O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?
sábado, fevereiro 28, 2015
sexta-feira, fevereiro 27, 2015
Que fada do lar me saíste Xaxia
Resolvi limpar o filtro da máquina da roupa. Diz que de vez em quando se deve. 3 moedas e um gancho do cabelo era o espólio guardado pela bicha.
Até aqui tudo bem.
Hoje, resolvi aproveitar a manhã em casa para fazer uma máquina de roupa.
Detergente, gira o botão, prime o start e já está.
Parece que deixei o tampão do filtro mal colocado, ou mal apertado, e a água mal entrava saía para o chão.
Felizmente a vizinha do quinto andar estava atenta, ainda que não lhe tenha podido valer muito, nem à roupa estendida. Aquilo era tanta água que tive mesmo que deixar escorrer, não havia toalhas ou esfregona que me valessem.
Quem te manda a ti sapateiro...
Até aqui tudo bem.
Hoje, resolvi aproveitar a manhã em casa para fazer uma máquina de roupa.
Detergente, gira o botão, prime o start e já está.
Parece que deixei o tampão do filtro mal colocado, ou mal apertado, e a água mal entrava saía para o chão.
Felizmente a vizinha do quinto andar estava atenta, ainda que não lhe tenha podido valer muito, nem à roupa estendida. Aquilo era tanta água que tive mesmo que deixar escorrer, não havia toalhas ou esfregona que me valessem.
Quem te manda a ti sapateiro...
Um gosto especial
Mais do que o "gostaría-mos", ou o "possa-mos", mais que o "amandar", mais que as "beijokinhas", que a "equipe", que a "porrada", a minha preferida é o "gostão".
quarta-feira, fevereiro 25, 2015
Amanhã já é quinta feira e isso de uma forma geral é melhor que ser segunda
O despertador toca.
Dou-me ao luxo de um, dois toques no snooze. Ao primeiro, reencontro o sono. Ao segundo, é quando o mundo se me afigura. As horas, o que me espera no emprego, em que ponto deixei a minha vida antes de adormecer. É a tomada de consciência do ponto de partida para mais um dia.
Invariavelmente animo-me se estiver mais perto do fim de semana do que de segunda feira, lembro-me que preciso de férias, sonho com um euromilhões que me viesse salvar ao despertador, ao frio das manhãs cedo, ao trânsito das horas de ponta. Se por qualquer passe de mágica tiver alguma coisa mesmo desafiante ou diferente ou estimulante guardada no trabalho, sou capaz de me animar mais um bocadinho, mas até esse entusiasmo dos momentos importantes da vida profissional, se torna mais cansativo que motivante. Demasiada pressão, cada vez menos tolerância ao erro. Canseira.
Se me quiser deprimir verdadeiramente, foco-me no facto de faltarem pelo menos vinte anos para poder sequer pensar em reforma, e afundo-me na ideia de não aguentar esta merda por mais vinte anos. Parecendo que não uma pessoa já tem quarenta anos, um monte de alergias e uma dor na anca que não larga. Razão têm os patrões para não quererem velhos, espero que daqui a dez anos também me torçam o nariz e não me queiram, talvez me arranjem uma bonita prateleira onde possa ficar a fazer tempo para a reforma, longe de objectivos inalcançaveis, e de chefias hipermotivadas e donas da verdade em particular e do mundo no geral, (onde é que já vi isto), se não querem pagar prémios mais vale dizer logo, agora cenouras e palmadinhas nas costas, obrigada, mas sinto que começo a ter a minha dose.
Claro que de repente posso ser promovida, e não vou precisar de snooze durante bastante tempo, que esta cena do estímulo positivo até acorda mortos, mas até lá, quando me deito, faço sempre as contas a quantas horas vou dormir, e menos que sete é dia de telha na certa.
Dou-me ao luxo de um, dois toques no snooze. Ao primeiro, reencontro o sono. Ao segundo, é quando o mundo se me afigura. As horas, o que me espera no emprego, em que ponto deixei a minha vida antes de adormecer. É a tomada de consciência do ponto de partida para mais um dia.
Invariavelmente animo-me se estiver mais perto do fim de semana do que de segunda feira, lembro-me que preciso de férias, sonho com um euromilhões que me viesse salvar ao despertador, ao frio das manhãs cedo, ao trânsito das horas de ponta. Se por qualquer passe de mágica tiver alguma coisa mesmo desafiante ou diferente ou estimulante guardada no trabalho, sou capaz de me animar mais um bocadinho, mas até esse entusiasmo dos momentos importantes da vida profissional, se torna mais cansativo que motivante. Demasiada pressão, cada vez menos tolerância ao erro. Canseira.
