Nascem e morrem pessoas, o Mundo tal como o conhecemos desaparece a cada segundo e a vida de alguém muda de forma irreversível para melhor ou para pior.
Domingo de manhã, ligo a televisão e descubro que um autocarro caiu de uma ravina e morreram pelo menos 10 pessoas. Que um incendio numa discoteca brasileira matou 160 miúdos. Para não falar das explosões no Afeganistão, ou nos refugiados Sirios.
E eu que ando aqui a tentar lidar com o medo que tenho de andar de avião, a contar os dias que faltam para me enfiar naquela "máquina do Demo", a fazer parecer uma viagem ao Brasil uma ida ao cadafalso, oiço estas notícias, a lembrarem que a morte espreita em todo o lado, onde menos se espera, e que ninguém foge à sua hora, seja com os pés no chão ou com a cabeça nas nuvens, a fazer a coisa mais perigosa ou a dar o passo mais seguro.
A lembrar que a vida é boa, é uma benção, mas é finita e o medo do fim não a torna mais longa. Portanto, enquanto nos é permitido andar por cá, é de bom tom darmos o nosso melhor.
O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?
domingo, janeiro 27, 2013
sábado, janeiro 26, 2013
Mais pedagogia...
-Mas porque é que na escola és uma menina tão querida, toda a gente diz que te portas lindamente e que és super bem educada e com a mãe é isto?
- Porque os castigos da escola são muito piores que os teus.
- Porque os castigos da escola são muito piores que os teus.
Pedagogos
Hoje, o dia começou assim:
- Sai já daqui, acordas o teu irmão. Cala-te já, shhhiu! Pronto, já o acordaste! Minha menina estás de castigo.
Diz o pai:
- Estás de castigo o fim de semana todo!
À hora de almoço:
- Vá, vai fazer o resto dos trabalhos de casa.
Migalha:
- O pai disse que eu podia fazer só amanhã...
-Ãh? O pai disse que estavas de castigo o fim de semana todo.
- Mas o pai disse que se eu lhe fizesse uma massagem, tirava o castigo.
Bom, nem tenho palavras para descrever a qualidade da pedagogia que se usa cá por casa.
- Sai já daqui, acordas o teu irmão. Cala-te já, shhhiu! Pronto, já o acordaste! Minha menina estás de castigo.
Diz o pai:
- Estás de castigo o fim de semana todo!
À hora de almoço:
- Vá, vai fazer o resto dos trabalhos de casa.
Migalha:
- O pai disse que eu podia fazer só amanhã...
-Ãh? O pai disse que estavas de castigo o fim de semana todo.
- Mas o pai disse que se eu lhe fizesse uma massagem, tirava o castigo.
Bom, nem tenho palavras para descrever a qualidade da pedagogia que se usa cá por casa.
quarta-feira, janeiro 23, 2013
Família pouco numerosa
Cá em casa somos 5, portanto , o limiar mínimo para sermos considerados uma família numerosa, mas hoje dei por mim a dizer a uma migalha:
- Já comeste? Então anda para a fila para lavar os dentes.
- Já comeste? Então anda para a fila para lavar os dentes.
terça-feira, janeiro 22, 2013
Irresponsável
Há dias, em que me apetece chegar ao pé do meu estimado chefe e dizer-lhe:
-Pára de confiar em mim e de me dar tarefas de responsabilidade elevadas, pára de me pedir conselhos e opiniões sobre coisas importantes. Eu sou uma pessoa que vê o correio de tempos a tempos, que ignora cartas registadas das finanças. Eu sou uma pessoa que transforma multas de 20€ em multas de 200€ por falta de pagamento. Eu, deixo caducar o BI, não mudei a morada da carta de condução desde que saí de casa dos meus pais há 10 anos. Já me cortaram a agua e a luz por não ter ligado aos avisos. Eu sou uma criança a brincar aos crescidos, e é um enorme erro deixares-me decidir e opinar sobre coisas importantes, sobre renovações de contratos ou passagens a efectivos, sobre se devemos ou não gastar uma pipa de massa a comprar uma coisa. Meu Deus, eu nem sei se o saldo da minha conta está positivo ou negativo!
Hoje é um desses dias.
-Pára de confiar em mim e de me dar tarefas de responsabilidade elevadas, pára de me pedir conselhos e opiniões sobre coisas importantes. Eu sou uma pessoa que vê o correio de tempos a tempos, que ignora cartas registadas das finanças. Eu sou uma pessoa que transforma multas de 20€ em multas de 200€ por falta de pagamento. Eu, deixo caducar o BI, não mudei a morada da carta de condução desde que saí de casa dos meus pais há 10 anos. Já me cortaram a agua e a luz por não ter ligado aos avisos. Eu sou uma criança a brincar aos crescidos, e é um enorme erro deixares-me decidir e opinar sobre coisas importantes, sobre renovações de contratos ou passagens a efectivos, sobre se devemos ou não gastar uma pipa de massa a comprar uma coisa. Meu Deus, eu nem sei se o saldo da minha conta está positivo ou negativo!
Hoje é um desses dias.
segunda-feira, janeiro 21, 2013
Merda!
Hoje pisei cocó. Nem me lembro da ultima vez que me tinha acontecido.
Primeiro, aquela sensação de alguma coisa escorregadia debaixo dos pés. Depois, o olhar de relance para confirmar que é mesmo cocó. De seguida, continuar a andar disfarçadamente para ver se ninguém percebe que levo um bocado de uma poia agarrada ao sapato. Caminhar a arrastar ligeiramente o pé, como qualquer vitima de AVC, na tentativa de deixar a porcaria agarrada ao chão. Olhar desesperadamente em volta, procurando um tufo de ervas onde esfregar a sola do sapato, tal qual a minha mãe me ensinou. Aproveitar todos os tapetes de entrada dos prédios por onde vou passando, começando a inspirar mais profundamente, para ver se o cheiro já está no ar.
Por fim, dizer a palavra merda, que tão bem se adequa à situação, e esperar que traga sorte, ou dinheiro.
Ou as duas.
Primeiro, aquela sensação de alguma coisa escorregadia debaixo dos pés. Depois, o olhar de relance para confirmar que é mesmo cocó. De seguida, continuar a andar disfarçadamente para ver se ninguém percebe que levo um bocado de uma poia agarrada ao sapato. Caminhar a arrastar ligeiramente o pé, como qualquer vitima de AVC, na tentativa de deixar a porcaria agarrada ao chão. Olhar desesperadamente em volta, procurando um tufo de ervas onde esfregar a sola do sapato, tal qual a minha mãe me ensinou. Aproveitar todos os tapetes de entrada dos prédios por onde vou passando, começando a inspirar mais profundamente, para ver se o cheiro já está no ar.
Por fim, dizer a palavra merda, que tão bem se adequa à situação, e esperar que traga sorte, ou dinheiro.
Ou as duas.
Juro juro que agora é que o último
O Ricardo a descrever a Cátia numa palavra: "cabeça no ar".E mais nada!
Deve haver um adjectivo para isto, mas...o que é um adjectivo? São 3 palavras, a sério? Não é tudo pegado?
Deve haver um adjectivo para isto, mas...o que é um adjectivo? São 3 palavras, a sério? Não é tudo pegado?
Secret Story- juro que é o último
Se pudesse ver televisão o dia inteiro, tinha sempre matéria para escrever uns posts. A Fanny, a princesinha de Olibeira de Ajemeis, acaba de escrever na ardósia: indiscriptível.
É de facto, muito difícil de descrever. E de ler.
É de facto, muito difícil de descrever. E de ler.
Secret Story - só mais um pequeno apontamento
A loiraça Sandra, acaba de escrever numa ardósia, uma palavra para se auto-descrever: engenua.
Eu diria muito, muito mais. Eu diria que além de engenua, é pouco enteligente, e talvez um nadinha enocente.
Mas isso é só a minha opinião.
Eu diria muito, muito mais. Eu diria que além de engenua, é pouco enteligente, e talvez um nadinha enocente.
