O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?

quinta-feira, dezembro 31, 2015

Fiquem-se lá com conversa de blogs que é disto que vocês gostam

Serve o presente para vos anunciar a minha resolução de Ano Novo.
Encerrar o blog? Ná...o blog irá morrer como os velhinhos, calmamente e de morte natural. Uma coisa serena e sem estardalhaços. 

Em 2016 vou atualizar o meu currículo. Esse jovem imberbe que ficou parado lá no início do século, precisa ganhar maturidade, fruto do meu ligeiro desencanto com a empresa que me alberga desde que larguei os bancos da faculdade e onde já fui muito feliz. Ah, e comprometo-me a ter um perfil decente no LinkedIn. Uma coisa que não me leve a pensar que para ter isto mais vale não ter nada, os senhores vêm aqui espreitar e...que vergonha.

Quanto aos blogs. 
Pessoas, pessoas...
Este blog viu o propósito da sua criação ir pelo cano quando três pessoas o descobriram e perceberam que era meu. Nunca mais consegui escrever uma linha que não fosse condicionada e limitada de alguma forma.
Felizmente ganhou outro objetivo, muito diferente do espaço de catarse que pretendia ter.
O da diversão. Sobretudo a minha, algumas vezes de outros. E pessoas, como eu já me diverti com esta merda. Não sei o que será dele amanhã, ou daqui a dois, quatro, seis meses ou três anos. 
Pode falecer já, caiu para o lado e pronto, pode viver a oxigénio, ou, milagre! Milagre!, pode voltar ao normal.
O que sei, é que graças a este espaço, blogo conheci umas gajas muito fixes. Sim, essas mesmo, essas cabras sem coração, supostamente responsáveis pelo encerramento de pelo menos, err...pelo menos....pois...ora....um...um blog. 
E vários chiliques.
Graças a elas dei por mim em lágrimas muitas vezes. Porque todas, sem excepção, têm uma inteligência, um humor, uma perspicácia e uma sagacidade, que digo-vos, pessoas, não há por aí aos pontapés. 
Quis o destino que fossemos sete. O meu número da sorte. O meu número preferido. Sete cores do arco-íris. Talvez pelo meu sete, se resista às profecias, aos prognósticos, e às vontades de quem muito se arrelia com isto dos blogs.
Para todos os que aqui passam, mesmo que seja sem querer, mas sobretudo para as minhas blogo-amigas de uma vida (quem escreveu isto primeira vez foi todo sarcasmo e já tantas vezes vaticinou o fim da blogo amizade, que enfim, parece meeeeesmo um desejo mesquinho), para todos e para elas, um grande, grande ano de 2016. Nos blogs e na vida.





domingo, dezembro 20, 2015

sexta-feira, dezembro 18, 2015

Primeiro balanço do ano que quase termina

No Natal passado a sogra ofereceu-me umas calças em pele, giras, que me ficavam ligeiramente apertadas. Não troquei porque dos planos para 2015 fazia parte o de voltar ao número 36.
Quase um ano depois: as calças continuam giras, e não me servem.

terça-feira, dezembro 15, 2015

quinta-feira, dezembro 03, 2015

Tenho esperança nas gerações futuras

Dilma aparece na TV.
Migalha Crescida:
-Quem é essa?
-Uma vigarista.
-Hã? O que é isso?
-Uma aldrabona.
-Como o Sócrates?

segunda-feira, novembro 30, 2015

Tomem lá burpees

Matem-se para aí suas magras.

Depois dos imensos abusos do fim de semana

Aparece no FB um vídeo com exercícios supéééé fáceis para emagrecer e recuperar dos excessos.
Descobri o que é um "burpee".
Fiquei cansada a ver um. Mandava repetir 20 vezes. Acho que preciso de férias.

(Só vi o vídeo...preciso bomba da asma)


segunda-feira, novembro 16, 2015

Sou a favor do acolhimento de refugiados, pronto, já disse

A primeira vez que percebi o que era realmente xenofobia, vestíamos de branco por Timor.
No meio de uma conversa com alguém que por força das circunstâncias se tinha tornado próximo, lembro-me de à minha indignação ter respondido com um "sabes que eles não são como nós, não sabes?"
Devo ter arregalado os olhos para lá do razoável, porque ela insistiu. Que a vida para "eles" não tinha o mesmo valor, que estávamos muito ralados como se eles sentissem como nós, mas não, não sentiam.
"Eles", os timorenses, claro.
Aquele discurso, estava muito para lá de tudo o que eu tinha ouvido até esse dia. Aos olhos daquela jovem mulher de 26 anos cheia de sacramentos e pergaminhos, não eram menos cultos, menos inteligentes, menos preparados ou menos capazes, expoente máximo das conversas sobre racismo que eu já tinha vivido até então. Não. Eram mesmo menos pessoas. Não davam o mesmo valor à vida, logo a vida deles valia menos. Estavam ali entre pessoas de segunda, ou animais de primeira, não sei  bem, não percebi, não quis perceber mais nada.
Passemos aos refugiados.
Tenho pensado muito no assunto. Mesmo muito. E tenho-me perguntado qual a minha posição.
Em primeiro lugar, deixem-me que diga em minha defesa: aventem-me com uma criança em sofrimento pelos olhos dentro e eu cego. Cego completamente. Multipliquem por centenas de crianças com fome, frio, a morrer nos braços dos pais, ou no fundo do mar. Agora calcem os sapatos daquelas mães e pais, desesperados, também com fome, com frio, que carregam meia dúzia de tarecos debaixo dos braços, mais os filhos, e o medo.
Eu sou a favor do acolhimento aos refugiados. Mesmo hoje, dois dias depois de mais de cem pessoas que podíamos ser nós terem perdido a vida daquela forma bárbara, continuo a ser a favor do acolhimento de refugiados. Mesmo depois de saber que um daqueles psicopatas entrou num desses grupos que foi acolhido, continuo a ser a favor do acolhimento dos refugiados.
Corremos riscos no futuro? Não duvido. Virão mais destes terroristas quase a cheirar ao leite da mãe prontos a rebentar com tudo e todos? Não duvido.
O que duvido, é que seja aceitável não salvar a vida de quem nos pede socorro e nos está a morrer às portas de casa, como se falassemos quase de um homicídio em legítima defesa.
Se tivessemos que fazer um balanço, tão cruel quanto pode ser pensar nas pessoas como números, entre o número de vidas que se perdem a tentar  fugir da guerra, a tentar entrar na Europa, e o número de vítimas que serão alvo de atentados levados a cabo por quem entra infiltrado, parece-me óbvio para onde penderia o prato da balança.
Porque as vidas valem todas o mesmo. A menos que a vida de ocidentais cristãos tenha um qualquer coeficiente multiplicativo de valorização que desconheço, as vidas valem todas o mesmo.
Que haja regras. Claro. Que haja controlo, que em caso de suspeita não se hesite, como é óbvio. Que não atiremos para debaixo do tapete os nossos valores, sem dúvida. Mas não tenhamos ilusões. As famílias sírias não vão passar a ir à missa ao domingo como forma de agradecimento pela nossa imeeeeensa generosidade, nem vão comer entrecosto com ameijoas, nem vão banhar-se de biquini em Carcavelos. Vão continuar a manter a sua cultura e a sua identidade, talvez até com mais fervor, já que é tudo o que lhes resta do que foi a sua vida e o seu passado.
Se não tenho medo?
Tenho medo. Muito medo.
Mas tenho mais medo de me sentir cumplice da morte de milhares de pessoas.


terça-feira, novembro 10, 2015

quinta-feira, novembro 05, 2015

Tomem lá. E dêem cá. Se vos apetecer, claro, que não obrigo ninguém a dizer que o filme que viu mais vezes foi o Música no Coração seguido do Pretty Woman

O primeiro filme que vi no cinema foi a Alice no País das Maravilhas. Uma maravilha de que não me lembro patavina, não fosse ter ouvido a frase "o primeiro filme que te levámos a ver ao cinema foi..." durante toda a minha vida. O primeiro filme que me lembro de ter ido ver ao cinema (e não o que vi primeiro, estão a acompanhar?), foi o TOP GUN, até porque saí de lá completamente aparvalhada, que é como quem diz, a fazer planos de ir viver para a América a fim de me colocar no caminho do amor da minha vida. Tinha uns 11 ou 12 anos. Ou talvez não fosse o primeiro a deixar memórias afinal pelo meio houve o ET. O primeiro filme em que chorei no cinema, e me recordo de olhar em volta meio envergonhada para verificar que estava toda a gente mais ou menos no mesmo estado.
Entre o cinema e o videoclube, foi tanta fita que passou por baixo destes olhinhos, que jamais conseguiria escolher um.
Mamei muito filme com o Richard Gere, com o Robert Redford e com o Harrison Ford, porque a minha mãe não se aguentava com estes três. Já à pala do meu pai, vi tudo o que havia para ver com o Jack Nicholson (Voando sobre um Ninho de Cucos, The Shining, Chinatown, Melhor é Impossível, este gajo faz sempre papel de maluco, lá dizia o meu pai).
Também se apreciava Dustin Hoffman, e adoravamos a Meryl Streep (ainda hoje adoro), talvez por isso Kramer contra Kramer rodou uma meia dúzia de domingos à tarde. O Rain Man agradava assim um bocadinho a todos (ainda que por esta altura já tivesse percebido que o meu futuro não passaria por acompanhar o Tom lá naquilo da meca do cinema). Lembro-me de corar de vergonha a ver Oficial e Cavalheiro (que cena ver aquilo com os pais), de ver Nove Semanas e Meia às escondidas. De chorar baba e ranho com Laços de Ternura (ganda Shirley MacLaine).
Isto era exercício para durar horas, mas não vos maço mais.
Vi  filmes espectaculares, mas também vi muita merdinha. E o que eu gostava de filmes de merda (eu e uma amiga quando não tínhamos mais nada de jeito para fazer, víamos o Notting Hill). Dormi belas sonecas em salas de cinema, especialmente quando Dito-Cujo me levava às "sessões da meia noite". Aquilo era tiro e queda. Ainda as apresentações não tinham terminado, e já me corria o fio de baba ao canto da boca.
Hoje vou muito pouco ao cinema, mas não houve filme de desenhos animados dos últimos seis anos que não tenha papado. Ossos do ofício.
Graças a Deus,  sei que um dia vou recuperar esse hábito, esse maravilhoso, apesar de dispendioso, hábito, quando os miúdos tiverem idade para ver filmes de jeito. Ou se não forem amantes da sétima arte, idade para ficarem em casa sozinhos.
Migalha Crescida já começa a dar uns toques. Pelo menos já consegue ler as legendas do princípio ao fim, o que nos permite pelo menos a hipótese de ver a versão original.
O que já é muitA bom, tendo em conta as circunstâncias.

PS: nunca vi Star Wars. Nem quero. Mereço a morte ou quê?


Estão todos a preparar os posts com os filmes da vossa vida

Não estão?
I'm waiting.
(Toda a gente nisto dos blogues mete umas coisas em inglês, não quero ficar de fora. Out. Estão a ver?)

terça-feira, novembro 03, 2015

Lá porque trabalho o dia todo, não quer dizer que não tenha uma opinião sobre um assunto que por esta hora está quase morto e enterrado

Este é o tipo de assunto que gosto de abordar por pontos. Nada de texto corrido, que muita letra cansa os leitores, ainda mais a escrever posts fora da hora do expediente.

1. Fui lá àquilo da Marta Rebelo, e li uma meia dúzia de posts além da "carta". Nem nos posts antes (onde se refere a si própria como uma pessoa feliz e cheia de vida), nem na resposta que deu após perceber que se tinha tornado na mala da Pepa de 3 Novembro de 2015, me pareceu uma pessoa assim tão fragilizada pela doença ao ponto de merecer a condescendência das almas que se querem sempre dois palmos acima dos comuns mortais.

2. Talvez seja escusado explicar pontos de vista e dar opiniões a quem compara o amor que se tem pelos animais, ao amor que se tem pelos filhos, ou o desaparecimento de um animal de estimação à morte de um filho. Felizmente estas comparações surgem quase exclusivamente (eu disse quase) de quem não tem filhos, ou o mundo poderia ser um sítio ainda mais assustador.

3. Não li tudo, provavelmente nem li a maior parte do que se escreveu sobre o tema, mas sou só eu que acho que alguém se devia preocupar com o homem, que não só não foi perdoado por ter deixado a porra do gato fugir, como ainda viu esse facto ser tornado público e apontado com a razão para o fim de uma relação com alguém que declarava há dois meses , no mesmo blog, o seu amor?

