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terça-feira, agosto 19, 2014

De boas intenções está o inferno cheio

Sempre levei os meus filhos a restaurantes. Muitas vezes nem queria, porque eram pequenos, porque havia barulho e ficavam irritados e maçados, em alguns casos porque permitiam fumadores.
Mas ou porque estávamos em grupo e decidiam ir, ou porque era o aniversário da avó que não tem casa para albergar trinta numa mesa e pedia a presença dos netos, a verdade é que sempre foram.
Outras vezes queria. Porque estava demasiado cansada para cozinhar e lavar loiça, porque não tinha tido tempo de ir ao supermercado, ou porque sim, imagine-se! os meus putos adoram comer fora de casa.
É impressionante a forma como algumas pessoas cagam postas de pescada. Como resolvem as vidas dos outros. Ah, e tal, deixem de ir. Contratem baby-sitters. Peçam aos avós. Saiam a meio das refeições se a criança começar a chorar.
Vão viver para uma cabana isolada no cimo de uma montanha.
O que algumas pessoas não sabem, é que a maternidade é uma tentativa constante de manter a sanidade mental, é um desafio continuarmos a ser quem éramos sem nós deixarmos engolir pelos filhos e pela família. Estar em sítios e ir a sítios com as crianças, faz parte da dinâmica das famílias e não vejo forma de evitar hotéis, restaurantes, casamentos, praias, e todos os sítios onde potencialmente existam adultos a divertirem-se ou a relaxar.
E o que algumas pessoas também  não sabem, é que as mães de crianças mais agitadas, ou mal comportadas, ou mesmo hiperactivas, são também as mais cansadas, as que muitas vezes baixam os braços sob o olhar recriminador dos outros.
Mas tiro o chapéu a quem o consiga. A quem tenha sempre liquidez para contratar empregadas para lhe ficarem com os filhos, ou quem abdique do aniversário do irmão, ou do almoço de Natal dos amigos da faculdade, ou do casamento da prima.
Ou então, quem sabe a solução seja deixa-los com um pires de leite e um pacote de whiskas saquetas.
É tão giro cuspir para o ar. Mal posso esperar que lhe caia em cima.




30 comentários:

  1. Como percebo. Tenho sorte que as minhas filhas devem ter lido (so pode!) o manual de etiqueta no útero e, se eu não me esticar em horas no social, elas lá se vão comportando assim-assim mas a minha sobrinha com 1 ano e meio (e desde que nasceu) é a miúda mais mal comportada em qualquer restaurante ou sitio publico que frequentemos. E vejo pela minha irmã que está de rastos...que não aguenta... Então, para ela não deixar de existir socialmente, um a um, lá vamos tentando distrair a criança que entra num loop de frustração e gritos muito dificeis. Mas não concordo que elas sejam "proibidas" de frequentar o que quer que seja e nem admito certos olhares a quem não a conhece.

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    1. Os meus têm dias. Uns dias uns anjos, outros uns diabos. As vezes corre lindamente, outras muito mal. Mas tenho amigos com filhos verdadeiramente problemáticos. E vejo o cansaço, o desgaste e a frustração. E também diziam que iam fazer assim e assado... Enfim.

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    2. Se ela é um pequeno monstro , que estraga a refeição a todos os que estao na mesma sala, só tem que aguentar os olhares, admitir que ela não se pode comportar assim,levantar-se da mesa com ela e sair até que ela se acalme, para bem de todos e para bem dela.

      Eu tambem não admito que me estraguem a refeição porque acham que devem obrigar os outros a ter de lidar com as birras ´de crianças mal educadas. Se eu não incomodo ninguem, não me incomodem a mim.Parece-me muito justo, o contrario é que é abusivo.

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  2. Nunca recrimino quem leva os filhos. Pelo contrário, admiro a ginástica economica e logística de ir com a família toda atrás. Mas confesso que sou das que faz cara feia para os putos mal comportados. Noutro dia fiquei na mesa ao lado de um casal com uma pirralha aí dos seus 6 anos e a miúda só sabia gritar com a mãe, atirar copos ao chão e dar pontapés em quem se aproximasse, perante o olhar envergonhado dos pais, que só lhe pediam para estar quieta. Posso estar errada, porque nunca fui mãe, mas na minha opinião casos destes resolvem-se com umas valentes palmadas. Mas fora más-educações tolero bem o barulho dos miúdos.

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    1. Oh Ana, plamordassanta... Não vás buscar a conversa das palmadas... Diz que não se pode, diz que é deixa-los au naturel... Está aqui está aí o anônimo do "espancar" e de "a violência gera violência" e que nós, mães que não têm pejo em dar uma palmada quando se nos esgotam os recursos, vamos acabar todas num lar abandonadas pelos nossos rebentos... Enfim, todo um drama! :DD

      (Eu também detesto crianças mal educadas, mas penso sempre que se calhar tive só sorte com os meus filhos que são muito calmos e comportados e que se me calhasse aquela criança em particular se calhar não faria melhor... Percebes? Agora tenho mais tendência a desculpar..)