Mas isso é só a minha opinião.
Medicina dos tempos modernos
Na minha luta contra a bicheza das vias urinárias, tenho palmilhado qualquer coisa em busca "do" médico que me vai resolver a questão.
A última tentativa, inclui um professor daqueles muito velhinhos, com um consultório daqueles do tempo em que os médicos eram MÉDICOS e em que se enchia a boca para dizer MÉDICO.
Uma secretária gigante de madeira. Não sei qual é a madeira, podia inventar e dizer que é mogno, ou cerejeira, mas não sei. Só sei que é uma coisa assim em bom. Depois, dois sofás em pele, colocados ao lado um do outro, como se do gabinete de um psiquiatra se tratasse. Ao centro, uma mesa com um cinzeiro (é mesmo de outros tempos). Nas paredes, serigrafias orginais. E diplomas. Nas costas da cadeira reservada aos pacientes, uma enorme estante com muito, mas muito livro de medicina, grossos compêndios, enciclopédias de muitos volumes, daqueles que nos fazem crer que se há solução para o nosso problema, ela está naquela estante. E fotografias, muitas fotografias. Do PROFESSOR, claro!
O professor, não mexe uma palha. Passa a vida a chamar a enfermeira, mais a assistente, para lhe fazerem a papinha toda. Até para estender o papel que cobre a marquesa ele chama a enfermeira.
Digo sinceramente...o professor é de tal forma parecido com um avô, que já lá fui duas vezes e ainda não consegui dizer que de vez em quando aparecem umas pintas vermelhas no pénis do dito-cujo.
Aliás, jamais conseguiria insinuar perante aquele professor que tenho uma vida sexual e que os meus filhos não são obra e graça do Espírito Santo, quanto mais dizer a palavra pénis.
Espero que os 100 anos de experiência o ajudem a perceber tudo o que não digo.
A última tentativa, inclui um professor daqueles muito velhinhos, com um consultório daqueles do tempo em que os médicos eram MÉDICOS e em que se enchia a boca para dizer MÉDICO.
Uma secretária gigante de madeira. Não sei qual é a madeira, podia inventar e dizer que é mogno, ou cerejeira, mas não sei. Só sei que é uma coisa assim em bom. Depois, dois sofás em pele, colocados ao lado um do outro, como se do gabinete de um psiquiatra se tratasse. Ao centro, uma mesa com um cinzeiro (é mesmo de outros tempos). Nas paredes, serigrafias orginais. E diplomas. Nas costas da cadeira reservada aos pacientes, uma enorme estante com muito, mas muito livro de medicina, grossos compêndios, enciclopédias de muitos volumes, daqueles que nos fazem crer que se há solução para o nosso problema, ela está naquela estante. E fotografias, muitas fotografias. Do PROFESSOR, claro!
O professor, não mexe uma palha. Passa a vida a chamar a enfermeira, mais a assistente, para lhe fazerem a papinha toda. Até para estender o papel que cobre a marquesa ele chama a enfermeira.
Digo sinceramente...o professor é de tal forma parecido com um avô, que já lá fui duas vezes e ainda não consegui dizer que de vez em quando aparecem umas pintas vermelhas no pénis do dito-cujo.
Aliás, jamais conseguiria insinuar perante aquele professor que tenho uma vida sexual e que os meus filhos não são obra e graça do Espírito Santo, quanto mais dizer a palavra pénis.
Espero que os 100 anos de experiência o ajudem a perceber tudo o que não digo.
Secret Story IV
Sabendo de antemão que toda a escumalha de Portugal se juntou numa única casa, perguntarão porque se perde algum tempo a ver aquilo.
Eu já dei o meu tempo por bem empregue, porque ontem aprendi uma lição que me pode ser bastante útil, se algum dia quiser pautar a minha conduta pelo que acho que os outros acham de mim.
Aprendi que uma grande parte está longe de ser a maioria, que as opiniões são voláteis e mudam como o tempo, e aprendi que nunca se apostam todas as fichas numa jogada.
Coitado do Wilson...Pensou que por ter sido o mais votado para regressar para a casa pelos portugueses, podia fazer o que queria. Pensou que aquela sobranceria não iria ter consequências.
Pois, ele também deve ter aprendido uma lição: em terra de cegos quem tem um olho é rei, desde que não esteja encadeado pelas luzes da ribalta.
E como o rapaz se deixou encadear!
E como o rapaz se deixou encadear!
domingo, janeiro 20, 2013
Aniversario-parte menos boa
Talvez este assunto não devesse ter importancia suficiente para considerar sequer, que o aniversario da migalha teve uma parte menos boa.
Mas tem. Porque me tem ocupado tempo em pensamentos, e porque me magoa.
A migalha tem uma amiga que adora desde o tempo do infantário. Porque apesar de só terem cinco anos, gostavam das mesmas coisas, das mesmas brincadeiras, dos mesmos programas de televisão.
Chegaram a ter oportunidade de brincar fora da escola. A migalha, chegou a ir brincar a casa dela, e ela, chegou a vir brincar cá a casa.
Tudo corria dentro do que é suposto, uma amizade normal entre duas crianças pequenas, tu és a minha melhor amiga, eu sou a tua melhor amiga, e pronto.
Até ao dia. Até ao dia em que a mãe resolveu que as nossas filhas eram amigam demais, que tinham uma amizade demasiado exclusiva, que talvez não devessemos alimentar muito isso fora da escola. Que a filha achava a migalha muito bonita, que estava fascinada pelo cabelo, pelas roupas, e que temia que quando um dia fossem separadas acabasse por sofrer. Que estava dependente.
Ãh??
Fiquei para morrer. Não consegui compreender. Parecia que estávamos a falar de um namoro proibido, de duas adolescentes que se metem na droga juntas, sei lá. De tudo menos de duas meninas de cinco anos que são amiguinhas.
A migalha perguntou-me vezes infindas porque não podia ir brincar a casa da amiga, porque não telefonava à mãe dela a convidá-la para vir cá a casa. A miúda, sempre que me apanhava na escola, perguntava-me porque não podia vir.
Tive sempre muita dificuldade em explicar à migalha o que se passava. Estava fora de questão que ela pensasse sequer que existe o conceito de "demasiado amiga". Porque ensinar-lhe que era "demasiado amiga" de alguém, era ir contra tudo aquilo em que acredito, e que lhe tento transmitir. Porque me orgulho de a minha filha, tão pequena, ter essa capacidade de desenvolver relações de qualidade e de verdade com as outras crianças.
O tempo passou, continuam na mesma escola, mas em salas diferentes. A migalha fez novas amigas a juntar às que trazia.
Esta amiguinha estava incluída no lote das que ela quis convidar para a festa. E mais uma vez a mãe, depois de engonhar até quase à última para responder, lá escreveu um simpático mail, a anunciar a não comparencia da filha.Sempre educada, sempre irritantemente simpática. Sempre estupidamente delicada. Um vómito.
Esta mulher faz parte daquele género de mães manipuladoras que tenta controlar a vida dos filhos, com quem se dão, quem pode ou não interessar. Cada passo e lá estão elas, castradoras, a inibirem-nos de ouvir o coração, com o mote de que pode ser díficil agora mas no futuro irão agradecer.Caprichosas. Interessadas em relações superficiais, controladas nos movimentos, nas palavras, e sobretudo nos sentimentos. Sem se envolverem, como as putas. Sem amor, não há sofrimento. Pois não. Nem todas as coisas boas que se retiram das relações sinceras e despojadas de interesse.
Vou continuar a convidar a miúda, enquanto a migalha o pedir. Não tenho nenhuma justificação decente para não o fazer. A senhora vai continuar a recusar gentilmente os convites.
Tenho pena, muita pena da filha dela. Tenho pena que me pergunte a mim, o que se passa. Pelo andar da carruagem, vai precisar de um bom psicoterapeuta quando crescer mais um bocadinho.A julgar pelo comportamento da mãe desde o infantário, suponho que até à idade adulta vai ter um longo e penoso caminho.