4. Tudo isto dá que pensar. Isto de comparar animais a pessoas, e colocar no mesmo patamar o amor que se tem por uns e por outros, está a tornar-se demasiado vulgar. Sinais de uma sociedade desiludida com os outros? Ou de uma uma sociedade egoísta e pouco disponível para investir em relações que efectivamente dão um pouco mais de trabalho que abrir latas de comida e mudar a areia perfumada do caixote? Dúvidas.

5. Bom. Não será com certeza inocente o CM ter escolhido para história de capa esta bizarria de uma ex-deputada socialista. Pois. Amor com amor se paga. Esta parte é uma beca triste.

6. Este ponto 6 é para a minha blogo amiga Mirone: filha, como queres que a família e amigos a "resguardem"? Que parte não percebeste? Hello...? Gatos e cães.

7. Por fim, já enjoa a conversa dos ofendidos com o que se diz sobre o que alguém escreve na net. A blogger em questão parece-me demasiado bem informada e esclarecida, para não saber que ao tornar públicos factos privados, pode ter que levar com uma cena como a de hoje. Ela própria já desancou outras pessoas publicamente. Mas temos que ter paciência, afinal sofre da doença que absolve qualquer um de qualquer merda que decida fazer ou dizer. Ai não absolve? Bem me parecia.

segunda-feira, novembro 02, 2015

Finalmente vencida pelo Halloween

Longe vão os tempos em que não podíamos aceitar doces de estranhos, porque podiam ter "droga". Hoje, mandamos as criancinhas de porta em porta a pedir doces a pessoas que ninguém conhece de lado nenhum, vulgarmente designadas por...hum...pois...estranhos.
Além disso, em termos de higiene, desconfiava menos dos pirulitos caseiros que vendiam lá à porta do ciclo preparatório do que das gomas e marshmallows avulso que Migalhas trouxeram nos sacos.
Vou mais longe, se esta merda do Halloween pegar de raíz, é bom que a ASAE meta os olhinhos no que se passa. Os simpáticos vizinhos lavaram as mãos antes de distribuírem as pintarolas? Tinham uma bancada devidamente limpa e higienizada com análises negativas à Escherichia coli? Usavam máscaras? Toucas? Mantiveram os gatos longe das mesas de trabalho? E os saquinhos dos meninos? São descartáveis ou em material lavável?
É que atribuir as dores de barriga e as diarreias ao excesso de merdelim ingerido, é o mais fácil. É que nem toda a gente oferece doces embalados em atmosferas protectoras onde não há bicho que entre, há quem ofereça um smartie e um ursinho de goma. Não tem mal, cada um dá o que pode, mas que é uma gandA nojA, lá isso é.

sábado, outubro 31, 2015

Home alone IX

Uau. Estou a ver um filme.
(Impressão minha ou está um bocadinho de calor para mantinhas?)

Home alone VIII

O vinho também vos dá para o chocolate?

(Ainda bem que é coisa rara. Já ingeri mais de 1000 calorias carai).

Home alone VII

Tão gira, aquela dança de Halloween...Haka, parece que é como se chama.

Home alone VI

A pizza é uma ganda merda, mas o vinho é uma ganda pomada.

Home alone V

Olha, acabei de ver que nisto dos blogs há quem julgue que sabe sobre o quê e quando se pode escrever.
O Sócrates acha o mesmo.
Taditos.

Home alone IV

Estou a começar a simpatizar com o Assis. Parece bom moço.

Home alone III

Mudança de planos gente.
Ao abrir a arca dei de caras com uma pizza congelada. Está com ar de processado mas vai marchar.

Home alone II

Nice! Vou cozinhar. Com o resto da garoupa do almoço e uns bichos que andam para ali na arca, vou fazer folhado de peixe e camarão.
Nham.

Home alone I

Abri uma garrafa de vinho. Alicante Bouschet.

Opá, não sei se aguento... De felicidade.

Migalha Crescida vai passar a noite a casa de uma amiga, mais o seu fatinho, que bruxinha tão querida.
Acabei de saber que Dito-Cujo vai ao futebol, mas antes vai levar o Sancho e a irmã para casa de uns amigos que estão a decorar a casa para o Halloween e fazem questão, ouviram vem, fazem questão de ficar com as crianças durante o jogo.
Eu vou ficar sozinha em casa.


sexta-feira, outubro 30, 2015

E agora vergonha própria

Vizinha de baixo cruza-se connosco na entrada do prédio, calçando umas UGG.
Migalha do Meio muito alto:
- De pantufas???

Momento "vergonha alheia" do dia

Quando queres ver o canal 1 mas te enganas e carregas duas vezes no botão e vais parar aos "Batanetes".

quarta-feira, outubro 28, 2015

Bom, isto de falar dos miúdos, é daquelas coisas que em se lhe tomando o gosto, não se consegue parar

Parece que tudo na vida evoluiu.  Menos as fotografias da escola dos meus filhos. Duas vezes por ano, lá vem a informação que o fotografo vai à escola. Por dez euros, um ma-ra-vi-lho-so conjunto de fotografias, em modo calendário, corpo inteiro, tipo-passe, e a turma toda.
Há fotos lindas.
Há fotos que captam as expressões mais giras, o ar natural, a alegria das crianças. Que dão vontade de colocar nas molduras.
E depois há as fotos da escola.
O fotografo do bairro, chega, munido de cenários. De natal, neve, céu azul. Para enriquecer o cenário, que só por si não é bastante, coloca à posteriori, ursinhos, trenós, velas e bonecos de neve. Na escala da piroseira, atinge o auge. De 0 a 20 na bimbalhice, 25.De tal maneira, que até para por em cima da secretária no emprego, uma pessoa pensa duas vezes.
E pronto. Tenho uma gaveta cheia deste conjuntos xuxu.
Este ano tentei convencer Migalhas a comprarmos só as do grupo. Que por sinal, são iguazinhas às que se tiravam nos anos oitenta, há trinta anos atrás. Qualquer semelhança entre as fotografias da minha turma da primária, e as de Migalhas, não é pura coincidência. O que fui eu dizer! Que é lá isso? Lá iam perder a sessão fotográfica? Estava maluca, com certeza. Agora ficar a olhar para os outros.
E lá foram trinta euros. Mais valia agarrar em três notas de dez e jogá-las pela janela. Eu com o miserável do iPhone, tiro fotos mil vezes mais giras. Mas elas vinham super entusiasmadas. A explicar as poses delas, mais a pose da Madalena, e da Sofia, e da Maria.
E eu pergunto...Com a quantidade de oferta que há hoje em dia, porque continuamos nós a ter que levar com estes fotografos completamente ultrapassados e ainda a pagar para guardar recordações dos nossos filhos naquelas figuras?
Alguma ideia?

A arrogância de Helena Roseta

Quase faz esquecer que está vestida de cortinados.

(neste momento, na SIC Notícias).

terça-feira, outubro 27, 2015

Aqui a preparar os lanches para a escola

O fiambre olha para mim. Eu olho para o fiambre. Para o de porco, para o peito perú, para as fatias finas de frango.
Olho de forma muito diferente do que olhava até ontem.
Cancerígenos. Já desconfiava. Mas agora está ali preto no branco.
Não vou mandar esta merda aos miúdos.
Não hoje.

segunda-feira, outubro 26, 2015

Isto com calma ainda vira um blogue daqueles das ralações das mães

Já referi algures, julgo que mais do que uma vez, que Migalha do Meio tem excesso de peso.
Mesmo, mesmo, excesso de peso. Em outras épocas, talvez fosse apenas "gordinha", não sei.  O que sei é que hoje, quando a pediatra tem que marcar o peso dela numa daquelas curvas dos percentis, que relacionam o peso com a idade, vejo sempre uma bolinha a boiar lá em cima, sem curva que a ampare.
Posso dizer que foi estupidamente de repente que a coisa se deu. Num dia estava a usar um vestido num batizado, passados dois meses o fecho do vestido simplesmente não corria e foi a um casamento de costas ao léu.
Lembro-me que no fim dessas férias, quando regressou à escola, eu podia ver o arzinho de espanto na cara das educadoras. "Isso é que foi medrar!" Quase apanhavam os queixos do chão.
A pediatra só confirmou aquilo que já sabia. Excesso de peso. Por ser demasiado pequena, não havia cá conversas de dietas nem nutricionistas. Pequenas alterações, evitar doces e porcarias no dia a dia, nas festas e ocasiões especiais não colocar qualquer restrição.
A minha grande preocupação até certa altura, era que ela não percebesse que tinha excesso de peso.  Não se come açucar (são a grande perdição dela, os doces), porque faz mal à saúde, não se enfardam cinco quilos de esparguete, porque faz mal à saúde. Em vez disso, tinha que comer sopinha e frutinha.
Mas é uma merda. É uma merda porque não há milagres. Porque ela odeia saladas e legumes, não come uma boa parte das frutas, e na sopa é muito esquisita. Ah e tal, insistir, com a continuação ela acaba por se habituar. Pois. Um bocado de alface é coisa para a  fazer agoniar-se toda, já com a gordura da carne, até se lambe.
Para ajudar a este cenário,  quase toda a actividade física é obviamente uma seca. Típico. Andar a pé? Uma maçada. Uma caminhada na praia? Xiiiii....Nem pensar. A única excepção é a dança, desporto que consigo que ela faça com prazer e sem questão.
Bom, não fui bem sucedida na parte de não querer que se apercebesse que estava "gordinha". Mesmo na fase em que as crianças têm zero de maldade e jamais se referem ao aspecto fisíco das outras crianças, nunca consegui controlar a estupidez natural de algumas pessoas que não se pouparam a comentários idiotas. Eventualmente por se situarem no espectro da espécie humana que habitualmente designo de calhaus com olhos. Ou terem a sensibilidade de um protozoário.
Enfim. Não é fácil. Ela sabe que é gorda. Ela verbaliza. Quando não a deixo comer cereais todas as manhãs, quando digo que refrigerantes só ao fim de semana.
Não a vejo propriamente infeliz com isto de ter excesso de peso. Apesar disso, já muitas vezes pensei se haverá alguma causa emocional para as fomes desenfreadas que lhe dão amiúde. Se procura alguma compensação na comida. O que faz uma criança de sete anos pensar constantemente em comer?
A genética também não ajuda. Uma boa parte da família é muuuuuiiiiito gorda, e os que não são, fecham a boquinha como podem, que mal a malta desata a comer tudo o que apetece, é ver o ponteiro da balança a subir. Eu que o diga.
Como se não bastasse a angústia que isto gera, que isto de ter uma filha pequena a fazer análises aos diabetes e ao colesterol pode ser assustador, as pessoas de uma forma geral criticam ferozmente a obesidade infantil como se fosse culpa exclusiva de pais desnaturados e irresponsáveis.. No outro dia lia no facebook o post de um humorista,  sobre os pais de crianças obesas que as levam ao Mcdonald's. Tive muita vontade de ir lá perguntar o que percebe ele de crianças de uma forma geral ou de crianças obesas em particular, mas caguei por achar que não ia adiantar absolutamente nada.
Talvez pareça fácil privar uma criança do que ela mais gosta. Mas não é.
Por outro lado, temos os eternos optimistas, que sempre que nos encontram dizem que é preciso ter calma que não tarda dá um pulo, e estica, que fulano quando era pequeno tinha uma barriguça como a dela, e agora é o pau de espeto que se vê.
Eu espero que sim. Que dê um grandA pulo, e estique, tipo que se dê o fenómeno que parece que se deu há uns anos, mas em sentido inverso.
Até lá, mantemos o lei magro e a sopa sem batata.
E a roupa para doze anos.
E a calma.