Se me quiser deprimir verdadeiramente, foco-me no facto de faltarem pelo menos vinte anos para poder sequer pensar em reforma, e afundo-me na ideia de não aguentar esta merda por mais vinte anos. Parecendo que não uma pessoa já tem quarenta anos, um monte de alergias e uma dor na anca que não larga. Razão têm os patrões para não quererem velhos, espero que daqui a dez anos também me torçam o nariz e não me queiram, talvez me arranjem uma bonita prateleira onde possa ficar a fazer tempo para a reforma, longe de objectivos inalcançaveis, e de chefias hipermotivadas e donas da verdade em particular e do mundo no geral, (onde é que já vi isto), se não querem pagar prémios mais vale dizer logo, agora cenouras e palmadinhas nas costas, obrigada, mas sinto que começo a ter a minha dose.
Claro que de repente posso ser promovida, e não vou precisar de snooze durante bastante tempo, que esta cena do estímulo positivo até acorda mortos, mas até lá, quando me deito, faço sempre as contas a quantas horas vou dormir, e menos que sete é dia de telha na certa.
terça-feira, fevereiro 24, 2015
Mother issues
Vocês perguntam-se curiosos, então Xaxia, conta lá, há alguma coisa em que sejas mesmo boa? Tipo barra, um ás, fera, muito melhor que a média, top?
Há. Sou óptima a discutir.
A minha capacidade de argumentação, aliada à perspicácia de pegar nas pontas soltas ainda que presas na minha memória, ao mesmo tempo que espeto verdadeiras farpas que parecem rajadas de metralhadora, é, digo-vos, digna de registo. Capaz de arrumar qualquer um por muito que se julgue armado de razões.
E Xaxia, há alguma coisa em que sejas mesmo má? Tipo um ganda flop?
Também há. Sou péssima a manter a boquinha fechada, especialmente perante os casos em que simplesmente não vale a pena.
Há. Sou óptima a discutir.
A minha capacidade de argumentação, aliada à perspicácia de pegar nas pontas soltas ainda que presas na minha memória, ao mesmo tempo que espeto verdadeiras farpas que parecem rajadas de metralhadora, é, digo-vos, digna de registo. Capaz de arrumar qualquer um por muito que se julgue armado de razões.
E Xaxia, há alguma coisa em que sejas mesmo má? Tipo um ganda flop?
Também há. Sou péssima a manter a boquinha fechada, especialmente perante os casos em que simplesmente não vale a pena.
segunda-feira, fevereiro 23, 2015
Paixoneta
Migalha do Meio chegou hoje a casa muito entusiasmada, para não dizer ligeiramente histérica, a pedir ajuda à irmã, e depois ao pai, para escrever uma carta de amooooor.
Parece que Migalha está apaixonada (de novo), o que tendo em conta o rol de paixonetas no infantário, e já com cinco meses de escola nova, estava a tardar.
A carta, que é a segunda que endereça ao mesmo menino, promete uma pastilha elástica como prova do "amor só como amigo", terminando com um "love you".
Já lhe expliquei que talvez fosse bom esperar pela resposta à outra carta, que fizesse por saber se ele também gosta dela, que não ande só lá de volta dele a oferecer-lhe "amor só como amigo", sem vislumbre de ser correspondida.
Talvez eu, previdente até à medula, não seja a pessoa ideal para dar conselhos a esta Migalha de peito aberto e coração acelerado. Eu, que sempre procurei certezas e garantias antes sequer de mostrar os incisivos a alguém, espanto-me com esta espontaneidade e com este entusiasmo que ela põe em tudo. Diria mesmo, que se de eu dar um primeiro passo dependesse a continuidade da espécie, estaríamos em vias de extinção.
Mas com esta minha filha é sempre tudo muito. Canta alto, ri alto, chora alto, grita, nunca há meio termo, é sempre tudo ou nada.
Sei que só tem seis anos, mas percebo bem a diferença entre ela e a mãezinha dela com seis, dezasseis ou vinte seis, e temo que só um ou dois desgostos lhe tragam sensatez e ponderação para estas coisas do amooooooor.
Por agora é aguardar pela resposta, ou quem sabe por uma pastilha de morango, que ela não gosta de mentol.
Parece que Migalha está apaixonada (de novo), o que tendo em conta o rol de paixonetas no infantário, e já com cinco meses de escola nova, estava a tardar.
A carta, que é a segunda que endereça ao mesmo menino, promete uma pastilha elástica como prova do "amor só como amigo", terminando com um "love you".
Já lhe expliquei que talvez fosse bom esperar pela resposta à outra carta, que fizesse por saber se ele também gosta dela, que não ande só lá de volta dele a oferecer-lhe "amor só como amigo", sem vislumbre de ser correspondida.
