O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?

domingo, novembro 30, 2014

Não vá dar-se o caso do Pai Natal não perceber a nossa letra...

Carta ao Pai Natal by Migalha do Meio
Note-se que àquela imagem de uma espécie de duende com um gorro, corresponde, "passar o Natal na casa do Pai Natal".

"O Preso nº 44"

Será que sai antes do Natal?

 (O livro... obviamente)

sábado, novembro 29, 2014

Diz que este blogue merdoso

Faz hoje dois anos.
O blogue pode não valer nada, mas o que já me diverti com ele, não tem valor...

sexta-feira, novembro 28, 2014

Tinha jeito para isto

Ser dona de casa. Não imaginam o jeitaço que eu tinha para ser dona de casa. 
Deixar as crianças na escola, ter dez minutos para conversar com as outras mães-donas-de-casa à porta da escola, combinar lanchinhos temáticos e festas de pijama.
Olhar para a agenda e só ver coisas como dentista às onze e manicure às doze, ui que isto hoje vai ser uma correria, Deus queira o médico não se atrase ou a moça das unhas espere, que stress!
Ir ao supermercado. Ou melhor, a vários. Já se sabe que a carne é melhor no talho, o peixe é na praça na banca da Teresa, mas os miúdos adoram os croissants do Pingo Doce, a lasanha do Lidl, mas o mais barato no resto é o Jumbo, e dona de casa que se preze é uma gestora implacável. Claro que não podia alancar com os sacos com uma galega como faço agora. Teria um daqueles carrinhos de ir às compras, como se usavam antigamente, mas em giro, sabem?
Decorar a casa para o Natal.
Melhor! Fazer as minhas próprias decorações de Natal. Calma e pacientemente, tardes inteiras com uma manta nas pernas, corte e cola, fitinha para a esquerda, azevinho para a direita, deitando o olho concentrado ao relógio, controlar o assado no forno, não perder a hora de ir buscar as crianças...
Tinha que ter tempo para o blog, isso, haja santa paciência, mas a vida não pode ser só trabalho e ralações. 
E em vez de vos falar de pobrezinhos e crianças respondonas, tenho para mim que era menina para vos ensinar a fazer risotto de cogumelos com crocante de parmesão.

Parece que é para falar do Natal

A minha avó tinha uma pobre.
Sério.
Não sei como começou aquilo. Sei que a Senhora Maria era uma das muitas pessoas que corriam os prédios a pedir esmola de porta em porta. E que a certa altura a minha avó deixou de lhe dar uma moeda, para passar a dar-lhe um prato de comida e mais algumas coisas.
Também não sei como passou a Senhora Maria do degrau das escadas onde comeu as primeiras vezes, para a cozinha da minha avó.
Era muito gorda. Eu tinha dificuldade em perceber como uma mulher tão gorda, podia ter fome, mas a minha avó explicou-me que era "da doença".
E a Senhora Maria cheirava muito mal. Tão, mas tão mal. No dia em que entrava e se sentava a comer na mesa da cozinha, era ver a minha avó a abrir janelas, a usar sprays, a desinfectar a louça, a mesa e a cadeira, gastava bem um frasco de álcool a apagar os vestígios da passagem da Senhora Maria.
Aliás, acho que me lembro bem da Senhora Maria, porque fugíamos a sete pés dela, e nem à porta da cozinha chegávamos enquanto durava o almoço, tal era o cheirete.
Vivia numa barraca, sem água, e sem luz, coisa não tão estranha há trinta anos, o que não faltavam eram bairros inteiros de barracas cheios de Senhoras Marias, e a minha avó aguentava estoicamente na cozinha enquanto durava a refeição, mas lá a banheira nunca ofereceu, acho que seria demais, até para a minha avó.
Bom...Acabei de abrir a porta a uma pessoa que à pergunta "quem é", respondeu, "eu". Instintivamente à resposta "eu", abri a porta sem pensar. Dei de caras com uma mulher menos gorda, menos mal cheirosa, mas que como a Senhora Maria, também pediu "qualquer coisinha para ajudar".
E seguramente há mais de dez, quinze anos, que não me batiam à porta a pedir, afinal nos dias que correm ninguém abre a porta a ninguém desconhecido, já se sabe que atrás da mulher com o ar inocente está um galifão que nos vai dar com uma marreta na cabeça e entrar-nos casa dentro, roubar-nos o i-phone, o portátil e as jóias...Apanhada desprevenida e de surpresa, com pressa de fechar a porta antes que o gang escondido me saltasse em cima, respondi às pressas e a medo "não tenho".
Atrás desta mulher não estava ninguém. Só humildade, e quem sabe a vergonha de ser encontrada a pedir na rua.
E agora espero que volte.

