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sexta-feira, maio 03, 2013

A roda dos tormentos

Como se não tivesse já um monte de coisas com que me ocupar e pouco tempo para me ocupar com coisa nenhuma, eis que fui eleita  pela professora da migalha mais velha (pulinhos de felicidade), para fazer uma roda dos alimentos (ainda assim grata por não me ter calhado uma casa da Madeira ou uma chaminé do Algarve).
Interessante, pensam vocês, já com a cabeça a fervilhar de ideias, já a imaginarem alfaces de papel de lustro e bifes de pasta de papel.
Hoje comecei, não vá não conseguir apresentar o trabalhinho antes da professora eleger outro pai para o fazer. Até era uma sorte se isso acontecesse, mas infelizmente, migalha iria ficar para cima de triste, envergonhada e furiosa comigo. Lixada mesmo.
Comecei pelo Google (nem sei como existia vida antes do Google), para ser brindada com uma roda dos alimentos bem diferente daquela que me ensinaram na escola. Depois fiz aquilo que sei fazer melhor...roubei descaradamente ideias de outras rodas dos alimentos "caseiras", apesar de ter que estar com atenção, porque há ideias que nem copiar sei. E pronto, olha olha, um bife feito de esferovite, um pacote de leite Mimosa colado, boa, isto sei fazer.
Claro que tudo o que existe feito e que seja menos perecível que os verdadeiros alimentos, já cá canta. Frutas e legumes de plástico, massas e feijões e arroz, pães verdadeiros feitos com muito sal e pouco fermento (a ver se não fazem criação de bicharada, não queremos proteína no sítio dos cereais).
Tudo a juntar às trinta cartolinas, às colas, etc e tal, já perfaz uma roda de alimentos de um valor que dava para matar a fome a pelo menos metade de África durante uma semana.
Bom, a verdade é que sei as minhas limitações, e as minhas limitações com os trabalhos manuais acompanham-me desde que sou gente. Sou o género de pessoa que durante o liceu não ganhou uma bolsa de estudo porque não conseguia positiva a desenho. Matemática, português, química ou biologia, dá cá cincos e quatros...Desenho... vá um dois. Três anos seguidos. Eu sou o género de pessoa que artilhada de régua e esquadro não consegue fazer uma linha recta.
Por isso é melhor não elevar muito as expectativas da migalha, não vá ela pensar que vai apresentar alguma obra da Joana Vasconcelos à turma, para depois os brindar com um cacho de uvas de plástico e uma meia dúzia de grãos de bico a fazer pendant com um peixe de esferovite.
Oh vida!

4 comentários:

  1. Devia ser possível pagar-mos a alguém para nos fazer determinados "pinceis"... cada vez que me pedem certas coisas na creche quase que preciso de aconselhamento psicologico a seguir, dada a frustração!

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    1. É o inferno! Para quem tem pouco tempo e falta de criatividade...

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