Talvez eu, previdente até à medula, não seja a pessoa ideal para dar conselhos a esta Migalha de peito aberto e coração acelerado. Eu, que sempre procurei certezas e garantias antes sequer de mostrar os incisivos a alguém, espanto-me com esta espontaneidade e com este entusiasmo que ela põe em tudo. Diria mesmo, que se de eu dar um primeiro passo dependesse a continuidade da espécie, estaríamos em vias de extinção.
Mas com esta minha filha é sempre tudo muito. Canta alto, ri alto, chora alto, grita, nunca há meio termo, é sempre tudo ou nada.
Sei que só tem seis anos, mas percebo bem a diferença entre ela e a mãezinha dela com seis, dezasseis ou vinte seis, e temo que só um ou dois desgostos lhe tragam sensatez e ponderação para estas coisas do amooooooor.
Por agora é aguardar pela resposta, ou quem sabe por uma pastilha de morango, que ela não gosta de mentol.
sexta-feira, fevereiro 20, 2015
Senhora que estava no Lugar 8, da fila T, da segunda plateia do Coliseu de Lisboa
Com essa cabeleira loira gigante que tapava a visibilidade a pelos menos metade da fila U, deveria ser obrigada a pagar dois bilhetes.
quarta-feira, fevereiro 18, 2015
Apertadinhos
Quando comprámos esta casa, éramos só dois e um bebé a caminho. Três quartos. Um para nós, um para a bebé, e um escritório.
Fixe.
O nosso quarto de tamanho razoável, os outros dois...ná...nem por isso. Mas chegavam e sobravam. Para nós e um bebé.
Depois chegou nova Migalha, outra menina. Ah e tal, vai para o quarto da irmã, depois quando estiverem na idade de precisarem de mais espaço/independencia/portas fechadas, desmontamos o escritório e fazemos um quarto para cada uma.
Sem que nada o fizesse prever (além do facto de se fazer o amor nesta casa) , engravido novamente. Ultrapassado o choque/estupefacção/negação/medo, deitei mãos à obra e desmachei o escritório para fazer um quarto de rapaz.
Ficámos em modo lotação esgotada.
Bom, a verdade é que Migalhas não param de crescer, as roupas delas não param de aumentar (em número e em tamanho), e não podendo dar o espaço que elas começam a precisar, tento pelo menos garantir-lhes um sítio para fazerem os trabalhos de casa, tipo ao mesmo tempo, e preciso desesperadamente de gavetas para arrumar e separar a roupa de cada uma, já que hoje é tudo um bocado ao calhas e tudo ao molho e fé em Deus (ainda por cima vestem o mesmo número).
E portanto meço o quarto delas, de trás para a frente, e da frente para trás, e vejo o catálogo do/da Ikea uma infinidade de vezes, e estão sempre a faltar-me uma porra de meia dúzia de centimetros, mas que fazem a diferença, a menos que queira barrar a passagem para a varanda, ou impedir a porta de fechar.
Bom, parece que finalmente descobri uma solução, que não sendo perfeita, cabe ali até não sobrar nem mais um milimetro (sim, não sobra para as casinhas, nem para as bonecas, nem para se sentarem no chão a brincar, para nada).
Agora só falta ir buscar o que escolhi, alancar com tudo e montar.
Digo-vos, se não é a isto que se chama meter o Rossio na Bestega, não sei o que será.
O próximo passo cá em casa: entra mais uma cadeira e tem que sair um de nós.
Fixe.
O nosso quarto de tamanho razoável, os outros dois...ná...nem por isso. Mas chegavam e sobravam. Para nós e um bebé.
Depois chegou nova Migalha, outra menina. Ah e tal, vai para o quarto da irmã, depois quando estiverem na idade de precisarem de mais espaço/independencia/portas fechadas, desmontamos o escritório e fazemos um quarto para cada uma.
Sem que nada o fizesse prever (além do facto de se fazer o amor nesta casa) , engravido novamente. Ultrapassado o choque/estupefacção/negação/medo, deitei mãos à obra e desmachei o escritório para fazer um quarto de rapaz.
Ficámos em modo lotação esgotada.
Bom, a verdade é que Migalhas não param de crescer, as roupas delas não param de aumentar (em número e em tamanho), e não podendo dar o espaço que elas começam a precisar, tento pelo menos garantir-lhes um sítio para fazerem os trabalhos de casa, tipo ao mesmo tempo, e preciso desesperadamente de gavetas para arrumar e separar a roupa de cada uma, já que hoje é tudo um bocado ao calhas e tudo ao molho e fé em Deus (ainda por cima vestem o mesmo número).
E portanto meço o quarto delas, de trás para a frente, e da frente para trás, e vejo o catálogo do/da Ikea uma infinidade de vezes, e estão sempre a faltar-me uma porra de meia dúzia de centimetros, mas que fazem a diferença, a menos que queira barrar a passagem para a varanda, ou impedir a porta de fechar.