E tenho pena da minha filha. Pena que se veja privada do convívio com uma pessoa de quem gosta, por causa de uma...de uma...de uma...mulherzinha, para ser simpática.
Mas tem. Porque me tem ocupado tempo em pensamentos, e porque me magoa.
A migalha tem uma amiga que adora desde o tempo do infantário. Porque apesar de só terem cinco anos, gostavam das mesmas coisas, das mesmas brincadeiras, dos mesmos programas de televisão.
Chegaram a ter oportunidade de brincar fora da escola. A migalha, chegou a ir brincar a casa dela, e ela, chegou a vir brincar cá a casa.
Tudo corria dentro do que é suposto, uma amizade normal entre duas crianças pequenas, tu és a minha melhor amiga, eu sou a tua melhor amiga, e pronto.
Até ao dia. Até ao dia em que a mãe resolveu que as nossas filhas eram amigam demais, que tinham uma amizade demasiado exclusiva, que talvez não devessemos alimentar muito isso fora da escola. Que a filha achava a migalha muito bonita, que estava fascinada pelo cabelo, pelas roupas, e que temia que quando um dia fossem separadas acabasse por sofrer. Que estava dependente.
Ãh??
Fiquei para morrer. Não consegui compreender. Parecia que estávamos a falar de um namoro proibido, de duas adolescentes que se metem na droga juntas, sei lá. De tudo menos de duas meninas de cinco anos que são amiguinhas.
A migalha perguntou-me vezes infindas porque não podia ir brincar a casa da amiga, porque não telefonava à mãe dela a convidá-la para vir cá a casa. A miúda, sempre que me apanhava na escola, perguntava-me porque não podia vir.
Tive sempre muita dificuldade em explicar à migalha o que se passava. Estava fora de questão que ela pensasse sequer que existe o conceito de "demasiado amiga". Porque ensinar-lhe que era "demasiado amiga" de alguém, era ir contra tudo aquilo em que acredito, e que lhe tento transmitir. Porque me orgulho de a minha filha, tão pequena, ter essa capacidade de desenvolver relações de qualidade e de verdade com as outras crianças.
O tempo passou, continuam na mesma escola, mas em salas diferentes. A migalha fez novas amigas a juntar às que trazia.
Esta amiguinha estava incluída no lote das que ela quis convidar para a festa. E mais uma vez a mãe, depois de engonhar até quase à última para responder, lá escreveu um simpático mail, a anunciar a não comparencia da filha.Sempre educada, sempre irritantemente simpática. Sempre estupidamente delicada. Um vómito.
Esta mulher faz parte daquele género de mães manipuladoras que tenta controlar a vida dos filhos, com quem se dão, quem pode ou não interessar. Cada passo e lá estão elas, castradoras, a inibirem-nos de ouvir o coração, com o mote de que pode ser díficil agora mas no futuro irão agradecer.Caprichosas. Interessadas em relações superficiais, controladas nos movimentos, nas palavras, e sobretudo nos sentimentos. Sem se envolverem, como as putas. Sem amor, não há sofrimento. Pois não. Nem todas as coisas boas que se retiram das relações sinceras e despojadas de interesse.
Vou continuar a convidar a miúda, enquanto a migalha o pedir. Não tenho nenhuma justificação decente para não o fazer. A senhora vai continuar a recusar gentilmente os convites.
Tenho pena, muita pena da filha dela. Tenho pena que me pergunte a mim, o que se passa. Pelo andar da carruagem, vai precisar de um bom psicoterapeuta quando crescer mais um bocadinho.A julgar pelo comportamento da mãe desde o infantário, suponho que até à idade adulta vai ter um longo e penoso caminho.
E tenho pena da minha filha. Pena que se veja privada do convívio com uma pessoa de quem gosta, por causa de uma...de uma...de uma...mulherzinha, para ser simpática.
Aniversário - parte boa
A migalha mais velha ontem fez 7 anos.
Cum caraças...ela nasceu ontem, como podem ter passado 7 anos?
O dia foi óptimo, estive coladinha a ela o tempo todo (vantagem de ser Sábado), e sei que ela também se divertiu.
Este ano, pela primeira vez, não fizemos umas daquelas festas com a turma toda, incluindo aquelas a que ela não achava muita graça. Este ano, e porque ela já sabe muito bem quem são os amigos que mais gosta, e com quem tem mais afinidades, deixámo-la escolher meia dúzia de amigas, para passar parte da tarde, jantar e, a grande novidade que ela adorou, dormir.
Portaram-se bem. Quer dizer, houve dois ou três momentos em que me apeteceu pendurá-las no estendal pelas unhas dos dedos mindinhos, tal era a gritaria. Seis meninas juntas guincham. Guincham muito! Uma coisa aguda, que se enfia pelo ouvido e estimula o cérebro, que responde com instintos infanticidas. E depois pegam-se com tudo...quem vai ao lado de quem no carro, que se senta ao lado de quem à mesa, tu já foste ao lado da migalha no carro, agora à mesa sou eu...Bolas, são mesmo mulheres em potência.
Nem todas puderam ficar a dormir. Apenas as que já vinham com ela do tempo do infantário. Compreendo que os outros pais não nos conhecem de lado nenhum, e que não seja fácil largar assim as crias a dormir em casa de pessoas que nunca viram mais gordas, especialmente com a quantidade de histórias de gente marada que se ouve. E ainda bem! Se assim já foi uma algazarra até às tantas, não consigo imaginar se ficassem mais. Talvez tivesse que recorrer a medicação, à maneira dos McCann.
A minha filha está a ficar crescida. Muito crescida. Não sei se estou preparada para ser mãe de uma menina crescida. Quero a minha bebé de volta. Pequenina. Cor de rosa. Redondinha. Com os 2,940 quilos com que nasceu. Aninhada ao meu colo, com longos e sossegados suspiros, tranquila...Só minha.
Cum caraças...ela nasceu ontem, como podem ter passado 7 anos?
O dia foi óptimo, estive coladinha a ela o tempo todo (vantagem de ser Sábado), e sei que ela também se divertiu.
Este ano, pela primeira vez, não fizemos umas daquelas festas com a turma toda, incluindo aquelas a que ela não achava muita graça. Este ano, e porque ela já sabe muito bem quem são os amigos que mais gosta, e com quem tem mais afinidades, deixámo-la escolher meia dúzia de amigas, para passar parte da tarde, jantar e, a grande novidade que ela adorou, dormir.
Portaram-se bem. Quer dizer, houve dois ou três momentos em que me apeteceu pendurá-las no estendal pelas unhas dos dedos mindinhos, tal era a gritaria. Seis meninas juntas guincham. Guincham muito! Uma coisa aguda, que se enfia pelo ouvido e estimula o cérebro, que responde com instintos infanticidas. E depois pegam-se com tudo...quem vai ao lado de quem no carro, que se senta ao lado de quem à mesa, tu já foste ao lado da migalha no carro, agora à mesa sou eu...Bolas, são mesmo mulheres em potência.
Nem todas puderam ficar a dormir. Apenas as que já vinham com ela do tempo do infantário. Compreendo que os outros pais não nos conhecem de lado nenhum, e que não seja fácil largar assim as crias a dormir em casa de pessoas que nunca viram mais gordas, especialmente com a quantidade de histórias de gente marada que se ouve. E ainda bem! Se assim já foi uma algazarra até às tantas, não consigo imaginar se ficassem mais. Talvez tivesse que recorrer a medicação, à maneira dos McCann.
A minha filha está a ficar crescida. Muito crescida. Não sei se estou preparada para ser mãe de uma menina crescida. Quero a minha bebé de volta. Pequenina. Cor de rosa. Redondinha. Com os 2,940 quilos com que nasceu. Aninhada ao meu colo, com longos e sossegados suspiros, tranquila...Só minha.
sexta-feira, janeiro 18, 2013
Fora do sítio
Sabem quando parece que alguém ou alguma coisa não pertence aquele sítio e está completamente desenquadrada?