Sonhei com gatos

E mesmo não acreditando (quase) no que os sonhos querem dizer, a não ser coisas cá nossas e dos nossos botões, fui ver o que poderiiiiia querer dizer. Se acreditasse. Que não acredito.
E sonhar com gatos é mau. É mau agouro. É andar um período (não especifica se são dois dias ou dois anos), com falta de sorte.
Bom, isto foi de sábado para domingo.
Domingo para segunda, esta noite portanto, sonhei que a Filipa era revendedora da Avon (até teve a sua piada mas era escusado sonhar com a Filipa), de manhã bati com o carro com culpa inteiramente minha, e como se não bastasse, o drama, o horror: vesti umas calças pretas a pensar que eram as azuis escuras e só reparei quando lhes bateu o solinho da manhã. Que lindo fica o lenço do pescoço amarelo e azul escuro com as calcinhas pretas.

sábado, outubro 24, 2015

Tempo a dois e filhos pequenos

De manhã, algures entre o ballet, a ginástica e a praça (adoro ir à praça), ouvi na rádio alguém, não faço ideia quem seria, a falar sobre o tempo a dois dos casais com filhos pequenos. Não estava com muita atenção, a algazarra no carro não dá para grandes concentrações, mas lembrei-me de vos escrever sobre a minha experiencia com isto da maternidade e do tempo a dois.
Quando nasceu a minha primeira filha, Migalha Crescida, desapareci para o mundo. Desapareci enquanto mulher. Com as dores de parto, com a força da expulsão, com o alívio da epidural, algures num quarto de hospital, a Xaxia desapareceu para se tornar Mãe.
Ninguém me tinha avisado sobre este perigo, o de ser engolida por três quilos de gente, mas talvez não tivesse sido muito diferente se o tivessem feito, quando peguei a miúda nos braços fui invadida de um amor tão grande, tão arrebatador e tão desconcertante, que nem sabia muito bem o que fazer com ele. Queria unicamente olhar para ela, enroscá-la nos meus braços, levá-la para a minha cama, cheirá-la noite e dia.
O homem da casa, deixou de ser homem, e tornou-se aos meus olhos, pai. Só pai. Estava ali para o que fosse preciso. Chega-me o lençol de banho. Liga o esterelizador. Vai comprar fraldas.
Juntos, e do meu exclusivo ponto de vista, passámos a ter como única missão na vida, adorar uma criança que de repente ocupou todo o espaço da minha cabeça e do meu coração.
Eu não tinha tempo para ele. Aliás, eu não tinha tempo para mim.
O cabelo era preso de qualquer maneira num rabo de cavalo. Todos os dias. Porque era rápido. E prático. Não exigia escovas nem secadores. A roupa era confortável. Escolhida sem empenho Saltos altos, nem pensar. Bijuterias, nem pensar. Ainda a menina me engolia algum brinco, credo. Não tinha tempo para arranjar as mãos, para fazer a depilação, para me maquilhar. Mas não era preciso, para quê lá isso de estar bonita, se tinha virado uma espécie de mulher assexuada com reserva exclusiva para a miúda?
Não me lembro quanto tempo durou isto. Sei que olho para as fotos da minha filha bebé e não reconheço aquela gorda canastrona que a segura nos braços.
Dito-Cujo foi paciente. Habituou-se a chegar à cama e ter a cama vazia, ou uma mulher a dormir, ou uma bebé no lugar dele.
Não é nada de admirar que ocorram tantos divórcios entre casais acabadinhos de ser pais. Há mulheres ainda piores que eu, que quase sentem que traem os filhos por darem atenção aos maridos.
Por isso se torna quase irónico as pessoas que decidem enfiar bebés no meio de relações frágeis. Não dá amigos, simplesmente não dá. Ou aquela merda tem alicerces decentes, ou vai tudo pelo cano abaixo.
Não sei dizer com exactidão quando a coisa se inverteu. Mas sei que é muito fácil e muito rápido degradar uma relação se cedermos aos constantes apelos do nosso coração de mãe e de hormonas egoístas.
Com os outros filhos já não foi assim. Curiosamente, apesar do trabalho e da exigência se terem tornado muito maiores, ganhei muito tempo. Aprendi a soltar-me, e a soltá-los. Sem pesos na consciência.
Hoje, conseguimos encontrar com muita frequência brechas nos espartilhos da vida familiar que preenchemos com tempo só nosso. Tenho a certeza que é este tempo, curto mas de qualidade e que passamos sozinhos, que nos ajuda a levar o barco para a frente. Claro que ajuda ter com quem os deixar. Claro que ajuda saber que estão muito bem entregues e muito bem cuidados.
Minha gente, mães de primeira viagem, nem todos os homens têm a pachorra que o meu teve. Nem todas as mulheres percebem a tempo que aquela imagem que o espelho lhes devolve já nem é delas.
Não há melhor coisa que possamos oferecer às criancinhas que uma família feliz.

quinta-feira, outubro 22, 2015

Dúvidas, tantas dúvidas

Será que  Jerónimo vai continuar a usar gravata, será que  Catarina vai continuar a parecer  moderada, quantas palavras conhecerá Catarina com o mesmo significado, até onde irá Costa para conseguir ser primeiro-ministro, quantos deputados irão faltar à votação do orçamento, porque não aproveitou Cavaco para ficar na história, que ministério vão dar a Cristas...

Aliviada

Por enquanto.
Agora a ver o que se segue.

quarta-feira, outubro 21, 2015

Como se não bastasse o Sócrates ter sido libertado

Como se não bastasse esta merda de ter que levar com pessoas que se fossem roupa seriam sempre roupa de andar por baixo, ainda um dia faço um post sobre as pessoas que se fossem roupa eram roupa interior, ou que dá com as gangas, como se não bastasse esta merda de me sentir completamente defraudada com o destino que deram ao meu voto, já que votando no partido que ganhou as eleições arrisco-me a não o ver formar governo (aviso já que se for para ir para a rua, estou lá, e que se esta merda acontecer não voto nos próximos dez anos e fico sentada a ver o PS a definhar até morrer), como se não bastasse confirmar que todos os dias há malta que queima a boneca, dá o tilt, perde o parafuso e uma pessoa tem que levar com eles como se fossem muito sãozinhos, como se não bastasse, ainda vou perder uma hora de luz do dia.


terça-feira, outubro 20, 2015

E então Xaxia, como está tudo?

(Deixa a tua irmã tomar banho primeiro que ainda tem que lavar o cabelo.

Eu é que chou pimeio.O pai diche que eu chou pimeio, puque eu tou cheio de fio pu causa do futebol, puque eu chogo na rua. O pai é que manda, ojomens é que mandam. Chá tou todo nu, eu é que vou pimeio. Mãããããããe! Ela chá foi pá baieira, eu é que ela pimeio, ó mããããeeeee, manda ela chail, chai chá chá daí, chenão vou entai e tomai baiô contigo.
Ó mããããããeeee, ela tá chentada na baieira, ela não despacha-che, tou cheio de fio.)

Tudo bem. À espera da autorização da Multicare.


sábado, outubro 17, 2015

Mais uma semana sem me sair o euromilhões.

E cada vez me esforço mais, caraças.
Em primeiro lugar, jogo, o que parecendo que não, é importante.
Depois tenho o cuidado de fazer todas as coisas que dizem que dão sorte e dinheiro. Vejam que dei com uma aranha minúscula, quase fofinha, pendurada num fiozinho de teia ali no armário da cozinha. Primeira coisa que me passou pela cabeça, foi dar-lhe uma valente sapatada e acabar logo ali com o horrendo esforço do animalzinho, que ora subia pelo fio, ora parecia que lhe escorregavam as patitas mini mini e vinha parar cá abaixo. Se tem caído ao chão, talvez tivesse sido mais forte que eu, não sei não.
Enfim, sabendo que as aranhas são bicho que dão pilim, e estando mesmo a precisar de qualquer coisa que me salve desta vida de escravatura que é trabalhar, agarrei no fiozinho com a aranhazinha pendurada na ponta, (parecia um salvamento de helicoptero, só vos digo), e devagarinho, muito devagarinho, levei a aranhazinha até perto da janela, com a clara intenção de a devolver ao seu habitat natural, que obviamente não pode ser na minha cozinha.
Mas a aranhazinha, pequeninha, levezinha, mais o fiozinho fininho, muito fragilzinho, mal levam com uma brisa vinda do maravilhoso mundo exterior, esbardalham-se no chão.
Nunca mais vi a aranha, mas tenho a certeza que está viva e divertida, e sobretudo segura.  Atentem que isto é muito importante: segura.
A fazer uma teia aí num canto qualquer da minha confortável casa.
Pois que posto isto, parece-me que já merecia pelo menos um segundo prémio, já que muito boa gente a quem já saíram  prémios no euromilhões, tinha acabado com a vida da aranha sem dó nem piedade ao primeiro vislumbre.

À atenção do destino: além de poupar a vida do pobre bicho, ainda fiz questão de me referir a ele sempre de forma super-ultra-mega carinhosa. Nem tudo está perdido, ainda podes operar um milagre na terça-feira.


domingo, outubro 11, 2015

Aleluia

Hoje não estava lá. Minutos antes, uma novidade que me deixou entre a felicidade e a inquietação, um burburinho no estomâgo tal que quase me impedia de ouvir. Levantava-me e sentava-me, levada pela pequena multidão que hoje acorreu e que se espraiava até à porta, os cânticos esses já os sei sem me lembrar que os sei, e fui cantando surda pelos pensamentos.
No banco da frente, uma menina que nem dois anos conta, rabiscava a verde e azul um livro de colorir. Lá ao fundo ouvia-se na boca do padre "...Evangelho segundo S. Marcos...." e a menina deixava sair em jeito de ladaínha "...luia, luia", presa que ficou na melodia, também o meu Sancho ficava sempre preso no Aleluia.
Ali, com a Palavra que não escutei ao fundo, e aquela criança tão serena com a voz baixinha "luia, luia", Deus parecia tão suave...
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.

quinta-feira, outubro 08, 2015

Nada a dizer sobre o José Rodrigues dos Santos

Estou mais habilitada para falar da educadora do Sancho a quem hoje ouvi pelo menos vinte vezes a palavra pronto (e não prontoS, uuuufaaaaa!), e um talvez "consígamos" (sílaba tónica "sí") e um esperançoso "póssamos" (sílaba tónica "pó").

quarta-feira, outubro 07, 2015

Repost do fim do mundo

Boa noite! Boa noite!
Hoje estou muito feliz, ainda que um bocadinho desiludida.
Estou muito feliz, porque tenho a minha família toda comigo e todos, sim, ouviram bem, todos, sobrevivemos ao fim do mundo, completamente ilesos e nem precisámos de andar a trepar para cumes de montanhas.
Estou um bocado desiludida, porque o fim do mundo é o evento de uma vida! Melhor que o Cirque do Soleil, melhor que o fogo de artifício da EXPO 98, melhor que a onda gigante que me ia varrendo da praia da Falésia aquando esse outro fenómeno da natureza que foi o tsunami algarvio. E sinceramente, esperava mais. Mais estardalhaço, mais agitação, alguma coisa que se visse. Ficou muito aquém das expectativas.
Aliás, para dizer a verdade, não sei a opinião das pessoas em geral, porque ainda nem vi notícias, mas o fim do Mundo como evento, cá para mim, foi um fiasco completo.

Também quero!

As gajas correm maratonas.
As gajas treinam com PT.
As gajas vão ao nutricionista.
As gajas qualquer dia desaparecem.

terça-feira, outubro 06, 2015

Maratonas mete-nojo

Conformei-me quando fazia caminhadas e a malta começou a correr.
Tuuuuudo bem, uma pessoa aguenta ficar ali a andar feita orca com as velhotas do parque.
Depois, um dia uma pessoa lê que qualquer um pode correr. 
Isso! Qualquer pessoa. E uma pessoa tenta. E tenta fazer como leu. Primeiro intercalar corrida com marcha, um bocadinho de corrida, um bocadinho de marcha. Às primeiras vezes a dor de burro acaba com uma pessoa, mas de facto, a coisa vai melhorando, e uma pessoa consegue dar uma volta seguida ao parque a correr, sem parar. Eina pá, uma volta inteirinha. Isto vai.
Preparando-se para o running, uma pessoa compra uns ténis mais bonitos. Com um 'cadinho de cor de rosa fluorescente. Maravilha. 
E então uma pessoa esfalfa-se a fazer-se ao asfalto. E atinge a glória quando consegue correr uma meia hora seguida. Era devagarinho, mas dava para suar uma beca. 
Enfim, quando uma pessoa começa  finalmente a sentir integrada, e a fazer o que qualquer senhora de sessenta anos em boa forma consegue fazer, estas gajas, todas, estas gajas todas, desatam a correr maratonas?!
Maratonas?
Essa merda é uma modalidade olímpica, carai, quem corre maratonas é a Rosa Mota, não uma qualquer maria-vai-com-as-outras. 
A sério.
Até m'enojam.


segunda-feira, outubro 05, 2015

Polo Norte, as tuas palavras merecem-me umas palavras

Bom, em primeiro lugar deixa-me que te diga, que há mundo para além do facebook e dos blogues. Soubesses isto, e eventualmente poderias ter visto uns noticiários, e lido uns jornais, quem sabe terias sabido o resultado das sondagens da última semana, todas ou quase todas as sondagens da última semana, e quem sabe, não seria uma surpresa assim tãaaaaaao grande a vitória da coligação.
Havia inclusive sondagens que apontavam a possível maioria absoluta da PàF, vê tu bem. Surpreendente? Pode ser, mas não dia 4 de Outubro às nove da noite.

