O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?

domingo, junho 30, 2013

Conchanata do meu coração aguenta só menos 2 quilos!

O melhor gelado de Lisboa, é o gelado de nata servido com molho de morangos, que dá pelo nome de Conchanata.
Acontece que esta maravilha da gastronomia fria, fica aqui mesmo ao pé de casa, e mal o calor espreita e aquilo abre portas (fecha durante o Inverno), lá vamos nós em romaria.
Acontece ainda que este ano, dada a enorme desconsideração de S. Pedro pelos nossos hábitos estivais e a minha partida para férias quando o calor apertou, a Conchanata ainda não me entrou na boca.
Depois, algures no sítio ermo onde estava, li isto, e fiquei a salivar pela nata e pelo amendoim. E pela manga, pelos frutos silvestres, pelo chocolate. Marquei na minha agenda mental, que mal pusesse os pés em Lisboa, era paragem obrigatória.
Ontem cheguei a Lisboa. Ontem lá fomos. A fila chegava à esquina. Dito-Cujo começou logo a bufar. Ainda estivemos uns três minutos, mas dada a carantonha que excelso marido apresentava, perguntei às  Migalhas se queriam ir comer um Cornetto mais abaixo."Sim, sim, Cornetto, boa" que o palato deles não distingue a nata da Olá da nata da Conchanata.
Quem esperou um Inverno inteiro pode esperar mais um dia, amanhã com Migalhas ou sem Migalhas, com marido ou sem marido, cá estarei.
Hoje é o dia.
Aliás, hoje era o dia.
De manhã pesei-me.

sábado, junho 29, 2013

Este post estava "entalado" desde quinta feira, mas tem mesmo que ser

Não gosto de touradas.
Não gosto de touradas como não gosto de circo, ou de cinema mudo. Não daria cinco euros para ver uma corrida de toiros, como não daria cinco euros para ver a Romana a cantar.
Com isto quero dizer que não sou aficionada, mas também não sou contra as touradas (se os mais radicais me permitirem esta posição um bocado indiferente aos touros, aos toureiros e aos forcados).
Mas há uma coisa a que não sou de facto indiferente, e que é a demagogia barata, o aproveitamento de situações, seja de que lado for.
Acho incrível que alguns (atenção disse alguns, já sei que não são todos e que conhecem alguém que não), mas como ia dizendo, acho incrível que alguns dos activistas da defesa dos direitos dos animais venham utilizar a morte do Cabo do Grupo de Forcados Amadores de Montemor, como um argumento a favor do fim das touradas. É rebuscado, mas está aí, num blog perto de nós, basta procurar.
Também acho incrível que os amantes da Tauromaquia (que respeito como tradição) nos tentem convencer que os forcados, coitadinhos, foram apanhados no meio de uma rixa com a qual não tinham nada a ver, e que acabou na tragédia que todos conhecemos.
Há entre os grupos, (forcados, equipas de rugby, futebol amador, whatever),especialmente se jovens e cheios da virilidade própria de barbas ainda mal semeadas (não seria o caso deste em particular), uma enorme propensão para as cenas de pancadaria. Lembro-me bem de como as festas da faculdade acabavam invariavelmente ao soco e ao pontapé, cadeiras a voar, meninas a chorar. O álcool dá uma ajuda.
Morreu este forcado em 2013, mas poderia facilmente ter morrido um dos meus amigos em 1995.
O meu Dito-Cujo poderia ter morrido, pelo menos umas três vezes que me lembre assim de repente.
Bastava que enfrentasse alguém armado. E que estivesse bêbado o suficiente para não se aperceber que enfrentava alguém armado. Que não se apercebesse que desta vez a coisa não ia ficar por mais uma cena de cowboys para recordar mais tarde com os amigos no meio de uns copos, ou para contar aos netos quando fosse velhinho. Que não se apercebesse que não ia ser só um olho negro, ou um nariz a sangrar. Que não se apercebesse que em troca de murros, recebia facadas.
O José Maria Cortes não vai ser velhinho e não vai ter netos. Esta será de certeza uma história que não se vai contar entre gargalhadas e copos em jantares de amigos.
Que descanse em paz.

sexta-feira, junho 28, 2013

Coisas que não vou fazer este fim de semana, mas nem morta

Ir ao mega piquenique do Continente.
Graças a Deus os meus filhos sabem que os frangos não crescem em árvores, e que as alfaces não são fabricadas.
E... Ver Tony Carreira? Serio? Têm a certeza que é isso que querem fazer?