Hoje tive um desses momentos. Vi o Gonçalo da Camara Pereira, em pleno Centro Comercial em Alfragide, vestido com um capote alentejano, tal e qual andasse no monte a guardar o gado.
Hoje tive um desses momentos. Vi o Gonçalo da Camara Pereira, em pleno Centro Comercial em Alfragide, vestido com um capote alentejano, tal e qual andasse no monte a guardar o gado.
quarta-feira, janeiro 16, 2013
Doutores
Um dia quis ser médica. Tentei, dois anos seguidos, e apesar de ter boas notas, não consegui. Talvez o sonho merecesse um pouco mais de esforço, mas em plena época de provas específicas e provas de aferição, decidi ir para Itália para um festival de ginástica.
Os meus pais deixaram-me decidir. Não deviam. Deviam ter proibido a ginástica, os saraus e o festival na época de exames. Claramente, não tinha a maturidade necessária para decidir o que era melhor para mim, e estava muito longe de perceber de forma concreta que era o meu futuro que estava em jogo.
Nada acontece por acaso. Provávelmente teria sido uma péssima médica. Teria sido uma péssima médica, porque o que me fascina não é a medicina, são mesmo os médicos. Os meus sonhos rondavam o ouvir ao micro de um sítio qualquer - "está algum médico presente?"- e eu surgir, qual heroi, a salvar a vida de alguém. É parolo, eu sei, mas tinha 18 anos.
Os médicos: todo aquele ar, aquele jeito de quem se move como se levitasse dois palmos acima do resto do mundo, todo o poder de conseguir ajudar os outros, ter os conhecimentos para salvar vidas, a forma como nos entregamos nas mãos deles quando estamos aflitos.
Os médicos podem tudo e aos médicos tudo é permitido. Esperamos duas horas e não reclamamos, aturamos os trombudos e antipáticos porque alguém disse que aquele médico é do melhorzinho que há naquela especialidade, evitamos fazer muitas perguntas para não os enfadar, e pagamos um balúrdio no fim.
Socialmente, ser médico é um cartão de visita maravilhoso. Toda a gente gosta de ter amigos ou conhecidos médicos, porque nunca se sabe se vai ser preciso, e portanto, são quase sempre bajulados até à exaustão.
Quando os vejo caminhar nos hospitais, com o estetoscópio ao pescoço, sinto que estou a olhar para alguém que vai em missão. Imponente. Superior.
É um facto. A medicina perdeu alguém com jeito para caminhar com ar arrogante pelos corredores dos hospitais, mas felizmente, ganhou a possibilidade de não ter nas suas fileiras, um cocó de médica.
Os meus pais deixaram-me decidir. Não deviam. Deviam ter proibido a ginástica, os saraus e o festival na época de exames. Claramente, não tinha a maturidade necessária para decidir o que era melhor para mim, e estava muito longe de perceber de forma concreta que era o meu futuro que estava em jogo.
Nada acontece por acaso. Provávelmente teria sido uma péssima médica. Teria sido uma péssima médica, porque o que me fascina não é a medicina, são mesmo os médicos. Os meus sonhos rondavam o ouvir ao micro de um sítio qualquer - "está algum médico presente?"- e eu surgir, qual heroi, a salvar a vida de alguém. É parolo, eu sei, mas tinha 18 anos.
Os médicos: todo aquele ar, aquele jeito de quem se move como se levitasse dois palmos acima do resto do mundo, todo o poder de conseguir ajudar os outros, ter os conhecimentos para salvar vidas, a forma como nos entregamos nas mãos deles quando estamos aflitos.
Os médicos podem tudo e aos médicos tudo é permitido. Esperamos duas horas e não reclamamos, aturamos os trombudos e antipáticos porque alguém disse que aquele médico é do melhorzinho que há naquela especialidade, evitamos fazer muitas perguntas para não os enfadar, e pagamos um balúrdio no fim.
Socialmente, ser médico é um cartão de visita maravilhoso. Toda a gente gosta de ter amigos ou conhecidos médicos, porque nunca se sabe se vai ser preciso, e portanto, são quase sempre bajulados até à exaustão.
Quando os vejo caminhar nos hospitais, com o estetoscópio ao pescoço, sinto que estou a olhar para alguém que vai em missão. Imponente. Superior.
É um facto. A medicina perdeu alguém com jeito para caminhar com ar arrogante pelos corredores dos hospitais, mas felizmente, ganhou a possibilidade de não ter nas suas fileiras, um cocó de médica.
terça-feira, janeiro 15, 2013
Queridas migalhas
Estão a ver as idas quase semanais ao cinema?
Estão a ver os almocinhos de fim de semana em pizzarias?
Estão a ver os armários a abarrotar de roupa e sapatos?
Pois, vão deixar de ver.
Há quem esteja a deixar de ver coisas essenciais.
Fiquemos felizes do tio Gaspar ainda só nos ter tirado o supérfluo.
Estão a ver os almocinhos de fim de semana em pizzarias?
Estão a ver os armários a abarrotar de roupa e sapatos?
Pois, vão deixar de ver.
Há quem esteja a deixar de ver coisas essenciais.
Fiquemos felizes do tio Gaspar ainda só nos ter tirado o supérfluo.
segunda-feira, janeiro 14, 2013
A Padaria Portuguesa
Abriu a Padaria Portuguesa no meu bairro. Fartinha de ouvir falar, andava há dias em pulgas para cá vir.
Sonhei com maravilhosos pães de cereais vários, formas integrais e outras formas de pão saudáveis e gostosas.
O que encontro? Um monte de pão branco, daquele desaconselhado em qualquer alimentação minimamente decente.
Resolvi tomar o pequeno almoço. Pão de Deus com fiambre e um chá. Ainda vou a meio do pão de Deus e estou super enjoada. Isto está cru, pelo amor da Santa.
Não. Não me convencem. Ainda por cima é para o carote.
Vou regressar à pastelaria de sempre e à padeira do mercado.
Sonhei com maravilhosos pães de cereais vários, formas integrais e outras formas de pão saudáveis e gostosas.
O que encontro? Um monte de pão branco, daquele desaconselhado em qualquer alimentação minimamente decente.
Resolvi tomar o pequeno almoço. Pão de Deus com fiambre e um chá. Ainda vou a meio do pão de Deus e estou super enjoada. Isto está cru, pelo amor da Santa.
Não. Não me convencem. Ainda por cima é para o carote.
Vou regressar à pastelaria de sempre e à padeira do mercado.
domingo, janeiro 13, 2013
Está tudo doido?
Já não aguento ouvir falar sobre o cão que matou o bebé e que agora um monte de gente imbecil quer salvar. Já não aguento ouvir dizer que o cão, coitadinho, vivia num apartamento, e não tinha espaço para correr, e a culpa é dos donos e blá blá blá.
Está tudo doido? Mas as pessoas estão todas maradas da pinha?
Em Portugal, há milhares, milhares de cães que vivem em apartamentos, que passam os dias sozinhos, que só vão à rua duas vezes por dia, quase sempre pela trela e quase sempre pouco mais que o tempo suficiente para fazerem chichi e cocó. Milhares! E não é por isso que atacam os donos, ou matam as crianças da família.
O Zico, para quem me estou literalmente a borrifar, passou-se da marmita, e ao fim de 9 anos naquela casa, atacou o bebé da família com tamanha agressividade que o matou. Não foi um "chega para lá" que correu mal. O cão, atacou com violência um bebé. Não me interessam as razões. Interessa-me que este cão, já provou, que quando a mostarda lhe chega ao nariz, é violento.
E então, vamos salvar o cão! E o que vamos fazer ao cão? Vamos obrigar a família a ficar com ele? Vamos arranjar uma família de acolhimento? Talvez um daqueles ferverosos defensores dos animais, quase sempre cegos de ódios pelas pessoas, queira adoptar o cãozinho. E depois? Vão passeá-lo na rua? Vão garantir que o Zico não se vai passar da marmita outra vez e atacar outra criança ou outra pessoa? E se atacar?
Ou então, este cão que viveu toda a sua vida no seio de uma família, agora vai para um canil, e fica lá, numa jaula, à espera da sua hora.