Depois é normal que sigas páginas de facebook com quem te identifiques, com quem partilhes ideologias, ou que admires. Não é provável que leias os posts do Camilo Lourenço, ou do João Miguel Tavares, ou outras figuras que se situam mais à direita e que vão defendendo o porquê de sim à PàF e não ao PS, ou outra esquerda mais radical. Parece-me, tu o saberás melhor,  que pode ser uma explicação para que leias maioritariamente opiniões que coincidem com a tua. Normal, expectável. Aqui não vejo nada de surpreendente
.
E por fim, aquilo que no princípio me fez ter vontade de te dirigir um post. 
Sabes porque é muito complicado aparecer nas redes sociais a defender o voto na direita? Sabes porque se mantém calados eleitores que escolhem um governo de centro direita, ou pelo menos porque se manifestam incomparavelmente menos que os restantes?
Porque já se sabe que as pessoas de esquerda são as únicas pessoas boazinhas.  As únicas que são solidárias, tolerantes, as únicas que se chocam com a miséria, com os sem abrigo, com os refugiados de guerra, com o desemprego, que se preocupam com as minorias, com quem passa fome, porque já se sabe, toda a gente sabe, que a direita representa o oposto disto. 

Porque é incrível, absolutamente incrível, a leviandade com que nas redes sociais se apelidam as pessoas de fascistas, salazarentas, capitalistas, ou como cheguei  a ler, de sociopatas e assassinas.
Porque é incrível, a irresponsabilidade com que tu as apelidaste de xenofobas.



Nota: ao contrário do que é normal por aqui, os comentários, se existirem, serão moderados.
Outra nota: : poderia ter deixado um comentário no blog da autora, pois podia, mas preferi fazer um post.




5 de Outubro de 2015

Exmo Sr. Presidente da República Portuguesa

Foi-se o Manuel Maria embora às pressas, para isto?

Acho bem que o Costa não se demita

Acho que o PS o deveria despedir por extinção de posto de trabalho.

Eleições antecipadas?

Quanto mais cedo, melhor.

Não deixa de ser curioso...

Que quem mais enche a boca para falar de democracia, seja quem menos respeita a vontade e as opiniões dos demais.
Chega a ser assustador.

domingo, outubro 04, 2015

Diospiros

Primeiras!!

Depois de Sócrates, Vara e Ricardo Salgado

Informo que acordei pelas nove da manhã, tomei o pequeno almoço em casa, o abatanado cheio e o pão de centeio costumeiro, fui à missa das onze, e votei na freguesia de Alvalade. Sem pulseira electrónica e sem escolta policial.
Pronto, agora sosseguem.
Não sei onde andam as televisões quando são precisas.

Ah e tal, parece que estou um bocado cansada do header

É tudo o que precisamos dizer à Palmier.
Aquela cama tem um ar tão fofo e confortável que me imagino a passar lá não só os serões, mas todo o blogo inverno.
Obrigada, mil vezes obrigada.

sexta-feira, outubro 02, 2015

Hoje fala-se de política, que depois de hoje, só segunda feira

Fui ali ao lado, ver se conseguia moer o juízo à Uva-Passa, depois de ela me ter vindo aqui dizer sem anestesia sem nada, que os diospiros engordam.
E dou com este post da Uva, num bonito combate à abstenção, mas onde se lê em tom de alerta a todos os potenciais distraídos, que a direita vai votar. E, digo eu, ganhar.
Parece que vão 16 "forças politicas" a eleições no Domingo. Destas, 8 assumem-se como de esquerda ou centro-esquerda, 4 situam-se ao centro (adorava ver como se governa "ao centro"), e restam 4 forças políticas que se assumem centro-direita, ou direita, onde se inclui "a coligação".
Ah! E nos 16 há um partido de extrema-esquerda, e outro de extrema-direita, que para dizer a verdade me assustam, cada um à sua maneira, espero que assustem toda a gente e já nem vou contar com eles a partir de agora. Sorry, mas a democracia também é isto.
Dos sete partidos,  movimentos, forças políticas, ou que lhes queiramos chamar, a pender para a esquerda, temos a CDU (fiel a si mesma, e fiel a um discurso que vai morrendo à medida que vão morrendo todos os que têm memórias com mais de 40 anos) e o PS (quando se fala de memória curta, podemos relembrar Socrates e o último governo socialista)? Temos o PAN, e que me desculpe o PAN, mas de facto estou muito mais preocupada com pessoas do que com animais a esta altura do campeonato, e sim, a raça humana é e deve continuar a ser predominante sobre todos os outros seres. É a minha opinião, sorry.  O PDR de Marinho e Pinto, e...
E depois, aparentemente temos uma resma de pessoas que não couberam no Bloco de Esquerda, que  já se sabe que aquilo é um partido muito apertadinho e que senta pouca gente lá no Parlamento, e isto dê as voltas que der, ser deputado é um belíssimo emprego, toda a gente sabe que a cantina da Assembleia é top, e que a creche não lhe fica nada atrás. Ou isso, ou então as divergências que encontraram nos seus ideais ou ideologias, são tão grandes e com um grau de incompatibilidade tão elevado, que não foram suficientes para os manter juntos em torno de um projecto que eventualmente poderiam ter para Portugal.
Uma boa parte da esquerda que vai a votos no domingo, é uma esquerda dividida pelo umbiguismo, pelas diferenças que não conseguiu e não consegue conciliar num só partido, é uma esquerda de quintalinhos separados por muros e sebes, não vá dar-se o caso de ter que levar com o chichi do cão do vizinho, que já bem basta o cheiro do churrasco ao domingo.
E portanto digam-me, em que nos pode surpreender a nós portugueses, perante um PS ainda chamuscado por um passado demasiado presente, e uma esquerda às peças, que a direita vá ganhar.





Xaxia, já estamos em Outubro, porque não fechaste a boca e começaste a mexericar o rabo?

Porque ter excesso de peso não me faz suficientemente infeliz.
(Se disser "ser gorda" em vez de "ter excesso de peso, já sou capaz de me sentir um nadinha triste).

quarta-feira, setembro 30, 2015

Eu já sei em quem vou votar

Não sei o que me qualquer-coisa mais, se a "Morte aos Traidores" do PCTP-MRPP, (ena pá, único partido que arrisca ter mais letras na sigla que votos), se o porquinho fofinho que aparece com aquela família também ela muito fofinha e feliz, nos outdoors do PAN, (para que servirão os porquinhos se todos optarmos por deixar de comer porquinho? fica a questão); se os cartazes que a CML espalhou post sim post não aqui em Alvalade, a informar que está a repavimentar a cidade e que isso é coisa para demorar cinco anos, (quando o que eu queria realmente saber antes das eleições, é o que vai afinal fazer a CML com o IMI familiar -capaz de apostar). 
O que me qualquer-coisa que nem sei bem o quê, é a Joana Amaral Dias, de ora em diante designada por JAD (cara dela, né?)
E não, não é o facto de a JAD se ter despido, que isso dou de barato, (apesar de nunca ter entendido bem o que querem as mulheres que se despem pela igualdade, se ter direito de mostrar as mamocas, se exigir que os homens usem soutien). Também não são as ultra pestanas que JAD apresenta nos cartazes do AGIR (naturais ou extensões, aceito apostas), ó para mim que sou inteligente e culta, e como se não bastasse, sou bué de gira. 
O que realmente me fez aqui vir dizer umas palavrinhas, foi o que a JAD escreveu na sua página do Facebook, enquanto nós portugueses, assistíamos impávidos e serenos à vitória do Benfica, quase como se fosse uma criança que apanhou tooooooda a gente distraída e resolveu fazer um disparate. 
Vão espreitar. E digam de vossa justiça. 
A forma é tão má, que o conteúdo nem importa.


Migalha do Meio

- Mãe, se eu disser o desejo já não se realiza?
- Não podes dizer. É melhor não.
- Mas eu quero dizer na mesma...Sabes qual foi o desejo que pedi? Peço sempre a mesma coisa: quero ter um unicórnio com um corno muito brilhante e mágico.
- Ohhhhhh...Agora que disseste já não se realiza!

segunda-feira, setembro 21, 2015

sábado, setembro 19, 2015

Parece-me bem que

A família síria rasteirada pela jornalista húngara, é o Martunis dos refugiados.

segunda-feira, setembro 14, 2015

Electrico 28

Em primeiro lugar, deixem-me que vos diga que desaconselho vivamente este passeio com crianças. Quando chegarem ao fim, se chegarem, julgo que vão perceber porquê.
De vez em quando passa-me assim uma coisa pela cabeça, de que estou a criar três cepos, tal é a falta de programas culturais e experiências que não envolvam parques temáticos, aquáticos, ou outras actividades de lazer com baloiços, carroceis, ou cenas penduradas por ganchos e coletes salva vidas.
Então, achei que nada como mostrar-lhes bem de perto a cidade onde vivem tipo desde sempre, e por onde circulam exclusivamente de carro, e escolhi o famoso percurso de eléctrico 28, que sai ali do Martim Moniz e vai Alameda fora, começando depois a entrar pela Graça, passando à porta da igreja de S. Vicente, da Sé, perto do Castelo, e de pelo menos dois miradouros, desce até à Baixa, sobe ao Chiado e sempre por aí fora até deixar ver o Jardim da Estrela e por fim, Campo de Ourique e os Prazeres. Perfeito, não?
Sim, perfeito.
Só que não.
Bom, a fila para apanhar o eléctrico é longa e quase ninguém fala português. Gerem-se as entradas para que se consiga um lugar sentado e à janela, coisa que quem anda em turismo não dispensa. Eu por exemplo, deixei ir embora um dos eléctricos porque não havia lugar sentado para os quatro.
Os dois condutores com quem cheguei à fala, eram dois burgessos, mal educados, pejados de falta de vontade para pessoas. Apesar de levarem uns trinta entrangeiros, não os ouvi dizer uma palavra em inglês. Se isto é o melhor que a Carris tem para apresentar a quem visita o nosso país...Como dizia a outra, se isto é a montra, imagino o armazém.
Mas tuuuuudo bem, afinal o que é a má vontade de um funcionário da Carris perto da minha vontade de mostar Lisboa aos meus filhos? Nada.
Bom, todos perto da janela, ai que excitação.
E é então que começa o problema. É que o 28, não é uma carreira turística. É o eléctrico que serve muitos lisboetas que andam na sua vidinha de todos os dias, e pelo menos hoje, muitos deles não estavam para cenas de turistas. Um tentou baixar as cortinas por causa do sol, e nem um coro de "no, no" o demoveu, apenas a resistência do material perro a acusar falta de óleo e manutenção. Depois, a quantidade de gente que viaja em pé, tira completamente a visibilidade (que já não é grande coisa) para o outro lado da rua, e portanto, há que escolher, ou vais de um lado e vês a Sé de Lisboa, ou vais do outro e vês a Assembleia.
Mas o pior não foi isso. O pior, que me deixou com um camadão de nervos e com vontade de sair ali logo no largo do Limoeiro, foi o de acharem que Migalhas deveriam ir de pé e dar lugar "aos mais velhos". Pelo menos um homem começou aos gritos a dizer "as crianças não pagam e vão a ocupar lugares" (mentira, pagámos todos igual), o que me obrigou a um não muito agradável bate-boca com o senhor (que eu na minha tentativa de ver algo para lá de rabos, nem tinha reparado que tinha entrado e tinha uns setenta anos), e uma mulher que nem português falava, mandou Migalha do Meio levantar-se umas três vezes.
Eu percebo, crianças com boas perninhas vão de pé e dão lugar aos mais velhos, mas além dos meus filhos serem uns totós a andar de transportes, e de eu sozinha não conseguir controlar os três com os solavancos, era suposto ser um passeio turístico em que vão a espreitar à janela e não irem espremidos entre barrigas de uns e sovacos dos outros. O Martim Moniz ficou lá para trás e ninguém quer saber do tempo que esperámos por aqueles lugarzinhos.
Lá chegámos ao fim da linha, já com o Sancho ao meu colo e com Migalha do Meio de pé agarrada a mim, onde o sempre simpático condutor anunciou que "termina aqui".
Como metade das pessoas não percebeu, ele insistiu umas cinco vezes: "termina aqui".
Alguém ensine os senhores da Carris a dizer "the end", por favor.

Frase feita a e típica de jornalistas de segunda

"...não conseguem esconder o sentimento que os une".
(A ler a revista do Correio da Manhã onde a Joana Amaral Dias compara as suas mamocas às do professor Marcelo a banhos em Cascais, se ele pode eu também posso).

De repente lembrei-me de vos dar um conselho

Não tomem banho em salinas,  a menos que tenham um pipi de ferro.

Estou com uma insónia tão grande

Que até os cabelos me fazem comichão.

sábado, setembro 12, 2015

Adoro

Pessoas que no perfil do Facebook dizem que estudaram na "Universidade da vida".
Digam que não estudaram, carai. Qual o problema?

quinta-feira, setembro 03, 2015

Esperavam um regresso em grande?