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    2. Se mostra tanta necessidade de lhes bater, nem imagino o que faria se eles não fossem "muito calmos e comportados"... Ah, pois, lá está: o mal não está nas crianças, está na mãe que não se segura e parte logo para o histerismo.

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    3. :))) Eu já nem lembro de levantar a mão ao meu filho mais velho, quanto mais bater-lhe!.. (Viu aquela parte do "quando se nos esgotam os recursos", não viu?)

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    4. E se calhar são assim por causa da educação que lhes dou... Ou não? Terá sido só mesmo sorte? Olhe... Nunca saberemos.

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    5. Uns, sorry, não queria atrair polémicas. Se calhar quando tiver rebentos mudo de opinião. Até lá.... Apanhei palmadas valentes em gaiata pq fazia por merecer, e estou aqui inteira e sem traumas.

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    6. Estava a brincar contigo Ana... :) já nos divertimos muito aqui na xaxia com esse tema e quando vi o teu comentário fiquei saudosa... :DDD

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    7. As palmadas resolvem muita coisa, mas acho que se educa em casa. Só em situações completamente descontroladas é que aplico uma palmada em público. E felizmente lembro-me de umas três vezes no máximo.

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  3. Eu sou hoje mãe de um adolescente que andou (e ainda anda) sempre, mas sempre, comigo para todo o lado. Eu própria sou pessoa para achar que uma criancinha aos gritos num restaurante é coisa para me estragar a noite, assumo. Também assumo que é vê-las, às crianças, chegar e eu a partir. A sério. Mas tenho algum pudor em exprimir isto e como acho que sou eu que estou mal então mudo-me. Só as pessoas que me conhecem muito bem sabem que eu, eu, que adoro crianças, que adoro, fujo delas a sete pés em restaurantes e coisas do género. Aquela maça podre até pode pensar aquilo tudo, nunca, jamais em tempo algum, deveria ter escrito. Mais a mais porque é provável, mesmo, que lhe caia em cima da mona tanto disparate, e era mesmo bem feita. Era só.isto. Adoro crianças, juro!

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    1. Falar com tantas certezas de que se vai fazer assim e assado, sem saber como vão ser as coisas, é quase assustador.

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  4. Eu secretamente, queria ser a mãe do Ruca...

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  5. Parabéns xaxia por ser quem é! Os seus filhos devem ser muito felizes!

    Quanto a senhora podre eu deixei um pequeno comentário no blog dele e não foi aceite,porque não sou membro. Agora só se pode comentar lá quando se tem "membro", e isso não posso fazer. Mas prontos não vale apena alimentar mentes estúpidas.
    Eu vou continuar a levar a minha filha onde quiser e me apetecer e quem estiver mal que se mude. As crianças são crianças e vão ser sempre crianças e comportar-se como crianças, faz parte de os pais aprender a lidar com essas situações e ensinar e educar as crianças, ser pai ou mãe é isso.
    As crianças não podem ficar fechadas em casa sem conviver com pessoas e com o mundo, faz parte da sua construção como pessoa. Contudo, continuo a achar que há gente que não nasceu para ser mãe, que não tem a fibra que é necessário para ser chamada de "Mãe",nem toda gente tem o que necessário para criar e educar um ser humano, ou e até mesmo um animal de estimação.

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    1. Também acho, que algumas pessoas não deveriam ser mães. Mas não sei se será o caso dela. Não a conheço de lado nenhum. Limito-me a dizer que não sabe do que fala, do ponto de vista das mães.

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    2. Concordo consigo. Mas não falo no caso especial da pessoa, falo no geral das pessoas que não são a favor das crianças e das mães. Cada um sabe de si.

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    3. Não, Xaxia, não é verdade que se limite a dizer que ela não sabe do que fala. A sua ultima frase ("Mal posso esperar que lhe caia em cima.") representa todo um abismo face a um "limito-me a dizer que não sabe do que fala" e faz toda a diferença. Não, a Xaxia não se limiita a dizer isso.

      Se tivesse resistido a rematar o post com aquele arremesso, podia cantar de galo. Assim não, e mostrou todo o seu fel quanto ao caso em concreto.

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    4. Veja lá não escorregue no "fel" e não faça um "galo"!

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    5. Só o facto de dizer coisas "faço o que quiser e me apetecer e quem estiver mal que se mude." eu é que sei e imponho as birras dos meus filhos a quem eu quiser, pois eu não vivo em comunidade .
      Ai está um bom exemplo de como nem toda agente nasceu para a responsabilidade da maternidade.
      Criar um filho para ser um bom cidadao só resulta quando os pais tambem o são.

