Não há dia em que não sejamos confrontados com a morte estúpida de uma criança. Mordida por um cão, ou numa queda por pensar que podia voar e ser super herói.
Quem tem filhos sabe que basta uma pequena distracção para algo acontecer. Largamos uma mão na rua e correm para o meio da estrada, deixamos a caixa da costura aberta e lá andam eles com uma tesoura na mão, ou a corda de saltar das manas enrolada ao pescoço. E isso connosco em casa. A infinidade de acidentes que podem acontecer a uma criança deixada sozinha numa habitação, privada do socorro de um adulto, já para não falar que pode haver um incêndio, um sismo...
Por isso acho que deviam existir leis, leis que não deixassem as crianças sujeitas ao bom senso, ou falta dele, dos pais ou de quem delas cuida.
E acho que devia existir uma lei que estipulasse até que idade uma criança não pode ficar sozinha em casa. São tantos os casos. Há uns anos uma menina que estava sozinha em casa com o irmão bebé resolveu dar-lhe banho. O bebé acabou por morrer com queimaduras gravíssimas. A Maddie desapareceu sem deixar rasto. E agora este menino atirou-se da janela, e só para falar daqueles que me lembro sem fazer qualquer esforço de memória.
Se o Estado interveio legislando sobre o transporte de crianças nos automóveis, sobrepondo-se à vontade dos pais, evitando tantas mortes que se revelaram desnecessarias, porque não proibir que as crianças permaneçam sozinhas em casa, sujeitando os pais que o fazem a uma qualquer penalização?
E depois caberia a nós, cidadãos, vizinhos, denunciarmos os casos que conhecemos, tal como fazemos nos casos de violência domestica.
Sei que é horrível defender um estado paternalista, sei que o mais normal seria que os pais fossem as pessoas mais capazes de defender os interesses dos seus filhos, movidos pelo amor e pelo medo que algo lhes aconteça. Mas infelizmente estão sempre a acontecer coisas que nos mostram o contrario.
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