O Verão ainda não acabou e este é um blog de Inverno, escrito para preencher serões frios e chuvosos.

domingo, julho 12, 2015

sexta-feira, julho 10, 2015

quarta-feira, julho 01, 2015

Finais infelizes

Aqueles em que o final de um post, em vez de ser o momento alto, a cereja no topo do bolo,  a coroação de uma escrita conquistadora, parece que nos leva para uma queda abrupta e vertiginosa com palavras que não pertencem ali.
Em não sabendo como concluir, usem-se as reticências. Mais seguro.
A sério, desiludem-me os maus finais de posts.
(Sim, os meus também).

sexta-feira, junho 26, 2015

quinta-feira, junho 25, 2015

Se esta cena não é uma espécie de milagre, então não sei o que seja

O Sancho aprendeu a andar de bicicleta. Sozinho. Sem rodinhas.
Ali vai ele, orgulhoso, corajoso, com os pedais a rodar, a rodar, agora muito "depecha", "quedes ver mãe, oia tão depecha".
E vai, estrada fora, mantendo o equilibro, controlando a velocidade, feliz com o seu novo feito.
Uma criatura que ainda há 5 anos se rebolava paredes meias com as minhas entranhas.

Breve regresso apenas para dizer

Que gostava de ter a inteligência da Nê, o humor da Palmier, o charme do Outro Ente, a sensibilidade da Uva, o optimismo da Bé, a presença de espírito da Mirone, a lata da Filipa, os leitores da Mais Doce, a cagança do Pipoco, os tomates da Picante.

segunda-feira, junho 08, 2015

Do terceiro filho

Hoje a vizinha de cima, grávida do terceiro, pergunta-me enquanto subíamos no elevador:
- Então, e como é ter três?
Olhei desconfiada, tentando medir se era uma pergunta sincera, ou apenas inspirada nas sessões de berraria que diariamente ocorrem cá por casa. Por duvidar da intenção da pergunta, limitei-me a encolher os ombros, e a afirmar que basicamente é igual a ter dois, (e sim, filha, os berros que ouves é porque sou uma gaja muito marada da tola que grita com os filhos, tadinhos, que até são uns anjinhos).
Claro que ter três não é nada igual a ter dois.
Deveria bastar Deus só nos ter dado dois braços, para podermos perceber onde estão as nossas limitações. Mas depois alguém inventou o "marsúpio" e nós mães, achámos que conseguíamos levar um alapado à barriga, e outros dois pelas mãos. Óbvio que não interessa nada onde vão os sacos do supermercado. Aliás, óbvio que os sacos de supermercado passam a ir ali a bater-nos nas pernas enquanto com os dedos roxos, açambarcamos as asas dos sacos e as mãos dos putos.
Ter três, é ter sempre mais  um banho para dar, mais um bife para cortar, mais um lanche para preparar.
É dormir na beira da cama nas noites de trovoada. É ter os putos aos gritos uns com os outros para porem o cinto do carro, é pensar duas vezes antes de oferecer sumo de laranja natural e panquecas para o pequeno almoço, é ter o chão do carro parecido com o chão do Marquês depois dos festejos do campeonato.
Ter três, é ter mais 33% de TPC para fazer. De actividades ao fim de semana. De festas de aniversário. De saraus, torneios, aulas abertas e reuniões de pais. Mais 33% de viroses, de consultas no pediatra e vacinas. De nódoas na roupa. E nas cadeiras. E de riscos nas paredes.
Mas é também ter mais 33% de beijos, de mimos, de ternura e de risos. Mais 33% de "adoro-te" e de abraços apertados.
Ter três não é nada igual a ter dois, como imagino que ter quatro não seja nada igual a ter três.
Ao terceiro, já nos deixámos daquelas parvoíces de "ai, será que vamos gostar tanto deste como do primeiro", já sabemos que no coração cabe sempre mais um e que nisto dos filhos, é sempre tudo a somar.

sábado, junho 06, 2015

Praia de Nazaré

Observo as minhas filhas na beira de água. Vejo-as a fugir das ondas, com as madeixas do cabelo molhado sobre os ombros, afoitas, destemidas,  e sem frio, e só me consigo lembrar quando as levava ao colo, como encolhiam as perninhas rechonchudas a cada salpico, com as mãozinhas a agarrarem-me o pescoço, olhando à volta desconfiadas, entre a excitação e o medo,  e deu-me uma saudade...

quinta-feira, junho 04, 2015

Também sou contra cozinhar caracois vivos

Já lagostas...

Pessoas do Sporting

Depois digam como é ter um treinador que não sabe dizer o nome do próprio clube.

Peço tão pouco e ainda assim

E agora trocava os saltos e ia sentar-me ali na esplanada do "Sem Palavras" a comer camarões ou sapateiras ou ameijoas, ou caracóis, eu que odeio caracois, até era capaz de beber cerveja, eu que odeio cerveja, sem putos, sem "mãe quero mais pão com manteiga", sem "mas ela comeu mais ameijoas que eu", sem coca-cola entornada na mesa e ensopada em guardanapos,  só a não ter que pensar em jantares e cozinha, só a sentir o fresquinho do fim do dia a dar-me na cara.

quarta-feira, junho 03, 2015

Companheiros de clube

Parece que vamos (finalmente) poder gozar com o homem.

Sei que vão ficar deveras desiludidos, mas não faço compras na Avenida da Liberdade

E a última coisa parecida com um baile de gala ou uma passadeira vermelha onde estive foi o baile de finalistas, porque ao baile da chita íamos vestidas de cortinados e isso obviamente não conta.

segunda-feira, maio 25, 2015

Quarto com vista (acho que li um livro com este nome)

Moro no sétimo andar e tenho uma varanda, com uma vista maravilhosa sobre a cidade. Não fora o estádio de Alvalade em noites de jogo, e a vista seria perfeita (brincadeira, é perfeita na mesma).
Sempre que chega o calor, o sol, as noites mornas, imagino mil coisas para a minha varanda.  Compro vasos, sementes e plantas, varro e arrumo.
Olho para a mesa dobrável, dobrada, e para as cadeiras dobráveis, dobradas, e penso comprar uma cadeira longa onde me possa espreguiçar ao sol. Talvez uma mesa mais pequena.
Mas acabo sempre por desistir. Com três crianças pequenas, tenho um medo horrível de tornar a varanda um sítio demasiado atractivo. Só a ideia de estarem ali cadeiras abertas, à mão de semear, prontas a serem usadas para espreitar lá para baixo, arrepia-me toda e dá-me uma nausea imediata.
Tenho uma protecção entre as grades, mas aquilo que eu precisava mesmo, era de qualquer coisa que tornasse o parapeito um bom bocado mais alto, de forma a que não tivessem hipótese de chegar sequer com os olhinhos lá acima.
Vou espreitando outras varandas, e até já vi várias soluções, mas nunca avancei com nenhuma.
Em calhando, resta-me esperar que cresçam mais um bocado, que deixem de acreditar que fazem duas piruetas e caem de pé cá em baixo, ou sentadinhos no tejadilho de um carro.
Por enquanto, vão regando as zínias e o majericão, e borrifando a mais recente aquisição, uma plantação de cogumelos, sempre com supervisão, e com mil avisos.
Eu sei que sou um bocado exagerada, quase paranóica, mas há coisas não vale a pena facilitar, porque as consequências são trágicas.
É esperar.

quarta-feira, maio 20, 2015

terça-feira, maio 19, 2015

Viajar com três crianças

É aparentemente uma coisa muito complicada, sobretudo se quisermos ficar, tipo, todos juntos.
Acreditam que há hoteis inteirinhos que não têm uma porra de um quarto onde se consigam alojar três crianças pequenas com os pais? Pior, acreditam que há locais deste globo que nos alberga, em que não há nenhum hotel onde não tenhamos que ficar uns para um lado, outros para o outro?
Ah e tal e se explicarmos que não nos importamos de dormir com o mais piqueno na cama? Náaaaa. Os hospedes dizem sempre isso, e chegando lá exigem suites presidenciais.
Sim, mas eu assino o que quiser a dizer que abdico da cama do mais pequeno. Náaaaa...
Metam-se a ter filhos, e depois venham cá falar comigo.

sexta-feira, maio 15, 2015

quinta-feira, maio 14, 2015

História de uma menina parva e de outras meninas parvas

Era uma vez uma menina parva. Tão parva, que gostava de perguntar às outras meninas quanto ganhavam os pais, que enchia a boca para dizer que o pai era "engenheiro", que falava das suas "jóias" e que dizia com tiques de superioridade às miúdas nadas e criadas na linha de Sintra: tenho sete fatos de treino, todos da Benetton.
As outras meninas, mais preocupadas com o jogo do bate-pé do que com as habilitações e os ordenados dos pais umas das outras, começaram a estranhar sem que deixassem entranhar, a conversa da menina parva caída de novo na escola.
Era uma vez uma menina parva e irritante. Tinha onze anos mas conseguia ter uma petulância e arrogância quase sempre reservada aos adultos.
As outras meninas podiam-na ter ignorado. Deixá-la com os fatos de treino, com as marcas, com o ouro e com as caganças. Mas não. Tal como aquela criança não tinha maturidade para saber o que dizia, também as outras não tinham maturidade para fazer o que seria mais razoável.
Então as outras meninas todas, todas, começaram a gozar com aquela menina parva e irritante. E à medida que viam que ia surtindo efeito, que a menina com tiques de nobreza amortecia e entristecia, gozaram ainda mais. Primeiro nos intervalos das aulas, mais tarde na rua a caminho de casa. Organizavam-se em partidas cada vez mais elaboradas para a menina parva. Marmelada dentro dos sapatos que ficavam no balneário na aula de educação física. Canticos que entoavam na rua seguindo menos de dois metros atrás dela, um grande grupo de meninas parvas atrás de uma só menina. Todos os dias. Sem excepção. E se alguém arriscava ter pena da menina parva, levava pela mesma medida, e acobardava-se.
A menina parva foi ficando mais fechada, calada e acabrunhada.
As outras meninas tornaram-se cada vez mais parvas que a menina parva.
A mãe tentou resolver a situação. Ligou aos pais das meninas que ela achava que tinham a liderança daquela "organização", mas foi ignorada, porque "isso são coisas de crianças". Foi à escola, falou com directores de turma e professores, mas sem sucesso. As meninas muito más eram afinal alunas aplicadas e sossegadas de quem não havia uma palavra a dizer.
As coisas acalmaram. A visão de um adulto metido naquilo que até então era só uma brincadeira de ir às lágrimas, pilhas de riso e divertimento, amainou as coisas, e algumas meninas más solidarizaram-se com a menina parva e as outras "até" deixaram.
Entretanto vieram as férias de Verão, e com elas algum esquecimento, maturidade e vontade de fazer diferente. Tinha sido um ano horrível para todas, e todas sem excepção sentiam um enorme desconforto.
Isto passou-se há trinta anos. Não houve agressões físicas, murros, estalos, nem pontapés, mas houve traumas e arrependimentos para toda a vida.
Em todas as meninas, sem excepção.

segunda-feira, maio 11, 2015

sexta-feira, maio 08, 2015

Momentos que nos fazem repensar tudo

Aquele em que um destes velhotes que correm no parque, passa por mim que caminhava muito, muito, muito depressa, (que esfalfada ia), e fazendo um sinal com a mão como quem quer dizer "'bora", me diz com ar condescendente "vá, uma corridinha".
Infelizmente não me ocorreu dizer que tinha um  problema nos joelhos/tornozelos/coração, ou que me tinha esquecido da bomba da asma.
Limitei-me a soltar um risinho parvo, quase tão parvo como eu.

terça-feira, maio 05, 2015

segunda-feira, maio 04, 2015

Sobre tudo e sobre nada. Mais sobre nada.

A Shonda matou o Derek, alguém devia matar a Shonda.
Sempre que oiço um avião olho para confirmar que é da TAP.
Estou a ler o mesmo livro desde a Páscoa e é do José Rodrigues dos Santos.
Comprei menorquinas. Dois pares.
Houve uma ameaça de bomba na ponte. HOUVE UMA AMEAÇA DE BOMBA NA PONTE!
As minhas filhas são fãs do Masterchef.
As minhas filhas perguntam como vou "empratar" o jantar.
Descobri que um copo de vinho tinto tem pouco mais de 100 calorias.
Como sobrevive a fé de quem sobrevive ao acidente?
Não vou escrever lá naquilo do livro e do leitor.
Acabo de ver uma cena de sexo entre o Lourenço Ortigão e a Ana Sofia Martins.
A bebé chama-se Charlotte. Gosto.

sexta-feira, maio 01, 2015

Alguma coisa de relevo neste 1º de Maio?