A quem é que os meus filhos saem tão desenrascados?

-Mãe, "quelo pêla"
-Não é pêla, filho, pê-ra.
-Pê-la!
-Não, filho, rrr (tocar com ponta da lingua no céu da boca mesmo ali junto aos incisivos para melhor exemplificação). Vá lá, se disseres pêra a mãe cola os cromos contigo
-Pê-la. Pê-la. 
- Pê-r-r-r-r-r-a
- Maçã!  Maçã está bem, não 'tá? anda colale os "comos".

quinta-feira, novembro 27, 2014

segunda-feira, novembro 24, 2014

E a questão que se impõe...E a velhota, safa-se?

Hoje vi televisão todo o dia, e pude acompanhar o desenrolar (lento, vá, mas ainda assim o desenrolar) dos acontecimentos no Campus de Justiça.
Gostei especialmente dos programas participados pelo nosso maravilhoso povão, que ao telefone, desfiou teorias de cabalas, desde a cabelereira de Gaia até ao bancário reformado dos Açores, falaram do BES, dos submarinos, misturaram alhos com bugalhos, mostraram-se indignados, revoltados, isto tem dedo do Passos Coelho e da direita, afinal toda a gente sabe que os maus estão na direita.
Pois eu não fiquei surpreendida, nem chocada, tantas vezes o cântaro vai à fonte, que um dia deixa lá a asa, eu fico chocada é com a burrice desta gente, que realmente, não merecem mais do que têm, e só me me vem à cabeça Dito-Cujo a dizer que o Vale e Azevedo ainda vai voltar a ser presidente do Benfica...

Isso aqui oh oh

É um pouquinho de Brasil ia ia...

(a medida de coacção, sai ou não sai?)

quarta-feira, novembro 19, 2014

Aqui também se mandam bitaites sobre o tema da árvore de Natal

O Sancho teve que levar para a escola umas bolachinhas por ocasião do Pão por Deus.
A entrar no espírito do it yourself e enlevada por imagens de mães de aventais lindos e limpos e ar feliz, acompanhadas de crianças risonhas com a pontinha do nariz suja de farinha, resolvi que em vez do supermercado ou da pastelaria, o Sancho iria levar as suas bolachinhas home made with love.
O cenário foi ligeiramente diferente do esperado. Migalhas discutiam por causa das formas (agora todos queriam a estrela, agora todos queriam a flor), Migalhas atiram bocados de massa para além da porta da cozinha, as mangas arregaçadas desceram até aos pulsos em menos de trinta segundos, e a roupa...Bem, a roupa...
Eu gritei:  já chega, larga isso, eu faço, sai, não mexe, chega para lá, vai lavar aos mãos, olha o que fizeste ao chão, tira isso da boca, estás de castigo, deixa o teu irmão, deixa a tua irmã, e digo-vos, que aquilo que tinha tudo para ser uma coisa mesmo boa em família, tornou-se num verdadeiro inferno, e não tenho dúvidas, que teria feito muito mais pela paz e harmonia se tivesse comprado um pacote de bolachas Maria.

terça-feira, novembro 18, 2014

Não é que alguém se preocupe

Mas hoje fiquei em casa, a vomitar-me à grande.
Tenho altas suspeitas que foi um balde de um sumo suuuuupeeeeer saudável que emborquei ontem ao jantar, armada em boa. Devia ter desconfiado de uma coisa que leva "leite de aveia", cenoura e pólen.
Uma coisa é certinha, se a ideia era por travão à fase de engorda, consegui.

sábado, novembro 15, 2014

Passear na baixa, amar e ser feliz (musicar título de post com canção dos Broa de Mel)

E assim foi. Mesmo com chuva, mesmo com frio, era imperativo ir para a Baixa tirar fotografias de Lisboa, para o Sancho fazer um trabalho para a escola, já que foi uma criança desgostosa que lá para quarta feira me anunciou que "oxamigos xá tinam luvado todos pala a escola".
Máquina ao ombro, família atrás, corremos as praças da Figueira e do Rossio, fotografámos candeeiros e estátuas e janelas, comprámos bolos na Confeitaria Nacional, e viemos para casa com umas "quentes e boas" (cabrões dos putos cagaram-me o carro todo).

sexta-feira, novembro 14, 2014

Fanico

Quando calho a ver o sorteio do euromilhões, chega-se-me um aperto ao pescoço, a ver se saem os números que por ser um cruzamento de arara com barata tonta costumo jogar mas não joguei, que se aquilo um dia calha, quedo-me dura e fria em frente à TV.

