O maravilhoso header é cortesia da Palmier Encoberto. Quem mais?

terça-feira, novembro 03, 2015

Lá porque trabalho o dia todo, não quer dizer que não tenha uma opinião sobre um assunto que por esta hora está quase morto e enterrado

Este é o tipo de assunto que gosto de abordar por pontos. Nada de texto corrido, que muita letra cansa os leitores, ainda mais a escrever posts fora da hora do expediente.

1. Fui lá àquilo da Marta Rebelo, e li uma meia dúzia de posts além da "carta". Nem nos posts antes (onde se refere a si própria como uma pessoa feliz e cheia de vida), nem na resposta que deu após perceber que se tinha tornado na mala da Pepa de 3 Novembro de 2015, me pareceu uma pessoa assim tão fragilizada pela doença ao ponto de merecer a condescendência das almas que se querem sempre dois palmos acima dos comuns mortais.

2. Talvez seja escusado explicar pontos de vista e dar opiniões a quem compara o amor que se tem pelos animais, ao amor que se tem pelos filhos, ou o desaparecimento de um animal de estimação à morte de um filho. Felizmente estas comparações surgem quase exclusivamente (eu disse quase) de quem não tem filhos, ou o mundo poderia ser um sítio ainda mais assustador.

3. Não li tudo, provavelmente nem li a maior parte do que se escreveu sobre o tema, mas sou só eu que acho que alguém se devia preocupar com o homem, que não só não foi perdoado por ter deixado a porra do gato fugir, como ainda viu esse facto ser tornado público e apontado com a razão para o fim de uma relação com alguém que declarava há dois meses , no mesmo blog, o seu amor?

4. Tudo isto dá que pensar. Isto de comparar animais a pessoas, e colocar no mesmo patamar o amor que se tem por uns e por outros, está a tornar-se demasiado vulgar. Sinais de uma sociedade desiludida com os outros? Ou de uma uma sociedade egoísta e pouco disponível para investir em relações que efectivamente dão um pouco mais de trabalho que abrir latas de comida e mudar a areia perfumada do caixote? Dúvidas.

5. Bom. Não será com certeza inocente o CM ter escolhido para história de capa esta bizarria de uma ex-deputada socialista. Pois. Amor com amor se paga. Esta parte é uma beca triste.

6. Este ponto 6 é para a minha blogo amiga Mirone: filha, como queres que a família e amigos a "resguardem"? Que parte não percebeste? Hello...? Gatos e cães.

7. Por fim, já enjoa a conversa dos ofendidos com o que se diz sobre o que alguém escreve na net. A blogger em questão parece-me demasiado bem informada e esclarecida, para não saber que ao tornar públicos factos privados, pode ter que levar com uma cena como a de hoje. Ela própria já desancou outras pessoas publicamente. Mas temos que ter paciência, afinal sofre da doença que absolve qualquer um de qualquer merda que decida fazer ou dizer. Ai não absolve? Bem me parecia.

27 comentários:

  1. O melhor post que já li sobre o assunto.
    (Depois de ler o post de hoje reitero o que disse, alguém a devia resguardar).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Talvez a Nonô. :D
      Agora a sério, não me parece nada ser alguém que precise desse tipo de proteção. Mesmo nada.

      Eliminar
    2. Pois, mas as aparências iludem. A senhora está a bater no fundo outra vez...

      Eliminar
    3. Leste sobre isso ou deduziste pelo que escreveu?

      Eliminar
    4. Mirone, perder um gato que se ama é horrível, eu já perdi um, e também na altura sofria de depressão. Uma coisa não tem a ver com a outra, são formas de estar e não consequências. Ela, como tanta gente, decidiu humanizar os bichos, publicou aquela "carta" e agora é gozada pelo ridículo da situação. Parem de ser paternalista. Trabalho há muito tempo com algumas instituições de defesa dos animais, gostar e proteger animais, respeitá-los como merecem, nada tem a ver com aquele comportamento. Sei que ela, no passado, se esforçou bastante para ajudar os animais de Lisboa, e sei que "os teve nos sitio" e bateu à porta ao próprio partido. Não a paternalizem, até porque a Marta merece mais, é boa pessoa. Mais justo (e normal) será gozar com o post e avançar. Ou seja, ao invés do paternalismo bacoco de algumas meninas "psicólogas", tratá-la como uma pessoa qualquer, com normalidade.

      Eliminar
    5. Deduzi pelo que li, suportado por relatos de quem convive numa base praticamente diária com ela.