Porque será, realmente não estou a ver porque será...

Dito-Cujo perguntava, como é que Xaxia consegue por o protector solar nas três Migalhas em dez minutos. Com ele, é tarefa para quase uma hora.
Hoje quando me vieram pedir " o creme pó pai por", resolvi estar atenta.
Começou com uma semi rixa fraterna, eu sou primeiro, mas eu é que disse, isso é injusto, empurra, chora.
Eu teria resolvido a questão em trinta segundos. Galheta para a esquerda, galheta para a direita, e vamos lá ao nosso verdadeiro objectivo: protecção solar.
Porém Dito-Cujo tem uma abordagem diferente. Perante aquela cena "mesmo a pedir um estalo", ouço dizer:
- Então vamos fazer um jogo. Quem ganhar, é primeiro.
Hum, realmente não sei porque demora tanto tempo...

quinta-feira, junho 27, 2013

Coisas que nunca irei entender

Porque rezam tanto os católicos para que alguem sobreviva, se acreditam que a outra vida é muito melhor, e felicidade sem fim e paz eterna e paraíso e tal.
Não atirem já pedras. I'm in.

quarta-feira, junho 26, 2013

A queda de um mito e o mito são ferias perfeitas

Já percebi que é quase indecoroso estar sempre aqui a falar das ferias e da praia, enquanto o resto do país coze no calor por que suplicou, por isso, este é um post destinado a mudar a imagem que podem ter dos acontecimentos:
Imagem perfeita 1- praia deserta. Deserta de pessoas, de bandeira, de salva vidas, de casas de banho. 
Imagem perfeita 2- mar refrescante. Gelado, a fazer doer os ossinhos todos
Imagem perfeita 3- dias felizes para migalhas. Para minhas migalhas e mais outra meia  dúzia, perfazendo uma dezena de crianças felizes, acreditem que não se aguenta tanta felicidade
Imagem perfeita 4: jantares de marisco e peixe fresco. Já disse que aqui não há malta a limpar nem a arrumar? Pois, é muita loiça para lavar.
Imagem perfeita 5- vinho e cerveja fresca. E maridos alcoolizados tipo diariamente. 
Imagem perfeita 6- sítio calmo e isolado. Sem cobertura de rede decente e com internet apenas em sítios como... A casa de banho. 
Animem-se, pá! Isto é uma seca, mal posso esperar por ir trabalhar. 

Matemática estival

O dia de hoje em números:
- 4 horas de praia
- 17 kg percebes
- 120 sardinhas
- número não especificado de garrafas de vinho
- número não especificado de " mines"
- mais calorias do que consigo contar
- 8 linhas num mísero post de um mísero blog

segunda-feira, junho 24, 2013

Se pudessem ver o sítio onde estou

No meio do campo, a ouvir os pássaros a chilrear, de quando a quando o ladrar de um cão.
De manhã e à tarde, passam as vacas, em manada, com passo pesado e lento, a caminho do pasto primeiro, de regresso a casa mais tarde.
Estou no alpendre, a tomar o pequeno almoço de todos os dias, mas com uma calmaria diferente, a escrevinhar palavras entre golos de chá, a enxotar uma mosca mais afoita.
Até os gritinhos e os risos das migalhas se confundem com a paisagem, e de repente já não grito para se calarem, porque me parece tudo tão feliz.
Do lado esquerdo, tenho a estrada que vai para a praia. Muito de quando em vez começa o barulho de um motor ao longe, depois mais intenso até passar à minha frente, depois some-se lá ao fundo. Uma estrada deserta a deixar adivinhar uma praia só nossa.
Desde que cheguei no sábado, ainda não pus um pé num café ou num supermercado, num restaurante, numa loja.
Se há uns anos me dissessem, que eu ia gostar de ferias que não implicassem praias cheias, toldos alugados, parques de estacionamento pagos, filas de restaurantes da moda, discotecas...Se me dissessem que não precisava de me arranjar ao fim da tarde, que o secador do cabelo não era um objecto essencial, que se pode jantar de alpercatas e havaianas nos pés, que não ia refilar com Dito-Cujo por jantar de calções.
Aqui não há serviço de quartos, nem coisas para pendurar nas portas, pode arrumar, pode ir dar uma volta. Aqui somos só nós.



domingo, junho 23, 2013

Unhas, para que vos quero!

Minha querida sobrinha, praticamente adolescente, reclama que desde que tem aparelho nos dentes, não consegue roer as unhas lá como gosta.
Minha Migalha em muda de dentes, partilha da mesma angustia da prima, e lembra saudosista os dentes que lhe caíram.
A tendência para roer as unhas deve ser genética.
A parvoeira também.