Vamos lá saber qual de vós

Me visita a partir dos Emirados Árabes Unidos?

quinta-feira, novembro 13, 2014

Este post não é sobre a chuva

Mas foda-se, será que as pessoas não ouviram a cena de que a greve do Metro já não ia ser greve, e que o sindicato disse à malta que era para ir bulir, que isto de gastar dias de greve às quintas-feiras é um desperdício do camandro?
Saí do trabalho para ir buscar Migalhas. Cada um dos putos num spot diferente e meia hora para recolher os três. Sem bateria no telemóvel, que demora horas, horas! a carregar no carro, a querer avisar as tias e as avós e essas pessoas que não deixam as crianças apoderecer nas escolas, que estava enfiada num cabrão dum trânsito filho da puta, e sem conseguir, e os nervos a chegarem-se à flor da pele, os carros a serem todos uns insensíveis que não saem da frente para deixar passar uma mãe de família atrasada, grandes bestas, onde anda Dito-Cujo quando preciso dele, e a segunda circular a vinte à hora, e a Rua das Murtas completamente parada, e quando finalmente há bateria no telefone, uma sogra irada e molhada, a recolher crianças dos ballets e das ginásticas a reclamar a falta de comunicação da desleixadona da nora...
Quando chego perto dos miúdos, dou com o Sancho vestido com umas calças de bordado rosa, parece que não gostou da sopa e que aquelas gajas andam todas a dormir, única razão que encontro para não lhe vestirem a muda de roupa DELE que entreguei na escola, e traz um casaco que não é dele, e espero que a criancinha que ficou sem casaco não tivesse um autocarro para apanhar até Odivelas, mas sim o carro à porta da escola, e tudo isto dá-me um nervoso que não põe na vossa ideia.
E agora, em vez de estar aqui, devia estar era a trabalhar, mas o vinho alivia-me a tensão e fico que nem posso olhar para uma folha de Excel.

A única coisa que me apraz dizer sobre a escandaleira do SEF

Este país mete-me nojo.

Gravidade da doença inversamente proporcional à designação

Migalha Crescida foi ao dermatologista.
Tem pitiríase alba e queratose pilar.

Sobre as pessoas que nos divertem

Ainda não tinham largado as fraldas e já gostavam de ler.
Na adolescência, tinham a mania que eram escritoras, e  foram para letras.
Um dia acordaram e perceberam que um passo em falso e acabavam professoras de sociologia.
Foram bater com as costas na faculdade de Direito.
Como os tribunais são um bocado acanhados para tantas pessoas a fervilhar de ideias e humor, escrevem em blogues.
E como diria a nossa amiga:
- E ainda bem!

terça-feira, novembro 11, 2014

Dizer mal por dizer mal

Queres fotografar-te para o blog para mostrar que 'tás muitA boa?
Usa biquini.
Queres fotografar-te de férias na praia?
Usa fato de banho.

segunda-feira, novembro 10, 2014

Eu sei que sou altamente sugestionável...

Mas só vejo água por todos os lados, caraças.

Fui ver qual era o mantra para hoje

E levei com uma pop up do Brufen.
Sou só eu que acho que não dá a bota com a perdigota?
Não me digam que as pessoas felizes também adoecem que eu quino-me já aqui.

(Presente dos blogues do Clix. Já levei com aquilo em três)

Tomem lá uma história para começar a semana (ou será estória? nunca sei...)