Bom, parece que finalmente descobri uma solução, que não sendo perfeita, cabe ali até não sobrar nem mais um milimetro (sim, não sobra para as casinhas, nem para as bonecas, nem para se sentarem no chão a brincar, para nada).
Agora só falta ir buscar o que escolhi, alancar com tudo e montar.
Digo-vos, se não é a isto que se chama meter o Rossio na Bestega, não sei o que será.
O próximo passo cá em casa: entra mais uma cadeira e tem que sair um de nós.
terça-feira, fevereiro 17, 2015
Da net vem à net volta
Migalha Pequeno sobre o jogo do Pou que alguém apagou do meu telefone:
-Mãe, o Pou desapaleceu! Não 'tá no tufone. Che caiar foi pala a inténet, vai lá buscai-o.
-Mãe, o Pou desapaleceu! Não 'tá no tufone. Che caiar foi pala a inténet, vai lá buscai-o.
domingo, fevereiro 15, 2015
sábado, fevereiro 14, 2015
Suporto as caixas de morangos em forma de coração
Suporto o café queimado, o fumo dos cigarros, os borbotos nos casacos, crianças a chorar nos restaurantes, bijutaria do chinês, os comentários dos meus pais no Facebook, os amigos dos meus pais no Facebook, suporto pessoas parvas, palermas e até maluquinhas, suporto tudo e mais alguma coisa, só não suporto colantts que se enrolam na cintura.
sexta-feira, fevereiro 13, 2015
Vinham cansadas e felizes e contentes
Ao final do dia, quando as vejo chegar ao portão, batons esborratados, collants esburacados, as flores dos sapatos que caíram a uma, o coque que se desmanchou logo pela manhã à outra, um emaranhado de cabelos e nós naquilo que era uma peruca penteada, o andar tropego, já cansadas daqueles mini saltos altos que usaram todo o dia, muito convencidas do seu papel, a imaginar que mantinham a imagem que o espelho lhes tinha devolvido pela manhã...A sério...Nem sei o que me pareciam.
E então Xaxia, o que estás a achar do Carnaval?
Fui à rua.
Demasiadas adolescentes de pijama e chucha.
Demasiadas adolescentes de pijama e chucha.
quinta-feira, fevereiro 12, 2015
Ai, mal posso esperar por amanhã!
Os vestidos, as perucas, os sapatos, os colares, as mil e vinte cinco camisolas para "pôr por baixo", as collants, as flores do cabelo e o xaile, a bandolete de tachas, a pulseira de bicos e o baton preto, tudo separadinho.
O que adoro a sexta-feira em que vão mascarados para a escola!
Levantar mais cedo, vestir, maquilhar, olhar para elas e pensar que vão morrer de frio, olhar-lhes para os pés e pensar que se vão esbardalhar daqueles saltos de cinco centimetros abaixo, ou torcer um pé, elas muito excitadas, a fazerem exigências com o penteado, com a peruca, a pedirem mais sombra, mais blush, mais purpurinas...
Agora sou eu, eu é que sou primeira.
E ao fim da tarde? Com a pintura toda esborratada, com os cabelos sem trambelho, já sem perucas, sem ganchos, sem bandoletes, os sapatinhos de salto na mochila da Violetta, as sabrinas nos pés...Vê-las a chegar ao portão.
Que maravilha.
Só falta mesmo chover para ser a cereja no topo do bolo.
(Estão numa excitação que não se aguenta. Tão contentes com o Carnaval, que até me finjo entusiasmada só para não ser desmancha-prazeres)
O que adoro a sexta-feira em que vão mascarados para a escola!
Levantar mais cedo, vestir, maquilhar, olhar para elas e pensar que vão morrer de frio, olhar-lhes para os pés e pensar que se vão esbardalhar daqueles saltos de cinco centimetros abaixo, ou torcer um pé, elas muito excitadas, a fazerem exigências com o penteado, com a peruca, a pedirem mais sombra, mais blush, mais purpurinas...
Agora sou eu, eu é que sou primeira.
E ao fim da tarde? Com a pintura toda esborratada, com os cabelos sem trambelho, já sem perucas, sem ganchos, sem bandoletes, os sapatinhos de salto na mochila da Violetta, as sabrinas nos pés...Vê-las a chegar ao portão.
Que maravilha.
Só falta mesmo chover para ser a cereja no topo do bolo.
(Estão numa excitação que não se aguenta. Tão contentes com o Carnaval, que até me finjo entusiasmada só para não ser desmancha-prazeres)
Migalha do Meio é uma optimista
É a única pessoa que conheço que diz "B" de bom em vez de "B" de burro.
quarta-feira, fevereiro 11, 2015
Acabadinho de ouvir com estes ouvidinhos que a terra há de comer daqui a uns cinquenta anos se não puder ser mais
Célia ao telefone para o filho de 18 anos:
- Meu "fio", vê "si" você arranja tempo para ir na igreja, porque quando for hora de entrar no Céu, não há capoeira nem Benfica que vá te "sauvar".
