Sinto-me como uma cobra que acabou de engolir uma vaca, e depois fica ali entorpecida à espera que a digestão se faça.
Ou então um daqueles bovídeos, que engole tudo muito rapidamente e depois fica a ruminar, deglutindo uma e outra vez.
Hoje comecei o dia a comer um bolo, porque há montes de tempo que não comia um doce, passei pelo gelado da tarde, já com uma considerável dose de culpa, e acabei a jantar uma pizza gigante inteirinha, boa mas boa, mas que não obedece ao critério da não ingestão de hidratos de carbono depois das cinco da tarde.
Olho para mim, e só consigo vislumbrar um bucho inchado, e alimentar a certeza que engordei uns dois quilos em doze horas.
Agora com vossa licença, tenho de ir, estou a fazer um esforço significativamente intenso para conseguir respirar com comida na traqueia.
E vou buscar uma água das pedras. E provavelmente explicar a Migalhas o que é a eructação.
Quando me conseguir mexer, vou penitenciar-me pelo enfardanço vergonhoso do dia de hoje e torcer para ser acometida de um ataque de fastio que dure pelo menos sete dias.
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