A Maria Emília tinha mais de setenta anos quando a conheci.
Vivia sozinha numa cave de um prédio antigo, (cave é um nome tão feio para se morar), com janelas lá muito perto do tecto que davam para a rua, e um pequeno quintal nas traseiras. Fosse hoje e havia de morar no piso -1, que sempre é uma coisa mais airosa.
Tinha um banquinho que colocava encostadinho à parede, e para onde subia para conseguir espreitar quem passava, quem saía da estação de comboios mesmo em frente, quem entrava na pastelaria do lado.
Vivia sozinha. Tinha vivido com os pais até morrerem,  primeiro a mãe, depois o pai, velhinhos e doentes. Tratou deles até a deixarem completamente só.
A Maria Emília era solteira. Ou melhor, a Maria Emília era solteirona, porque foi sempre assim que ouvi falar dela. Uma velha solteirona.
Dava explicações. Mais dada ao Português, à História e à Geografia, custava-lhe adaptar-se aos novos programas de Matemática, de Química e de Biologia. Na casa dela, estava montado um verdadeiro centro de estudo, daqueles à antiga, onde não se espreitava pela montra para ver as crianças com ar enfastiado, cabeça apoiada na mão esquerda, lápis na mão direita a roçar os lábios.
E lia, muito. Tinha livros e livros sublinhados e cheios de notas. E escrevia. Sobretudo poesia.
E foi por causa da profissão da Maria Emília que a conheci, eu tinha pouco mais de vinte anos, estudava na faculdade, e fui "recrutada" para dar as disciplinas de que ela já não dava conta.
Privei com ela durante alguns anos, e apesar de reservada, quase estranha até, lá foi ganhando confiança e devagarinho e avulso, foi contando o seu passado.
A Maria Emília tinha tido um grande amor. O Zé (engraçado como passaram tantos anos, e nunca me esqueci do Zé da Maria Emília). O Zé cortejou, escreveu cartas, pediu namoro, depois a mão. Estava tudo certo para casarem, quando a Maria Emília descobriu que o seu Zé lhe tinha mentido. Não sei que mentira foi, apesar da minha curiosidade ser grande, e de diversas e imaginativas abordagens, ela nunca me contou. Dizia só que não tinha sido uma coisa nem grave, nem importante, mas não poderia ter casado com ele, porque perdera a confiança. No entanto amava-o. Tão profundamente, que decidira que se aquele era o homem da vida dela, não casando com ele, não casaria com mais ninguém.  Razão pela qual dedicou a sua vida aos pais, à poesia, e às crianças. Do Zé, guardava um molho de cartas dentro de uma caixa, lidas e relidas ao longo de mais de cinquenta anos.
O Zé foi à vida dele. Menos fiel ao amor da sua vida, casou, teve filhos, e mais tarde netos.  A Maria Emília acompanhou a vida do Zé que já não era seu, à distância. Soube-lhe todos os momentos. A Maria Emília, de cabeça toda branca, saia cinzenta abaixo do joelho, óculos na ponta do nariz, cara enrugada, confessava, que de vez em quando, discava o número de casa do Zé, só para ouvir a voz dele. E desligava.
Não sei porque me lembrei disto hoje.
A última vez que soube da Maria Emília estava internada num lar, e não reconhecia ninguém nem dizia coisa com coisa.
Talvez, mas só talvez, se lembrasse do seu Zé.



sábado, novembro 08, 2014

Enfiada na cama desde as dez da noite

Ultimamente tenho feito um esforço grande para me obrigar a não preencher os fins de semana com programas para crianças.
Assim quando eles me perguntam, "o que vamos fazer hoje", respondo:
- Descansar
Já bastam as manhãs cheias de actividades, é uma lufa-lufa de todo o tamanho, uma vai para a ginástica, outra para a natação, cada uma para seu lado e a horas que quase colidem, quando dou por mim antes da hora de almoço já não posso com uma gata pelo rabo.
Por isso, a cena agora é modo caseiro.
Hoje arrumei (finalmente) as roupas de verão de Migalhas lá bem em cima no roupeiro, já adivinhando que para o ano uma parte não vai servir-lhes e outra não me vai encher as medidas. Provavelmente nem a elas.
Foi tempo de olhar para a roupa do Inverno passado e para elas, e ver como cresceram em meia dúzia de meses, tanta coisa com guia de marcha para outras crianças mais novas, ou pelo menos, mais pequenas.
Enquanto isso, Migalhas inventam brincadeiras, de meias nos pés,  fazem tendas com cadeiras e mantas, brincam às discotecas onde só toca o musicol da Violletta, molham bolachas em chá quente, e dormitam a ver televisão.
E digo-vos, parece que me saiu um peso de cima por me decidir a não andar do cinema para o teatro, do teatro para o museu, do museu para o oceanário, ou planetário, ou outro qualquer sítio daqueles onde hiper estimulamos as nossas crianças, coitadas, não vão elas estupidificar.
Ainda receei que tanto descanso durante o dia, os transformasse em três pestes hiperactivas pela noite,  mas não.
Por exemplo hoje, dormem que nem uns anjos desde as dez horas, hora a que decidi mergulhar (também) o esqueleto cansado nos lençois (caraças, já começam a estar frescos os lençois quando me deito).