- Meu "fio", vê "si" você arranja tempo para ir na igreja, porque quando for hora de entrar no Céu, não há capoeira nem Benfica que vá te "sauvar".
So far, so good
Bom, Migalha Pequeno entrou-me pela cama uns dez minutos antes do toque do despertador. Chegou-se a mim, muito querido e muito meigo. Pensarão vocês, ó que fofo, foi o primeiro a dar os parabéns, não é? Não é. A primeira frase que ouvi no dia em que despertei com 40 anos foi: "poxo xogar no teu tufone?".
Lá lhe disse a mãe hoje faz anos e tal, e lá me abraça com a mão que não tinha o "tufone", "palabéns mãe".
Entretanto oiço as minhas filhas levantarem-se. Imaginei uma invasão de gritos e mimos e abraços, mas estranhamente, foram vestir-se.
Migalha do Meio assola à porta do meu quarto, e sabem qual foi a primeira frase que me disse, sabem? Parabéns querida mãezinha, és tão linda e a melhor do mundo? Não. Foi exactamente assim: "ó mãe, nem meias me arranjaste pá roupa".
Bom, resumindo, tive que lhes perguntar umas três vezes se não estavam a esquecer-se de nada, e elas que não, e eu a ficar danada, e para aí à quarta vez lá se lembraram, lá deram muitos parabéns e os presentes.
Presente Migalha Crescida: uma pulseira de missangas a dizer "mãe", feita por ela.
Presente Migalha do Meio: um envelope cheio de moedas e purpurinas que andou a juntar para me dar, ao todo uns sete euros.
Presente Migalha Pequeno: o livro que ontem à noite pediu para lhe ler, e que não lhe li porque não me apetecia. "Toma mãe, é um livo pala tu me leles".
Depois cantaram-me os parabéns.
Dito-Cujo dormia.
E portanto, uma coisa boa dos quarenta anos, é que me parece que vão ser muito, mas muito parecidos, com os trinta e nove.
Lá lhe disse a mãe hoje faz anos e tal, e lá me abraça com a mão que não tinha o "tufone", "palabéns mãe".
Entretanto oiço as minhas filhas levantarem-se. Imaginei uma invasão de gritos e mimos e abraços, mas estranhamente, foram vestir-se.
Migalha do Meio assola à porta do meu quarto, e sabem qual foi a primeira frase que me disse, sabem? Parabéns querida mãezinha, és tão linda e a melhor do mundo? Não. Foi exactamente assim: "ó mãe, nem meias me arranjaste pá roupa".
Bom, resumindo, tive que lhes perguntar umas três vezes se não estavam a esquecer-se de nada, e elas que não, e eu a ficar danada, e para aí à quarta vez lá se lembraram, lá deram muitos parabéns e os presentes.
Presente Migalha Crescida: uma pulseira de missangas a dizer "mãe", feita por ela.
Presente Migalha do Meio: um envelope cheio de moedas e purpurinas que andou a juntar para me dar, ao todo uns sete euros.
Presente Migalha Pequeno: o livro que ontem à noite pediu para lhe ler, e que não lhe li porque não me apetecia. "Toma mãe, é um livo pala tu me leles".
Depois cantaram-me os parabéns.
Dito-Cujo dormia.
E portanto, uma coisa boa dos quarenta anos, é que me parece que vão ser muito, mas muito parecidos, com os trinta e nove.
terça-feira, fevereiro 10, 2015
Aqui e agora
Agora sim, faltam pouco menos de duas horas (nota-se que estou presa a esta merda de ir fazer quarenta anos, não nota?)
É certo que devemos festejar o nosso aniversário, cada um à sua maneira. Uns com festanças inesquecíveis, outros com coisas mais intimistas. Durante muito tempo disse que queria fazer quarenta anos longe de casa, sozinha com Dito-Cujo num qualquer canto deste mundo. Tipo, incontactável.
Não consegui. Em parte por estar atolada em trabalho, mas em grande e enorme parte, porque jamais conseguiria estar longe de Migalhas neste dia.
Ainda assim não consigo deixar de pensar na data. Logo eu, que não ligo ao meu próprio aniversário.
Quarenta. A minha avó materna foi avó aos 43. A partir de agora a ginecologista vai mandar-me fazer mamografias todos os anos. Os meus pais e os meus sogros, estão a envelhecer. Os meus filhos a crescer.
Mas não me pergunto onde estarei daqui a mais quarenta. Pergunto-me onde estou agora. Neste momento, a menos de duas horas de fazer quarenta anos, onde estou?