S. Pedro, conheces a expressão " meio termo"?

Isto agora é o quê?
Uma espécie de vingança?
Estou mesmo a ver-te, ah e tal não queriam calor...
Menos S. Pedro, muito menos!


sábado, junho 22, 2013

É agora que ganho um anónimo?

Não me lembro da minha Apple ID.
Se me lembrasse da minha Apple ID, descarregava a aplicação que permite carregar fotos aqui no beloguio.
Se conseguisse descarregar a aplicação que permite carregar fotos nos beloguios, mostrava a fotografia da praia onde estou.
Se mostrasse a fotografia da praia onde estou de ferias, iam ver com esses olhinhos que terra há-de comer, como ainda há paraísos, praias desertas em Sábados quentes de Verão. E iam ver que é possível estar na praia sem procurar constantemente as Migalhas pela cor do chapéu ou do fato de banho no meio de uma multidão de migalhas.
Vai ser assim durante sete dias inteirinhos.
E então? Alguém com inveja suficiente para me animar a caixa de comentários?!

Levei o meu corpo a uma formação

Hoje tive uma formação.
Bem, não era bem uma formação.
Era uma apresentação, vá.
Três horas a ouvir informação importante sobre mudanças profundas na empresa, que afectam directamente o meu trabalho.
A oradora era espectacular, daquelas pessoas que têm mesmo o dom da palavra e assim.
Mal começou a falar, tratei de me concentrar ao máximo!
Eis o que se passou a seguir na minha cabeça super hiper mega concentrada:
"Esta gaja fala bem. E ainda por cima tem uma bela figura. Alta. Bem, com aqueles sapatos...Esquisitos os sapatos. Mas são giros. Que marca será aquilo? Bem, giros, mas um bocado matacões. Mas até devem ser confortáveis. Esta gaja deve fazer as compras todas no Corte Inglés. Obrigadinha, se eu ganhasse o que ela ganha também comprava lá os sapatos todos. Os pés até são bonitos, mas...tem um dedo de ladecos? O dedo médio está em viés? Ca cena esquisita. O verniz é um bocado escuro, gosto de vermelhos mais abertos. Espera, agora que reparo, a gaja está toda vestida de preto. Até nem fica mal, as calças largas, a camisola com uma aba...É pá, quando levanta o braço parece um morcego. Cena estranha. Está gira, mas aquilo é pano a mais. Não é bonita, mas como se arranja muito, até tem bom aspecto. O nariz é um bocado estranho...É nariz de batata? É mesmo. Tão morena...Em calhando ainda tem sangue negro...Com aquele nariz."
-Alguém tem alguma dúvida?
"Merda. Deixa-me estar com atenção. O melhor é tirar uns apontamentos, enquanto escrevo sempre fico com umas ideias e consigo concentrar-me"
-Xaxia, escusa de escrever, vou mandar tudo por mail.
"Ah! Ainda bem, ufa, que alívio. Deixa-me fazer um ar interessado, afinal isto é mesmo importante. Acena com a cabeça, em sinal de concordância. Isso...Ganda seca. Já me dói o rabo de estar sentada na cadeira. É melhor descruzar as pernas, qualquer dia estou cheia de varizes e o caraças. Isto é mais ou menos como quando estava nas aulas. É difícil uma pessoa concentrar-se. Mas pelo menos agora estou a olhar para ela. E a acenar com a cabeça. Ena pá, vou bocejar. Só um. Eh lá, este veio das profundezas. Acho que nem viu."
- Alguém quer colocar alguma questão?
Salva de palmas.