Sabes que não jogas com o baralho todo

Quando cada vez que entras com os teus filhos no elevador, finges que encarnas um qualquer "espírito mau", mais concretamente o "espírito do elevador", e os assustas até eles passarem do riso para o "pára com isso", e "não tem graça nenhuma".

sexta-feira, novembro 07, 2014

Pequenas coisas que me dão cabo dos nervos

Se há coisa que me bule com os nervos, é aquela cena dos detergentes da roupa, que supostamente compramos em "doses", e por "doses" entenda-se o número de máquinas de roupa que iremos conseguir fazer com aquela embalagem.
O meu problema, o que me deixa mesmo lixada, é que há anos que compro aquela merda, nem sequer compro sempre o mesmo, (sou pouco fiel a marcas), e nunca, mas nunca, e é mesmo nunca, me saiu na embalagem uma porra de uma merda para medir a quantidade, um copo doseador ou como é que tal coisa se possa chamar. Nem nos caros, nem nos baratos, nem nos pequenos, nem nos grandes.
E portanto a minha questão é: doses de quê? copos de iogurte? conchas de sopa? chávenas de chá? caixas da tupperware? É preciso balança? É suposto fazer contas? É "a olho"?
 Ó minhas pessoas blogo iluminadas, como é que vocês fazem?

quinta-feira, novembro 06, 2014

#Dicas#hashtags

#Não#é#suposto#escrever#normalmente#separando#apenas#as#palavras#com#o#irritante#sinal#
topográfico#chamado#cerquilha#não#sei#se#estão#a#ver#a#ideia.


Se não é isto que é "encher chouriços", não sei que mais possa ser

Que felicidade, o Estado Português, tem no currículo do primeiro ciclo do ensino básico, educação física, inglês e artes.
Já viram o luxo? Quando é que no nosso tempo havia disto? As famosas AEC. Formação da boa para as nossas criancinhas, a custo zero.
Até aqui tudo bem. Muito bem. Excelente, não?
Mãe, hoje a professora de inglês faltou e quem deu a aula foi o professor de educação física.
Mãe, hoje o professor de educação física faltou e quem deu a aula foi a professora de inglês.
Ainda bem que há quem ande encantado com o Ensino Público

quarta-feira, novembro 05, 2014

Ralações

Todos os filhos são um desafio. Uns porque são demasiado nós, outros porque são demasiado outra coisa qualquer que não tem nada a ver connosco.
Migalha do Meio enquadra-se neste segundo caso.
Ou seja, não tem absolutamente nada a ver comigo. E se ter um filho a quem se adivinha o pensamento dá trabalho, imaginem exactamente o contrário.
E é por isso que esta miúda é um desafio constante. E uma preocupação.
Onde eu tenho rispidez, Migalha tem doçura. Onde eu tenho assertividade e objectividade, Migalha tem imaginação e fantasia. Onde eu tenho  um pensamento dentro do quadrado, Migalha tem criatividade.
Se me pedirem para descrever uma imagem onde está uma casa no campo, uma árvore e um baloiço, eu vou dizer que vejo uma casa no campo, uma árvore e um baloiço. Migalha vai dizer que vê uma casinha muito grande, onde vive uma família muito feliz, e um menino que gosta muito de andar no baloiço, só que agora não está lá porque caiu no baloiço e partiu um braço e precisa ficar em casa a descansar. enquanto a avó faz uma tarte das pêras colhidas da árvore do quintal.
Enquanto eu desde cedo assumi que não tinha paciência para a maior parte das pessoas, Migalha refere-se a 80% das miúdas da escola como "minha amiga".
Por outro lado, enquanto que consegui ser sempre politicamente correcta no tipo de contexto "escola", Migalha mete mão na anca, e grita, e barafusta, e arma grandes peixeiradas com a sua voz altamente potente para seis anos.
Na escola, a professora tem um sistema de classificação do comportamento que se traduz numas bolas verdes, amarelas e vermelhas durante a semana, e que à sexta resulta num sol radioso (bolas verdes), num sol ligeiramente encoberto por algumas nuvens, e se coleccionarem muitos dias a vermelho, uma montanha de nuvens negras. Cá por casa é sempre inverno.
E depois penso que Migalha precisa de um castigo. E digo-lhe, que é bom que o sol comece a aparecer ou não põe os olhos na Violetta uma semana seguida. Mas depois encolho-me, e penso naquele mini furacão fervilhante de ideias e cantorias, confinada a uma sala de aulas, e sei que tenho que dar um desconto. Porque exigir-lhe o mesmo que exijo por exemplo à irmã, é ir completamente contra aquilo que é a essencia desta filha, sumarenta e alegre, que arrasta tudo à frente.
Depois tenho medo que a professora não a consiga perceber, que exija dela o que não é ela, e que lhe vá roubando aquela alegria imensa.
Marquei reunião. Para tentar entender se aquele temporal que me traz às sextas, é só aquela irrequietude que a caracteriza, ou se entra pela falta de respeito, de obediência ou de educação.
Para depois decidir o que devo fazer, mas já sei que implicará um esforço imenso para respeitar aquela maneira de estar tão particular e tão pouco eu.

