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domingo, junho 05, 2016

Provas de Aferição

A minha filha só tem oito anos, e eu gostava de lhe dizer que ganhar ou perder não interessa, que o importante é participar. 
Gostava que não estivesse preocupada com o número do Cartão do Cidadão, ou com medo que a tinta da caneta se acabe a meio...
A minha filha tem oito anos, e na última semana de aulas, em vez de estar a ensaiar cantorias para a festa de final de ano, está preocupada com uma porra de umas provas que nem para nota contam. 
Pelo menos para as dela.

14 comentários:

  1. Nem mais, e os professores sentem-se tão apertados que baralham as crianças e na cama em conversa com a criança perguntava se ainda podia chumbar... enfim

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  2. É possível que seja pressão a mais, efectuada pelos docentes que não sabem gerir a parte emocional da crianças.
    Eu própria fiz provas de aferição na 4ª classe e não penso que seja uma má medida. 8 anos não é assim tão nova e é bom começar a perceber que não é tudo a brincar e que nem sempre o que interessa é só participar.
    Penso que as crianças hoje em dia são tão protegidas e tão afastadas da realidade que quando se cruzam com ela é um choque muito maior.

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    1. "8 anos não é assim tão nova e" bla, bla, bla. Estás no gozo, não estás? Ou estás a falar de ti quando escreves "hoje em dia são tão protegidas e tão afastadas da realidade que quando se cruzam com ela é um choque muito maior." Não penses tanto, é um favor que fazes a ti e a quem, eventualmente, te possa ler.

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    2. Margarida, pá, oito anos não é assim tão nova?!
      Tens bué de putos dessa idade, percebes o nível de maturidade de cada um que pode não ser -e na maioria das vezes não é- transversal e por isso lembraste-te dessa hoje, né?
      Tinhas dado o teu exemplo lá da 4ª classe em que mostraste que és uma dotada do cacete e tinhas-nos deixado na periclitante probabilidade de termos paneleirotes maricas em casa que se assustam com qualquer merdice.
      Poupa-me, pá.
      Se há coisa que me enerva é não saberem respeitar os sentimentos dos outros, pá.
      Pior, só as marcas capazes ou lá que merda se chama aquele antro.
      Dasse.

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    3. Eu fiz prova de aferição e exames nacionais no fim do 12º ano para acesso à universidade e foram mais que suficiente e já tinhamos maturidade para lidar com eles

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    4. Eu acho que com oito anos são bastante novos para lidar com a formalidade das provas. Nestas idades, 2 anos fazem diferença, e no quarto ano já terão mais alguma maturidade. Não sou contra provas, nem contra exames. Mas sou contra pressão desajustada à idade. Neste caso, que a prova nem para a avaliação das crianças conta, acho mesmo uma estupidez.

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    5. "É possível que seja pressão a mais, efectuada pelos docentes que não sabem gerir a parte emocional da crianças." Penso que o importante da questão está aqui.

      @Xaxia @Filipa
      A maturidade é óbvio que depende das crianças e das suas vivências e educação.
      Pelo que percebi, estas provas nem contam para notas, correcto? (Não sei ao certo, apenas fiquei com esta percepção de alguns artigos que li)
      Portanto não sendo contabilizadas para avaliação final passa pela forma como estas provas são "apresentadas" às crianças não?
      Se a criança for mentalizada que isto é só mais uma avaliação normal como aquelas que faz durante o ano, mas com algumas características diferentes, como a extensão do programa englobado, se calhar não é um drama assim tão grande.

      @Anónimo
      Desfez-se o nó que lhe ata as orelhas uma à outra não foi?

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    6. Calma. Não vale a pena exagerar a situação.
      Os miúdos adaptam-se bem e sobrevivem. Eu tenho 2 exemplos cá em casa.
      A mais velha fez aos 9 anos (4º ano) e depois aos 11 (6º ano - o ano passado)).
      A do meio fez aos 7 anos (2º ano-provas de aferição), aos 9 (4º ano - o ano passado) e este ano as do 5º ano(tem 10 anos).
      O mais novo ainda está no 1º ano por isso ainda não fez nada.
      Para já estão as duas bem vivas, bem dispostas e sem traumas.
      A do meio já passou por 3 levas de exame (quer dizer ainda falta o de amanhã - matemática 5º ano), e não ficou traumatizada, não tem problemas psicológicos e basicamente continua a mesma criança de sempre.
      Acho que os pais stressam muito, preocupam-se demasiado.
      Os professores, são como as outras pessoas, alguns tem bom senso outros não. Por exemplo, no 2º ano da S. a professora disse-lhes que ia contar com a prova para a nota, e que podiam baixar as notas se a prova não estivesse bem. (a prova era apenas de aferição). A miúda (7 anos) preocupou-se com o que aquilo quereria dizer, eu expliquei-lhe (e descompliquei), ficou tudo ok.
      O ano passado a professora disse que podiam chumbar (exame do 4º ano). Ela comentou lá em casa e nós descomplicámos.
      (eu por exemplo tive uma professora de matemática 12º ano que nos convenceu que seria praticamente impossível entrar na universidade. Foi ao ponto de eu ponderar anular a matricula no final do 1º período porque tinha apenas 17 a matemática. Valeu o bom senso dos meus pais que me fizeram ver a situação com bom senso)
      Boa sorte para o exame de amanhã.
      Beatriz

      p.s. descomplique. Explique-lhe para que serve um exame de aferição, quais as implicações que pode ter (notas, passagem de ano, etc). responda a todas as dúvidas que ela tenha. Os miúdos percebem muito facilmente as coisas e se nos sentirem confiantes e com uma atitude positiva em relação a estas situações, eles acabam por lidar bem com isto

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    7. A meu ver um professor que fale em excesso de um teste é um mau professor. Se tem necessidade de pressionar os alunos para se saírem bem é porque sabem que fizeram um trabalho de m*** e não valem um chavo como professores.