E sei a resposta, e a resposta tranquiliza-me.
Estou exactamente onde queria estar. Claro que queria ter mais tempo, mais dinheiro, menos trabalho... mas a verdade é que quando neste momento olho à volta, e sinto a minha casa quente e confortável, onde já dormem três crianças alegres e saudáveis, que amo perdidamente, ao mesmo tempo que o homem que não poderia ser outro, porque só com ele tudo isto faz sentido, caminha para trás e para a frente carregando água para o aquário onde vivem os únicos animais de estimação permitidos nesta família, quando sinto esta vida que gosto de pensar que escolhi, mas que na verdade talvez me tenha calhado em sorte, logo a mim que não sei o que faço para merecer tanta sorte e tantas bençãos, mas pelas quais sou grata a cada dia que passa, a verdade é que, olho em volta, e não tenho dúvidas que estou exactamente onde queria estar.
Sem tirar nem por.
É certo que devemos festejar o nosso aniversário, cada um à sua maneira. Uns com festanças inesquecíveis, outros com coisas mais intimistas. Durante muito tempo disse que queria fazer quarenta anos longe de casa, sozinha com Dito-Cujo num qualquer canto deste mundo. Tipo, incontactável.
Não consegui. Em parte por estar atolada em trabalho, mas em grande e enorme parte, porque jamais conseguiria estar longe de Migalhas neste dia.
Ainda assim não consigo deixar de pensar na data. Logo eu, que não ligo ao meu próprio aniversário.
Quarenta. A minha avó materna foi avó aos 43. A partir de agora a ginecologista vai mandar-me fazer mamografias todos os anos. Os meus pais e os meus sogros, estão a envelhecer. Os meus filhos a crescer.
Mas não me pergunto onde estarei daqui a mais quarenta. Pergunto-me onde estou agora. Neste momento, a menos de duas horas de fazer quarenta anos, onde estou?
E sei a resposta, e a resposta tranquiliza-me.
Estou exactamente onde queria estar. Claro que queria ter mais tempo, mais dinheiro, menos trabalho... mas a verdade é que quando neste momento olho à volta, e sinto a minha casa quente e confortável, onde já dormem três crianças alegres e saudáveis, que amo perdidamente, ao mesmo tempo que o homem que não poderia ser outro, porque só com ele tudo isto faz sentido, caminha para trás e para a frente carregando água para o aquário onde vivem os únicos animais de estimação permitidos nesta família, quando sinto esta vida que gosto de pensar que escolhi, mas que na verdade talvez me tenha calhado em sorte, logo a mim que não sei o que faço para merecer tanta sorte e tantas bençãos, mas pelas quais sou grata a cada dia que passa, a verdade é que, olho em volta, e não tenho dúvidas que estou exactamente onde queria estar.
Sem tirar nem por.
Não é hoje
Eu disse que faltavam menos de duas horas para o ultimo dia antes dos "entas".
Hoje é o dia antes.
O ultimo.
Buaaaaaaa!
Hoje é o dia antes.
O ultimo.
Buaaaaaaa!
segunda-feira, fevereiro 09, 2015
Eu sou uma miúda, eu sou uma miúda, eu sou uma miúda, eu sou uma miúda, eu sou uma miúda...
À beira de fazer quarenta anos. A menos de duas horas do última dia antes dos "entas".
Como é que é possível? Como?!
Eu nem o cabelo pinto, só uso cremes para as rugas por prevenção, nunca fui a Nova Iorque. Ainda tenho uma avó, ainda nem fiz a primeira comunhão! Nem nódoas de vinho sei tirar das toalhas, pago as contas no último dia, e só agora estou a aprender francês, Virgem Santíssima, Nosso Senhor me valha, como é que posso ir fazer quarenta anos, como?
Eu sou uma pessoa que finge que encarna espíritos para assustar os filhos, eu tenho que carregar a bateria do i-phoninho umas três vezes por dia, tal o movimento de mails e sms, eu não sou uma pessoa de quarenta anos.
Eu sou uma miúda, por Deus! Uma miúda!
Como é que é possível? Como?!
Eu nem o cabelo pinto, só uso cremes para as rugas por prevenção, nunca fui a Nova Iorque. Ainda tenho uma avó, ainda nem fiz a primeira comunhão! Nem nódoas de vinho sei tirar das toalhas, pago as contas no último dia, e só agora estou a aprender francês, Virgem Santíssima, Nosso Senhor me valha, como é que posso ir fazer quarenta anos, como?
Eu sou uma pessoa que finge que encarna espíritos para assustar os filhos, eu tenho que carregar a bateria do i-phoninho umas três vezes por dia, tal o movimento de mails e sms, eu não sou uma pessoa de quarenta anos.