quinta-feira, junho 20, 2013

Team building ou como esfolar os joelhos e ficar com nódoas negras nas canelas

Parece que quando as empresas não sabem muito bem onde gastar o dinheiro, organizam actividades outdoor, com o grande propósito do team building.
Bem sei que o objectivo não é a malta passar um momento divertido a rir-se das figurinhas uns dos outros, mas sim promover ali um estreitamento das relações, para aumentar o sentimento de pertença a uma equipa. Supostamente a empresa ganha com isso, razão pela qual patrocina a cena.
Hoje tive uma tarde dessas. Entre paintball, e jogo da corda, houve de tudo. Faixas etárias também. Indumentárias, é melhor nem mencionar. Quem diria que um mail a informar que deveriam escolher uma roupa prática e confortável faria tantos estragos. A verdade é que há quem não tenha um par de "ténes" decentes. A verdade é que há quem passe do formal decentezinho ao informal ultra labrego apenas com uma passagem num balneário.
Não sei se houve verdadeiramente a cena da equipa. No fim houve um jantar e mal vieram os cafés foi cada um à sua vidinha.
Bolas, para quando uma daquelas cenas em que a malta diz o que pensa uns dos outros, acaba sempre alguém a chorar, ficam BFF e tal? Isso existe ou é mito? É que nunca me tocou uma dessas, e destas de andar aos pinotes em terrenos acidentados, já perdi a conta.
Ainda hoje nem foi das piores. Pior foi quando há uns dois anos, os meus colegas tiveram que andar a alombar comigo, era eu uma lontrinha sem saber o que fazer para parecer leve.
Agora vou mas é dormir. Dói-me tudo. Até músculos que não me lembrava que tinha.
E os maxilares.
De tanto rir.

quarta-feira, junho 19, 2013

Já pensei fazer mil coisas e faço coisa nenhuma

Já pensei mudar de emprego, até já pensei mudar de país.
Já pensei mudar de casa, fazer obras, fazer voluntariado, ir à catequese.  Já pensei ter um cão, até já me imaginei com mais um filho, criei um blog.
Pensei o quanto queria ter uma ideia, que passasse a um projecto.
Quis fazer um curso de culinária, de costura, de pintura, pensei ter flores na varanda.
Às vezes, dedico-me a ideias pequeninas, um fim de semana, uma viagem com as crianças, organizar um jantar para amigos.
Outras dias, ainda mais pequeninas, encontrar um vestido, cortar o cabelo, cozinhar um prato novo.
Há alturas da vida assim, em que parece que precisamos muito de nos dedicar a qualquer coisa, que nos entusiasme e motive.
Há alturas  da vida em que paramos para escrever um post no blog, e percebemos que temos muitas vontades e não colocamos nenhuma em prática. Nem as mais fáceis. Nem as mais simples.Nem a do fim de semana. Nem a do vestido.
Os números conseguem ser muito pouco estimulantes do ponto de vista da criatividade, e sinto-me a ficar dentro do quadrado. Logo eu que já tenho aptidão natural para ficar no quadrado.
Daqui a dois dias vou de férias. E estou a pensar escolher uns dois livros para ler.
Depois digo.
O mais certo é acrescentar às linhas de cima, já pensei ler um livro nas férias.

terça-feira, junho 18, 2013

Para encerrarmos de uma vez o assunto

Quero a minha parte do aquecimento global, e quero já!

S. Pedro, mais uma manobra de diversão?

Dizem nas notícias que a crise económica aumentou os casos de depressão e tentativas de suicídio.
Há quem seja óptimo a encontrar bodes expiatórios, digo eu.
Não, menino Pedrinho?

segunda-feira, junho 17, 2013

Quando uma só Migalha fica com todos os genes do progenitor que cresceu na linha de Sintra

Migalha do Meio sobre um jogo de Hóquei em Patins na televisão:
- Qué isso pai, tás a ver golfe ?

Queridos e amados seguidores

Se uma das razões porque vinham aqui, era o facto de ser um blog em cor de rosa fofinho, peço desculpa, mas a única pessoa de quem recolhi a opinião, (tipo na vida real), referiu-se a ele como horrível.
Onde já se viu, chamar horrível ao cor de rosa fofinho...Homens...

Querido e amado marido #8

Só para que conste, aquilo a que chamavas horrível, era um cor-de-rosa fofinho.

domingo, junho 16, 2013

Sim, são mesmo três

Quando ando sozinha com os três Migalhas por qualquer sítio com muita gente, há sempre quem olhe com um ar do género "olha, ainda há quem tenha três filhos". Depois riem-se muito para Migalhas, mesmo que estas se limitem simplesmente a respirar, como se três irmãos juntos por si só tivessem graça.
De certeza que são aquelas pessoas que planearam o primeiro filho em função da carreira, durante uns oito anos, e passam a vida a fazer contas para ver se dá para ter o segundo, concluindo sempre que não há condições.
Então senhoras, acham que se eu tivesse feito contas alguma vez na vida tinha três?
Imagino o que passam as mães que se passeiam com quatro e cinco...

Mau Maria!

Alguem adormeceu.
Não fui eu.
Uma nova Era começou cá por casa.
Espero que a seguir ao sono não venham as dores de cabeça.

sábado, junho 15, 2013

Que dia de Verão maravilhoso!