Sim.
Sempre que vejo um avião da TAP de nariz em direcção ao céu, tenho vontade de buzinar e bater palmas.

quinta-feira, abril 30, 2015

Isto dito por alguém que se correr meia-hora é bem capaz de ver "a luz"

Hoje observava um grupo de velhotes que costuma correr ali no parque onde tento desfazer-me de meia dúzia de calorias. Mas velhotes mesmo. Nenhum tem menos de setenta anos. Todos com os calções com que jogavam à bola nos anos sessenta, t-shirts de algodão, e ténis de marcas desconhecidas, pelo menos para mim. 
Correm em passada rápida, com um ritmo constante, sempre numa conversa animada, com uma espécie de tubérculos no lugar dos gémeos.
E eu ao vê-los passar por mim como cão por vinha vindimada, penso que gostava de os ver lado a lado com os esses maratonistas cheios de apps e gadgets e ténis de running e camisolinhas rosa e amarelo fluorescente, a ver, quem é que fazia melhor.

Pior que ter um blogue de merda

É ter um blogue de merda e ainda falta de vontade para escrever posts de merda.

domingo, abril 26, 2015

Ao cuidado dos defensores de movimentos contra as corridas de toiros, especialmente os que são campeões nas redes sociais

Meus senhores e senhoras, fiquem-se aqui com a opinião de alguém que não gostando de touradas, também não defende que acabem, que é como quem diz, fiquem-se com a opinião de alguém como a Suiça, não sei se estão a ver.
E portanto, tomem em jeito de conselho, quatro ou cinco pontos para reflexão.

Em primeiríssimo lugar: estão a tentar acabar com uma tradição. Concordem ou abominem, tem vários séculos de existência em vários países, Portugal incluído. Milhares de pessoas no nosso país gostam de touradas, vão às praças, e organizam mil e um eventos à volta do toiro bravo, nomeadamente feiras e festas populares, também elas com séculos de existência. Portanto, por muito que achem cruel e bárbaro, não basta chegar e dizer vocês estão errados, vamos lá a acabar com essa merda. Vão precisar de paciência, perseverança, capacidade de argumentação e inteligência a passar a mensagem.

Em segundo lugar: não caiam na tentação de achar que os aficionados são as senhoras loiras cobertas de dourados que se passeiam às quintas à noite no Campo-Pequeno, e que quase sempre proporcionam bonitas fotos nas reportagens da Caras. Há milhares, milhares de aficionados espalhados por todas as classes sociais, especialmente nos meios mais rurais e nas cidades da provincia.

Em terceiro: não se esqueçam que estas mesmas pessoas desses mesmos meios rurais, a quem também deverão convencer, têm uma relação diferente com os animais. Não põe nome aos coelhos, não chamam memés aos borregos, e os cães são quase sempre animais de guarda que não dormem com eles na cama. Matam porcos, e galinhas, e leitões bebés cor de rosa, e não é por isso que são más pessoas. Criam animais para comer e não se agoniam com o sangue. Ponto.

Em quarto lugar: se querem que aqueles que como eu têm uma posição mais ou menos indiferente ao caso, assinem petições e se solidarizem com a vossa causa, evitem chamar assassinos, homicidas, bárbaros, carrascos e outros mimos a quem defende a continuidade das touradas. Fica-vos mal, tira-vos credibilidade, além de poderem estar a ofender o vosso cordial vizinho de cima, o porreiraço que trabalha na secretária ao lado, ou o médico dos vossos filhos. São eles realmente más pessoas por serem aficionados? De certeza que é isso que lhes querem chamar cara a cara, ou ficam-se pelos comentários no facebook?

Em quinto, e na sequência do quarto ponto:  desejar a morte a uma pessoa, seja ela toureiro, forcado, bandarilheiro ou qualquer outra coisa que se possa ser lá pela arena, ou dizer que se fica contente quando alguém fica estropiado para sempre, como li nos últimos dias, é de uma agressividade, de uma crueldade e de uma violência, muito maior e muito mais grave, que cinquenta pares de bandarilhas no lombo de um animal. Coitados daqueles para quem a vida de um animal, vale mais que a vida de uma pessoa (e escusam de vir com os pedófilos, com os psicopatas e com o Estado Islamico, estamos a falar de alguém que exerce uma actividade que por enquanto é legitima e legal). Esse tipo de "desabafos" em público, faz mais pela continuação das touradas que dez praças cheias, além de só poder envergonhar os movimentos que supostamente integram.

Por fim: a vossa causa tem argumentos bons, muito bons, diria mesmo que tem os melhores argumentos nesta divergência que vos opõe aos aficionados. É usá-la em campanhas de sensibilização, especialmente dirigidas a crianças e jovens. É fazerem petições, procurarem apoio de figuras reconhecidas na sociedade portuguesa.  E é serem coerentes. É não ir ver o Festival do Panda, nem o Cats ao Campo Pequeno, evitar os casaquinhos e as carteiras de pele genuína, e já agora, não ter cães gigantes fechados doze horas por dia em apartamentos de 90 m2.

sexta-feira, abril 24, 2015

Voltando à vaca fria

O Ricardo Araújo Pereira e o Markl, fizeram um video a apelar à assinatura de duas petições, uma contra a canalização de dinheiros públicos para financiar a tauromaquia, outra a pedir a proibição da presença e participação de crianças nas corridas de toiros.
Detesto corridas de touros. A verdade, é que o espectáculo não me entusiasma, muito menos me fascina. Azar o meu, parece que faço parte da pequena fatia do povo português que não tem inscrito no seu ADN o gosto pelos toiros, essa parte do património cultural tão importante ao funcionamento normal da sociedade portuguesa.
Não tenho uma posição extremada em relação ao assunto. Não vejo, porque não gosto. Costumo dizer muitas vezes que não gosto de corridas de toiros, da mesma forma que não gosto de Fórmula 1, mas a verdade é que vai além disso. A verdade, é que tudo o que gira à volta do sofrimento do bicho, me deixa altamente desconfortável, e ir para uma praça tapar os olhinhos cada vez que sacam de uma bandarilha...Convenhamos, não é?
Agora o meu dilema.
Uma boa parte da familia e amigos de sempre de Dito-Cujo é aficionada. As festas da terra onde os meus filhos passam todos os períodos de férias, gira à volta do toiro. Largadas, garraiadas, e touradas. Os meus filhos dividem-se. Migalha do Meio dispensa os eventos taurinos, mas Migalha Crescida e especialmente o Sancho, adoram. Vibram. Para terem uma ideia, uma das brincadeiras favoritas do meu filho, é "brincar aos forcados", e passa horas a ver videos de corridas no Youtube.
Já lhe perguntei se não tem pena do animal, se não lhe faz impressão, "olha filho tanto sangue, aquilo deve doer", mas ele não se comove.
Não quero educar um aficionado, mas não me sinto no direito de proibir, ou ir contra aquilo que é um gosto e uma tradição da família do pai. Por outro lado, nos tempos que correm, penso duas vezes antes de o mandar para a escola com uma das muitas t-shirts vindas de terras de nuestros hermanos, cheias de toiros e olés!, não vá aquilo chocar alguém.
Digo-vos, esta cena da maternidade é complicada até nas cenas que deviam ser simples.


Ontem foi o Dia do Livro

Não me lembro qual foi o primeiro livro que li, nem que idade tinha. Não sei se foi a Enid Blyton, ou a Alice Vieira, mas sei que li tudo, ou quase tudo, o que havia para ler das duas. Que me comovi com "Rosa, minha irmã Rosa", ou "Chocolate à Chuva", que fiquei  fã da "Ursula, a Maior", e que me ri, talvez o primeiro livro que me fez soltar gargalhadas, com as "Graças e Desgraças na corte de El-Rei Tadinho". Sonhei com a vida no "Colégio das Quatro Torres", ou em Santa Clara, e fico quase emocionada quando trinta anos depois Migalha Crescida lê e sonha o mesmo. Li toda a coleccção da Carlota, passado algures entre a Dinamarca e a Noruega, e ainda consigo sentir o frio das brincadeiras da neve, ou o conforto das papas de aveia quentinhas. Quando me vi em casa por quase dois meses, um Verão inteirinho, li "As aventuras de Mac Gurk", um pequeno detective ruivo de nariz apurado para a resolução de pequenos crimes, e passei um bom par de meses a transformar tudo o que via em pistas de qualquer coisa. Tinha 10 anos.
Adolescencia dentro, comecei a apaixonar-me por livros que me puxavam à lágrima. "O meu pé de Laranja Lima" e o "O Diário de Anne Frank", que me apresentou os horrores do holocausto e me levou directa a "Mila 18", o primeiro livro com muitas muitas páginas, que li num piscar de olhos.
Odiei  "Os Bichos" de Miguel Torga, e só obrigada li "Os Novos Contos da Montanha". Não voltei a pegar em Miguel Torga.
Obriguei-me a ler Richard Bach, agora que me lembro aquilo era uma tremenda seca, mas de alguma forma fazia parte, cheguei a ver o "Fernão Capelo Gaivota" na escola, uma sessão de cinema organizada, nem sei se pelo Português se pela Filosofia, um longo e moroso bocejo para quem tinha uns catorze ou quinze anos. Mas vibrei com todas as mulheres das  "Brumas de Avalon"
Em casa dos meus avós havia centenas de livros à distância de uma mão. Foi lá que visitei o século dezanove, primeiro com Julio Dinis, depois com Eça, que conheci a "Clarissa", Jorge Amado, que espreitava às escondidas um qualquer Dicionário Erótico.
Lembro-me de muitos, tantos livros que li, mas já me esqueci de outros tantos.
Não tenho o livro da minha vida, são demasiados os que chegando ao fim me levaram a abrir aleatoriamente as páginas lá para o meio, para ler mais um bocadinho, para matar saudades das personagens que ali se encerravam. Foram tantos os que me deixando sem ar, me levaram a espreitar o fim, só para ter a certeza que tudo acabaria bem, podendo respirar de alívio e ganhando tranquilidade para retomar a história, certa que nos estaria a levar a bom porto.




quarta-feira, abril 22, 2015

Faltam dois meses para o Verão, Jesus! Maria do Céu! Nosso Senhor me valha!

Já lá vai o tempo em que gordura era formosura. Só eu e Deus sabemos, o que lamento não ter vivido nos tempos em que uma mulher redonda era só uma mulher saudável, em que ser roliça era sinal de felicidade, e até de fertilidade.
Calhou-me viver estes tempos em que se apreciam os ossos do pescoço e das ancas, tanto como em tempos se apreciaram peitos fartos e coxas gordas.
Não vale a pena lutar contra a corrente. Por muitos anuncios que se façam com mulheres "normais", sendo que por normal deve ler-se "anafada", estes serão sempre os tempos em que a Katia Aveiro é expulsa de um programa de dança por ser um bocado "pesadona", que é como quem diz, ter mais uns 12 ou 15 quilos que mulheres como a Laura Figueiredo, ou a Isabel Silva (sim, também não fazia puto de ideia quem eram, é googlar).
Uma mulher muito magra já não é um cabide, nem uma carga de ossos, nem uma "tábua de passar a ferro", já não é magra como um cão, nem feia de magra. Uma mulher magra será quanto muito, alguém que quando se senta à mesa se controla, que não se atira a um prato de boa comida como se fosse a última coca-cola do deserto. Uma mulher magra é a "gaja" a quem qualquer trapinho fica bem. Que pode usar "shorts" aos quarenta, que pode calçar  umas sabrinas sem parecer a Popota.
Por tudo isto, eu, como a maioria das mulheres, vivo escrava da balança. Ai que agora engordei três, ai que tenho que perder três. Dois ou três meses de descontracção à mesa, significam dois ou três meses de corridas e abdominais e saladas e grelhados e chá verde e depuralinas e anti-celuliticos, e leggings refirmantes etc, etc, etc.
Claro que podemos borrifar no assunto, e entrar no espírito do "perdoa-se o mal que faz pelo bem que sabe" e "gordinha mas feliz", mas a verdade, é que se há coisa que não já não dispenso, é gostar de me olhar ao espelho. Isso e biquinis.
Não sou magra. Na verdade, talvez tenha sido magra apenas quando ainda na infância, uma hepatite me atirou por dois meses para uma ementa de cozidos e grelhados, sem apelo nem agravo. Ou quando no final da adolescencia, o primeiro desgosto amoroso me permitiu viver de iogurtes e bananas durante uns três meses (ainda não conhecia as maravilhas do vinho tinto).
Isto para vos dizer, que cá estamos outra vez, a cortar hidratos, a contar calorias, a tirar o pó aos ténis, e a arrastar o rabo gordo e as carnes flácidas, pelas ruas de Lisboa.



sábado, abril 18, 2015

Ouvi com estes ouvidos que a terra vai comer daqui a montanhas de anos

Hoje, enquanto caminhava...cof...cof...hum...corria, velozmente, ena pá, parecia vento, tão rápido que corria, bom, mas quero dizer-vos que enquanto corria num "recinto" (adoro) onde decorriam provas de atletismo, ouvi um pai para o filho:
-Olha, estão a fazer corridas de barragens!

sexta-feira, abril 17, 2015

segunda-feira, abril 13, 2015

Mas na fotografia até parece

Molho de iogurte não é maionese, iogurte natural não são natas, bebida de soja não é leite, pão cereais não é pão de Mafra, hamburguer de seitan não é mertolengo, tofu não é queijo, courgete não é batata, stevia não é açucar.

domingo, abril 12, 2015

Bolo de espinafre adoçado com stevia



Ganda merda.

