Migalha do Meio está no primeiro ano.
Segue os passos da irmã na escola pública, não porque esteja a ser um sucesso, mas porque com o nascimento do Sancho, um colégio para os três deixou de ser opção.
Não vale a pena tentar dar algum romantismo à coisa. Ou dourar a pílula. A minha experiência com o Ensino Público tem sido uma merda, para os miúdos é uma merda, e ainda por cima nem me parece que do lado dos professores a palavra seja diferente.
Tal como a irmã, Migalha do Meio tem uma professora contratada, vítima que é da falta de habilidade da mãe para cunhas de secretaria e pedidos por baixo da mesa. Discriminada pela minha falta de jeito para tentar furar o sistema, logo o sistema de ensino que está ali mesmo a pedir para ser furado.
Estou cansada. Eu que em mais de meia dúzia de anos de infantário com três crianças, lembro-me de me ter queixado uma única vez e porque o ar condicionado estava um bocado para o fresco, vejo-me agora embrulhada em trocas de mails e reuniões, sem saber se o que resulta com esta gente é baixar a cabeça e pedir por favor, ou atirar-lhe com o monte de ilegalidades que cometem e permitem cometer, sabendo que o mais certo é que nada leve a lado nenhum, afinal há três anos que me dão baile, que me mentem, que me tentam ludibriar, que me atiram areia para os olhos, mestres na arte de ganhar tempo no tempo das decisões e habilidosas a escaparem-se quando já não há nada a fazer porque o tempo já passou.
Migalha Crescida já conta três professores, um por cada ano. E daqui a um ano estará a conhecer o quarto, porque a recém-chegada já avisou que o seu contrato é, como para todos os outros professores, pelo período de um ano. E mesmo que concorra para tentar continuar com a turma, ainda está dependente de cair nas graças da coordenadora da escola e da direcção do agrupamento, que podem muito bem não ter gostado da saia que levou na festa de Natal. Aliás, a professora do primeiro ano de Migalha, continua no Agrupamento, mas como não caiu nas graças das fulanas que mexem os cordelinhos, foi colocada noutra escola, não obstante os pedidos dos pais para que continuasse.
Estou farta. Estou cansada. Ninguém quer saber dos miúdos. Ninguém tem medo, nem respeito, nem porra nenhuma. Fazem o que querem, como querem e quando querem, e a nós só nos resta a resignação, e logo eu, que não sou de me sujeitar, nem de me resignar, logo eu é que havia de ter que lidar com esta gente...
O meu filho este ano também vai para a 1ª classe, na escola pública. Já constatei vários problemas sim...
ResponderEliminar:(
A minha experiencia tem sido mazinha. E acho que não sou demasiado exigente.
EliminarCalma, Xaxia, vai correr bem, adaptamo-nos a tudo, e toda a porra má, tem uma porra boa. Os miúdos ficam desembaraçados. (Eu tive professores diferentes nos 4 anos de escola primária).
ResponderEliminarUm abraço.
Que nos adaptamos a tudo, eu sei. Até às coisas que não nos deveríamos adaptar.
EliminarAté me deixas nerbiosa...
ResponderEliminarTenho uma palavra para o meu Super Jr: colégio.
EliminarAprendi à minha própria custa que essa gente faz o que quer. Ninguém os pára. E não vale a pena metermos-nos a acenar direitos e leis, o sistema está montado para ser invencível. Apetece chegar lá e correr tudo ao pontapé. De há três meses a esta parte assisto a uma senhora directora a cometer irregularidades, umas atrás das outras, gastei tempo, dinheiro e saúde. E cara alegre.
ResponderEliminarInfelizmente é assim.
EliminarExactamente...Também estou a aprender. Mas a cara alegre é que comigo não dá. Avento um trombil que não se aguenta...
EliminarEu já passei essa fase. Acabei por ter de tirar um, de volta ao privado. E tento não pensar como tudo funciona mal quando as pessoas que deviam trabalhar para as crianças são mesquinhas, ao ponto de se vingarem nas próprias crianças, só porque os pais tiveram a audácia de lhes atirar com a lei às canelas.
EliminarSe pensar muito nisto parto mesmo tudo ao pontapé. Senti-me no terceiro mundo, onde a lei existe para não ser cumprida.
A minha experiência tem sido muito boa, mas há coisas que me tiram um bocado do sério. Como a professora dela este ano queixar-se que à Sexta-feira vai ter de sair às 17h30!! Eh pá, apetece-me logo abrir a minha boca até trás.
ResponderEliminarA da minha só trabalha de manhã. Da parte da tarde vem outra. Licença de aleitamento...
EliminarMinha senhora, por mais que isto a espante, as escolas públicas NÃO são todas assim e há escolas privadas dez vezes piores que as públicas...só resolvem melhor o problema dos pais em questão de horários...é de manhã à noite.
ResponderEliminarAcredito que não. Como em tudo na vida, quem faz os sítios são as pessoas.
Eliminar