compor as coisas, amua como se a mulher é que tivesse feito merda.
Não tarda nada estou a pedir-lhe desculpa por me ignorar e andar aos segredinhos nas minhas costas.
Bom, há que começar a colocar a hipótese de Dito-Cujo simplesmente não querer compor as coisas (friozinho na espinha).
É preciso uma pessoa ter muita paciência.
Ou muito vinho.
Mas hoje é melhor não ir pelos caminhos do álcool. Acabo de ficar sozinha em casa com os 3 putos.

Só rir

Ahahahahahahahah
Acabo de ver na capa de uma revista, que o Sô Fernando, progenitor da princesimha de Olibeira de Ajemeis, mais conhecida por Fanny,  vai entrar no Big Brother VIP.
Ahahahahahaah
Não consigo evitar...

PNPP

Todo este desaguisado com Dito-Cujo, tem-me tirado o apetite. Como começo a ouvir que estou cada vez mais magra, e com olheiras e não sei quê, tracei Plano de Não Perda de Peso.
Em que consiste o PNPP? Simples, já que tenho pouca fome, então o pouco que como serão porcarias hipercalóricas. Doces e gordurosas.
Agora vou ali ao pequeno almoço. Estou indecisa entre uma bola de Berlim e um mil-folhas. Sou capaz de complementar com uma empada a escorrer óleo.
Contra a perda de peso involuntária, marchar, marchar.


Boletim clinico

A situação mantém-se inalterável. O doente permanece em estado critico, mas estável.
Iremos experimentar desligar o ventilador nos próximos dias, para ver se respira sozinho.

quinta-feira, abril 11, 2013

Ai, ai...

Dito-Cujo, depois de incessantes mensagens de amo-te e adoro-te:
- Xaxia, não aguento isto, por favor perdoa-me. Não sei viver sem ti, os dias não passam quando não me ligas, perco a fome, o sono e a alegria. Desculpa se te magoei, vou tentar compensar-te com mimos, e beijinhos. Amo-te infinitos.
Ou então:
Silencio total. Pois, parece que foi esta.
Ai, ai.

Só queria um CD!

Como nao há maneira de a minha semana se animar, pelo menos quero sofrer como deve ser.
Há momentos na vida que precisam de banda sonora.
Eu decidi que queria para mim, a do Les  Miserables. Mas nao a do filme. Quero aquela velhinha e original do musical de Londres.
Fui à Fnac. Podem encomendar e estará cá em um mês e meio a dois meses.
Pelo amor de Deus... Daqui a um mês já não estou a contar precisar de músicas que puxem ao Kleenex.
Não há direito. Estava a contar deprimir com estilo ainda hoje!

Sobre o rancor

O rancor é uma característica mesquinha. É aquele sentimento que nos faz ficar a remoer, que nos faz perder horas e queimar neurónios a pensar como vamos chatear quem nos chateou, que não nos permite andar em frente, que dificulta essa coisa difícil e nobre que é o perdão. As pessoas rancorosas nunca oferecem a outra face.
Eu sou rancorosa. É horrível, eu sei. Faço um esforço enorme para desculpar e seguir em frente, mas a maior parte das vezes não consigo. Muitas vezes levo o rancor ao extremo. Consigo cortar relações de forma radical com alguém que me fez alguma. Consigo ignorar alguém com quem tinha um qualquer tipo de relação, como se estivesse ali uma parede.
O rancor corroi por dentro. Dá dores de cabeça, mágoa e tristeza. Destroi amizades, relações.
Por exemplo no emprego, tento ao máximo resolver os possíveis conflitos sem chegar ao confronto, à discussão. Numa discussão pode ouvir-se de tudo, e como já sei que vou ficar de forma irremediável de pé atrás com a outra pessoa, tento que nunca descambe a esse ponto.Com os amigos também tento controlar a coisa. O mais difícil é com a família. E sobretudo com o Dito-Cujo. Quando ele faz alguma que verdadeiramente me magoa, como por exemplo aquilo que vos contei aqui, sinto que de alguma forma ele tem que sentir que fez estragos. Não pode ficar só pelo desculpa. Ou pior, fingir que não aconteceu nada. Ou pior ainda, continuar a defender que agiu correctamente.
O rancor é uma defesa que surge quando sinto a minha dignidade atingida, só que é um sentimento que não dá dignidade nenhuma.
Ora bolas.