Eu sou uma miúda, por Deus! Uma miúda!
domingo, fevereiro 08, 2015
Cigarros
Já disse algures que deixei de fumar muito facilmente. Na segunda gravidez enjoei o cheiro dos cigarros de uma forma que nunca mais passou, nem depois do parto. Ainda hoje o cheiro dos cigarros me provoca um pouco daquela nausea da gravidez.
Não tenho saudades de fumar. Não tenho saudades do fumo a entrar-me pela garganta, ou a sair-me pelos lábios, nem do cigarro preso entre os dedos, nem do gesto de sacudir a cinza. Não tenho saudades de comprar tabaco e pastilhas elásticas como se fossem consumíveis, da urgência de lavar dos dentes ao acordar, do cheiro na roupa, de coçar o nariz e sentir a nicotina nas mãos.
Mas de vez em quando, muito de vez em quando, sinto falta dos momentos de partilha. Das conversas, das confidências e inconfidências, da cumplicidade dos cigarros fumados debaixo de muito frio por pessoas de ombros encolhidos e dedos roxos, ou à beira-mar antes de um mergulho, ou no cimo da montanha antes de descer uma pista, ou o último, inacabado, fumado já madrugada dentro, quando o corpo já pede uma pausa.
Outras vezes lembro-me dos momentos de quase contemplação em volta do cigarro. Das inúmeras varandas de onde espreitei a cidade nas noites mornas de Verão, o silêncio, o fumo a escapar-se lentamente, as luzes a brilhar ao longe, a tranquilidade daquela solidão acompanhada...
Não tenho saudades de fumar. Não tenho saudades do fumo a entrar-me pela garganta, ou a sair-me pelos lábios, nem do cigarro preso entre os dedos, nem do gesto de sacudir a cinza. Não tenho saudades de comprar tabaco e pastilhas elásticas como se fossem consumíveis, da urgência de lavar dos dentes ao acordar, do cheiro na roupa, de coçar o nariz e sentir a nicotina nas mãos.
Mas de vez em quando, muito de vez em quando, sinto falta dos momentos de partilha. Das conversas, das confidências e inconfidências, da cumplicidade dos cigarros fumados debaixo de muito frio por pessoas de ombros encolhidos e dedos roxos, ou à beira-mar antes de um mergulho, ou no cimo da montanha antes de descer uma pista, ou o último, inacabado, fumado já madrugada dentro, quando o corpo já pede uma pausa.
Outras vezes lembro-me dos momentos de quase contemplação em volta do cigarro. Das inúmeras varandas de onde espreitei a cidade nas noites mornas de Verão, o silêncio, o fumo a escapar-se lentamente, as luzes a brilhar ao longe, a tranquilidade daquela solidão acompanhada...
sexta-feira, fevereiro 06, 2015
Ó, olha quem também fala do Pingo Doce
Saí do emprego atrasada. Só mais uma coisinha, só mais uma coisinha, e quando finalmente fecho a porta para vir embora, digamos que precisava de velocidade e um pouco de sorte para chegar a casa antes da hora da Célia sair.
Segunda Circular mais ou menos, um acidente nas faixas do outro lado, ligeiros abrandamentos. Faltavam 12 minutos para as oito e meia (hora de "finau de expédientxe" da Célia), quando entro no Pingo Doce para ir buscar a única lasanha já feita que os putos gostam (já sei, carne sabe Deus de quê, e sulfitos e açúcar). Apanho a lasanha e o sal que se tinha acabado há uns três dias, mais um sumo, e vou para a fila da caixa (um classico em qualquer Pingo Doce). Deixo o cesto na fila e vou ao Multibanco levantar o ordenado para a boa da Célia, já hoje é dia 6, ca vergonha do caraças. Ups. Cadê a carteira? Não há carteira. Ficou lá, em cima da minha secretária, fechadinha no meu gabinete.
Volto para a fila, retiro o cestinho para um canto, digo à senhora atrás de mim com ar encavacado: não trouxe a carteira, mas vou só ali ver se está no carro. Entro no carro, ligo à sogra, peço dinheiro que estou na fila do supermercado sem carteira, Dito-Cujo está longe, num jantar, depois ligo à Célia a dizer que, bom, houve um imprevisto e ela vai ter que esperar só mais um bocadinho. Apanho o dinheiro, volto para o supermercado, recupero o cestinho, pago, alanco com o sacos, e finalmente chego a casa, onde me esperam 3 crianças com os olhos encovados de fome, e uma mulher com umas trombas até ao chão. Eram quase nove horas.
A sério, por este andar não duro muito.
