O rancor é uma característica mesquinha. É aquele sentimento que nos faz ficar a remoer, que nos faz perder horas e queimar neurónios a pensar como vamos chatear quem nos chateou, que não nos permite andar em frente, que dificulta essa coisa difícil e nobre que é o perdão. As pessoas rancorosas nunca oferecem a outra face.
Eu sou rancorosa. É horrível, eu sei. Faço um esforço enorme para desculpar e seguir em frente, mas a maior parte das vezes não consigo. Muitas vezes levo o rancor ao extremo. Consigo cortar relações de forma radical com alguém que me fez alguma. Consigo ignorar alguém com quem tinha um qualquer tipo de relação, como se estivesse ali uma parede.
O rancor corroi por dentro. Dá dores de cabeça, mágoa e tristeza. Destroi amizades, relações.
Por exemplo no emprego, tento ao máximo resolver os possíveis conflitos sem chegar ao confronto, à discussão. Numa discussão pode ouvir-se de tudo, e como já sei que vou ficar de forma irremediável de pé atrás com a outra pessoa, tento que nunca descambe a esse ponto.Com os amigos também tento controlar a coisa. O mais difícil é com a família. E sobretudo com o Dito-Cujo. Quando ele faz alguma que verdadeiramente me magoa, como por exemplo aquilo que vos contei aqui, sinto que de alguma forma ele tem que sentir que fez estragos. Não pode ficar só pelo desculpa. Ou pior, fingir que não aconteceu nada. Ou pior ainda, continuar a defender que agiu correctamente.
O rancor é uma defesa que surge quando sinto a minha dignidade atingida, só que é um sentimento que não dá dignidade nenhuma.
Ora bolas.
Não sei se é feitio das mulheres (não defeito, note-se!) mas eu nunca esqueço. E, quando a discussão acende, consigo ir buscar todo o acumulado de anos de relação e, aí, a coisa estraga. Com a maternidade aprendi a não dizer todas as ofensas que queria no momento, aprendi a "engolir" seja em casa, seja no emprego, seja em família mas às vezes custa e só mesmo uns dias de silencio atenuam a coisa. Mas se há coisa que me destroi um pouco é quando me mexem no ego...
ResponderEliminarOs filhos ajudam a relativizar muita coisa, também acho.
EliminarOs homens são todos umas bestas :) , não há mal no mundo que não seja culpa deles e provocado por eles.
ResponderEliminarBasta ler as dezenas de blogs que existem para se perceber isso. Blogs femininos tem sempre muitos posts a cascar nos respectivos, o contrário já não é verdade, logo se conclui rapidamente os homens são todos umas bestas... hahaha
Calminha, quem disse que os homens são umas bestas? O meu Dito-Cujo fez uma coisa que me magoou, que eu não esperava, mas não é uma besta. E esteja ele na disposição de me acompanhar e conto ficar velha e esclerosada ao lado dele. E o meu blog não existe para dizer mal dos homens. Existe para dizer o que me vai na alma. Se o que me vai na alma é magoa, e se ela é provocada por um homem, que por acaso é meu marido, então é o que teremos.
EliminarCalma. Só generalizei pq na realidade resume-se a isso a minha opinião, tudo vos magoa, aos homens tudo o que magoa no dia seguinte está esquecido, as mulheres tendem a arrastar as situações para "massacrar", os homens querem é paz e sossego. Mas no fim resume-se sempre tudo, á mulher ter razão. Só isso. Se os homens fizessem 1/3 do alarido que voçes fazem das coisas que os magoam, este planeta era uma choradeira pegada... A minha respetiva AMO-A mais que tudo, pode fazer e dizer o que quisser que no dia a seguir já esqueci perdoei, agora o contrário....
EliminarNão concordo. Acho que se uma mulher fizer uma coisa que o homem considere grave, também não acordará no dia seguinte como se não fosse nada. Acho que não é uma questão de géneros, é mais de tipo de pessoas. Só concordo com a parte de termos sempre razão. A convivência seria mais fácil se partíssemos logo todos desse principio...:)
Eliminar