Ah...que dia de Verão maravilhoso!
Calor, o corpo estendido na areia, livros com o sol a aquecer-me o rosto,  o torpor do sono, preguiçar sem horas, mergulhos revigorantes na água fria, taças de vinho branco em esplanadas sobre a praia, gargalhadas de amigos, chegar a casa tarde, corados do sol e do álcool, a deixar adivinhar uma noite apaixonada.
Ah...que dia de Verão maravilhoso!
Calor, corpo coberto de areia, pás e baldes com o sol a dar-me na cabeça, protector cinquenta, três pares de braçadeiras, três mudas de fatos de banho, leites com chocolate e bolachas, um filho a largar as fraldas, guinchos de crianças, gritos de pais, chegar a casa tarde, três banhos, três crianças cheias de sono, areia espalhada no soalho, finalmente o meu banho, a deixar adivinhar uma noite apaixonada se não adormecermos entretanto.

sexta-feira, junho 14, 2013

Pilinhas

Dito-Cujo e Migalha Bébé estão no banho.
Sim, juntos.
Sim, cá em casa é assim, somos naturistas e mal chegamos a casa andamos todos nus. Ou então só temos uma casa de banho a funcionar e de vez em quando temos pressa.
Estão no banho, e o Migalha olha para a (cof, cof) pila do pai, olha para a sua própria pilinha,  dá um abraço compincha ao pai e diz:
- "Pai... pilinha...xó nós!"




Querido e amado marido #7

Diz-me, quantos rolos de papel higiénico vazios, achas razoável que se juntem na casa de banho?


quarta-feira, junho 12, 2013

Outra vez os paizinhos dos outros

Hoje houve um arraial na escola de Migalha mais Velha.
Há uns dias atrás, começaram a circular mails a pedir voluntários para a organização da festa. Claro que não me ofereci, como? Onde vou eu buscar tempo? Mas estas pessoas não trabalham? Além disso tenho três crianças pequenas, devo estar mesmo no fim da lista das pessoas que se deveriam oferecer, penso eu toda senhora de mim.
E hoje lá fomos. Apenas o tempo suficiente para podermos jantar, migalhas estoirarem dez euros em rifas onde o brinde mais frequente eram os brinquedos que vêm com o Happy Meal, correrem e saltarem até transpirarem e quererem muito vir para a cama (não aconteceu).
O tempo suficiente para descobrir uma mãe de cinco que gentilmente se ofereceu para "ir fazer as compras" para o arraial, como se fosse chegar ali ao Pingo Doce ao fim da tarde e encher um cesto, e tempo suficiente para ver uma outra mãe, altamente participativa na organização, ela estava ao portão a conferir a lista, ela estava a servir bebidas, ela estava a colocar guardanapos e garfos nas mesas, sempre com um sorriso de orelha a orelha e, com esta é que me lixou, um bebé para aí com 2 meses enfiado num canguru a balançar de um lado para o outro, o tempo todo.
Quando chegamos a casa, Migalha pergunta, se por acaso um dia nós formos daqueles pais que são conhecidos na escola, se por acaso nesse dia, poderemos ficar na festa até à meia noite...
Paizinhos dos outros 1, Xaxia 0.
Raios os partam.
Pequeno apontamento não totalmente desprezável: a mãezinha do canguru ao peito, tinha um ganchinho no alto da cabeça e um ar de totó daqueles que nos levam a perguntar como lhe fizeram um filho.
Toma.Vai buscar ó perfeitinha.

