Pois nós cá em casa sabemos muito bem quem é a Violetta

É aquela miúda que canta na minha televisão à hora de jantar, e em estojos, armários, diários, cadernos, canetas, almofadas, rádios com maquilhagem e microfones, no resto do tempo e há mais de um ano.
Há quatro meses que tínhamos os bilhetes. Custou-me dar aquela dinheirama toda, pois claro que custou, uma pessoa larga assim 180€ e imagina logo que aquilo se convertia nuns sapatos, ou num casaco, capazes de durar bem mais do que hora e meia, e na quantidade de gente para quem 180€ são um terço do ordenado.
Mas como a dizer a duas miúdas que me pediam para ir a Milão ver o concerto da Violetta, que a Violetta vinha a Lisboa e eu não as ia levar?
E pronto, hoje lá fomos.
Quanto à Violetta, pois que é gira, simpática e tem uma voz bem bonita. O espectáculo vê-se bem, assim haja ouvidos para aguentar os gritinhos histéricos de centenas de meninas, e se finja que não se percebe que o castelhano delas não se parece sequer com uma língua.
Sou capaz de ter dançado com elas ao som de "en mi mundo", e se tivesse menos vinte anos, talvez me quisesse oferecer para mostrar o Castelo de S. Jorge ao León.
Quanto à Martina Stoessel,  espero que se conserve assim e que não vire nenhuma Miley Cyrus da América do Sul.

(Que querem? A rapariga praticamente vive cá em casa, uma pessoa afeiçoa-se.)