O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?

segunda-feira, novembro 04, 2013

O meu bairro é melhor que o teu

Vivo num bairro. Num verdadeiro bairro.
Como em qualquer bairro que se preze, há o mercado e os supermercados, há farmácias, há lojas daquelas que já não abrem em quase nenhum bairro. Há o canalizador, o sapateiro, o serralheiro, a retrosaria com mais de mil botões coloridos. Há a vidraria, as churrascarias, muitas pastelarias, cafés e restaurantes, alguns com mais anos do que eu. Há lojas de congelados, frutarias, e talhos...tantos talhos!
Há o senhor que faz roupeiros e o senhor que faz chaves. Há a senhora que faz arranjos na roupa. Há o fotografo, os cabeleireiros, onde ainda há a menina que só lava cabeças e varre os cabelos do chão, a que só faz tintas, a que atende telefones, há muitas ourivesarias, como se a crise não tivesse chegado ao bairro.
Há a escola de condução, as escolas-escolas, a clínica onde se fazem as análises, a loja de animais com consultas veterinárias, a funerária com os seus santinhos.
Há lojas de roupa, sapatarias, até há uma só de crianças.
Há os bombeiros onde as crianças vão à natação, e o clube, verdadeiro clube de bairro, com o seu judo, ballet e ginástica. Há a igreja, onde os meninos vão à catequese, e o grupo de escuteiros. Ao domingo enche três vezes.
Também há coisas mais modernas, há a Padaria Portuguesa, há uma Pastelaria Francesa, uma loja de tatuagens, lojas chinesas, loja de artes com aulas de pintura, há o McDonald's, a pizzaria, um ginásio moderno, e até no clube já há aulas de Zumba. Há uma loja que vende missangas e contas e anjinhos e mil peças para fazer colares e pulseiras, uma loja de costura com workshops. Até já há uma daquelas lojas que vende perfumes low cost e outra só para arranjar mãos e pés, um spa, um supermercado de produtos biológicos.
Viver num bairro como este é estar sempre a encontrar caras conhecidas. No café, na reunião da escola, no sarau de fim de ano, na fila do supermercado, na igreja. É ir a todo o lado com o carro estacionado à porta de casa.
E digo-vos, que já não quero outra coisa.

16 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não...Ainda melhor!
      P.S. E não me lembro de ter referido 324 lojas de tecidos...:DD

      Eliminar
  2. Só não tenho a Padaria Portuguesa, tenho uma das outras!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também tenho das outras. E nem gosto da Portuguesa. Talvez só das carcaças de centeio.

      Eliminar
  3. Que maravilha!!! Isso sim, é qualidade de vida!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E é mesmo! Só precisava de mais tempo para poder usufruir disto...

      Eliminar
  4. Respostas
    1. Não... Demasiada inclinação! No meu bairro é tudo a direito!

      Eliminar
  5. Eu vou mudar-me em breve para o centro, até estou com medo.

    ResponderEliminar
  6. Alvalade? Areeiro? (Vou começar os meus palpites por ordem alfabética, a seguir vem Baixa-da-Banheira :D )

    ResponderEliminar
  7. "Alvalade não tem cheiro a sardinha assada nem tem marcha. Não tem vielas nem ruelas escondidas mas vende-se peixe na rua, pão cozido a lenha numa esquina ali à frente e há sempre uma farmácia de serviço na Avenida da Igreja. Tão sempre como os frangos assados e mais sempre que os gelados da Conchanata que hibernam quase duas estações inteiras. Tem velhotas compostas, de casacos esticados que se passeiam lentas pelas avenidas, cheias de pó de arroz e que nem há quarenta anos eram raparigas novas, a começar famílias, com os seus militares e filhos da burguesia. Tem poucos estendais de roupa mas tem uma malha súbtil - ou talvez nem tanto - de tricas e vidas tricotada pelas porteiras e antigas porteiras. Tem ainda os cafés que deixaram história e fizeram histórias no cruzamento da Avenida de Roma com a dos Estados Unidos da América. E isto é apenas uma parte. "

    ResponderEliminar

Comenta, não pagas nada e eu fico toda contente