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segunda-feira, agosto 19, 2013

As mesmas férias de sempre

Primeiro dia na casa onde passo ferias há 16 anos.
Com os mesmos amigos, que são como família. Mas em bom. Porque os escolhi e escolho cada vez que quero estar com eles.
Quando chego, a casa que não é minha é como se fosse, e é tudo tão, mas tão familiar. Nesta casa já ri, já chorei, já dei o ombro, já pedi o ombro. Já daqui saí com medo de não voltar, já saí com a certeza de voltar sempre.
E se as paredes desta casa falassem? Ui, se as paredes desta casa falassem.
Hoje foi o primeiro dia. E agora a primeira noite. Estou sozinha, no jardim. Deitei Migalhas que riem no andar de cima, bêbedas de sono e de excitação. Eu vou ouvindo os grilos, aproveitando que está quente, calma, a lembrar tantas e tantas noites que aqui passámos. Sem crianças, a dançar até de madrugada. Depois deles, conversas noite dentro, jogos de cartas, gargalhadas.
Aqui estou eu, sozinha, e ninguém imagina como é difícil, quase impossível, alguém estar só nesta casa.
Olho as agulhas dos pinheiros que não bulem, a água da piscina que reluz com a luz do holofote, bebo um licor que desencantei na cave, e espero ser invadida por um sono profundo e retemperador, tão ao contrario das noites mal dormidas que trago em cima dos ombros.
Hoje é o primeiro dia de umas férias que vão ser curtas.
Poderiam durar seis meses e ainda assim continuariam curtas.

4 comentários:

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