terça-feira, junho 11, 2013

Correr atrás do tempo

Há dias em que parece que o tempo não chega, acordo e já estou atrasada, a Migalha Mais Velha que é a que eu deixo na escola enrola a torrada na boca, lava os dentes com um vagar assustador, vai-se vestir, passo uma vez por ela e digo "veste-te filha", vou arranjar o lanche para levar e passo novamente por ela e só calçou uma meia, e grito, e vamos para sair reparo que tem ramelas e não se penteou, e grito outra vez, e lá vamos, parece que cada minuto são cinco, e quando entro no carro e olho para o relógio é só para confirmar que vou mesmo chegar atrasada, raiosparta o relógio...Voamos estrada fora, apanhamos todos os semáforos encarnados, e parece que toda a gente resolveu tirar os carros estacionados quando vamos a passar, e quero virar para a rua da escola, e os dez carros que estão a passar parecem cem e não andam a mais que 20Km/h. E não há lugar em frente ao portão, e ela a pedir para ir até à porta, e eu que não posso, não tenho lugar para arrumar, e ela choraminga, e pede, e eu deixo o carro a barrar a saída de outros dois, e ainda nem comecei a subir a escada já um deles está a apitar...Volto para trás, mando Migalha ir, já está atrasasa, eu já estou atrasada, o homem que não larga a buzina deve estar atrasado, estamos todos sem tempo, e ainda são nove da manhã e o dia realmente nem começou.
E nestes dias, chega a esta hora, são dez da noite, e tento lembrar-me de cinco minutos que tenha tido para mim, para descobrir que não tive, nem na retrete caramba, no emprego faço chichi de pé agarrada às paredes, em casa tenho migalhas em cima de mim.
Nestes dias, saio de casa atrasada para ir trabalhar, e chego a casa atrasada para fazer o jantar, e pergunto-me, para onde corri tanto, o que acrescentei eu à minha vida, ou à vida de alguém, e sei que a resposta é nada.
Nestes dias, só me apetece perguntar se alguém viu o camião que me passou por cima e me deixou atrasada para poder viver um dia como se fosse um de cada vez.
Valha-me aqui o cantinho, onde posso sempre encostar a cabeça e descansar.

Em modo amuado

Pai olha para mim, outrora linda e maravilhosa e diz, que pareço as intelectuais que andavam na Feira do Livro, que não pintam o cabelo e não se maquilham.
I beg your pardon?
São 3 cabelos brancos, e EU maquilho-me, tá? Pouco, é certo, mas com uma carinha tão laroca e uma pele tão boa, para quê?
Pelo sim pelo não, vou marcar o cabeleireiro...
Devo andar mesmo com cara de cão e falta de viço. O senhor é meu pai, caramba!

domingo, junho 09, 2013

O Mundo divide-se...

Entre as pessoas que quando bebem não sabem o que dizem e as que não conseguem dizer nada.
Eu cá sou das segundas. Entaramela-se-me a língua, pá...

Uma Migalha com excesso de peso- parte 2

Na sexta Migalha do Meio foi ao pediatra.
Migalhita deixou a situação de pré-obesidade e passou a ser considerada obesa. Que me interessa que digam que não parece assim tanto, ou que é exagero, factos são factos.
A medica falou com ela, falou-lhe dos açucares, dos legumes e das saladas. De ginastica, natação, de andar de bicicleta e correr...
A mim falou-me da hostilidade de que pode set vitima lá para os 7 ou 8 anos, altura em que os miúdos começam a ser muito cruéis.
E no meio disto tudo, só me consegui lembrar de uma colega bem gordita, lá pelos nossos 13 anos, que vivia apaixonada pelo rapaz mais reles do liceu, um verdadeiro Zezé Camarinha de barba mal semeada, tinha ele uns 15 anos, e de um dia ele ter chegado à escola e ter dito aos sete ventos "comi  a gorda", numa altura em que o que eu sabia sobre o sexo é que ainda era cedo demais. Nunca mais me esqueci,  ela carente e com falta de amor próprio, e ele um idiota que se aproveitou da paixoneta dela.
A nossa cabeça produz lembranças e pensamentos tão estúpidos, foi há 25 anos e lembrei-me.
Lembrei-me disto e do bullying, e das merdas que algumas crianças passam nas mãos das outras, e quero muito ajudar a minha migalhita a lutar contra o excesso de peso...Mas é tão, tão difícil...

E assim se vê, a força do Palmier

Uma "hiperligação" do blog Palmier Encoberto para aqui, na sequência de um dos muitos comentários que deixo a essa que é a verdadeira diva da blogosfera, Pequena Cutxi, fez este pequeno e recôndito cantinho bater recordes de visitas, mas do tipo dobrar o melhor dia que já tinha tido.
E ainda ganhei um seguidor. Ah-ah, mais um!
Não acham grande coisa? Experimentem ter só quatro e passar a cinco. Crescimento de 20%, pá!
Tumbas, embrulhem.

sábado, junho 08, 2013

A única coisa boa de estarmos em Novembro, é que recebo o subsidio de Natal. Bem, só metade, mas melhor que nada.
O quê? Aaaaaaahhhhhhaaahhhhhhaaahhhhhhhaaahhhh... Junho...Não me façam rir !

