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quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Amanhã já é quinta feira e isso de uma forma geral é melhor que ser segunda

O despertador toca.
Dou-me ao luxo de um, dois toques no snooze. Ao primeiro, reencontro o sono. Ao segundo, é quando o mundo se me afigura. As horas, o que me espera no emprego, em que ponto deixei a minha vida antes de adormecer. É a tomada de consciência do ponto de partida para mais um dia.
Invariavelmente animo-me se estiver mais perto do fim de semana do que de segunda feira, lembro-me que preciso de férias, sonho com um euromilhões que me viesse salvar ao despertador, ao frio das manhãs cedo, ao trânsito das horas de ponta. Se por qualquer passe de mágica tiver alguma coisa mesmo desafiante ou diferente ou estimulante guardada no trabalho, sou capaz de me animar mais um bocadinho, mas até esse entusiasmo dos momentos importantes da vida profissional, se torna mais cansativo que motivante. Demasiada pressão, cada vez menos tolerância ao erro. Canseira.
Se me quiser deprimir verdadeiramente, foco-me no facto de faltarem pelo menos vinte anos para poder sequer pensar em reforma, e afundo-me na ideia de não aguentar esta merda por mais vinte anos. Parecendo que não uma pessoa já tem quarenta anos, um monte de alergias e uma dor na anca que não larga. Razão têm os patrões para não quererem velhos, espero que daqui a dez anos também me torçam o nariz e não me queiram, talvez me arranjem uma bonita prateleira onde possa ficar a fazer tempo para a reforma, longe de objectivos inalcançaveis, e de chefias hipermotivadas e donas da verdade em particular e do mundo no geral, (onde é que já vi isto), se não querem pagar prémios mais vale dizer logo, agora cenouras e palmadinhas nas costas, obrigada, mas sinto que começo a ter a minha dose.
Claro que de repente posso ser promovida, e não vou precisar de snooze durante bastante tempo, que esta cena do estímulo positivo até acorda mortos, mas até lá, quando me deito, faço sempre as contas a quantas horas vou dormir, e menos que sete é dia de telha na certa.


1 comentário:

  1. E assim de repente pensei que talvez seja possível trabalharmos na mm empresa :)
    A cenoura, a mim mata-me é a porra da cenoura q logo em seguida é substituída pelo chicote!
    Já este ano disse essa frase à minha chefia directa, se não querem pagar prémios assumam! Agora criar objectivos inatingíveis é fazer pouco do trabalho das pessoas.

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