Vamos cometer com o cão os mesmos erros que tantas vezes comete a Comissão de Protecção de Menores, ao deixar ficar crianças que comprovadamente são maltratadas em risco. Vamos deixar que exista a mais infíma possibilidade deste cão voltar a fazer mal a alguém.
Tenho ficado chocada com o que tenho lido. Num outro blog, uma das pessoas que comentava o assunto, até dizia, que gostava tanto dos seus gatos que se pudesse escolher entre a vida dos gatos e a de uma tia ou assim, escolhia os gatos.
E eu só pergunto, que tipo de serradura estas pessoas têm na cabeça? Ou que droga cheiram. Ou então, a mais provável, que dificuldades tão grandes de relacionamento interpessoal tem alguém que escolhe os animais às pessoas com esta convicção.
Está tudo cheio de cocó na cabeça.
Tive um cão muitos anos. O meu pai adorava o cão. Davam longos passeios, dormiam grandes sestas e passavam muitas horas juntos. Quando o cão morreu o meu pai sofreu verdadeiramente. E deixou escapar em tom de desabafo, que lhe estava a custar mais a morte do cão, do que tinha custado alguns anos antes a morte do pai. E eu compreendi o que me queria dizer. Perder o companheiro de todos os dias é mais doloroso do que perder um pai completamente ausente, que se borrifava para ele há 40 anos.
Mas eu sei, que se por algum acaso macabro da vida, o meu pai tivesse que escolher entre a vida do cão e a do pai, não hesitaria em escolher a do pai. Porque o meu pai, mantém os pirolitos no sítio, mantém os padrões morais, e sabe que uma pessoa é uma pessoa, e um cão, é um cão.
Haverá excepções de vidas humanas que valem menos que vidas de animais? Haverá. Pessoas que foram cagadas em vez de paridas e que só acrescentam muito mal ao mundo.
Mas este cão, lamento que vos diga, também acrescentou muito mal ao mundo, porque um bebé morreu.
Está tudo doido? Mas as pessoas estão todas maradas da pinha?
Em Portugal, há milhares, milhares de cães que vivem em apartamentos, que passam os dias sozinhos, que só vão à rua duas vezes por dia, quase sempre pela trela e quase sempre pouco mais que o tempo suficiente para fazerem chichi e cocó. Milhares! E não é por isso que atacam os donos, ou matam as crianças da família.
O Zico, para quem me estou literalmente a borrifar, passou-se da marmita, e ao fim de 9 anos naquela casa, atacou o bebé da família com tamanha agressividade que o matou. Não foi um "chega para lá" que correu mal. O cão, atacou com violência um bebé. Não me interessam as razões. Interessa-me que este cão, já provou, que quando a mostarda lhe chega ao nariz, é violento.
E então, vamos salvar o cão! E o que vamos fazer ao cão? Vamos obrigar a família a ficar com ele? Vamos arranjar uma família de acolhimento? Talvez um daqueles ferverosos defensores dos animais, quase sempre cegos de ódios pelas pessoas, queira adoptar o cãozinho. E depois? Vão passeá-lo na rua? Vão garantir que o Zico não se vai passar da marmita outra vez e atacar outra criança ou outra pessoa? E se atacar?
Ou então, este cão que viveu toda a sua vida no seio de uma família, agora vai para um canil, e fica lá, numa jaula, à espera da sua hora.
Vamos cometer com o cão os mesmos erros que tantas vezes comete a Comissão de Protecção de Menores, ao deixar ficar crianças que comprovadamente são maltratadas em risco. Vamos deixar que exista a mais infíma possibilidade deste cão voltar a fazer mal a alguém.
Tenho ficado chocada com o que tenho lido. Num outro blog, uma das pessoas que comentava o assunto, até dizia, que gostava tanto dos seus gatos que se pudesse escolher entre a vida dos gatos e a de uma tia ou assim, escolhia os gatos.
E eu só pergunto, que tipo de serradura estas pessoas têm na cabeça? Ou que droga cheiram. Ou então, a mais provável, que dificuldades tão grandes de relacionamento interpessoal tem alguém que escolhe os animais às pessoas com esta convicção.
Está tudo cheio de cocó na cabeça.
Tive um cão muitos anos. O meu pai adorava o cão. Davam longos passeios, dormiam grandes sestas e passavam muitas horas juntos. Quando o cão morreu o meu pai sofreu verdadeiramente. E deixou escapar em tom de desabafo, que lhe estava a custar mais a morte do cão, do que tinha custado alguns anos antes a morte do pai. E eu compreendi o que me queria dizer. Perder o companheiro de todos os dias é mais doloroso do que perder um pai completamente ausente, que se borrifava para ele há 40 anos.
Mas eu sei, que se por algum acaso macabro da vida, o meu pai tivesse que escolher entre a vida do cão e a do pai, não hesitaria em escolher a do pai. Porque o meu pai, mantém os pirolitos no sítio, mantém os padrões morais, e sabe que uma pessoa é uma pessoa, e um cão, é um cão.
Haverá excepções de vidas humanas que valem menos que vidas de animais? Haverá. Pessoas que foram cagadas em vez de paridas e que só acrescentam muito mal ao mundo.
Mas este cão, lamento que vos diga, também acrescentou muito mal ao mundo, porque um bebé morreu.
sábado, janeiro 12, 2013
A Pepa responde
A Peeeeeeépa resolveu responder às acusações de que foi alvo nas últimas horas, e pasme-se, escolheu aqui o cantinho. Então, reproduzo fielmente a carta que enviou:
"Meus queridos,
Deixem que vos diga que estão a ser pessoas más. Supé más. A mãe já me tinha avisado que o Mundo estava cheio de gente que não era como nós. Gente que nasceu naquelas terras horrorosas à volta de Lisboa e Cascais, gente sem berço, e sem educação. Povo. É isso. O mundo está cheio de povo.
E o povo, porque calha ser pobrezinho, teima em ter inveja de nós, e agora estão a fazer-me esta maldade imensa. Logo eu, que até dou umas roupas pós pobrezinhos lá na igreja.
Meus grandes possidónios, qual o mal de sonhar com uma bolsa Chanel? Se vocês, povaréu, não gostassem de malas de marca, as ciganas não andavam carregadinhas daquelas imitações todas para vos vender, e em vez de comprarem Louis Vuitton da feira, iam à Parfois.
Deixem de ser hipócritas. Cada um sabe de si e Deus sabe de todos. E Deus sabe que quando vou à missa, não peço só pela mala da Chanel. Também peço sapatos Loubotin. E umas botas Prada.
Vá, deixem de ser invejosos, senão tenho que meter o Pai nisto, e o Pai tem imensos amigos influentes, e são bem capazes de desatar a processar toda a gente. Todos todos.E ainda acabam a pagar-me a psicoterapia. E a terapia da fala.
Agora, vou por-me em frente ao espelho, para treinar falar como as pessoas normais. Só pa vocês verem que sou uma querida.
Pepa
PS: Só mais um apontamento. Acham que a Samsung vende aqueles aparelhos supé maravilhosos e supé caros a mortos de fome? Eu represento o target da Samsung, tá?
"Meus queridos,
Deixem que vos diga que estão a ser pessoas más. Supé más. A mãe já me tinha avisado que o Mundo estava cheio de gente que não era como nós. Gente que nasceu naquelas terras horrorosas à volta de Lisboa e Cascais, gente sem berço, e sem educação. Povo. É isso. O mundo está cheio de povo.
E o povo, porque calha ser pobrezinho, teima em ter inveja de nós, e agora estão a fazer-me esta maldade imensa. Logo eu, que até dou umas roupas pós pobrezinhos lá na igreja.
Meus grandes possidónios, qual o mal de sonhar com uma bolsa Chanel? Se vocês, povaréu, não gostassem de malas de marca, as ciganas não andavam carregadinhas daquelas imitações todas para vos vender, e em vez de comprarem Louis Vuitton da feira, iam à Parfois.