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  6. A Mironinho começou a frequentar restaurantes com uma semana. Nos seus quase 5 anos, fez uma, UMA, única cena que me obrigou a sair de um restaurante. Recordo-me como se fosse hoje, foi em Fevereiro, tinha menos de um ano e meio, estava em Tomar, no restaurante Bela Vista. Tinha vindo a dormir no carro e quando chegámos ao restaurante começou a choramingar. peguei-lhe ao colo, tentei distraí-la, mas quando chegaram as entradas o choro tornou-se mais forte. Quando a peguei novamente ao colo vi que estava quente e ao tocar-lhe no ouvido gritou. Percebi que seria dor de ouvidos (e foi mesmo, estava com uma otite, a primeira), pedimos a conta e saímos sem almoçar e fomos às urgências, voltámos quase duas horas depois, e ainda conseguimos almoçar. A miúda estava em sofrimento, e nós e os outros clientes estávamos incomodados. Podia ter acabado o almoço, não era por uma hora que a otite iria piorar. Mas não achei justo nem para ela, nem para nós nem para os outros clientes.
    Tive sorte com a minha filha, não é uma criança chorona ou de muitas birras e percebe perfeitamente que nos restaurantes tem de se comportar (passou metade do seu primeiro ano imobilizada, talvez por isso não se tenha habituado a estar sossegada quando a situação o exige - ou então é só sorte mesmo). Claro que já tentou sair da cadeira para ir correr pelo restaurante, nada que um ralhete e os olhos bem abertos não tenha resolvido. Claro que já fez birra porque não queria comer ( o que é raríssimo, porque sempre comeu muito bem a comida dos adultos. Em vez de estar a obrigá-la a comer e a aumentar a gritaria, muito bem, não come - não morre se saltar uma refeição (e sei que em casa não é assim). Mas em regra entretem-se bem com um brinquedo, com o caderninho de desenhos ou a ver uns vídeos no telefone ou no tablet.
    Porém, e apesar de se comportar bem nos restaurantes, não quer dizer que a leve comigo sempre que vá jantar fora. Muitas vezes, se sei que a refeição vai ser mais demorada, ou simplesmente porque quero ter uma refeição só com adultos, não a levo comigo. Da mesma forma que não a levo em todas as viagens que faço. Vai nas que acho adequadas. Já passei fins de semana em hotéis children free que me souberam muito bem, que simlêncio, que tranquilidade. Há pouco tempo estive noutro que me obrigou a fazer uma reclamação (os hóspedes do quarto do lado estiveram na algazarra na varanda até altas horas da noite).
    É claro que tenho a sorte de ter com quem a deixar nessas ocasiões, e nem todas as pessoas podem dizer o mesmo.
    Já fui incomodada por crianças barulhentas e mal criadas e já fui incomodada por adultos barulhentes e mal criados. Não é por serem adultos ou crianças que me incomodam mais ou menos. A questão é que se nas crianças faço o um esforço para tentar perceber o motivo do mau comportamento (estarão doentes, aborrecidos, haverá permissividade excessiva por parte dos pais, que não lhe impõem regras), nos adultos custa-me mais perceber que desrespeitem as regras básicas de convívio.

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    1. Em resumo: a maçã está carregadinha de razão, certo, Mirone? Então para quê tanto barulho à volta disto, há uns 3 ou 4 dias que não falam de outra coisa e para quê tanto esforço em deturpar o que ela disse?

      Isto é doentio, bolas, que necessidade de se porem umas contra as outras, as boazinhas de um lado e as mazonas do outro, em guerra permanente. Falta do que fazerem ou de assuntos realmente interessantes para discutirem/debaterem?

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  7. http://maepreocupada.blogspot.pt/2014/08/o-tanque-e-o-pelourinho.html

    E o caricato é que eu até acredito que vocês até têm capacidades para serem superiores a estas coisas. Infelizmente, preferem deixar-se arrastar e, quando dão por isso, estão todas juntas nos tanques e no pelourinho.

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    1. Lamento, mas apesar de gostar muito do blogue, não estou nada ralada com a opinião da blogger. Isso considerando que me incluiria no rol das lavadeiras, sejam elas quem forem.

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    2. Não se trata da blogger, Xaxia, não se trata da blogguer.
      Trata-se de a Xaxia não se permitir a si mesma fazer parte do rol das lavadeiras.

      Ou, na versão "Não és tu, sou eu", aqui neste caso, não é ela, é a Xaxia.

      (desculpe dizer-lhe isto e ainda por cima insistir. Mas a Xaxia era dos melhores blogues que eu lia. Melhores mesmo. Mas de há um tempo a esta parte entrou por uma linha que, desculpe-me, mas acho que não tem nada a ver consigo. A Xaxia é muito melhor do que isto, não vá por aí. É só a minha opinião, claro.)

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  8. Tenham paciencia, há crianças e crianças.
    Há uns maravilhosos que comem, e ficam na mesa a brincar ou a fazer desenhos.
    Há outros horrorosos, que gritam, dão pontapés nas coisas, choram por tudo e por nada e pior de tudo , andam a correr dentros dos restaurantes.
    Não me venham dizer que os outros clientes e os donos e funcionarios do estabelecimento têm que levar com estas coisas.

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  9. Estou a ver que te cruzaste com o Miguel Sousa Tavares.
    Para mim refeição é incompatível com crianças, em casa ou no restaurante. Devia haver alguma lei para proteger as pessoas dos efeitos nefastos de uma criança na digestão. E no sono. E na saúde mental. E nos sofás brancos.

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