Bairros onde não quero morar nem que a vaca tussa

Campo de Ourique e Parque das Nações.
Por causa de festas de anos, fui obrigada a deslocar-me aos dois, um no Sábado, outro no Domingo.
Se eu apanhasse tanto trânsito e tanta fila para me deslocar dentro do meu próprio habitat, ainda por cima aos fins de semana, dava um tiro nos miolos.

quinta-feira, abril 09, 2015

Verdadeira facada no coração. Pelas costas.

Há momentos em que os acontecimentos nos obrigam a parar para pensar.
Questionar tudo.
Como chegámos até aqui? Valeu pena? Vale a pena?
Gerem-se as palavras, gerem-se os silêncios. Aprendemos quando falar. E quando calar.
Medimos, avaliamos, o que nos merece lágrimas, o que nos merece perdão.
Mas há um dia, um momento, em que acontece algo que pode não nos merecer perdão. Algo tão grande e tão grave, que nos abala com tal intensidade, que sentimos as pernas a falhar, as mãos as tremer, a água a invadir-nos o olhar.
Ficamos sem palavras. A boca seca.
Queremos relevar e não conseguimos. Queremos dizer que tudo se vai compor e não conseguimos.
E é então que tudo passa em retrospectiva.  O dia de ontem.  A ainda próxima manhã de hoje, enquanto tudo ainda estava bem, tudo corria normalmente, nada poderia deixar adivinhar o que aí vinha.
Como foi ele capaz? Como?
A única coisa que oiço é a voz feliz do meu filho, de sorriso rasgado:
- Gostas mãe, gostas?
Dito-Cujo rapou o cabelo ao Sancho.
Máquina 3.

terça-feira, abril 07, 2015

Diz que hoje se fala de adolescência

A minha experiência com adolescentes não é vasta. Cá em casa espero temerosa os primeiros sintomas, mas por enquanto sou só mãe de três crianças.
Por essa razão, a única adolescência de que posso falar com propriedade, é da minha própria.
Posso dizer que fui uma adolescente normalzinha. Idiota a tempo inteiro, parva a maior parte do tempo.
A começar pela escolha da indumentária.
Durante um ano vesti-me como uma viúva cigana, só que sem as nódoas, os buracos, e o lenço. Uma loja boa, era a que tivesse uma oferta variada de saias pretas até aos pés. A pancada da roupa preta durou até ao dia em que numa festa em que se falavam de trapos, alguém diz com ar irónico, "já a Xaxia está sempre a condizer, preto com preto".
Aquela merda ficou a martelar-me na cabeça. Estariam aquelas gajas a insinuar que eu me vestia de preto porque não sabia combinar mais nada?
Aproveitei o Verão e as férias grandes, que aquilo o preto fazia uma pessoa suar as estopinhas, e mudei radicalmente de estilo. No inicio do ano lectivo seguinte, apresentei-me de calças de ganga (sempre), camisas às riscas e aos quadradinhos muita pequeninos, ténis Redley e All Star. As cores andavam entre o azul escuro, o verde, o bordeaux, na loucura lá saía um rosa ou vermelho. O único requisito para além da limitada paleta de cores, era que tivessem comprimento suficiente para tapar aquilo que eu achava ser um rabo demasiado grande. Ah, e as calças de ganga tinham que ser Mustang, El Charro, Levi's ou Chevignon. De preferência da candonga, que assim escusava de explicar lá em casa a necessidade de adquirir calças de quinze ou vinte "contos". De caminho também expliquei à minha mãe que com a roupa preta podia fazer uma bonita trouxa para quem precisasse. Aliás, que me lembre, este foi um dos meus maiores problemas na adolescência, ter que passar a vida a explicar coisas aos meus pais.
Aos quinze comecei a namorar, aos dezasseis a fumar. E a tomar a pílula. Aos dezassete achei que ia mudar o mundo, aos dezoito concluí que o mundo era um sítio merdoso sem remédio e que Deus nos tinha entregues à nossa sorte, e tornei-me uma deprimida hipocondríaca.  Aos dezanove inscrevi-me pela terceira vez num curso diferente de engenharia, aos vinte mandei o namorado da adolescência à fava e comecei a sair à noite cinco dias por semana.
Em minha defesa, posso dizer que durante todo este tempo em que estava ocupada a ser uma adolescente com direito a entrada directa no quadro de honra da estupidez, mantinha umas notinhas de se lhe tirar o chapéu, e uma média que poderia ter dado para quase tudo, não fosse uma opção errada à última da hora. Parecendo que não, um filho com boas notas é outro sossego. Poupa-se uma data de massa em explicações, e não é preciso esperar nem que conclua o nono ano para ir para um curso "técnico-profissional" qualquer, nem que faça dezoito anos para ir para caixa do Pingo Doce, e as notas foram contrapartida para quase tudo, mas sobretudo para umas viagens bem fixes na Europa.
Não sei o que me reserva o futuro. Migalha Crescida começa a dar um ar da sua graça, mas é muito prematuro associar o comportamento dela dos últimos tempos ao tipo de adolescente que será.
Quando chegar a hora de lidar com alguém que é simultaneamente parvo e dono da razão, logo verei, mas o que espero, é ter a paciência, a tolerância e os calmantes certos no bolso.





sábado, abril 04, 2015

Mother issues

Depois de mais uma tentativa de impor a minha presença e de Migalhas por um período superior a vinte e quatro horas, concluo que a única forma de me dar relativamente bem com a minha mãe é não ter contactos nem frequentes nem longos. A distância garante que a nossa amizade parece maior e  traz graça às traquinices e tropelias dos meus filhos.
Vivermos na mesma casa, ainda que apenas por breves dias e em datas festivas, revela de forma demasiado óbvia que ou eu espero demais, ou de facto, ela está disposta a dar de menos.
Talvez o problema seja meu. Espero sempre que a qualquer momento se dê uma espécie de milagre, que o barulho, a agitação, as mudanças de planos de ultima hora, deixem de ser tão dramáticas e incómodas, que deixe de existir aquela espécie de tensão no ar (e nas minhas costas, e no meu sono), que tudo seja alegre e descontraído, mas talvez os meus pais, e a minha mãe em particular, não consigam de todo levar a vida e os dias com descontração e alegria. Talvez a missão deles nesta vida seja zelar para que nada perturbe aquela porra daquela rotina sensaborona em que vivem, que a caminhada se faz de manhã, que os sofás estão a salvo de sapatos, que não há barulho na hora da novela.
A mim, só me resta poupar-me e à minha família a esta espécie de tentativas de brincar aos avós, e rezar para que Deus permita que eu nunca fique assim.



sexta-feira, abril 03, 2015

Hoje é aquele dia

Em que nos distraímos e acaba sempre por marchar uma empadinha, um folhadinho de salsicha ou uma sanduíche de fiambre.

quinta-feira, abril 02, 2015

Badoca Safari Park

Acho que a nossa geração de pais, e não falarei por todos mas sei que falarei por uma boa parte, padece do medo de ver os filhos entediados. Procuramos sempre programas e programinhas para fazer com eles, lemos a "Estrelas e Ouriços", acompanhamos as estreias dos cinemas, vibramos com a perspectiva de um parque de diversões, uma peça infantil, um concerto, um circo, ou até uma feira com um carrossel e uma barraca de farturas. Quando aparece o sol andamos entre parques, jardins, praias e piscinas.
As nossas criancinhas, treinadas que estão nesta corrida desenfreada para tornar cada dia numa experiência qualquer, mal acordam e já estão a perguntar "então o que vamos fazer hoje?"
Cá por casa ainda nos falta fazer muita coisa, mas esgotados que estão o Jardim Zoológico e o Oceanário, resolvi ir passar o dia com eles ao Badoca.
Achei o parque giro, as pessoas simpáticas (ou não fossem alentejanos). Talvez chamar-lhe "safari park" seja um pouco pretensioso, afinal o safari são quarenta minutos num atrelado de um tractor, mas estava sol sem estar demasiado calor, e entre a alimentação dos lémures, um almoço ranhoso (se lá voltar levo comida, tem muito espaço para picnicar), o dito safari e um espetáculo de aves de rapina (o melhor do parque para mim), mais uns primatas e  umas aves exóticas e umas cabrinhas anãs (fofura, pá), o dia passou que foi uma maravilha.
Estarão vocês a pensar, que as crianças deliraram, ficaram malucas com as zebras e as girafas e com a chichoca gigante da avestruz, mais os filhotes bebés dos antílopes, não é?
Pois, não.
Vejam bem, que a única coisa divertida que elas viram no parque, foi a única que não as deixei fazer porque iam ficar todas encharcadas: o rafting. E não, não estou a exagerar. A resmungar porque a ilha dos primatas ficava longe e estavam cansadas, o que me disseram foi " a única coisa divertida não deixas fazer".
Digo-vos, esta geração de crianças é muito difícil de contentar. E é muito dificil de contentar, porque são muito dificeis de surpreender. Entre a televisão, a internet, e os mil e um sítios onde os levamos, já pouco os encanta ou maravilha. 
O que noto aqui nas minhas Migalhas, é que a observação pura e simples de alguma coisa não lhes diz quase nada, ainda que seja uma girafa a menos de um metro. Querem mexer, tocar, provar, escorregar, subir, mergulhar, pular de alguma coisa ou em alguma coisa, tentar.
Claro que depois ficam com memórias boas, e falam dos lémures bebés agarradinhos às barrigas das mães, e da arara que quase bicou o Sancho, e do cheirete que deitava o dromedário, mais a ave que tenta matar um lagarto de peluche a atirá-lo contra as pedras vezes sem conta, mas enquanto estão no sítio, naquele exacto momento, parecem quase tão entediados como se estivessem em casa a ver televisão e a fazer desenhos. 
Claro que Migalha Crescida, que apesar de ter apenas nove anos me parece estar a entrar numa espécie de pré-adolescencia precoce, é a pior neste aspecto, mas o problema está bastante massificado cá por casa.
Por causa das tosses, nesta Páscoa já não vão a mais lado nenhum. Andam de bicicleta, lancham waffles feitinhas em casa, brincam às papinhas de terra e farinha, e se estiver solinho, talvez os leve à praia. 

Ao perto são ainda mais assustadores...


terça-feira, março 31, 2015

Nunca mais digo aos meus filhos que o Betadine não arde

Aos vinte e nove dias do mês de Março do ano da Graça de dois mil e quinze, voltei a andar de bicicleta.
Ao trigésimo primeiro...Não cheguei com os pés ao chão.

sábado, março 28, 2015

Porque não faço férias na neve

Na minha casa não se faziam férias de neve. Aliás, a prática desportiva do meu pai estava confinada a uns jogos de futebol num descampado lá perto de casa, e à pesca. Já à minha mãe, nunca lhe conheci qualquer aptidão desportiva até aos sessenta anos, altura em que se começou a empenhar para ser campeã de caminhada no jardim do bairro.
Adiante.
Foi depois de adultos, que tanto eu como o meu irmão, tivemos o primeiro contacto com os desportos de Inverno.
Ele, habituado ao surf, meteu uma prancha de snowboard nos pés e ao fim de pouco tempo estava como peixe na água. Já eu, mostrei desde o primeiro dia uma inaptidão gritante para a prática do esqui.
Verdade se diga nunca me empenhei verdadeiramente. Lembro-me de passar as aulas a rir como se fosse uma criancinha mal comportada, de prolongar as pausas em todo e qualquer posto de montanha com pelo menos uma máquina de café e uma cadeira, de dizer ao resto do grupo para "ir andando".
Até tenho algumas boas recordações destas férias. Adoro a imensidão do branco, o silêncio da montanha, os risos e gritos abafados pela neve. Adoro os restaurantes confortáveis e acessíveis só por pistas, aqueles pratos de consolo para corpos gelados, as pausas para as bebidas quentes, e talvez a melhor recordação de todas, desapertar as botas.
E esta última, leva-me ao que realmente me marcou nas cinco ou seis vezes que fiz férias de neve, e que nem as melhores recordações apagam.  Botas desconfortáveis, dores horríveis nas pernas, carregar esquis para trás e para a frente, cair nos "puxa rabos" e ter que subir encosta acima fora de pista com neve até aos joelhos, não conseguir sair das cadeirinhas rapidamente a deslizar airosa, ter o rabo molhado, as luvas molhadas, cair, cair muito, e ter medo, muito medo, porque é inclinada, porque é estreita, porque tem gelo, porque tem pedaços sem neve, não consigo, ai ai ai, já me doem as pernas de tanta cunha, vou juntar só um bocadinho para aliviar os músculos, e vou mas é a direito que é mais rápido, lá vai ela, atira-te para o chão que te vais esbardalhar toda naquela mulher, ai ai ai! catrapum, "pardon, pardon pardon", onde foram parar os esquis, e os batons, grande merda, aproveitar que estou aqui espalhada ao comprido para desapertar um bocadinho as botas, "vão andando, vão andando".



sexta-feira, março 20, 2015

Primavera

Sempre ouvi dizer que a mudança de estação era particularmente dolorosa para quem, digamos assim de uma forma suave, sofre dos nervos.Que aquilo normalmente descompensava sempre um bocadinho, estão a ver? O que nunca pensei é que fosse tão rápido! Caramba, a estação só mudou hoje...Era suposto a loucura instalar-se logo no primeiro dia?

quarta-feira, março 18, 2015

Uma especie de mantra

Não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa, não mexas no cabrão do verniz se não tens acetona em casa.
Oh, foda-se.

segunda-feira, março 16, 2015

Sosseguem o meu coração de mãe...