Deixem de ser hipócritas. Cada um sabe de si e Deus sabe de todos. E Deus sabe que quando vou à missa, não peço só pela mala da Chanel. Também peço sapatos Loubotin. E umas botas Prada.
Vá, deixem de ser invejosos, senão tenho que meter o Pai nisto, e o Pai tem imensos amigos influentes, e são bem capazes de desatar a processar toda a gente. Todos todos.E ainda acabam a pagar-me a psicoterapia. E a terapia da fala.
Agora, vou por-me em frente ao espelho, para treinar falar como as pessoas normais. Só pa vocês verem que sou uma querida.
Pepa
PS: Só mais um apontamento. Acham que a Samsung vende aqueles aparelhos supé maravilhosos e supé caros a mortos de fome? Eu represento o target da Samsung, tá?
sexta-feira, janeiro 11, 2013
Adeus Natal, até para o ano!
Finalmente, hoje, dia 11 de Janeiro, tive coragem de me desfazer da árvore de Natal.
De manhã, disse às migalhas- "digam adeus ao Natal"- e desliguei as luzes. Agora à tardinha, a custo, tirei a estrela do topo, bola a bola, boneco a boneco, prata de chocolate a prata de chocolate (vazias, claro!), separei ramo por ramo, enfiei tudo na caixa que está velhinha, selei tudo com fita cola daquela muito larga e muito forte e já está.
Depois foi a vez do presépio, figura a figura, cuidadosamente embrulhadas em papel de jornal , a ver se para o ano ainda podem sair da caixa para fazer a vez que lhe compete, e também já está.
Andava há dias a adiar. Sempre que via algum sítio que mantivesse qualquer coisa de Natal, pensava que ainda não era demasiado esquisito manter o espírito cá por casa. No canal Panda, até ontem davam uma música de Natal, e eu toda consoladinha.
Custou-me. Muito. Sei lá porquê, mas as luzes da árvore a brilhar, dão uma sensação de aconchego, de união familiar, de paz e traquilidade. De calor, muito calor.
Por mim, podia facilmente passar a ser uma peça fundamental da decoração cá de casa, de Janeiro a Dezembro.
De manhã, disse às migalhas- "digam adeus ao Natal"- e desliguei as luzes. Agora à tardinha, a custo, tirei a estrela do topo, bola a bola, boneco a boneco, prata de chocolate a prata de chocolate (vazias, claro!), separei ramo por ramo, enfiei tudo na caixa que está velhinha, selei tudo com fita cola daquela muito larga e muito forte e já está.
Depois foi a vez do presépio, figura a figura, cuidadosamente embrulhadas em papel de jornal , a ver se para o ano ainda podem sair da caixa para fazer a vez que lhe compete, e também já está.
Andava há dias a adiar. Sempre que via algum sítio que mantivesse qualquer coisa de Natal, pensava que ainda não era demasiado esquisito manter o espírito cá por casa. No canal Panda, até ontem davam uma música de Natal, e eu toda consoladinha.
Custou-me. Muito. Sei lá porquê, mas as luzes da árvore a brilhar, dão uma sensação de aconchego, de união familiar, de paz e traquilidade. De calor, muito calor.
Por mim, podia facilmente passar a ser uma peça fundamental da decoração cá de casa, de Janeiro a Dezembro.
quinta-feira, janeiro 10, 2013
Momento embaraçoso 1
Pensei muito (para cima de 30 segundos) antes de descrever alguns dos momentos mais embaraçosos vividos pela minha pessoa. Não quero de todo perder a pouca credibilidade de que gozo por aqui.
Mas que se lixe.
Momento embaraçoso, é ir com a família do marido às festas da terra vizinha, perguntar a homem horroroso da bilheteira do carrossel se migalha pequenina pode ir, ele dizer que pode ir se eu for ao lado dele, eu encaixar-me com seríssimas dificuldades dentro de um mini carro ao lado do filho, o carrossel começa a andar, eu vou feliz e contente no meio da criançada, e nisto começa a ouvir-se homem horroroso ao micro:
- A senhora não pode ir no brinquedo. Eu disse à senhora que era ao lado. Saia do brinquedo.
E eu, atrapalhada, sem conseguir desencaixar as pernas de dentro do mini carro, com a mala a arrastar e o migalha a olhar, família de marido mais vermelha que eu, carrossel continua a rodar e o homem sem se calar. Nisto, pára o carrossel e fica tudo à espera que me mexa e me ponha em pé AO LADO do brinquedo enquanto o homem horroroso repete ao micro:
- Isto não é o final da viagem, a viagem vai continuar. A senhora por favor saia do brinquedo.
Muito, mas muito embaraçoso mesmo.
Mas que se lixe.
Momento embaraçoso, é ir com a família do marido às festas da terra vizinha, perguntar a homem horroroso da bilheteira do carrossel se migalha pequenina pode ir, ele dizer que pode ir se eu for ao lado dele, eu encaixar-me com seríssimas dificuldades dentro de um mini carro ao lado do filho, o carrossel começa a andar, eu vou feliz e contente no meio da criançada, e nisto começa a ouvir-se homem horroroso ao micro:
- A senhora não pode ir no brinquedo. Eu disse à senhora que era ao lado. Saia do brinquedo.
E eu, atrapalhada, sem conseguir desencaixar as pernas de dentro do mini carro, com a mala a arrastar e o migalha a olhar, família de marido mais vermelha que eu, carrossel continua a rodar e o homem sem se calar. Nisto, pára o carrossel e fica tudo à espera que me mexa e me ponha em pé AO LADO do brinquedo enquanto o homem horroroso repete ao micro:
- Isto não é o final da viagem, a viagem vai continuar. A senhora por favor saia do brinquedo.
Muito, mas muito embaraçoso mesmo.
Porque não nasci rica?
Ando atolada em trabalho. Está na hora de delinear objectivos económicos lá da barraca, e esse trabalho é meu. Todos os dias chegam dados e mais dados, números e mais números, quando a coisa começa a compor-se alguém muda de ideias e surge um novo dado que obriga a começar tudo de novo. O meu gabinete é um entra e sai de gente, e a minha vontade é fechar a porta, por um cartaz a dizer "aqui trabalha-se, vai cuscar para outro lado", e só sair para ir à maquina do café e ao bar buscar mantimentos. E isto dura um mês!! Durante um mês a minha vida não vai passar disto. Nunca o ano me parece tão grande, nem o negocio tão complicado como nesta altura.
E de noite sonho com números, começo a sentir que estou a ficar atrasada e não prego mais o olho.
Que vale é que no fim disto tudo, vou apanhar um avião para o Brasil com dito-cujo e vou torrar ao sol e beber caipirinhas até nem saber quanto são 2+2.
E de noite sonho com números, começo a sentir que estou a ficar atrasada e não prego mais o olho.
Que vale é que no fim disto tudo, vou apanhar um avião para o Brasil com dito-cujo e vou torrar ao sol e beber caipirinhas até nem saber quanto são 2+2.
Ano novo, velhos comportamentos
Este ano novo promete. Uma das resoluções mais básicas era escrever diariamente no blog e nem isso cumpro... Já se adivinha o que vai acontecer ao não engordar 20 kg num mês...
terça-feira, janeiro 08, 2013
O Pirilampo e os suficientes
Migalha mais velha:
-Mãe, os pirilampos mágicos são aqueles que todos os anos mudam de cor que é para ajudar os suficientes, não é?
-Mãe, os pirilampos mágicos são aqueles que todos os anos mudam de cor que é para ajudar os suficientes, não é?
segunda-feira, janeiro 07, 2013
Guerra às cistites
Toda a gente tem alguma coisa em que é mesmo boa. Um assunto que domina, onde invariavelmente acabam todas as conversas, onde pode cagar umas postas de pescada perante a admiração dos comuns mortais. Os que trabalham nos bancos acabam sempre a falar de taxas de juro e objectivos trimestrais, os dos supermercados da forma como nos enfiam os produtos pelos olhos dentro, os advogados sobre casos que andam na berlinda.