sexta-feira, junho 07, 2013

Hipocondria e o resto do Mundo

- Ah e tal, 'tás cá com uma cara, já há dias que reparei.
Mau Maria, vamos lá a explicar melhor.
Definam má cara. Tenho olheiras até ao joelho? Estou amarela, ou pior ainda, verde? Parece-vos que tenho coisa para falecer?
- Não, parece que andas assim triste ou aborrecida.
Aaaaaahhhhh! Isso.
Bolas, não matem uma pessoa de susto sem necessidade. Tenho que usar um letreiro ao peito a dizer
"hipocondríaca"?
E não, não estou aborrecida, estou mesmo muito cansada.
- Muito cansada? Quão cansada? Tens feito análises? Anemia, não? Olha que uma amiga minha começou assim, análises e exames, também era cansaço e foi-se a ver...
Socorro!!!


quarta-feira, junho 05, 2013

Um por Todos

Como se explica a um marido acabado de entrar a porta de casa, que a nossa cara fechada e a voz que começa por sair embargada pelas lágrimas, se deve à morte de um menino que não conhece, que não é amigo, vizinho ou familiar?
Soube do Rodrigo aqui nesta coisa dos blogs, mas podia ter sido no Facebook, ou num cartaz de um evento para angariar dadores de medula óssea, num concerto, num workshop, num dos tantos eventos organizados para ajudar a pagar uma possível cura.
Soube do Rodrigo, porque perante o pior dos cenários, uma mãe, mãe como eu sou, arregaçou as mangas e lutou de forma arrebatadora pela vida do seu filho, fez a sua voz chegar a muitas pessoas, e por sua vez a dessas chegou a outras, e é quase impossível que alguém que não viva num casulo, não tenha ouvido falar dele.
Soube do Rodrigo que não me era nada, e de repente passou a ser. Passei a rezar por ele, a torcer por ele, a amaldiçoar uma anemia que me impede de ser dadora de medula, a ficar com uma neura desgraçada porque não consegui estar no "Todos por Um", a espreitar a medo a página do Facebook, sempre a desejar que tudo corresse da maneira como deveriam correr estas coisas, e que deveria ser sempre com final feliz.
O prognóstico era o pior. Mas a mãe quis acreditar, que mãe não quereria, que mãe entregaria assim o seu filho de mão beijada?
E muitos acreditaram. Eu acreditei. Porque precisamos de acreditar, porque de vez em quando é bom saber que alguma coisa má corre bem, que os médicos se enganam, que milagres acontecem. As pessoas doentes precisavam de acreditar, os pais de outras crianças doentes precisavam de acreditar, eu, mãe de três filhos, precisava de acreditar, que desta vez o desfecho seria outro.
E todos mereciam que tivesse sido diferente. Todos os que se uniram em torno desta causa, que deram tanto de si, que se mobilizaram de uma forma completamente despojada em torno deste menino, que tiveram esperança, que acreditaram, que esperaram milagres, que sonharam com tratamentos em lugares distantes.
A Mãe Vanessa merecia que tudo tivesse sido diferente, porque é mãe, e nenhuma mãe deveria ser alguma vez na vida obrigada a passar por isto, porque é impossível sobreviver a isto, ainda que se continue a respirar.
O Rodrigo, tão pequenino, tornou-se tão grande. Tão grande porque de repente não é apenas o Rodrigo, são todos os meninos e meninas que diariamente lutam pela vida, que aguentam estoicamente tratamentos agressivos, internamentos prolongados, longe de casa, das suas caminhas, dos seus brinquedos. Porque o Rodrigo nos obrigou a pensar nestas coisas e a mexer o rabo para ajudar, porque por ele, mais pessoas se tornaram dadoras de medula, e quem sabe outras pessoas serão salvas.
Hoje, perante a partida do Rodrigo, penso em tanto que deixou com a sua passagem, e penso, se em vez de "Todos por Um", não terá sido realmente o  "Um por Todos".
Que esteja em paz, num sítio lindo e maravilhoso, onde o seu sorriso possa continuar.