      Olhe Margarida eu cá estudei na Suiça, nunca ouve provas de aferição nem semelhantes e nós por cá continuamos a ser dos piores da Europa e eles por lá continuam a ser os melhores. Por algum motivo há-de ser. A mim não me parece que as provas de aferição tenham servido para muito, excepto claro, prejudicar os miúdos naturalmente ansiosos.

      Se calhar está na hora de pegar nos resultados das provas de aferição e fazer com que eles valham para alguma coisa efectivamente (e não os cortes nos apoios) mas talvez no desemprego de quem é incompetente.

      Por exemplo, por lá, na Suiça, já há mais de 20 anos que se 1 aluno reprova o professor tem de se justificar muito bem. Se muitos alunos têm más notas (e nem precisam de reprovar) o professor é despedido. Por lá, a menos que um professor prove que o aluno é que se balda e não quer saber, vai-se ver o que se passou com o professor, com a familia e com o miúdo e os responsáveis são chamados à razão, se a "coisa" persistir e o professor se mostrar incompetente é despedido.
      Se muitos miúdos tiverem maus resultados é óbvio para todos (e nem precisam de muitos estudos) que a falha está no professor, o mesmo é chamado à atenção e se a coisa não melhora, ele é despedido.
      E não vai lá com diminuir a exigência dos testes, ou bem que fica demonstrado que os alunos sabem efectivamente ou então quem se dá muito mal é o professor.

      À semelhança de todos os países onde a educação é das melhores do mundo, só se aceitam os melhores a ensinar. Se calhar ainda aprendíamos umas coisas com eles.

      De que nos valem as provas de aferição se efectivamente não muda nada e não são usadas para nada?

      Eu, por cá, com o meu filho tive a sorte de ele ter apanhado uma excelente professora, que só lhes diz as datas dos testes e pede para fazerem uma pequena revisão. E nós vamos orientando para que faça as pequenas revisões e o miúdo encara os testes como mais uma ficha qualquer. Zero stress e quase tudo 100%.

      Mas o grande problema é que esta professora, como todos os bons, são prejudicados por um sistema que não valoriza a mestria, o empenho e competência mas sim "anos de experiência" - como se isso fosse sinónimo de alguma coisa.

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    8. O nosso sistema de ensino é péssimo.
      Bom, sou professora numa faculdade de engenharia e digo-lhe que tenho excelentes alunos (devem ter estudado todos na Suíça). Aliás, nos últimos 10 anos o nível dos alunos é muito bom (pêlos vistos os suíços andam a escolher universidades portuguesas)

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    9. Concordo com tudo o que disse. Devíamos sim seguir o exemplo dos países mais evoluídos.
      O que disse sobre só se aceitarem os melhores a ensinar faz muito sentido, cá em Portugal aceita-se qualquer um porque as médias de entrada nos cursos de educação são tão baixas que dá dó. Depois ainda há a questão das privadas que ninguém sabe muito bem como são leccionadas as cadeiras lá, mas enfim...O cerne da questão está aí mesmo, no início da cadeia, na formação dos estudantes de educação.
      Agora a questão aqui discutida não era essa.

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  3. O meu sobrinhito -o do arroz de dente- está igual.
    Hoje ia num desassossego que dava dó.
    Tadinhos.

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  4. O meu filho também fez hoje uma das provas de aferição do 5.º ano e estava completamente descontraído, sem stress. Nos exames do 4.º ano ainda se preocupou com o assunto, mas agora que já tem experiência na matéria, encara as provas de aferição com a maior naturalidade.
    Sempre lhes disse, a ele e à irmã, que fazer um exame era a mesma coisa que fazer um teste na sala de aula. E lá em casa também nunca houve o stress de estudar para os exames. Estudar é durante o ano todo. Se estudarem durante o ano, não é preciso preocuparem-se com o exame.
    Não se pode culpar os professores por tudo. Às vezes são os pais que ficam muito ansiosos e fazem dos exames um grande drama. E a vida da família gira toda à volta daquilo. E os pais estudam imenso com os filhos porque o exame é uma coisa importantíssima e decisiva.
    Celeste Marques

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  5. A minha também fez provas de aferição, hoje. Ia na maior e não pegou nos livros mais que uma meia hora, ontem à tarde. A verdade é que estudou o ano inteiro e saboa a matéria.
    E lembro-me de o rapaz ter feito provas de aferição, no 2º ano, também com oito anos. Também ia na maior mas eu sempre lhes disse que aquilo era um teste normal. No caso dele até contou para nota porque substituiu um dos testes feitos pela professora. Mas também me lembro de que a professora dele foi fantástica, não lhes pôs a mínima pressão, inclusive retirou a pouca imposta pelos pais.
    Eles são muito novinhos, a maior parte das vezes são os adultos que lhes incutem a pressão.
    (vais ver que na 4ª feira já vai mais descontraída, é aligeirar a coisa e ir comer um gelado em vez de ir estudar)
    Beijinho à Migalha pequena.

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