Eu poderia apresentar a maternidade como a minha especialidade, uma vez que já repeti três vezes, mas mãezinhas há por aí aos magotes.
Aquilo em que sou mesmo boa, o assunto que domino e sobre o qual dou conselhos sem pensar duas vezes resume-se a uma palavra: cistites.
Pois é. Cistites, infecções urinárias.
Já fui tantas, mas tantas vezes, acometida desta maleita, já li tanto sobre isto, já experimentei tantas vezes na pele, (que é como quem diz na bexiga e na uretra), os ardores e as dores dessas traidoras, que me sinto uma especialista.
Então vamos lá.
Se aqui vieram parar atrás da palavra cistite, ficam a saber que se não querem levar com uma, não podem: usar roupas apertadas, nem cuecas de nylon e rendas, não podem estar horas a fio sem ir à casa de banho, esqueçam os pensos higiénicos diários e, os tampões também não são aconselhados.
Devem: fazer chichi cada vez que têm relações sexuais, beber litros de água por dia, usar cuequinhas de algodão daquelas mesmo sem graçola nenhuma, comer frutos vermelhos tipo arandos e framboesas, evitar picantes, cafés, bebidas com gás, vinhaça e champanhe.
Quando a coisa começa, não devem começar logo a enfiar antibiótico para o bucho sem primeiro fazer análises, porque digo por experiência própria, as bactérias tornam-se resistentes a tudo o que tomam, e quando vêm chegar o primeiro comprimido de Noroxin ou Furadantina, riem-se à gargalhada, enquanto se continuam a multiplicar felizes e contentes. Às vezes até se fazem de mortas, mas é tudo fita. Mal uma pessoa começa a fazer a sua vidinha normal, elas regressam, a lixar-nos reuniões importantes, brincadeiras com os filhos, a conta bancária e a vida sexual.
Consultem ginecologista, urologista, urgências de hospitais, andem sempre com uma requisição de uma urocultura na mala, mais Urispás e Brufen, e rezem, mas rezem, para não chegar ao ponto em que sentem que a única maneira desta bicheza maldita se fartar, é ver-vos de cueca de algodão branco, vestidas com um saco de batatas, sem molhar o bico em alcool, a sair da cama a correr mal acabam de dar uma queca, para fazer chichi e lavarem-se como se não houvesse amanhã a fazer chap chap no bidé (que sexy!)
Ou melhor, para esta bicheza maldita se fartar, o melhor mesmo é beber copos de água em vez de. Ou comer arandos.
Eu poderia apresentar a maternidade como a minha especialidade, uma vez que já repeti três vezes, mas mãezinhas há por aí aos magotes.
Aquilo em que sou mesmo boa, o assunto que domino e sobre o qual dou conselhos sem pensar duas vezes resume-se a uma palavra: cistites.
Pois é. Cistites, infecções urinárias.
Já fui tantas, mas tantas vezes, acometida desta maleita, já li tanto sobre isto, já experimentei tantas vezes na pele, (que é como quem diz na bexiga e na uretra), os ardores e as dores dessas traidoras, que me sinto uma especialista.
Então vamos lá.
Se aqui vieram parar atrás da palavra cistite, ficam a saber que se não querem levar com uma, não podem: usar roupas apertadas, nem cuecas de nylon e rendas, não podem estar horas a fio sem ir à casa de banho, esqueçam os pensos higiénicos diários e, os tampões também não são aconselhados.
Devem: fazer chichi cada vez que têm relações sexuais, beber litros de água por dia, usar cuequinhas de algodão daquelas mesmo sem graçola nenhuma, comer frutos vermelhos tipo arandos e framboesas, evitar picantes, cafés, bebidas com gás, vinhaça e champanhe.
Quando a coisa começa, não devem começar logo a enfiar antibiótico para o bucho sem primeiro fazer análises, porque digo por experiência própria, as bactérias tornam-se resistentes a tudo o que tomam, e quando vêm chegar o primeiro comprimido de Noroxin ou Furadantina, riem-se à gargalhada, enquanto se continuam a multiplicar felizes e contentes. Às vezes até se fazem de mortas, mas é tudo fita. Mal uma pessoa começa a fazer a sua vidinha normal, elas regressam, a lixar-nos reuniões importantes, brincadeiras com os filhos, a conta bancária e a vida sexual.
Consultem ginecologista, urologista, urgências de hospitais, andem sempre com uma requisição de uma urocultura na mala, mais Urispás e Brufen, e rezem, mas rezem, para não chegar ao ponto em que sentem que a única maneira desta bicheza maldita se fartar, é ver-vos de cueca de algodão branco, vestidas com um saco de batatas, sem molhar o bico em alcool, a sair da cama a correr mal acabam de dar uma queca, para fazer chichi e lavarem-se como se não houvesse amanhã a fazer chap chap no bidé (que sexy!)
Ou melhor, para esta bicheza maldita se fartar, o melhor mesmo é beber copos de água em vez de. Ou comer arandos.
domingo, janeiro 06, 2013
Parece-me que exagerámos...outra vez.
Serve este post para informar, que depois de montar as pistas de comboios, garagens de automóveis, casinhas de bonecas várias, com que o Pai Natal presenteou a migalhada cá de casa, estamos de malas aviadas para uma qualquer pensão ou hotel em conta, onde pretendemos viver, uma vez que aqui em casa simplesmente deixámos de ter espaço para todos.
Corro risco de me estatelar a cada passo por pisar um carrinho da Hot Wheels, ou uma mota da Barbie, bem como enorme risco de ser trucidada por bando de crianças em fúria depois de ter partido uma qualquer peça indespensável.
A esta altura, e depois de ter feito a única coisa gira dos brinquedos de hoje em dia, que é montá-los, sonho com os próximos tempos, em que dia a dia se vão desintegrando, as peças vão-se sumindo pelo cano do aspirador acima, e estaremos prontos para receber a remessa do Natal de 2013, já sem vislumbre de alguma coisa do ano passado.
Até lá, vamos tentar sobreviver.
Corro risco de me estatelar a cada passo por pisar um carrinho da Hot Wheels, ou uma mota da Barbie, bem como enorme risco de ser trucidada por bando de crianças em fúria depois de ter partido uma qualquer peça indespensável.
A esta altura, e depois de ter feito a única coisa gira dos brinquedos de hoje em dia, que é montá-los, sonho com os próximos tempos, em que dia a dia se vão desintegrando, as peças vão-se sumindo pelo cano do aspirador acima, e estaremos prontos para receber a remessa do Natal de 2013, já sem vislumbre de alguma coisa do ano passado.
Até lá, vamos tentar sobreviver.
sábado, janeiro 05, 2013
Olívia Lego
Os legos hoje em dia são tão sofisticados, que fico feliz por ter montado tanto móvel do IKEA. Só assim consigo ler as instruções da casa da Olívia sem defraudar expectativa da migalhita maior.
A casa da Olívia é pequena, mas já montei camas, cómodas e mesas mais depressa.
A casa da Olívia é pequena, mas já montei camas, cómodas e mesas mais depressa.
E o Sábado começou com...
Festa de aniversario nos insufláveis.
Bom...acordar cedo a um Sábado de manhã, arranjar toda a famelga, para ir para um sítio cheio de migalhas em histeria, com humidade a pingar do tecto tal é a quantidade de gente a respirar e a transpirar, não é de todo o programa que alguém idealiza para começar o fim de semana.
Como se não bastasse, descobri que para que migalha bebé pudesse acompanhar o resto da cavalaria naquela montaria, eu teria de descalçar as botinhas e acompanhá-lo.
Houve, como é evidente, aqueles 30 segundos em que precisei de me lembrar se as meias que tinha calçadas eram dignas de se andarem a passear ao ar livre e pelo recinto.
Depois foi todo um "cuidado que te magoas", "desvia-te", " ai Meu Deus que te partes toda". A acompanhar, as mães muito batidas em festas de insufláveis, contam histórias de braços partidos e incursões em hospitais decorrentes de outras festas, o que me fez aumentar mais a vontade de sair dali depressinha enquanto estavam os 3 intactos.