      Eliminar
    6. Acredite, sofrer de depressão, infelizmente, é muito mais comum do que se julga. Sermos paternalistas com as pessoas, não as cura.

      E já agora, um beijo às duas, que gosto muito de ler.

      Eliminar
    7. Eu não estou a ser paternalista. Acho a carta ao gato um exagero (e admito que não tenha nada a ver com a doença, li na caixa de comentários imensa gente a corroborar o que foi escrito e não me pareceu que fossem todas doentes) e ir isso penso que as pessoas que lhe são próximas à devem ajudar. O post de ontem reforça a minha ideia, a senhora precisa de ajuda. São duas realidades diferentes, não sei se me fiz entender.

      Eliminar
    8. E por* isso

      Há uns anos perdi uma cadela nas mesmíssimas circunstâncias ( o meu marido trazia-a solta dentro do carro e quando parou num semáforo ela saltou pela janela e fugiu. Quanto mais corríamos atrás dela mais ela fugia ( pensava que era uma brincadeira). Aconteceu numa estrada de muito movimento é longe de casa. Nessa noite não nos deitámos, passamos a zona a pente fino, espalhamos cartazes. Nos dias seguintes fizemos o mesmo. Chorámos horrores. A Carlota fazia parte da nossa família e ainda hoje fico com um nó na garganta quando penso nisso. Se a considerava minha filha? Nem pensar, era o nosso animal de estimação, recolhida ainda cachorrinha numa obra onde o meu marido trabalhava, depois de a mãe ter sido mortalmente atropelada. Tínhamos-lhe um carinho e estima incalculável, mas não era nossa filha. Se alguma vez nos passou pela cabeça separarmo-nos por causa do incidente? Nunca! As relações quando são fortes e sólidas mantêm-se (por vezes até se reforçam), se estão minadas qualquer incidente pode despoletar a separação (uma janela que se deixou aberta e possibilitou a fuga, uma peça de roupa que não se arrumou, uma data que se esqueceu...). Aquela carta teria sido escrita quer a autora estivesse doente ou não (já assisti a discussões acesas no FB porque alguém matou uma melga, dizia a defensora dos animsis que tinha sido uma crueldade desnecessária, que a "assassina" podia ter-se limitado a enxotar a melga pela janela). Outra coisa é reconhecer que amigos e familiares a deviam proteger (o post de ontem, a parte em jmglês e depois o final em português onde acusa os críticos de dependência emocional é de uma incongruência reveladora da instabilidade em que vive).

      Eliminar
    9. Sei que não, M, a minha critica não era para si.

      Eliminar
    10. Olha, eu por acaso achava q a nôno era uma criança (dormimos abraçadas...) mas percebi agora q é a cadela.
      Obrigada xaxia por teres posto as coisas tão bem postas.
      E subscrevo o q diz o anónimo, n acho q o paternalismo ajude estas situações.
      É gozar como se gozaria com outra pessoa e pronto. Siga a marinha. Passou.

      Eliminar
    11. Xaxia, nem por acaso, acabei de dar com esta noticia:
      http://expresso.sapo.pt/sociedade/2015-11-04-Demencia-de-Robin-Williams-levou-o-ao-suicidio-diz-viuva-do-ator

      Esta coisa de dizermos que "pelo que vi e/ou li" não me parece que..."
      Que sabemos nós destas coisas, Xaxia? Que sabemos nós do que verdadeiramente vai na cabeça das pessoas, mesmo as que nos estão mais próximas? Poderemos nós a partir do que lemos num blogue/nas revistas/na televisão avaliar o estado mental de uma pessoa? Julgo que também é um bom ponto para reflexão.

      Não estou a falar da Marta, falo em abstrato.

      Eliminar
    12. Não sabemos. O que vai na cabeça de cada um, é a única coisa realmente inviolável que temos, a única verdadeiramente privada e intíma que não podem invadir.
      A menos que se queira.

      Eliminar
  2. Como disse, sabemos muito pouco. Desconhecemos, por exemplo, se a intenção em deixar escapar o gato foi maldosa.

    Isso não interessa, contudo. A autora, no seu post, não ofende ninguém. Já a Filipa...enfim. É só mais uma oportunidade para cuspir veneno, como é seu hábito.