terça-feira, novembro 04, 2014

Dai-me paciência

Hoje os pais puderam assistir a um treino da ginástica da classe de Migalha Crescida.
E digo-vos, há pessoas que colocam tantas questões e tão estúpidas, que ou são burras como tudo, ou gostam mesmo de se ouvir.
Tanto que nem percebem que todos os outros se remexem nas cadeiras e reviram os olhos, enjoados.
Eu fico sempre na dúvida. Serão aqueles paizinhos tão chatos e maçadores como me parecem, ou serei eu que dou pouca importância a pormenores tão importantes como, quem penteia as meninas numa competição que ainda nem tem data?

segunda-feira, novembro 03, 2014

Rapidinhas

Tivesse eu aconselhado alguns blogs à minha Célia e quando chegasse a casa não dava com o estendal cheio de roupa.
Amanhã começa nova temporada de Downton Abbey.
Fosse eu chamada a escolher um lado e seria o de Rui Machete.
Em querendo duplicar o número de visitas do blog, é pedir  à Palmier.
Ou escrever "rapidinhas" no título do post.




domingo, novembro 02, 2014

Pelo dia de amanhã

Estava a pensar contar-vos como os meus filhos me deixam completamente de cabelos em pé. De como sou a mãe mais intolerante, impaciente e irritável. 
Que passei o domingo a ralhar, desde a missa das 11h00, passando pelo almoço, continuando numa sessão de culinária em modo "bolachas para levar para a escola" durante a tarde, com um pico de gritaria após o banho para cortar as unhas dos pés. 
Estava  a pensar dizer-vos que Dito-Cujo saiu de casa de madrugada, e vai estar toda a semana fora, e que pelas três da tarde já Migalha Crescida lavada em lágrimas perguntava quantas horas faltavam para o pai chegar. E eu, na minha infinita bondade, mandei-a multiplicar 24 por 7, e teria "as horas" que faltavam para o pai chegar. 
O Sancho fez uma berraria do catano, porque foi informado que mesmo com o pai fora, era "cada um na sua cama". Foi tão persuasivo na birra que fez, que acabei a fazer uma "escala" para as sete noites, que pendurei  na porta do frigorífico, lado a lado com os mais belos desenhos com que me presenteram nos últimos dias.
Estava a pensar dizer-vos que Dito-Cujo, armado em pai "muita querido que vai estar fora uma semana a morrer de saudades", lhes disse para tomarem nota de quantas vezes a MÃE (sim, eu) se portava mal com eles (pedagogia de primeira). Nota: às três e trinta já existia uma folha com o título "a Mãe portou-se mal" com dois tracinhos, e isso porque Migalha Crescida, egoísta que só ela, não tomou nota dos gritos e dos castigos que dei aos irmãos.
Passaram o dia a chamar pelo pai, e eu gosto de pensar que se fosse ao contrário, chorariam lágrimas de sangue pela mãe, mas na dúvida, terminei o dia a jogar um jogo de tabuleiro, que implica ler uns cartões, desenhar e fazer mimica, e para verem a qualidade do meu serão, recordo-vos que dois dos meus filhos nem sabem ler.
Isto é o que gostaria de vos contar amanhã, mas diz que já deram o mote e nada disto se encaixa.



sábado, novembro 01, 2014