Não há dúvidas. Já tive duas vidas.
A vida antes do iPhone. A vida depois do iPhone.
Nunca liguei a tecnologias. Nunca quis coisas smart, que para smart já estou cá eu, um telefone era isso mesmo, servia para fazer chamadas, mandar umas mensagens, estar contactável.
Nunca comprei um telemóvel. Ficava pacificamente com o que já não servia aos outros, enfiava-lhe o cartão SIM e já estava. Era atar e por ao fumeiro, que é como quem diz, carrega a bateria disso e fala.
Depois tudo mudou. Um dia, Dito-Cujo ofereceu-me um iPhone.
O iPhone é um bocadinho como a Bimby. Quando achamos que já o conhecemos e não nos consegue surpreender, o gajo pumbas, faz mais um brilharete, deixa-nos mais agarradas.
Não consigo viver sem ele. Quando penso que me esqueci dele em casa, tenho suores frios. Quando fica sem bateria pareço louca em busca de um carregador.
No outro dia, estava eu com as migalhas no parque aqui perto, e vejo vir ao longe o que me parecia ser um sem-abrigo com uma valente piela. A única coisa que tinha com algum valor, era o meu iPhone religiosamente enfiado no bolso. Na vida antes do iPhone, o meu lema era "vão-se os aneis, ficam os dedos, se por acaso me vierem assaltar dou tudo, o importante é que não me façam mal". Na vida depois do iPhone, tiro as medidas ao potencial assaltante, vejo quais as hipotéses que tenho de lhe enfiar um pontapé nos tomates até o fazer cair de joelhos, enquanto grito "corram" para migalhas e corro atrás delas com o meu iPhone são e salvo, no bolso.
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