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quarta-feira, dezembro 19, 2012

Sobre a inveja

Parece-me que existe alguma histeria em torno da utilização da palavra inveja, como se fosse a pior coisinha que se pudesse dizer em relação a alguém ou alguma coisa.
Por isso, gente do Mundo em geral e visitantes aqui da paróquia em particular, ficam a saber que:

-Quando passam umas botas giras, "as" botas, nos pés de alguém, e "as" botas custam 300€ e eu digo, olha ali as botas da gaja, que inveja, não quer dizer que deseje que a moça se estatele no chão, parta o salto da bota e já agora um tornozelo.
-Quando oiço dizer, que o jackpot do euromilhões saiu a um casal de gordos ingleses, e digo, que inveja, não quer dizer que vá fazer dois bonecos rechonchudos de pano e espetar-lhes agulhas na esperança que os ingleses não se fiquem a rir de nós, pobres criaturas, não tão bafejadas pela sorte
- Quando vejo a Giselle Budchen, linda e maravilhosa, e digo, que inveja, não quer dizer que deseje com todas as minhas forças que a rapariga seja acometida de um ataque de acne daqueles que deixam marcas para toda a vida.

Por isso, quando digo "que inveja" e me respondem com ar sacrossanto "ai, inveja não, não tenho inveja de ninguém", enervam-me até não aguentar mais.
Pois eu tenho, inveja de muitas coisas, mas de uma forma boa, (até porque a minha vidinha é abençoada), de uma forma de "quem me dera, que sorte" e não de uma forma tomara-que-sejas-aspirada-quando-passares-no-triangulo-das-Bermudas.
Tenho dito.

1 comentário:

  1. Percebo-te perfeitamente. Tenho dessa inveja aos pacotes!! E a minha vida, em muitas coisas, é abençoada!

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