Toda a gente tem alguma coisa em que é mesmo boa. Um assunto que domina, onde invariavelmente acabam todas as conversas, onde pode cagar umas postas de pescada perante a admiração dos comuns mortais. Os que trabalham nos bancos acabam sempre a falar de taxas de juro e objectivos trimestrais, os dos supermercados da forma como nos enfiam os produtos pelos olhos dentro, os advogados sobre casos que andam na berlinda.
Eu poderia apresentar a maternidade como a minha especialidade, uma vez que já repeti três vezes, mas mãezinhas há por aí aos magotes.
Aquilo em que sou mesmo boa, o assunto que domino e sobre o qual dou conselhos sem pensar duas vezes resume-se a uma palavra: cistites.
Pois é. Cistites, infecções urinárias.
Já fui tantas, mas tantas vezes, acometida desta maleita, já li tanto sobre isto, já experimentei tantas vezes na pele, (que é como quem diz na bexiga e na uretra), os ardores e as dores dessas traidoras, que me sinto uma especialista.
Então vamos lá.
Se aqui vieram parar atrás da palavra cistite, ficam a saber que se não querem levar com uma, não podem: usar roupas apertadas, nem cuecas de nylon e rendas, não podem estar horas a fio sem ir à casa de banho, esqueçam os pensos higiénicos diários e, os tampões também não são aconselhados.
Devem: fazer chichi cada vez que têm relações sexuais, beber litros de água por dia, usar cuequinhas de algodão daquelas mesmo sem graçola nenhuma, comer frutos vermelhos tipo arandos e framboesas, evitar picantes, cafés, bebidas com gás, vinhaça e champanhe.
Quando a coisa começa, não devem começar logo a enfiar antibiótico para o bucho sem primeiro fazer análises, porque digo por experiência própria, as bactérias tornam-se resistentes a tudo o que tomam, e quando vêm chegar o primeiro comprimido de Noroxin ou Furadantina, riem-se à gargalhada, enquanto se continuam a multiplicar felizes e contentes. Às vezes até se fazem de mortas, mas é tudo fita. Mal uma pessoa começa a fazer a sua vidinha normal, elas regressam, a lixar-nos reuniões importantes, brincadeiras com os filhos, a conta bancária e a vida sexual.
Consultem ginecologista, urologista, urgências de hospitais, andem sempre com uma requisição de uma urocultura na mala, mais Urispás e Brufen, e rezem, mas rezem, para não chegar ao ponto em que sentem que a única maneira desta bicheza maldita se fartar, é ver-vos de cueca de algodão branco, vestidas com um saco de batatas, sem molhar o bico em alcool, a sair da cama a correr mal acabam de dar uma queca, para fazer chichi e lavarem-se como se não houvesse amanhã a fazer chap chap no bidé (que sexy!)
Ou melhor, para esta bicheza maldita se fartar, o melhor mesmo é beber copos de água em vez de. Ou comer arandos.
Adorei a publicação.
ResponderEliminarEntrei neste mundo há pouco tempo e já me parece uma eternidade.
Tive algumas infeccoes urinarias aos vinte e poucos anos (a primeira chegou ao brinde de uma pielonefrite), mas depois estive uns anos sem ter. Aliás, nos ultimos 8 anos tinha tido só 2. Até que tive esta terceira que deixou sequelas: fiquei com a parede da bexiga fragilizada e tenho alguns dos sintomas sem infecção. Ando a arandos, mas ao minimo descuido bebi uns copos de champanhe e pimba, lá piorei outra vez.
Falaram-me num suplemento alimentar que minimiza o efeito dos alimentos tanto a nivel gastrico como urinario, o Prelief. Não sei...não gosto muito de experimentar assim coisas, mas se funcionasse era fantástico.