Cuidado com as palavras

Durante anos fui descuidada com as palavras. Saíam-me da boca desgovernadas, imponderadas, atingiam sem dó nem piedade. Se me zangava, se me irritava, dizia o que me dava na real gana, bojardas impiedosas e crueis.
Com a idade (já são 38, caramba), aprendi a calar-me. Percebi que passava demasiado tempo a reparar os danos que as palavras descontroladas provocavam. Fosse com os pais, com o irmão, com o namorado e mais tarde com o Dito-Cujo.
Hoje, só muito raramente digo alguma coisa impensada. Hoje, quando as palavras me saem da boca,  dizem exactamente aquilo que quero dizer, e se forem magoar alguém, é porque a necessidade que tenho de que o outro oiça, prevalece sobre as consequências.
Claro que, apesar de eu dizer o que acho que tem mesmo que ser dito, há muita coisa que fica cá dentro. Quantas vezes tenho as frases a formarem-se na ponta da língua, até fazem comichão nos lábios tal é a vontade de desatar a dizer o que me vai na cabeça, e muitas vezes no coração. Mas não o faço, a menos que seja essencial. Não o faço, se não chegarem a sair, são só pensamentos que se esfumam.
Depois de ditas não podem ser retiradas. Depois não vale a pensa dizer que não era exactamente aquilo que se queria dizer, não vale a pena pedir desculpa. As palavras já fizeram os estragos que tinham que fazer, já ficaram na cabeça de quem as ouviu, já magoaram, ofenderam, feriram, e não dá para fazer delete no coração dos outros. Depois é tempo de emendar a coisa, de compensar, de ver se,  mesmo que não sejam esquecidas, perdem importância,  se não deixam cicatrizes.
Claro que há danos irreparáveis. Claro que há coisas que se dizem que abalam alicerces, que nos tornam irreconhecíveis aos olhos do outro, que mudam para sempre uma relação, seja de amor, de amizade, paternal ou fraterna.
Ter cuidado com as palavras é uma forma simples de mostrarmos ao outro que o amamos e respeitamos, e não o vamos magoar em vão. É também sinal de maturidade.
Ou pelo menos, como tudo neste blog, é o que eu acho.

quarta-feira, abril 10, 2013

Cheers!

Em primeiro lugar, não posso deixar de salientar as maravilhas que o vinho tinto faz pela disposição de uma pessoa. Na dose certa, claro. Que ao contrário do que os chatinhos dos médicos dizem, não é um copo. Vá, será uma garrafa. Pela primeira vez nas últimas 48h, não tenho a lágrima a querer correr.
Em segundo lugar, sosseguem os que acham que é assim que começam os alcoólicos. Apesar de neste momento sentir enorme empatia por eles, e de me imaginar de garrafa na mão a arrumar carros no mercado de Alvalade, não sou pessoa com grande tendência para a adicção.
O único vício que tinha era o tabaco, e consegui deixar há mais de 5 anos.
Quer dizer, há o risco de ser uma daquelas velhas gaiteiras que vivem enfiadas nos casinos. O jogo, é talvez de todas as dependencias, aquela onde não me admirava de ficar enleada. O que eu adoro jogar no casino!? Poker. E ainda por cima, tenho a mania que tenho sorte, o que é logo meio caminho andado para deixar o lugar marcado de um dia para o outro, e estar nervosamente à espera que abram as portas.
Quem sabe, se tiver uma reforma jeitosa.
Agora o álcool, toda a gente que sabe que é terapêutico.
E muito mais em conta que a psicóloga.
Cheers!

Quem precisa de psicoterapia quando tem...

Isto?