No meio do campo, a ouvir os pássaros a chilrear, de quando a quando o ladrar de um cão.
De manhã e à tarde, passam as vacas, em manada, com passo pesado e lento, a caminho do pasto primeiro, de regresso a casa mais tarde.
Estou no alpendre, a tomar o pequeno almoço de todos os dias, mas com uma calmaria diferente, a escrevinhar palavras entre golos de chá, a enxotar uma mosca mais afoita.
Até os gritinhos e os risos das migalhas se confundem com a paisagem, e de repente já não grito para se calarem, porque me parece tudo tão feliz.
Do lado esquerdo, tenho a estrada que vai para a praia. Muito de quando em vez começa o barulho de um motor ao longe, depois mais intenso até passar à minha frente, depois some-se lá ao fundo. Uma estrada deserta a deixar adivinhar uma praia só nossa.
Desde que cheguei no sábado, ainda não pus um pé num café ou num supermercado, num restaurante, numa loja.
Se há uns anos me dissessem, que eu ia gostar de ferias que não implicassem praias cheias, toldos alugados, parques de estacionamento pagos, filas de restaurantes da moda, discotecas...Se me dissessem que não precisava de me arranjar ao fim da tarde, que o secador do cabelo não era um objecto essencial, que se pode jantar de alpercatas e havaianas nos pés, que não ia refilar com Dito-Cujo por jantar de calções.
Aqui não há serviço de quartos, nem coisas para pendurar nas portas, pode arrumar, pode ir dar uma volta. Aqui somos só nós.
Passei este fim de semana assim... Tal e qual... Ia jurar que estivemos no mesmo sítio, pela tua descrição. E vim de lá revigorada. Mais calma. Mais paciente. Muito mais feliz.
ResponderEliminarÊ mesmo revigorante! Acho que ainda há alguns sítios assim, mas nem toda a gente gosta. Não há barulho, nem confusão, mas também não há mordomias! Eu tambem adoro.
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