A verdade é que eles adoram. Só o meu coração de mãe e os meus pés gelados é que não.
Bom...acordar cedo a um Sábado de manhã, arranjar toda a famelga, para ir para um sítio cheio de migalhas em histeria, com humidade a pingar do tecto tal é a quantidade de gente a respirar e a transpirar, não é de todo o programa que alguém idealiza para começar o fim de semana.
Como se não bastasse, descobri que para que migalha bebé pudesse acompanhar o resto da cavalaria naquela montaria, eu teria de descalçar as botinhas e acompanhá-lo.
Houve, como é evidente, aqueles 30 segundos em que precisei de me lembrar se as meias que tinha calçadas eram dignas de se andarem a passear ao ar livre e pelo recinto.
Depois foi todo um "cuidado que te magoas", "desvia-te", " ai Meu Deus que te partes toda". A acompanhar, as mães muito batidas em festas de insufláveis, contam histórias de braços partidos e incursões em hospitais decorrentes de outras festas, o que me fez aumentar mais a vontade de sair dali depressinha enquanto estavam os 3 intactos.
A verdade é que eles adoram. Só o meu coração de mãe e os meus pés gelados é que não.
quinta-feira, janeiro 03, 2013
Como dar a volta à mãe
Migalha do meio, a queimar últimos cartuchos nas férias na quinta dos avós:
- Mãe, posso ir brincar com o primo lá fora?
- Podes, mas vê lá para onde vão. Não saias daqui.
- Não posso ir para o rio?
- Não! O rio está muito cheio.
- E para os muros ao pé do rio?
-Não!
- E para fora do portão?
- Não!
- E posso ir às vacas?
-Não!
- E apanhar umas flores para ti, posso?
Esta melosa sabe sempre como dar-me a volta.
- Mãe, posso ir brincar com o primo lá fora?
- Podes, mas vê lá para onde vão. Não saias daqui.
- Não posso ir para o rio?
- Não! O rio está muito cheio.
- E para os muros ao pé do rio?
-Não!
- E para fora do portão?
- Não!
- E posso ir às vacas?
-Não!
- E apanhar umas flores para ti, posso?
Esta melosa sabe sempre como dar-me a volta.
quarta-feira, janeiro 02, 2013
A Pipoca
Confesso que cheguei à blogosfera pela "mão" da Pipoca Mais Doce. A mulher estava em todo o lado!
Tornei-me cliente diária. Todos os dias visitava o blogue, e basicamente os outros blogues que seguia eram os que ela seguia e a que acedia directamente de lá.
A verdade é que a moça é um caso de sucesso e não duvido que uma boa parte dos bloggers que surgem se sintam inspirados pelo sucesso dela e tentem copiar a receita, na esperança de ganhar algum dinheiro. Ou muito dinheiro. Se tiverem sorte de ser apadrinhados por ela, melhor. Olha um pequeno pónei tão fofinho, deixa-me cá dar um empurrãozinho!
Só que a rapariga junta uma série de características, que não estão ao alcance de todas. Não é só querer.
É gira e magra, o que faz com que os trapinhos que veste de uma forma geral lhe fiquem bem, ao contrário de uma montanha de fashion bloggers que...Bom, que não ficam assim. Escreve bem e tem piada na forma como escreve. Consegue captar o lado cómico de situações quotidianas e aplica-lhes uma ironia que já me fez rir muitas vezes. E a coisa funciona tipo bola de neve. Mais sucesso, mais convites, passatempos, presentes, mais matéria para alimentar o blogue.
Tornou-se uma profissional a tirar o máximo partido de uma coisa que faz bem, o que faz dela, uma pessoa inteligente, ou esperta, ou o que quiserem.
Não é à toa que a mulher tem pessoas que criaram blogues com o propósito quase único de escrever posts cujo mote é sempre um post que ela própria escreveu. Blogues que por sinal adoro ler em paralelo ao dela, porque também aí há bloggers com um sentido de humor maravilhoso. Mas sem lermos o original não percebemos as piadas, ou perdemos uma boa parte, o que contribui de uma forma muito directa para aumentar o sucesso da Pipoca.
A verdade é que ao fim de um tempo, visitar o blogue cansa. Porque se tornou semelhante a abrir a caixa do correio e ter o catálogo do Ikea e o folheto do Jumbo. Porque temos que gramar com muito blá blá sem interesse e muita futilidade, à espera do dia em que a autora acorde com inspiração, ou vontade, de nos brindar com um post de qualidade. Porque a profissionalização da coisa e da marca é tão grande, que temo que tenha que pagar qualquer coisa só por juntar as quatro palavrinhas A Pipoca Mais Doce aqui neste cantinho tão escondido.
Porque às vezes parece que não tem nem muito tempo nem muita paciência para alimentar o blogue.
A questão que se me coloca neste momento, é se a marca consegue existir para além do blogue, e se não será demasiado arriscado negligenciar aquilo que está na origem de tudo.
Porque ela pode ser uma personal shopper espectacular, pode ser uma lojista de mão cheia, mas o que ela é realmente, e o que sustenta tudo o resto, é ser uma blogger conhecida.
O que ficará se tentar deixar de o ser?
Tornei-me cliente diária. Todos os dias visitava o blogue, e basicamente os outros blogues que seguia eram os que ela seguia e a que acedia directamente de lá.
A verdade é que a moça é um caso de sucesso e não duvido que uma boa parte dos bloggers que surgem se sintam inspirados pelo sucesso dela e tentem copiar a receita, na esperança de ganhar algum dinheiro. Ou muito dinheiro. Se tiverem sorte de ser apadrinhados por ela, melhor. Olha um pequeno pónei tão fofinho, deixa-me cá dar um empurrãozinho!
Só que a rapariga junta uma série de características, que não estão ao alcance de todas. Não é só querer.
É gira e magra, o que faz com que os trapinhos que veste de uma forma geral lhe fiquem bem, ao contrário de uma montanha de fashion bloggers que...Bom, que não ficam assim. Escreve bem e tem piada na forma como escreve. Consegue captar o lado cómico de situações quotidianas e aplica-lhes uma ironia que já me fez rir muitas vezes. E a coisa funciona tipo bola de neve. Mais sucesso, mais convites, passatempos, presentes, mais matéria para alimentar o blogue.
Tornou-se uma profissional a tirar o máximo partido de uma coisa que faz bem, o que faz dela, uma pessoa inteligente, ou esperta, ou o que quiserem.
Não é à toa que a mulher tem pessoas que criaram blogues com o propósito quase único de escrever posts cujo mote é sempre um post que ela própria escreveu. Blogues que por sinal adoro ler em paralelo ao dela, porque também aí há bloggers com um sentido de humor maravilhoso. Mas sem lermos o original não percebemos as piadas, ou perdemos uma boa parte, o que contribui de uma forma muito directa para aumentar o sucesso da Pipoca.
A verdade é que ao fim de um tempo, visitar o blogue cansa. Porque se tornou semelhante a abrir a caixa do correio e ter o catálogo do Ikea e o folheto do Jumbo. Porque temos que gramar com muito blá blá sem interesse e muita futilidade, à espera do dia em que a autora acorde com inspiração, ou vontade, de nos brindar com um post de qualidade. Porque a profissionalização da coisa e da marca é tão grande, que temo que tenha que pagar qualquer coisa só por juntar as quatro palavrinhas A Pipoca Mais Doce aqui neste cantinho tão escondido.
Porque às vezes parece que não tem nem muito tempo nem muita paciência para alimentar o blogue.
A questão que se me coloca neste momento, é se a marca consegue existir para além do blogue, e se não será demasiado arriscado negligenciar aquilo que está na origem de tudo.
Porque ela pode ser uma personal shopper espectacular, pode ser uma lojista de mão cheia, mas o que ela é realmente, e o que sustenta tudo o resto, é ser uma blogger conhecida.
O que ficará se tentar deixar de o ser?
Subscrever:
Mensagens (Atom)