Segunda Circular mais ou menos, um acidente nas faixas do outro lado, ligeiros abrandamentos. Faltavam 12 minutos para as oito e meia (hora de "finau de expédientxe" da Célia), quando entro no Pingo Doce para ir buscar a única lasanha já feita que os putos gostam (já sei, carne sabe Deus de quê, e sulfitos e açúcar). Apanho a lasanha e o sal que se tinha acabado há uns três dias, mais um sumo, e vou para a fila da caixa (um classico em qualquer Pingo Doce). Deixo o cesto na fila e vou ao Multibanco levantar o ordenado para a boa da Célia, já hoje é dia 6, ca vergonha do caraças. Ups. Cadê a carteira? Não há carteira. Ficou lá, em cima da minha secretária, fechadinha no meu gabinete.
Volto para a fila, retiro o cestinho para um canto, digo à senhora atrás de mim com ar encavacado: não trouxe a carteira, mas vou só ali ver se está no carro. Entro no carro, ligo à sogra, peço dinheiro que estou na fila do supermercado sem carteira, Dito-Cujo está longe, num jantar, depois ligo à Célia a dizer que, bom, houve um imprevisto e ela vai ter que esperar só mais um bocadinho. Apanho o dinheiro, volto para o supermercado, recupero o cestinho, pago, alanco com o sacos, e finalmente chego a casa, onde me esperam 3 crianças com os olhos encovados de fome, e uma mulher com umas trombas até ao chão. Eram quase nove horas.
A sério, por este andar não duro muito.
quarta-feira, fevereiro 04, 2015
Pergunta para fazer a mim própria
Se por acaso eu tivesse a cura de pessoas na mão...Mesmo na mão, aquele medicamento que salva vidas...E estivessem pessoas a morrer com a doença para a qual eu tenho a cura...Era capaz de não as salvar?
Enquanto o ministério da saúde e o Infarmed e a porra do laborarório estão a trocar galhardetes, e os médicos e comentadores trocam argumentos, estão pessoas a morrer.
A morrer.
Tipo, para sempre.
Irreversível.
E a almofada onde deitam a cabecinha à noite, é fofinha?
Enquanto o ministério da saúde e o Infarmed e a porra do laborarório estão a trocar galhardetes, e os médicos e comentadores trocam argumentos, estão pessoas a morrer.
A morrer.
Tipo, para sempre.
Irreversível.
E a almofada onde deitam a cabecinha à noite, é fofinha?
terça-feira, fevereiro 03, 2015
Fruto da época
Por uns dias, só Deus saberá por quantos, este blogue não aceita comentários anónimos.
Que me perdoem os anónimos bonzinhos, que os há, eu sei que já os vi com estes olhinhos que a terra há-de comer, mas a coisa está a afunilar e não tarda nada é aqui que vêm fazer o seu chichi, e eu tenho pouco tempo para andar de esfregona na mão.
Por aqui os blogues são só blogues. Já se sabe que todos os dias aparecem não sei quantos, outros despedem-se e vão à vida deles, e outros ainda que pensávamos que se tinham blogo retirado para sempre, reaparecem, porque há sempre mais uma coisinha que apetece dizer às pessoas, ainda que por aqui andemos sem nada de especial para dizer.
Não é nenhum drama. Drama são as crianças doentes, e orfãs, e o terrorismo, e a guerra, e os refugiados, e a fome, e a seca, e o ébola.
E pronto. Cada um diz o que quer, mas não onde quer. E se há muita coisinha para dizer, (Credo, Deus me livre e guarde se não há comentários maiores que muitos posts), se há muita coisinha por dizer, e coisinhas tão boas e bonitas como aquelas que temos lido por aí nos últimos dias, talvez o melhor seja mesmo fazer uma porra de um registo nesta coisa do Blogger, et voilá, criar um blogue.
Que me perdoem os anónimos bonzinhos, que os há, eu sei que já os vi com estes olhinhos que a terra há-de comer, mas a coisa está a afunilar e não tarda nada é aqui que vêm fazer o seu chichi, e eu tenho pouco tempo para andar de esfregona na mão.
Por aqui os blogues são só blogues. Já se sabe que todos os dias aparecem não sei quantos, outros despedem-se e vão à vida deles, e outros ainda que pensávamos que se tinham blogo retirado para sempre, reaparecem, porque há sempre mais uma coisinha que apetece dizer às pessoas, ainda que por aqui andemos sem nada de especial para dizer.
Não é nenhum drama. Drama são as crianças doentes, e orfãs, e o terrorismo, e a guerra, e os refugiados, e a fome, e a seca, e o ébola.
E pronto. Cada um diz o que quer, mas não onde quer. E se há muita coisinha para dizer, (Credo, Deus me livre e guarde se não há comentários maiores que muitos posts), se há muita coisinha por dizer, e coisinhas tão boas e bonitas como aquelas que temos lido por aí nos últimos dias, talvez o melhor seja mesmo fazer uma porra de um registo nesta coisa do Blogger, et voilá, criar um blogue.
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