domingo, junho 02, 2013

Nunca mais é Segunda-feira

Bem...Graças a Deus que já é Domingo à noite, amanhã é segunda feira, iupi, vou trabalhar.
Foi um fim de semana cheinho de festas de Migalhas, começou Sábado na aula de música da Migalha do Meio, com os meninos a cantarem numa varanda decorada com flores de papel, uma máquina de bolas de sabão e os pais a assistirem na rua, tudo para comemorar o Dia da Criança. Depois foi a sua festa de aniversário, Sábado à tarde, numa espécie de parque de diversões, tal como ela tinha pedido.
Domingo de manhã a festa de fim de ano no infantário, Domingo à tarde a mesma dose mas de Migalha Bebé.
Festa de fim de ano...já?? Pois, também não faço ideia da razão, mas este ano resolveram despachar a coisa logo no início de Junho. E como se não bastasse, fazem distinção entre os meninos da creche e os mais crescidos, organizando DUAS festas no primeiro Domingo de calor a sério de 2013, uma às 10h da manhã (eu sei, ninguém merece) e outra à tarde.
Pelas onze horas da manhã já estava arrasada,  a festa incluiu dançar durante uns vinte minutos à torreira do sol, um mix de músicas dos Caricas e Macarena e Gangnam Style, sob o olhar de gozo de Dito-Cujo, pouco dado a actividades parentais em festas da escola.
Verdade seja dita, a coisa até foi engraçada e Migalhas divertiram-se bastante.
Aliás, esta agenda livrou-me de andar à procura de qualquer coisa para fazer no Dia da Criança, e juntar-me às hostes que invadiram o Jardim Zoológico, os jardins da Guilbenkian, etc e tal, e ainda de me preocupar em enche-las com presentes, porque tanta brincadeira, tanto doce, tantos amigos, é o maior presente que podem ter, o que espero que reconheçam sem queixas e sem pedinchices.
Pelo meio, servi um jantarinho a compadres no Sábado à noite, acompanhado do meu gin favorito,de onde só não saí a rebolar porque não fui a lado nenhum.
Terminei o Domingo na missa das 19h, onde fiz questão de ir na mais absoluta solidão, na esperança de conseguir estar uma hora sem ouvir a palavra mãe. E consegui.
Boa semana!

sábado, junho 01, 2013

Jingle bells, jingle bells

O quê? Ãh? Como não é Natal?
Dia da quê? Dia da criança? Ná...

Uma espécie de Nigella Stewart...

Sempre que há aniversários de Migalhas, e de há uns anos a esta parte, que me transformo numa espécie de fada do lar super mãe, que concilia com harmonia as dez horas de trabalho e a confecção de bolos de chocolate cobertos com princesas em pasta portuguesa, tudo home made.  Ao mesmo tempo, organizo festas para amigos do colégio, e jantares para avós, e ainda jantares para tios. São longas listas de entradas e pratos, que dão origem a ainda mais longas listas de supermercado, que consigo cumprir com a leveza e destreza de uma verdadeira profissional.
Isto pôs-me a pensar que se calhar, em vez destas inutilidades que para aqui pranto, devia era soltar a fusão de Martha Stewart e Nigella Lawson que sei que vive discretamente alojada em mim e mudar este blog radicalmente.
Passaria a ter milhares de seguidores, donas de casa desesperadas a precisar de saber como tirar uma nódoa de vinho, como se cozinha um foie gras fresco, como se matam as traças que atacam as toalhas de linho e os lençois de algodão egípcio.
Ensinaria a restaurar móveis antigos, a transformar peças de madeira virgem em lindas obras coloridas. Desvendaria os segredos da costura, como fazer a bainha de um vestido, onde comprar os tecidos de florinhas mais amorosos para forrar albúns de fotografias e agendas.
Daria dicas preciosas sobre presentes de Natal, por exemplo como tricotar cachecois de malha para toda a família incluindo para os primos que vivem em Angola, ou como aproveitar a época de saldos de Janeiro e comprar logo a maior parte.
Passaria a animar os posts com lindas fotografias de cupcakes, de saladas de frutos vermelhos, guardanapos dobrados em forma de cisne, do quadro que pintei enquanto tinha as quiches que-fiz-para-aproveitar-restos a cozer no forno. 
E até poderia ter uma fotografia de perfil com um avental imaculadamente limpo e engomado, maquilhagem perfeita, cabelo primorosamente preso na nuca num gracioso rabo de cavalo.
Oh pá...Até poderia juntar Migalhas, com lindos vestidos vaporosos, majestosos laçarotes na cabeça, uma a trincar um biscoito caseiro, outra a lamber um dedo delicadamente colocado na massa dos petit gateau!  E o meu Migalha Bebé, sempre feliz e sorridente como devem ser os filhos das bloggers decentes, a afagar o cão que entretanto comprámos, todos tão lindos e perfeitos que iríamos ter pelo menos dez hate blogs dedicados a nós e resmas de anónimos raivosos.
Depois era ver a malta da Bimby a querer patrocinar o estaminé, as gentes do clix e do sapo a implorarem para me alojarem, workshops com filas de espera, uma assistente para gerir a caixa de e-mail, outra para gerir a página do facebook...Um agente! Uma editora!
Meu Deus...Isto seria tão giro se eu tivesse jeito para alguma coisa!