    É sempre bonito ver pessoas com pena do ex da senhora, até blogam e tudo, mas depois há aquela Blogger que expõe a intimidade dos filhos e quer que as pessoas comprem muitos medicamentos homeopáticos para ajudar os doentes oncológicos. Isso já não arrepia a Filipa nem quem a defende.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A Filipa não precisa que eu a defenda, mas ainda assim cá vai. A Filipa fez o que milhares de pessoas fizeram. Gozou com um post. Até que alguém resolve dizer Ah é tal, cuidado que a moça sofre de depressão crónica, e apagaram-se posts e comentários, porque se a carta foi escrita por alguém que assumiu sofrer de depressão crónica, a carta perde a quota parte que tinha de ridículo, como se o traseiro tivesse alguma coisa a ver com as calças.
      Enfim, fitas.

      Eliminar
    2. Ah, a Filipa, a Filipa...
      Bom, a Filipa está aqui. Podia ter ido pedir explicações à própria em seu blog, mas não, muito gostam vocês de plantar veneno em blog alheio .
      Ai, não espera. A venenosa sou eu, está certo.

      Antes de saber que a criatura sofria de depressão, já eu tinha escrito o post. Sucede que está escrito, está escrito. A menos que a visada se sinta extremamente ofendida e me peça com jeitinho, o post não sai dali. O facto de padecer da maleita como aqui a minha amiga tão bem o diz, não lhe mexa na quota do ridiculo.
      Agora ide-vos.
      Uns fazer à vida, outros coiso.

      Eliminar
    3. Oh, então. Tanto destilas veneno q tinhas de começar a acertar nalgumas pessoas .
      A culpa é toda tua. Envenenas as pessoas e depois dá nisto :p

      Eliminar
  3. É claro que não se pode comparar um animal com uma pessoa, mas há animais que merecem mais consideração que algumas pessoas que se dizem humanas. Eu tanto sou defensora, da raça irracional como da racional. Mas a irracional às vezes funciona melhor. É a minha opinião.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo totalmente. Concordarei sempre com toda e qualquer defesa que se faça da vida animal, do seu bem estar, assim se faça a ressalva que fez: "é claro que não se pode comparar um animal a uma pessoa."

      Eliminar
  4. Xaxia, na mosca!!!!!!!!! Concordo com as suas observações. O paternalismo bacoco de alguma gente (até o Pipoco me desiludiu, mas deve a estar a "dar graxa" à futura doutora).

    ResponderEliminar
  5. "Homem é bicho que passa", diz a Marta, e logo as feministas de serviço atacam quem defenda a coitadinha, criticando quem comentou a sorte do "macho"... Charlie, caralh*! agora já ninguém é Charlie? Agora, já há filtros?

    ResponderEliminar
  6. Assino por baixo tudo o que disse!!!!!! Já ENJOOOOOOOOOOA!!!!!!!!!!!!!!!!

    ResponderEliminar
  7. Ainda estou estupefacta com a carta ao bichano. Há coisas que me ultrapassam... mas isso sou eu que sou uma mãe e tal.
    E de repente só me vem à mente a mãe do Rui Pedro.
    Haja bom senso.

    CM

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nem me tinha lembrado da mãe do Rui Pedro. Sim, completamente incomparável, a menos que não se tenha noção...

      Eliminar
  8. Pipocante Irrelevante Delirantequarta-feira, 04 novembro, 2015

    "Tudo isto dá que pensar"

    O problema é este... pensar... essa actividade complexa e morosa não se coaduna com a obrigatoriedade de ter de ser o/a primeiro/a a opinar e debitar sentenças sobre determinado assunto nas redes sociais.
    Tudo o resto é ruído.

    Da senhora?
    Não quer ser criticada, gozada, escrutinada? Mantenha os seus assuntos pessoais dentro de casa.

    Ainda não percebi porque podemos enxovalhar o passos coelho, o castelo-branco, o tino de rans, mas não a blogger xpto. Espero que alguém sensato responda, porque ainda não cheguei lá.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Houve ali uma exposição excessiva (tinha mesmo de explicar ao gato desaparecido, por carta publicado num blog público, os motivos do fim do namoro? Tinha de vir dizer que o namorado valia muito menos do que um animal?).

      É um pouco como se eu fizesse um texto e as pessoas dissessem que era um mau texto. Por acaso eu sofria de parkinson e por isso a letra era tremida.
      O parkinson justificava a letra tremida, não me parece que justificasse o conteúdo do texto.

      Eliminar
  9. Já disse mais acima, mas gostava de reforçar. Texto na mouche xaxia!

    ResponderEliminar

Comenta, não pagas nada e eu fico toda contente