Quando mandam os vossos filhos largar o iPad ou o caraças do tablet ou o que for que usam para jogar, para irem comer/tomar banho/vestirem-se/por a mesa/lavar os dentes/fazer TPC/arrumar o quarto/sair, também vos respondem sempre..."deixa-me só perder"?

O estranho caso da chave saltitona*

Capitulo um
Capitulo dois
Capítulo três
Capitulo quatro

A corda não aguentava mais. João tinha que decidir: ou balançava o corpo para a varanda do Sr. Dias, batia à janela, cumprimentava o dono da casa, abria a porta, descia as escadas em direcção à rua e recuperava a chave e salvava a Maria, ou aterrava no Ford Cortina estacionado no passeio e alcançava a chave  quanto antes.
João conhecia muito bem o Ford Cortina do vizinho. Todos os domingos de manhã, o vizinho retirava o oleado do carro, da janela do seu apartamento do rés do chão saía uma mangueira e o fio de um aspirador. Na mão, esponjas e panos e escovas, detergentes cheirosos. O vizinho começava pelos interiores, retirava tapetes, aspirava estofos, passava ceras nos plásticos do tablier. Depois passava para o exterior, usava água e espuma, enxaguava. No final de tudo, um pano de microfibra, novo, cada semana um. A tarefa de lavar e secar o Ford Cortina, só acabava quando a Justina metia a cabeça de fora e gritava "prá mesa", já o sol ia alto.
Maria olhava de cima, e via o seu João, o seu tórrido e garanhão João, usando de toda a sua pujança no estendal da D. Leocádia. Ainda pensa lançar-lhe os seus longos cabelos, bem que precisava de um corte, nem sabia há quanto tempo estava presa naquela sala, mas sente-se invadida de um desejo incontrolável, era ali, no estendal da Leocádia, entre lençois lavados com sabão azul e branco e toalhas coradas ao sol, que queria ser possuída pelo seu João. Isto ia ser melhor que com o Pedro na sala de economato do escritório, melhor que com o Afonso no escorrega do Aquashow, que com o Arnaldo na  casa de banho da discoteca Kiss, que com o Luís Miguel em cima da mesa da cantina da faculdade, que com o Carlos na sala de espera do Centro de Saúde,  melhor do que aquela vez com o Zé na proa do cacilheiro, que com o Nuno na roda gigante da falecida Feira Popular. Isto ia bater tudo.
Num impeto incontrolável, Maria atira-se janela fora, esquecida da chave, só pensando em arrancar com os dentes as rendas que cobriam as partes pudendas mas não púdicas do João.
É um casal apaixonado que aterra em posição de missionário em cima do oleado do Ford Cortina do vizinho, Maria solta um grito, e a chave desaparece.

*Continua...

domingo, março 15, 2015

Ao cuidado de dirigentes, treinadores, professores e outros organizadores de saraus de ginástica, escrito por alguém que se rebolou mais de 100 vezes em eventos do género

Caríssimos
Hoje a minha tarde foi uma seca.
Uma tremenda seca.
E a culpa, deixem-me que vos diga, é vossa. É certo que não a poderiam aliviar na totalidade, mas certamente poderiam ter feito melhor.
Para começar, o tempo de duração. Mais de duas horas em que a única coisa que nos interessa são os 4 minutos em que a nossa filha aparece no praticável, parecem-me excessivas. Lá que tenhamos que ver todas as classes do clube, desde as crianças de três anos a mexerem as mãozitas ao som das galinhas doidas, eu compreendo. O que não compreendo é o porquê de convidar outras classes, de outros clubes, que fazem mais do mesmo e prolongam a coisa bem uns trinta minutos além do estritamente necessário.
Se a ideia é fazer-nos dar o dinheiro por bem empregue, bom, deixem lá isso, sou capaz de pagar mais do dobro para não ter que ir.
Depois nestas coisas, menos pode ser mais, e não, não estou a falar de quantidade. É mais agradável à vista um conjunto de movimentos simples, mas bem organizados e coordenados, do que aquela tentativa de colocar todos os ginastas no limite do que ainda não sabem fazer. Um grupo de vinte pessoas a levantar o mesmo braço ao mesmo tempo, pode surtir melhor efeito do que 20 rodas feitas cada uma na sua vez e cada uma para o seu lado, e ups...! cinco meninas ainda não conseguem esticar as pernas.
E a música...Bom, se não estamos a falar de ginastas de alto nível e se o sistema de som do pavilhão é uma merda,  se já sabemos que a coisa ronda ali o médio menos, o mais inteligente a fazer é escolher umas músicas conhecidas, de preferencia que todos tenham no ouvido, sempre se ia cantarolando e batendo umas palmas.
Antes de terminar, quero pedir desculpa aos meus pais, amigos e familiares que durante anos arrastei para eventos do género, absolutamente convencida que estavam a adorar. Sois os maiores.
Por fim, quando olharem para os pais ansiosos à espera de (finalmente) recolherem os seus rebentos, com as respectivas dores no traseiro que aquelas cadeiras proporcionam, chamá-los para tirar uma fotografia de grupo em que demoraram uns dez minutos a reunir todos...Hum...Não é uma boa ideia.
Tirando isso tudo e os setenta euros do fato, correu bem, parabéns pelo trabalho desenvolvido.

sábado, março 14, 2015

quinta-feira, março 12, 2015

Bom, por cá vamos andando.

Minha Migalha do Meio está doente desde terça feira. Amigdalite. Veio a calhar, porque esta semana ela tinha "só" três testes. Os únicos três que tem. 10 dias de antibiótico.
No trabalho descubro a cada dia que não há dias, nem horas, nem sequer minutos, para relaxar.
Os blogues uma seca. Pelo menos quando anda tudo pegado à chapada uma pessoa sempre se diverte, mas agora nem isso.
A ginecologista resolveu por-me a par das estatisticas esperadas em Portugal tipo já. Em cada 4 mulheres acima dos 40 anos, uma vai ter cancro da mama, em cada 3 pessoas acima dos 45, uma vai ter um qualquer tipo de tumor. A boa notícia, é que se conseguirmos escapar a isto, vivemos até aos cem anos. Definitivamente, é o tipo de informação que não me fazia falta.
E não tenho tempo. Sei que o tempo me escapa entre os dedos, quando venho a subir no elevador e a pensar que aquele minuto ali parada é um completo desperdício, e tanta coisa que eu fazia com um minuto.
Em casa dos meus pais o ambiente continua tenso. Claramente não foi um arrufo passageiro e resolvido. Aliás, se há palavra que me parece que não se aplica à minha mãe, ao meu pai, e ao casamento deles, é resolvido/a.
Amanhã vou "tirar o pé do chão" e ainda não tenho a certeza absoluta que isso seja mesmo uma coisa boa.
Mas é sexta feira e não vou gramar a estucha de trabalhar no fim de semana, por isso, iéééééssss.

"Estado Islâmico confirma a entrada do Boko Haram na organização extremista"

Isto entra na categoria "só se estraga uma casa", não entra?

segunda-feira, março 09, 2015

Isto de andar na rua a ver pessoas dá-me cabo dos nervos

Hoje resolvi contrariar o modo "virar lontra", tirei o pó aos ténis e fui para a rua. Gostaria de dizer que fui correr, mas escuso de vos tentar enganar. Andei bastante, e dei três passinhos de corrida.
Pelo caminho que faço na minha caminhada/corrida, passo umas vezes ao lado de um parque infantil, daqueles de areia, ali com o solinho a dar de chapa, que isto não sei se repararam, mas está quente que se farta. E lá estava a menina que me partiu o coração. Com o seu vestido xadrez de fazenda, as suas collants encarnadas, o casaquinho de lã.. E o sol a dar na menina, e eu a imaginar a fazenda, a lã, as collants e a areia, tudo a picar em grande na pela transpirada da menina. Mas estava bonita e bem vestida. E quentinha. Parecendo que não, isso é que interessa.
Já a caminho de casa cruzo-me com duas senhoras que passeavam com uma meia dúzia de crianças com uns três anos. Que solinho bom para levar os meninos a apanhar ar, terão pensado as senhoras, que envergavam a sua melhor camisolinha de alças do Verão passado, enquanto os miúdos caminhavam cheios de casacos e gorros, e Cristo, um até tinha cachecol bem embrulhadinho à volta do pescoço, a prender o gorro do kispo enfiadinho na cabeça, não fosse passar ali um fio de ar e constipar o menino.
Mães, avós, tias, educadoras, amas, se está calor para vós, está calor para as crianças... ó pá...COITADINHOS!
Se querem frango assado, passem na churrasqueira, e deixem as crianças em paz.

sábado, março 07, 2015

Ainda me estou a tentar recuperar do choque.

Hoje foi dia de consulta na pediatra.
Não me queixo de pagar mais de duzentos euros de cada vez que levo os três de rajada ao médico, afinal quem insiste em manter uma pediatra "fora da rede" do seguro de saúde sou eu. Mas gosto dela, já me valeu muitas vezes e nunca se negou a chegar-se à frente, e isso para mim não tem preço.
Agora sair de lá com 700€ de vacinas para aviar nos putos...Isso é que me deixa quase azamboada.
Que é a nova vacina da meningite (cruzes, só esta palavra é suficiente para deixar qualquer progenitor em pânico), que cobre novas estirpes da bacteria, que é mesmo uma mais valia.
Credo, claro que vou dar a vacina aos três, mas não deixa de ser revoltante que as crianças cujos pais não podem dar esta dinheirama por medicamentos, e que são a maioria, continuem expostas a uma doença com o grau de mortalidade e de sequelas de uma meningite. Bem sei que são poucos os casos, que a incidência da doença é quase incipiente, mas ainda assim, quem quer arriscar?
A verdade é que juntando as consultas a que precisam de ir (ortopedia para uma, otorrino e terapia da fala para outro)  mais as vacinas para os três, chegamos aos mil euros, e eu farto-me de suar para ganhar mil euros, e cada vez entendo melhor as pessoas que dizem que este país é para ricos.

quarta-feira, março 04, 2015

Bom dia só se for para vocês

Acordei às cinco e meia da manhã com aquilo que me pareceu calor. E com o Sancho a entrar de fininho no meio de nós. Virei-me e revirei-me, destapei-me toda, depois tapei-me só um bocadinho, grande chatice, tinha calor (demasiado) nas partes cobertas (até à cintura) e frio no resto do corpo. Tapava-me ficava cheia de calor, destapava-me ficava com imenso frio. Optei pelo clássico pézinho de fora para refrescar e cobri-me até ao pescoço.
Resolvido o problema da instabilidade térmica, percebi que estava ligeiramente mal disposta. Aquela nausea ligeira, não chega a ser motivo para correr para a casa de banho, mas torna-se desconfortável. Revi mentalmente o jantar a tentar adivinhar que parte me poderia ter caído mal. A mostarda? O copo de água que bebi antes de me deitar, sem a digestão feita?
Depois comecei a pensar  no melodrama familiar, e nas 436 coisas que tenho para fazer no emprego, e nos prazos ultrapassados, e a nausea aumentou ligeiramente e o calores voltaram, o sono foi-se.
De repente, lembrei-me que remodelei o meu gabinete lá no emprego, e isso animou-me um bocadinho.
A má disposição passou, estava de novo confortável enfiada debaixo do edredão, e até os pés do meu filho estavam finalmente a mais de três centimentros da minha cara. Começo a sentir o corpo a relaxar, os olhos a fecharem-se, ui ca bom que é dormir!, que isto ainda se salva a noite, toca o cabrão do despertador. Eram sete e meia.