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quarta-feira, janeiro 22, 2014

Ainda vou a tempo de dizer as minhas resoluções de ano novo?

É que estava a ler a minha caixa de comentários, sobre aquilo das tontinhas, e a pensar que só decidi duas coisas, mas qual delas a mais lixada de levar avante.
Primeiro: ser mais tolerante com os outros. Basicamente, ter pachorra, não dizer o que penso, Não deixar que a minha cara de enjoo diga o que pensa. Sabem o quão dificil é isto? Sabem o quão dificil é escolher ficar caladinha quando as palavras me coçam os lábios (ainda por cima, são as palavras certas, aquelas que vão arrancar gargalhadas a todos com excepção  dos visados)? São verdadeiras batalhas aquilo que se vive dentro da minha cabeça. Por um lado, tenho a piadola, com o sarcasmo suficiente, certeira, do outro, esta maldita resolução que me diz "vá, tu podes escolher, escolhe ser boazinha". De um lado, a imbecilidade mesmo a merecer ouvir umas verdades, do outro, esta espécie de grilo falante que criei para tirar graça aos meus dias, ainda que espere com isto cair em graça, nem que seja aos meus próprios olhos.
A outra, também parece canja, aposto que para todos vocês é a coisa mais banal do mundo, mas para mim, é coisa a merecer denominação de resolução de ano novo. Até tenho medo de dizer, porque se ganhei umas palmadinhas nas costas com a coisa das bolas de Mafra, temo que desertem depois de saber que até finais de 2013, eu era uma pessoa que não separava o lixo. Escusam de vir bater, fazer a separação de lixo numa casa com cinco pessoas, em que apenas uma se preocupa, e apenas uma sabe que um lenço de papel ranhoso não é no caixote azul,  não é assim tão fácil. E ainda por cima o prédio tem uma porteira que recolhe o lixinho à porta, portanto esta decisão implica que o meu real rabo se mova até à rua, carregada de sacos de embalagens e cartão e vidro, para que possa garantir que chega em condições ao destino. Como se não bastasse, a minha cozinha parece a lixeira municipal, tal é a quantidade de sacos diferentes com lixo lá dentro.
A coisa boa destas resoluções, é que se por um acaso eu as conseguir levar além de Janeiro, têm um impacto positivo nos outros e a pegada ecológica e coiso.
Oh pá, estou a ficar tão boazinha que até me comovo.

5 comentários:

  1. É a primeira vez que escrevo um comentário aqui, mas deixe-me que lhe diga que os seus textos tanto me fazem rir às gargalhadas - daquelas boas e que fazem bem - como me consegue deixar com a lágrima no canto do olho. A sua migalha crescida é mto semelhante ao meu pimpolho e por isso revejo-me naquilo que diz. Eu também sofro desse problema de falta de tolerância para com os outros. Mas concluí que a culpa não é minha é deles: porque na maior parte dos casos são tontos ou chatos ou ambas as coisas em simultâneo e só por causa disso não posso comprometer-me em ser mais tolerante, mas a sua decisão parece-me excelente. A segunda também :-)

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    1. Obrigada Inês, sabe que isto há dias em que nem tenho bem a certeza se alguém cá vem parar que não seja por engano. Não imagina como fico feliz quando sei que alguém lê, e percebe, e se identifica, e tem a amabilidade de perder cinco minutos a deixar-me um comentário.
      A tolerância é um grande desafio para qualquer pessoa, mas para mim...É a resolução de uma vida!

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    2. Ainda bem que as minhas palavras lhe deram mais um pouco de felicidade :-) Ando nesta coisa dos blogues nem há um ano, mas digo-lhe que me tem permitido crescer muito enquanto pessoa. Ler e partilhar vivências e experiências que todos temos, mas por vezes pensamos que só nos toca a nós, é uma preciosa contribuição para levar a vida bem melhor.

      http://singularidadesdeumagatamarela.blogspot.pt/

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  2. Em casa da minha mãe tb não se separa o lixo, vivem lá três pessoas e duas delas são reformadas - é para dar trabalho aos homens do lixo, dizem para se desculparem.
    Cá em casa, já separamos o lixo há mais de 5 anos mas, "para dar trabalho aos homens da reciclagem" apenas separo o lixo comum do lixo reciclável, ou seja, apenas tenho dois sacos.

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    1. Ahahaha, adorei a parte de dar trabalho aos homens do lixo. A ver, se com a quntidade de lixo que passei a separar, não mando mais uma pessoa para o desemprego!

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